O Preço de Amar Um Malfoy escrita por BlissG


Capítulo 3
Tudo sempre muda


Notas iniciais do capítulo

“Vingança não é uma idéia que promovemos no meu planeta, mas não estamos no meu planeta, estamos?”
Toy Story



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Hermione odiava shopping lotado.

Por isso, no dia seguinte, ela acordou bem cedo e até se sentiu empolgada em fazer compras.

Tomou banho, colocou suas melhores roupas trouxas e foi para o quarto em que Malfoy estava ficando. Era cedo e estava tudo quieto então era óbvio que ele ainda estava dormindo.

Quando entrou no quarto, o silêncio era absoluto.

Se aproximou dele se preparando para acordá-lo mas foi pega de guarda baixa. Quando foi que Malfoy tinha ficado tão... lindo? Olhando ele ali dormindo, ela até entendia porque as garotas suspiravam tanto por ele... Uau, ela tinha ficado com vontade de suspirar!

Mas logo ela caiu na real. Era Malfoy de quem ela estava pensando... E se tinha alguma parte do seu corpo que se sentia atraída por ele, ela ia acabar com ela agora mesmo.

Sorriu quando uma idéia passou na sua cabeça. Tirou a varinha do bolso, apontou bem para o rosto de Malfoy e sussurrou:

- Aguamenti!

Um jato de água jorrou da varinha indo parar direto na cara dele que deu um pulo enorme na cama.  Olhando o rosto encharcado dele, tentando tirar água dos olhos para poder enxergar quem tinha feito aquilo com ele – apesar de ser bem óbvio – Hermione não aguentou e começou a gargalhar.

- Ah, Granger... – ele bufou e se sentou na cama enquanto ela continuava rindo. Ele apontou para ela – Isso, tecnicamente, é parte do jogo?

Hermione negou com a cabeça.

- Bom saber!

Ele se levantou com tudo vindo na sua direção e Hermione só teve tempo de fazer uma exclamação de surpresa e correr.

É claro, tinha dado muito mole pra ele. Se não fazia parte do jogo, ele podia perder o controle. Como não tinha pensado nisso?

Ela rodeou a cama fugindo dele entre gargalhadas mas ele não desistia então a única maneira de fugir dele era passar por cima da cama. Ela pulou por ela e saiu correndo pela porta com Malfoy no seu encalço.

Era incrível mas ele estava rindo também.

- Você me paga, Granger!

E mais incrível ainda, eles estavam se divertindo com aquele pega-pega maluco.

Hermione continuou correndo pela casa inteira querendo cansar Malfoy mas ele jogava quadribol, tinha um físico perfeito e não ia se cansar tão fácil. Na verdade, ela se cansou antes dele.

Estavam no jardim quando ele conseguiu pegá-la.

Ele a agarrou pela perna a colocando sobre o seu ombro e rindo tanto que sua barriga começava a doer.

- Me larga, Malfoy. – ela batia nas suas costas.

- Pense nas consequências da próxima vez, Granger!!!

Ele rodou várias e várias vezes o mais rápido que pôde ficando tonto e atingindo seu propósito: a deixando mil vezes mais tonta que ele visto que ela estava de cabeça pra baixo.

- Aaaaaaaaaaaaaaah!

Draco não sabia em que momento foi, mas o irrigador – ele sabia o nome porque tinha perguntado á Granger no dia anterior – ligou os deixando encharcados.

Draco acabou ficando tonto e deixando Hermione cair e ela acabou o derrubando também. Conclusão: foram os dois com tudo parar na grama.

- Ai! – exclamou Draco quando Hermione caiu em cima dele.

- Bem feito!

- Tá precisando fazer um regime, hein, Granger!

Ela lhe deu um tapa.

- Cala a boca, Malfoy!

- “Cala a boca, Malfoy!” – ele imitou a voz dela revirando os olhos – A frase clássica!

Hermione riu um pouco mais – caramba, seu rosto estava doendo de tanto rir! – e então reparou que ainda estava em cima dele.

- Desculpe... – disse ela rolando para o lado.

Draco não disse nada. Estava bem gostando do contato do corpo dela no dele.

- Não acredito que vou ter que me trocar de novo. – ela murmurou encarando o céu azul de verão. – E a culpa é toda sua!

- Minha culpa? – ao contrário de Hermione, Draco estava olhando pra ela – Quem foi que me molhou pra começo de conversa, Granger? Hein?

- Tá, fui eu! – ela sorriu – Mas a sua cara de assustado foi hilária!

- Háháhá! – debochou – Foi hilário te deixar tonta também!

- Oh, achei que ia vomitar!

- Que bom que não vomitou! Já pensou, em cima de mim? Que nojo!

Ela revirou os olhos.

