Eu fiquei encarando-o até o jantar ser servido.

Depois do mesmo, fui até meu quarto com Mi e Liz depois de deixarmos Meg no quarto dela.

Fiquei um pouco deitada sentindo minha cabeça latejar levemente.

Esperei dar a hora para eu me encontrar com Harold e o demônio para cumprirmos nossa segunda fase.

Quando deu 21h00min saí do meu quarto em silêncio, já que Mi e Liz já estavam dormindo, e fui até nossa sala com o frasco de antialérgico em mãos.

Cheguei lá e os dois já estavam sentados esperando por mim.

- Até que enfim. – falou Zac assim que me viu.

- Sam você... – Harold começou a falar, mas eu o interrompi.

- Sim, eu estou rosa! – falei fuzilando Zac com o olhar. – Mas estou bem! Vamos começar? – falei fingindo estar animada. Não daria ao Zac o gostinho de saber que a vingancinha idiota dele estava dando certo.

- Tudo bem. Primeiro temos que arrumar a sala e as atividades em ordem alfabética. – explicou Harold fazendo gestos com as mãos.

- Eu sei. – disse Zac em um tom de tédio.

- Mas eu não! – falei olhando-o. – Continue Harold.

- E só por enquanto. – concluiu Harold.

- Ótimo. Isso é fácil. – falei batendo palminhas.

Não tinha como eu perder essa fase.

- Assim que começar a separar as atividades, vai desejar nunca ter dito isso. – debochou Zac com um sorriso cínico.

- Então ta! Mostre-me as atividades. – desafiei com o mesmo sorriso.

- Ótimo. – respondeu e seu sorriso aumentou.

Zac caminhou até o armário que ficava ao lado da mesa do professor e o abriu. O armário estava literalmente cheio papel. Devia ter pelo menos umas 400 folhas. Sem brincadeira.

- Qual das atividades que temos que separar? – perguntei.

- Todas. – respondeu Zac com um sorriso torto lindo... Quero dizer um lindo muito idiota!

- O quê? – olhei perplexa pra ele. – Ótimo. Nós terminamos de organizá-las quando completarmos 30 anos. – ironizei.

- Então você tem duas opções: Ajuda-nos a organizá-las em uma semana... Ou desiste da competição. – falou Zac.

- Tudo bem. Vamos começar. – falei um pouco mais alto e minha cabeça doeu. Droga!

Zac e Harold pegaram um montinho de papel e jogaram-no sobre a mesa do professor onde eu estava sentada.

Eles separaram em 3 montinhos e puxaram duas cadeiras para se sentarem na mesma mesa que eu.

- Eu organizo as atividades com a letra A. – falou Zac em um tom autoritário.

- Tudo bem. Eu organizo a letra B. – falou Harold e os dois olharam pra mim.

- Preciso mesmo responder? Vocês não sabem que letra vem depois do B? – perguntei irônica.

- Tudo bem. – falou Harold e deu uma risada breve enquanto Zac revirava os olhos e começava a procurar folhas com a letra A.

Ficamos organizando enquanto minha cabeça doía cada vez mais e meu sono aumentava.

Bocejei pela 7ª vez e me pronunciei:

- Até que horas temos que ficar organizando isso? Já está tarde. – reclamei colocando minhas mãos em minha cabeça que latejava sem parar.

- Até terminarmos o montinho que jogamos na mesa. E ainda são 21h25min Pezzini. – respondeu Zac sem desviar os olhos dos papéis enquanto Harold estava concentrado montando suas pilhinhas de papel.

- Ah, ainda? – reclamei.

- É. Agora fica quieta e continua organizando os papéis. – respondeu Zac.

Gemi e bocejei de novo.

Meu sono estava aumentando. Sentia que se piscasse eu dormiria.

- Vou lavar meu rosto. – avisei e os dois apenas assentiram.

Saí da sala e fui caminhando pelos corredores. É impressão minha ou está mais frio? Cruzei meus braços em uma tentativa fracassada de conter o frio.

Finalmente havia chegado ao banheiro feminino. Olhei-me no espelho e vi meu rosto completamente rosa. Tudo bem que eu amo rosa, mas no meu rosto também já é demais.

Eu estava horrível. Parecia que eu não dormia há dias.

Liguei a torneira, juntei minhas mãos em “conchinha” e deixei a água cair sobre as mesmas e sem demora, joguei o líquido em meu rosto.

Peguei uma folha de papel e sequei meu rosto.

Respirei fundo, bocejei de novo e saí do banheiro. Fui até o refeitório e peguei um capuccino na máquina de café que havia ali.

Fui tomando o mesmo até chegar à sala de aula.

- Voltei. – falei e os dois me ignoraram. – Tsc.

Bebi o resto do café que ainda restava na xícara sentindo minha garganta doer, e o joguei no lixo que tinha ao lado da mesa do professor.

Sentei-me e continuei aquele inferno.

Peguei o frasco de remédio que eu havia deixado em um canto da mesa e bebi o virei em minha boca.

Assim que virei a cabeça, a mesma latejou mais forte fazendo-me gemer de dor.

- Vai com calma com isso aí. Isso dá sono. – alertou Harold.

- Não to com sono. – menti.

Continuei a organizar as folhas enquanto eu sentia mais frio e minha cabeça doía ainda mais.

- Está frio. – falei esfregando minhas mãos em meus braços.

- Está falando sério? – perguntou Harold agora desviando a atenção para mim. – Está com febre?