Saí de lá assim que contei minha querida mentira que acabara de inventar. Meu peito doía e minha garganta ardia. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas que eu, inutilmente, tentava conter.

Meu esforço inútil fez com que uma lágrima escapasse de meu olho esquerdo e preenchesse um caminho por meu rosto.

Não sabia ao certo porque estava chorando. Mas, depois que Tabitha chegou e começou a gritar e falar um monte de coisas. Senti que se inventasse uma desculpa e saísse, as coisas entre eles dois melhorariam.

Eu não estava feliz pelos dois. Devo admitir isso. Eles... Eles não combinam.

Mas eu sei que Zac ama Tabitha tanto quanto a mesma o ama. Por mais que eu os odeie, não posso interferir em uma coisa que eu não controlo.

Droga!

Eu fiquei imaginando os dois depois que eu saí de lá. Eles devem estar se beijando agora, ou fazendo qualquer outra coisa que um casal faz depois da reconciliação.

As lágrimas caíam cada vez mais. Pisquei algumas vezes para tentar fazer com que elas não caíssem, mas foi em vão. As teimosas continuavam a querer preencher meu rosto pálido e sem maquiagem.

Entrei no meu quarto e me joguei na cama. Abracei uma das almofadas cor-de-rosa e comecei a chorar. Dessa vez, não impedi as lágrimas. Afinal, eu estava sozinha e não teria ninguém para me julgar.

De repente, eu escuto o barulho da porta se abrindo e o quarto vazio e silencioso ser preenchido por risadas e falatórios animados.

- Você viu a cara dela? – perguntou uma voz conhecida. Com certeza era Liz.

- Eu vi. Estava me segurando para não rir na cara dela! – falou outra voz que eu conheci logo de cara. Era Michelle.

- Sam você viu.... O que aconteceu? – Liz perguntou em um tom preocupado e alarmado assim que me viu jogada na cama.

Provavelmente, eu já estava com o rosto todo inchado e vermelho por causa das lágrimas infeliz e inúteis que teimavam em preencher meu rosto por completo.

- N-Nada. – respondi entre soluços.

- Claro que aconteceu alguma coisa. Conte Sam. – falou Mi  e se agachou na cama, de modo que ficasse com seu rosto de frente para o meu.

- N-Não f-foi n-nada.

- É por causa das minhas brincadeiras? – perguntou Liz preocupada e se agachou ao lado de Mi. – Me desculpe Sam. Minha intenção não era te magoar! – explicou enquanto passava suas mãos pelo meu rosto.

- N-Não é p-por i-isso. – expliquei.

- Então o que houve? – perguntou Mi confusa.

- E-Eu a-acho que e-eu estou c-com ciúmes. – falei um pouco corada.

- Ciúmes? E precisa chorar por causa disso, garota? – perguntou Liz dando uma risada divertida.

- E-Eu acho q-que o a-amo. – admiti furiosa comigo mesmo.

Respirei fundo e fui normalizando minha respiração lentamente.

- Quem? – perguntou Michelle batendo palminhas.

- O... Zac. – falei e senti que estava mais vermelha do que todas as coisas vermelhas juntas e misturadas.

- Ah meu Deus! Ah meu Deus! – gritava Liz sem parar olhando pra cima e fazendo um gesto com as mãos, como se estivesse louvando Deus.

- Isso é ótimo Sam. – falou Mi e me deu um abraço carinhoso.

- Não gente. Isso é terrível! Ele é um idiota, metido, irritante, lesado, inútil, imbecil, hipócrita... Eu posso continuar falando... – falei.

- Mas quem disse que nós nos apaixonamos pelas pessoas certas, querida? – disse Liz arqueando uma sobrancelha.

- É claro que não. Sempre nos apaixonamos pela pessoa errada e que para nós é a mais certa do mundo. – falou Mi com os olhinhos brilhando.

- Pra mim ele continua sendo errado. – falei cruzando os braços.

- Porque você ainda não aceitou que o ama. Já percebeu que sim, mas ainda nega em acreditar que você se apaixonou por ele. Afinal, vocês viviam brigando. Era de se imaginar que você pensava que se apaixonar por ele, era a última coisa que você queria. – falou Liz dando uma de filósofa.

- E-Eu... Acho que você tem razão. – dei-me por vencida.

- É claro que tenho... Afinal. Eu sou amiga da Barbie esqueceu? – ela disse e jogou o cabelo para trás assim como eu faço.

Eu dei risada e limpando meu rosto enquanto Mi e Liz se aproximavam de mim e me abraçaram.

Vênus. Eu acho que as amo também.