- Vamos! – ele se levantou e sacudiu o cabelo. Estava molhado e ele podia jurar que com grama.

Hermine achou aquele ato muito atraente.

- Nós vamos fazer compras e vocês garotas são todas iguais, demoram um ano em apenas uma loja!

Ele estendeu a mão para ajudá-la a levantar sem nem perceber e um pouco assustada, Hermione a pegou. Uma corrente elétrica passou entre eles quando os dois se tocaram.

- Ok, vamos logo! – ela se levantou e saiu andando na frente dele. Mas parou de chofre e se virou para Malfoy – Mas só pra constar, eu não sou como as outras garotas.

***

Draco não sabia o que Hermione quis dizer quando disse que não era como as outras garotas porque era óbvio agora que não era sobre as compras.

O bom era que ela já sabia exatamente em qual loja queria ir e não ficou batendo perna. O ruim era que ela ficou quase três horas experimentando roupas e roupas e mais roupas. Por fim, ela levou mais do que roupas para usar somente essa noite, ela comprou roupa para o ano inteiro.

Depois eles foram numa loja de roupas masculinas para comprar roupas de trouxa pra Draco. Ela achou que ele iria precisar de ajuda para escolher uma roupa que o fizesse parecer normal mas acabou achando errado. Draco era elegante, objetivo e sabia o que queria. E também não era como sr. Weasley ou Rony que escolhiam as roupas mais chamativas que via na frente. Ele escolhia cores neutras como branco, cinza ou preto. Preto principalmente.

Ele as experimentou rápido, apressou Hermione a pagar para não demorarem mais e jurou que daria o equivalente em galeões a ela quando chegasse em casa.

Mas eles não foram para casa, Hermione queria porque queria ir para a praça de alimentação comer hamburguer e refrigerante e Draco acabou tendo que ir junto. Ele estranhou um pouco a comida de princípio, mas acabou gostando. Claro que não admitiu isso em voz alta.

- Então, Granger... Sentindo falta de passar o verão com seus amiguinhos?

Harry e Rony, claro. Estava demorando. Mas dessa vez Hermione ficou ainda mais irritada por Malfoy tê-la lembrado deles, de Harry principalmente. Só ali percebeu que não tinha pensado nele desde que acordou até aquele momento.

- Por que você sempre fala neles? No Harry, principalmente?

- Porque, pelo que vejo, é a maneira mais fácil de te irritar. E eu adoro te irritar!

Ela bufou e focou no seu hamburguer.

- Não vai responder minha pergunta?

- Se quer saber mesmo, estou feliz em dar um tempo deles... Apesar de ter que passar minhas férias com você pra isso.

- Falando assim, nem soa como uma garota apaixonada... – disse irônico.

Hermione congelou.

- O que você tá falando?

- Que Hogwarts inteira acha que você é caidinha por ele...

- Pelo Harry? – perguntou apavorada – Claro que NÃO!

- Não estou falando do Potter, Granger. Do Weasley.

O queixo dela caiu e ela ficou pálida...

- Ah... O Rony? – ela riu com a idéia – Não...

Draco franziu o cenho por um segundo mas então a ficha caiu. A expressão dele era de quem tinha descoberto um país.

- Mas o Potter sim... – não foi uma pergunta.

- O que? Ficou surdo? Eu disse que não.

- E você é a pior mentirosa de todos os tempos.

- Tá sonhando... – ela começou a ficar vermelha. De vergonha e de nervoso - Harry é meu melhor amigo.

- Mas aposto que você queria que fosse mais! – ele riu – É claro! Você é caidinha por ele mas ele te vê só como a melhor amiga! Como eu não percebi isso antes? Você deixa as pessoas pensarem que você é apaixonada pelo Weasley para ninguém perceber o que você sente pelo Potter!

- Primeiro, eu não deixo ninguém pensar nada, ok? Segundo, eu não sou apaixonada pelo Harry, ele é como um irmão! E terceiro, - ela respirou fundo – você não tem nada a ver com isso!

- Tudo bem, Granger. Se não quiser admitir, não precisa. Mas também não precisa perder seu tempo negando...

Hermione ficou calada. Não podia acreditar naquilo. Depois de tanto tempo guardando aquele segredo para si, como Malfoy, justo o Malfoy, tinha descoberto assim tão fácil?

- É assim tão óbvio? – ela não resistiu a perguntar.

Draco riu.

- Relaxa, não é tão óbvio.

- Se você contar pra alguém, Malfoy...

- Eu não vou contar, Granger. – ele mirou bem os olhos castanhos dela - Eu sei guardar segredo.

E mais uma vez ele se pegou desejando que Hermione acreditasse naquilo e confiasse nele. Afinal de contas, porque seu subconsciente parecia querer aquilo tão desesperadamente?

Hermione respirou fundo e se recostou na cadeira que estava sentada.

- Chateada por eu ter descoberto seu segredo? – perguntou irônico.

- Pra falar a verdade, não. – ele arqueou uma sobrancelha – É estranho mas estou... sei lá, aliviada.

- Aliviada?

- É. Guardar um segredo por muito tempo é meio exaustivo.

- Você é estranha, Granger. – disse com sinceridade.

Eles ficaram por silêncio por um bom tempo.

- E você? Nunca se cansa de ficar com uma garota atrás da outra e nunca se comprometer com ninguém?

Ele soltou um risinho bem canalha.

- É a minha natureza, Granger...

- Ser galinha? – ela perguntou – Fala sério, você nunca gostou de ninguém? E a Parkinson?

- Pansy e eu... não saímos há quase dois anos. – ele informou apático.

- Por que? Pra mim, vocês parecem pertencer um ao outro. – disse irônica mas falando a verdade.

- Pansy queria uma coisa que eu não podia dar a ela.

- Fidelidade? – perguntou rindo.

- Não! Ela queria que eu – e aqui ele fez uma careta – me apaixonasse por ela.

- Como assim? Ela pediu pra você se apaixonar por ela? – Hermione achou graça da idéia.

- Claro que não, Granger! Não seja tão obtusa! – ele bufou – Ela me disse que estava apaixonada por mim e queria que eu dissesse o que eu sentia por ela.

- O que você disse? – não conseguia imaginar Malfoy falando de sentimentos.

- A verdade. Que eu gostava dela e que queria ficar com ela... mas ela queria mais.

- Se você queria mesmo ficar com ela, por que não mentiu simplesmente? Pelo que eu saiba, garotos fazem isso o tempo todo.

- Eu não podia... – ele respondeu baixo, começando a ficar encomodado com aquele assunto.

- Não se sinta mal, Malfoy. – ela disse séria – Se você não pôde amar a Parkinson, é porque ela não é a garota certa. Aposto que até um idiota como você vai se apaixonar um dia...

- E eu aposto que não. – ela o olhou como se não pudesse acreditar – É verdade, eu não posso amar ninguém.

- Não seja dramático. – ela riu – Ainda vai encontrar uma garota que vai te deixar de quatro.

Ele não disse mais nada.

***

A tarde passou bem rápido para Draco.

Quando eles chegaram do shopping, Hermione apresentou Draco á vetelisão e ele passou a tarde inteira assistindo áquela caixa interessante de trouxas enquanto a garota ficou trancada no quarto fazendo sabe-se lá o quê.

Quando a noite começou a cair e ele começou a pensar em ir pro quarto se arrumar, Granger apareceu na porta da sala segurando uma mão na outra. Ela se sentou ao seu lado e Draco a olhou.

- Que foi?

Tudo bem que ele achava a Granger estranha mas o comportamento da garota estava anormal até pra ela.

- Olha, eu sei que você não gosta de mim e nem eu gosto de você. Nós não somos amigos e eu não confio em você.

- Que bom que esclarecemos as coisas, Granger. – ele disse quando na verdade estava meio decepcionado, tinha começado a imaginar que eles bem que podiam até ser amigos.

- É. – ela balançou a cabeça – Mas eu preciso te pedir um favor. E preciso que você dê sua palavra de Malfoy, se ela significa qualquer coisa a você, que vai me fazer esse favor.

- Estou ouvindo.

- Olha, - ela respirou fundo como se fosse admitir algo realmente difícil - eu fico meio pirada quando bebo.

Ele franziu o cenho sem saber se ria ou se ficava sério.

- Pirada?

- É. Eu faço coisas totalmente doidas que eu nunca sonharia em fazer sóbria. E no dia seguinte eu não me lembro de nada... E então eu acordo e não sei nem onde eu estou... Eu preciso que você, sabe, não me deixe beber muito... e se por acaso, eu insistir e beber mesmo assim... cuide pra mim não fazer besteiras. Pelo menos não muitas besteiras.

- Quer que eu seja sua babá?

Ela foi pega de surpresa pela pergunta.

- Não! Eu... Ai, Malfoy, por favor! Ou então eu não vou nessa festa!

- Tudo bem! – Hermione começou a sorrir mas ele não permitiu – Mas tem uma condição.

- Ai, droga... Devia saber que nada com você era de graça... Tudo bem, Malfoy, o que você quer?

- Quero que me diga do que você e aquela sua amiga estavam falando ontem. Sobre sua máscara cair nas festas dela... – ele sorriu internamente sabendo que ela não tinha escolha a não ser contar –Quero toda a história.

Ela bufou. Malfoy já sabia segredos demais dela.

- Não tem muito o que contar... – disse com dificuldade olhando para qualquer coisa menos pra ele – Quer dizer, não é uma noite muito clara pra mim... Eu só me lembro de ir numa dessas festas malucas da Casey... Beber muito mais do que devia... E acordar no dia seguinte num lugar que eu nunca tinha visto na minha vida, deitada numa cama que eu nunca tinha visto na minha vida, nua com um cara que eu nunca tinha visto na minha vida.

Draco arregalou os olhos. Ele tinha imaginado tudo, menos aquilo

- É, - ela balançou a cabeça considerando o silêncio dele como choque – pra você ver como é barra pesada...

Draco olhou bem para Hermione.

Ele tinha percebido há um dias atrás que Hermione parecia ter uma luz em volta dela... Ela parecia estar sempre bem, sempre feliz apesar de estar no meio de uma guerra e ter tanto problemas. Mas quando ela falava de assuntos desconfortáveis – como pais ausentes, Potter idiota ou esse assunto de ser uma pirada bêbada – a luz parecia escurecer... Ele tinha acabado de perceber que não gostava disso nem um pouco.

- Eu sinto muito, Granger.

Ela riu amargamente.

- Não precisa fingir se importar, Malfoy... Tá tudo bem...

- Eu não estou fingindo. – ele queria dizer que se importava porque, sinceramente, uma parte dele se importava... mas não iria soar verdadeiro, há alguns dias eles eram piores inimigos.

- Tá! – ela revirou os olhos como se não acreditasse e aquele gesto irritou Draco – Olha, vamos deixar esse assunto de lado... Faz um ano e eu não gosto de falar sobre isso... Só me diga que vai, sabe, não me deixar aprontar.

- Tá tudo bem, Granger. Eu prometo. Dou minha palavra de Malfoy... E ela vale mais do que você pode imaginar.

***

Draco ficou meia hora na sala esperando Hermione se arrumar. Ela estava atrasada então ele foi até a porta do quarto dela e bateu.

- Que é?

- Granger, tá decente? Eu vou entrar.

E sem nem esperar respostas, ele entrou.

Hermione estava prontíssima, parada na frente do espelho de corpo inteiro que havia na parede do seu quarto. Draco andou até perto dela e observou seu reflexo no espelho.

Ela estava com um vestido tomara que caia preto que ia até um pouco acima do joelho, uma meia calça também preta e uma sandália de salto que a fazia quase ficar do tamanho de Malfoy. Seus cabelos estavam lisos e soltos batendo até no meio de suas costas e sua maquiagem era forte, mas não exagerada.

- O que está fazendo? – ele perguntou.

- Nada. Só olhando... – ela moveu seu olhar para Malfoy que também estava refletivo no espelho e deu um sorrisinho.

- Que foi? Estou parecendo um daqueles trouxas idiotas que tenho visto por aí?

Ela riu.

- Sim. Está parecendo um deles... Quer dizer, pra parecer idiota não precisa de muito esforço, né...

- Ai, - ele revirou os olhos – lá vem você querer tirar uma com a minha cara. Sinceramente, Granger, não acha que deveria me tratar com um pouco mais de respeito?

- Respeito? – ela se virou e o encarou – Por que?

- Porque eu estou na sua casa há quase uma semana e eu ainda não te dei motivos nenhum pra te irritar, porque eu tenho te tratado da melhor maneira possível e porque eu vou ser sua babá essa noite?

Hermione bufou.

- Claro, eu deveria ter esperado por isso! Até parece que você não iria jogar na minha cara, não é?

- Eu não estou jogando na sua cara, Granger! Só estou te pedindo: será que dá pra ficar numa boa?

Hermione cruzou os braços.

- Como assim?

- Que tal começar parando de me ofender?

- Eu não te ofendo!

- Ofende sim... Toda vez que tem uma oportunidade! E olha que eu tenho feito um sacrifício enorme tentando não te ofender desde que eu cheguei aqui!

- Desde quando ficou tão sensível? – Draco fechou a cara – E além do mais, suas ofensas são bem piores que as minhas!

- Mas ainda são ofensas...

Hermione revirou os olhos.

- Tudo bem, então... Você não me ofende e eu não ofendo você. Feliz?

- Muito.

- Tá... Então vamos logo... – ela se olhou no espelho de novo – Como eu estou?

- Bem... – ele se afastou – Bem atraente.

Quando Hermione se virou de novo para olhá-lo sem acreditar nas palavras do loiro, Malfoy não estava mais ali.

Ela arqueou uma sobrancelha e sem querer... Sorriu.

***

A festa seria na casa de Casey e a garota morava apenas há dois quarteirões da casa de Hermione então eles foram a pé mesmo.

De longe, eles já podiam ouvir o barulho da festa.

Caminhavam lado a lado em silêncio até Hermione perguntar:

- O que nós vamos fazer pra, você sabe... acabar com essa festa?

- As oportunidades vão surgir...

Hermione o encarou.

- Nossa, você não soou nem um pouco sombrio ou assustador.

Draco revirou os olhos.

- Ai, Granger... Quando você vai relaxar?

Ela riu.

- Quem é você pra me dizer pra relaxar? – ela não gostava de ser chamada de nervosa ou estressada. Ela não se achava nada disso apesar de Harry e Rony dizerem que sim. Então ela gostava menos ainda que Malfoy, que tinha começado a conversar com ela de verdade há poucos dias, dissesse que ela tinha que relaxar.

- Eu sou Draco Malfoy. – ele sorriu jogando o cabelo – O sonho de toda a garota de Hogwarts. E eu posso dizer o que eu quiser.

- Você não é meu sonho. – ela respondeu revirando os olhos.

- Claro, porque o Potter colocou um feitiço de fixação em você e agora você só tem olhos para ele!

- Está tentando dizer que você queria que eu me interessasse por você?! – perguntou divertida.

- Claro que não! – ele se apressou em dizer – Só é o que todas as garotas normais fazem... Mas você, como eu já disse, é estranha... Então estamos gastando saliva á toa!

Eles finalmente tinham chegado á casa de Charlie.

Hermione olhou, da calçada, aquele bando de adolescentes juntos, dançando, bebendo e etc... E se perguntou: o que ela tinha ido fazer ali?

- Vou dar o fora daqui. – disse com uma voz um pouco apavorada.

Draco a olhou surpreso.

- Pensei que o leão da grifinória significasse coragem...

- Significa. – ela disse estufando um pouco o peito.

- Então honre a sua casa e vá em frente.

- Honre a sua e acabe com essa festa!

Os dois atravessaram o jardim – Hermione guiando já que conhecia o lugar  – e assim que os dois entraram na casa, como se estivesse a vigiando, Casey apareceu do nada ao lado de Hermione e passou o braço pelo da garota.

- Hermione, que bom que veio! – ela sorria – Está linda! E trouxe o gato com você! Não sabe como estou feliz por isso!

Hermione forçou um sorrisso pra ela.

- Vem, quero que conheça umas pessoas! – ela a puxou e Hermione arregalou os olhos.

- Não! – ela se forçou a ficar parada e esticou a mão para Draco que a pegou inconscientemente – Eu quero ficar com o Malfoy! – na verdade, ela queria tudo menos ficar sozinha com Casey e seus amigos.

- Não, Mi... – Charlie a puxou mais forte – Eu disse que passaríamos um tempo juntas e vamos passar!

Ela arrastou Hermione para longe de Draco e a garota só teve tempo de lhe lançar um olhar de socorro pro loiro.

***

Hermione ficou conversando com uns amigos de Casey por um bom tempo...

O bom era que eles estavam todos sóbrios ainda, porque a festa mal tinha começado, e ainda eram inofensivos. Mas aquilo não ia durar muito tempo porque eles estavam bebendo feito porcos, o efeito da bebida não ia demorar a fazer efeito.

Ela não estava bebendo.

Negava educadamente toda vez que lhe ofereciam um copo de qualquer coisa alcóolica mas podia ver que Casey não estava nem um pouco contente com isso. Ela podia ver seu cérebro trabalhando, pensando em alguma coisa que a fizesse beber. Conhecendo a garota como conhecia, ela achava que não ia demorar até o instante em que ela tivesse alguma idéia. Nessas horas, Hermione gostaria de ser legiminente... poder ver o que Casey estava armando porque, sinceramente, ela não estava nem um pouco afim de cair em um dos truques da ex-amiga.

Se afastou um pouco do grupinho e procurou sua “babá” (como ele mesmo havia dito) entre aquele bando de gente dançando e bebendo. Cerrou os olhos com o que viu.

Malfoy estava no sofá da sala de Casey dando o maior amasso em uma garota que ela conhecia apenas de vista.

- Infeliz... – murmurou para si mesma – E eu ainda fui acreditar no papinho furado “A palavra de Malfoy vale mais do que você pode imaginar.”

- Ah, Mi... – Casey estava, sabe-se lá como, ao seu lado e olhava para o mesmo lugar que Hermione – Não fica triste... – ela passou o braço pelo ombro de Hermione – Você e eu sabemos que garotos são todos iguais...

- É. – Hermione assentiu – Tem razão. Eles são todos iguais.

***

Malfoy estava aos beijos com uma garota trouxa bonitinha que deu em cima dele assim que Hermione se afastou quando sentiu alguém esbarrar neles.

Os dois se afastaram.

- Foi mal! – era Casey – Sabe como é, isso é a bebida começando a fazer efeito. Pode continuar de onde pararam!

E então ela se afastou.

A garota que Draco não tinha nem se dado o trabalho de saber o nome sorriu e começou a beijar seu pescoço mas Draco não estava mais prestando atenção nela.

Casey tinha se afastado deles e ido até a mesa de bebidas e pegado um copo de uma bebida que ele sabia não ser alcóolica. Aí seu alarme de “alguma coisa está errada” já acendeu. Por que uma garota iria pegar uma bebida não-alcóolica quando estava praticamente bêbada numa festa em que todos já estavam praticamente bêbados?

E então ele viu.

Ela olhou para os dois lados para ver se ninguém estava olhando – aqui o sonserino disfarçou – e tirou um pequeno frasquinho de comprimidos do bolso. Ela jogou uns dois dentro do copo e enfiou o frasquinho no bolso de novo, pegou um canudinho e mexeu aquilo bem mexido – para o comprimido dissolver – Draco pensou.

E então ela rumou para onde Hermione estava.

Draco se levantou na mesma hora empurrando a garota e tentou ao máximo chegar em Hermione antes de Casey, o que foi meio difícil quando havia gente pra tudo quanto era lado atrapalhando a passagem.

***

Casey se aproximou de Hermione e lhe entregou um copo, ela viu que era refrigerante e franziu o cenho para a garota.

- Sei que não quer beber, - explicou Casey diante do olhar da garota que ela ainda considerava amiga – e eu respeito isso totalmente. Pode beber, é refrigerante.

Hermione sorriu.

- Valeu, Casey.

Ela levou o copo á boca e tomou um gole no mesmo instante em que Draco chegava e tirava o copo de sua mão violentamente.

Ela apenas o olhou por um segundo.

- Qual é o seu problema? – perguntou pausadamente.

- Meu problema? – ele devolveu a pergunta – Qual é o seu problema?

- Do que você tá falando, garoto?

- Como pode ser tão ingênua a ponto de aceitar qualquer coisa da mão dessa daí? – ele apontou com a cabeça pra Casey.

- Cuidado com como fala comigo, garoto! – falou Casey – O que está querendo insinuar?

- Não estou insinuando nada! Eu vi! – ele se virou para Hermione – Ela colocou um negócio nessa bebida!

- Como você pode ter visto alguma coisa? – perguntou Casey – Hermione, você viu! Ele estava no maior amasso naquela garota!

- Granger, por que eu mentiria pra você? Sabe que ela não é confiável!

Hermione respirou fundo e começou a entrar em pânico.

- Sua vadia! – ela se virou para Casey e a segurou pelo seu lindo e longo cabelo para o caso de ela decidir fugir – O que você colocou na minha bebida?

- Foi só... uns comprimidinhos... – disse com uma voz fininha.

- Que tipo de comprimidos? – perguntou Draco.

- Ecstasy!

Hermione arregalou os olhos e o pânico começou a tomar conta.

- Ai, meu Deus! – ela soltou o cabelo da garota aos poucos e olhou para todos na festa que agora os observavam – Ai, meu Deus!

Draco viu o pânico nos olhos de Hermione e o ouviu em sua voz. Começou a ficar nervoso também.

- O que foi, Granger? O que é isso?

Todos os olharam chocados – menos Hermione, ela estava completamente perdida no seu conflito interior – que tipo de adolescente era ele que não conhecia uma droga tão famosa? Ele desejou rapidamente ficar de boca fechada.

- Olha, eu não sou da Inglaterra, ok? – ele começou a improvisar – Eu vim passar o verão aqui mas moro num lugar muito longe aonde os jovens são superprotegidos e não sabem de absolutamente nada! Agora será que dá pra alguém me explicar o que tá acontecendo aqui?

Enquanto alguém começava a dizer a Draco o que era ecstasy, Hermione se afastou e foi ao banheiro. Se trancou dentro do cômodo.

Ela abaixou a tampa do vaso e se sentou ali tentando se lembrar de tudo que já tinha ouvido falar sobre a ecstasy.

“Trinta minutos para surtir efeito...”, era tudo que se lembrava. Sabia também que aquela droga causava uma sensação como se você sentisse atração física por todo mundo... E então ela se lembrou de quando acordou ao lado daquele cara que nunca tinha visto na vida... É claro, Casey tinha colocado ecstasy na sua bebida também...

E então ela não aguentou.

Caiu num choro compulsivo.

***

Quando Draco finalmente entendeu o que era a ecstasy e os efeitos que ela causava, ele começou a procurar Hermione desesperadamente. Tinha que encontrar a garota antes que ela começasse a fazer besteiras.

- Merlim! Onde essa garota se enfiou?

Ele andou de um lado para o outro, subiu e desceu escadas e não a encontrou. Eles deviam estar se desencontrando. Ele olhou no relógio, devia fazer quase uma hora que Hermione tomou a tal droga. Tinha esquecido de perguntar quanto tempo demorava para fazer efeito...

Granger tinha razão, essas festas eram bem barra pesada...

Foi então que ele ouviu, ao longe, um barulho de um monte de garotos gritando em coro “Tira! Tira! Tira!”. Ele respirou fundo e seguiu o barulho com um mal pressentimento.

Quando ele achou o lugar de onde a algazarra vinha, ele ainda precisou de um minuto para se recuperar do choque. Granger – a CDF certinha e casta de Hogwarts – estava em cima de uma mesa, dançando de uma forma bem sensual enquanto fazia um streap tease.

- Caramba! – ele murmurou.

Por um momento, pensou na possibilidade de apenas ficar lá e assistir o show. Granger estava descalça, seus sapatos perdidos no meio da confusão de garotos em volta da mesa e ela já tinha tirado uma meia calça, naquele momento estava tirando a outra... bem lentamente...

Como nunca tinha reparado o quão gostosa a Granger era?

Mas aí ele se lembrou da promessa que tinha feito á ela e se forçou a ir contra os seus impulsos.

Abriu espaço entre a multidão e segurou firme o braço de Hermione enquanto a forçava a descer da mesa entre os protestos dos garotos.

- Ah, calem a boca todos vocês!

Por sorte, Hermione parecia não se importar nenhum pouco em sair dali.

- Não fiquem chateados, garotos... – ela falou num tom muito diferente do normal – Daqui a pouco eu volto... Só vou dar um show especial pro Draco aqui...

Ele franziu o cenho reprimindo a vontade de rir e a puxou para fora da casa.

- Draco, pensei que íamos pro quarto!

- Não, Granger! – ele parou com ela no meio do jardim e a segurou pelos ombros – Você lembra do que eu te falei antes? Aquela garota colocou uma droga na sua bebida...

- É, acho que você se enganou sobre isso... Eu me sinto ótima! Perfeita! Estupenda! – ela passou os braços pelo seu pescoço e ficou na ponta dos pés pra falar no seu ouvido – Agora por que não vamos procurar um quarto?

- Háháhá! – ele revirou os olhos e a afastou – Essa é a prova indiscutível de que você não está nada bem!

- Ah, qual é! – ela se afastou com uma cara indignada – Eu vejo o jeito como você olha pra mim ás vezes... Como se pensasse como seria me beijar... Hoje mesmo você fez isso... Por quê está se fazendo de difícil agora, hein?

Ele abriu e fechou a boca várias vezes querendo negar, mas então se lembrou de que aquilo não adiantava de nada porque ela não estava em si.

- Olha, - ele respirou fundo – só... vamos pra casa, ok?

- NÃO! – ela gritou ao mesmo tempo em que ria – Eu não quero ir pra casa!

Para a surpresa de Draco, ela começou a pular e rodopiar enquanto se afastava como uma louca.

- Faz tempo que eu não me sinto assim! Tão viva!

Ele a seguiu de perto a deixando extravassar toda a sua superatividade.

Agradeceu por estar por perto quando, depois de algum tempo rodopiando, ela ficou tonta e cambaleou. Ele se adiantou e a segurou pela cintura a impedindo de cair.

- Opa! Quase caí! Que bom que você estava aqui pra me salvar! – ela passou os braços pelo pescoço dele de novo – Meu herói!

E deu um beijo na boca dele. Sem língua, apenas um toque de lábios... Que foi o suficiente pra fazer Draco querer muito mais.

Ela se afastou de repente e continuou pulando e se afastando. Draco tratou de ignorar seus impulsos e sua vontade de dar um beijo de verdade em Hermione e se focou em fazer com que seus pulos e rodopios dessem na casa dos Granger.

***

Quando passaram pela porta, uma ânsia de vômito tomou conta de Hermione e ela saiu correndo para o banheiro do seu quarto com a mão na boca.

Draco suspirou e pensou no que iria fazer com a Granger totalmente fora de si. Decidiu-se por fazer uma poção do sono e levar pra ela, ela dormiria o resto da madrugada e talvez o dia seguinte inteiro e quando acordasse o efeito da droga teria passado.

Foi até o quarto da garota com o frasco na mão. Entrou no cômodo meticulosamente arrumado olhando em volta procurando sinal de Hermione... A luz do quarto estava desligada, a pouca iluminação vinha do banheiro que tinha a luz acesa e a porta entreaperta.

- Granger? – ele chamou colocando a poção no criado mudo.

Foi até o banheiro e desejou que Granger não estivesse nua nem em nenhuma situação que fizesse Draco ficar constrangido. Draco odiava se sentir constragido. Era raro mas acontecia.

- Granger?

Ele levou um susto com o que viu.

- Droga, Granger!

Ela estava vestida (graças  Merlin), sentada no chão do box com o jato de água caindo com tudo na sua cabeça e escorrendo pelo seu corpo. Estava totalmente enxarcada, é claro.

Ele a puxou para fora do box só então percebendo que seu rosto não estava úmido somente por causa da água do chuveiro, ela também estava chorando.

- Será que eu não posso te deixar sozinha um minuto, Granger?

Ela continuou chorando e ele puxou uma toalha branca que estava pendurada ali perto e passou pelos ombros dela enquanto tentava com a mesma toalha secar seu rosto, braços e pernas. Ela tremia de frio.

- Vamos! Você precisa dormir...

Ele a guiou para fora do banheiro e a levou até a cama. Chegando lá, ela se aninhou entre os travesseiros e chorou mais ainda.

Mas por que ela estava chorando, afinal?

- Granger... – ele pegou a poção e esticou pra ela – Vamos lá, beba.

- O que é isso? – perguntou entre soluços.

- Vai te ajudar a dormir... Toma, vai.

Ela pegou a poção da mão dele hesitante e tomou tudo num só gole.

- Muito bem... – ele disse como se falasse com uma criança – Boa garota.

Ela lhe devolveu o frasco e se aconchegou mais ainda nos travesseiros.

- Por que está chorando, Granger? – perguntou depois de colocar a poção de volta no criado mudo e se sentar ao lado dela.

- Ah, Malfoy... Minha vida é uma droga... Meus pais não ligam pra mim, pra eles eu sou só uma aberração... Eu fui ingênua ao ponto de aceitar uma bebida de uma garota que deve me odiar... Estou enfiada até o pescoço na droga de uma guerra que ainda vai matar muita gente e que está longe de acabar e estou apaixonada pelo meu melhor amigo que só me vê como uma irmã... Tem como ficar pior?

- Uma coisa que eu aprendi é que nunca se deve perguntar se pode ficar pior... porque sempre pode.

Ela balançou a cabeça.

- Reconfortante.

Ele olhou bem para Hermione e não resistiu a afastar uma mexa de cabelo que caía sobre seus olhos castanhos... Ela nunca tinha estado tão linda na visão dele... Estava totalmente enxarcada, olhos e nariz vermelhos, e seu cabelo tinha começado a encachear de novo... Ficava bem mais bonito assim... Cacheado... Combinava com o rosto dela.

- Granger... Se você é tão apaixonada assim pelo Potter, por que você não se declara pra ele? – falou sem nem ao menos pensar no que estava dizendo – Quer dizer, ele não vai ser idiota ao ponto de dispensar você... Que garoto seria?

Ele não estava prestando atenção no que estava dizendo e não se importou com isso. Embora um pouco mais lúcida do que antes, a Granger ainda estava drogada... não iria lembrar e nem prestar atenção no que ele estava dizendo... Mas ele prestou. De repente ele se pegou pensando se ele, Draco Malfoy, dispensaria a Granger. E em um momento louco, ele se pegou fazendo pior: desejando que ela estivesse apaixonada por ele e não pelo Potter.

Por que o Potter tinha que ter tudo?

- Eu não posso fazer isso... Gina é minha melhor amiga e ela é apaixonada por ele... E Rony é melhor amigo do Harry e é apaixonado por mim... Não posso acabar com isso... Eu amo ele, só não desse jeito... Não quero que ele se machuque... Não quero machucar ninguém.

- Você se importa demais com as pessoas...

- Isso é uma coisa boa. – ela afirmou – Não é? – perguntou em dúvida depois de alguns segundos.

- Nem sempre.

- Vou parar de me importar com as pessoas... – ela fechou os olhos – Vou parar amanhã...

Draco se levantou da cama quando viu que ela tinha pego no sono, fez um feitiço para secar as roupas da garota e já ia saindo do quarto quando desistiu... E se ela acordasse no meio da noite ainda sobre o efeito da droga e decidisse fazer alguma besteira? Decidiu ficar por ali mesmo. Foi até o sofá cor-de-rosa que havia no quarto e se acomodou por ali mesmo.

Não demorou muito a pegar no sono.


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Notas finais do capítulo

N/A: Oi, gente! Como andam???

Tah aí o quarto capítulo postadíssimo pra vcx, espero que gostem e comentem! Comentem sempre! XD Adoro ler o que vocês estão achando da história, do Draco (sei qe vcx tem muito o que dizer sobre o loiro mais lindo, charmoso e gostoso da face da terra! :P), da Mione, de tudo... Fico muito feliz mesmo! O próximo capítulo não deve demorar, então até logo!

BjuX



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