O Preço de Amar Um Malfoy escrita por BlissG


Capítulo 19
You Came Along


Notas iniciais do capítulo

É tão mais fácil aturar a vida sabendo que tem você. Agora sem você, meu amigo, a coisa é feia. Realmente feia. (Caio Fernando Abreu)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/154735/chapter/19

Era sábado e a área do acampamento que era reservada para a refeição estava bem vazia considerando que o café já estava na mesa. Era dia de visita a Hogsmeade e todos deviam estar se arrumando.

Draco e Hermione estavam numa mesa um pouco afastada se beijando há um tempo. A garota estava sentada de lado no colo do loiro e o clima estava pegando fogo. Desde que eles tiveram a primeira vez, eles estavam assim. Não que eles não tivessem química antes, muito pelo contrário. Mas agora parecia que eles estavam mais juntos do que nunca. A intimidade tinha aumentado, tudo tinha aumentado e a relação deles nunca estivera tão boa.

- Por que vocês não vão arrumar um quarto? – disse uma voz conhecida.

Os dois pararam de se beijar para ver Lucas e Pansy se sentando na sua frente.

- Eu tenho um quarto. – falou Draco.

- Então use! – falou Lucas – Mas quando eu não estiver lá, ok?

- Depois que vocês transaram, - falou Pansy – vocês não conseguiram parar, né? Sabe que isso tem um nome? Viciados em sexo! Tem tratamento pra isso!

- Olha só quem fala... – riu Draco – Eu tenho medo de entrar no meu quarto quando vocês estão sozinhos lá.

- Eu também. – completou Hermione.

- Agora vocês podem provar um pouco do veneno de vocês.

- Pelo menos eu e a Pansy esperamos até ficarmos sozinhos, né amor? – Lucas abraçou a namorada.

- É. – Pansy o beijou – Ás vezes.

Os dois riram de uma piada interna. Hermione e Draco franziram o cenho.

- Então, o que vocês pretendem fazer em Hogsmeade hoje? – falou Pansy – Soube que abriu um pub ótimo. Podíamos almoçar lá.

- Por mim tudo bem. – disse Hermione.

 - Na verdade, - Draco a olhou – nós já temos planos.

- Nós temos? – perguntou a grifinória surpresa.

- Sim. – ele limpou a garganta – Nós vamos almoçar com a minha mãe.

- O quê? – a voz dela saiu meio esganiçada – Como assim?

- Eu prometi a ela que te levaria pra conhecê-la e estou cumprindo minha promessa.

- Ah! E você pensou em, sei lá, me avisar sobre  isso?

- Eu estou avisando agora.

Ela pestanejou, inconformada, e viu que Pansy e Lucas riam.

- O que é tão engraçado?

Lucas se intimidou um pouco pelo tom dela mas Pansy respondeu:

- A sua cara. Toda assustada porque vai conhecer a sogrinha.

- E eu não deveria estar? Eu sou nascida trouxa e ela odeia nascidos trouxas!

- Ela não odeia mais. – Draco assegurou – E mesmo assim, não tem nada com que se preocupar. Ela já gosta de você.

Hermione ficou confusa.

- Como assim?

- Ah... – ele ficou sem saber o que dizer. Não podia simplesmente dizer que sua mãe gostava dela porque ele estava completamente apaixonado por ela, porque foi por se envolver com ela que o feitiço tinha sido quebrado – Porque você me faz uma pessoa melhor. E ela sabe disso.

- De qualquer forma, já está na hora de me arrumar. – ela se levantou – Você vem, Pansy?

- Ah não. Eu e Luke só vamos pra Hogsmeade mais tarde.

- Mas você já pode começar a se arrumar. – ela lançou um olhar cheio de significado pra Pansy – Você vem?

Pansy entendeu a deixa e se levantou.

- Tudo bem, vamos.

As garotas saíram e Draco e Lucas ficaram sozinhos.

- Hermione parecia bem nervosa.

- É. – o loiro comeu uma torrada – Mas está tudo bem.

- E você parece estranhamente tranquilo. Não se preocupa em apresentar pra sua mãe a sua namorada nascida-trouxa mesmo?

- Minha mãe não liga mais pra isso.

- Mas preconceitos como esse são muito enraizados. – Lucas o estudou – Draco, o que você tá escondendo?

Draco suspirou.

- Ok, eu vou te contar. Mas você tem que jurar que não vai contar pra Hermione. Nem pra Pansy, porque senão ela conta pra Hermione.

- Ok. Fala logo o que aconteceu.

- Nada. Quer dizer, depois que eu voltei da ilha, Dumbledore me chamou no escritório dele.

- O que o coroa queria?

- Dizer que o feitiço tinha sido quebrado.

Lucas arregalou os olhos.

- Sério?

O loiro assentiu.

- Sim.

- Mas... por que você não me contou antes? – ele pareceu perceber algo – Peraí, por que você não contou pra Hermione??? Você é louco?! Ela deveria ser a primeira a saber!

- Eu sei! É só que... eu não sei qual vai ser a reação dela, entendeu? E se eu disser que a amo, e ela não acreditar porque da outra vez eu não fui sincero? Eu conheço Hermione. Ela pode dar um piti e terminar o namoro! E eu nem sei se... – ele se interrompeu.

- Não sabe o quê?

- É que... Não sei se vai entender, cara...

- Desembucha, Malfoy!

- Ok. Quando eu lembro do que eu sentia por Hermione antes da ilha, e penso no que eu sinto agora... É a mesma coisa. Eu não entendo...

- Você acha que não ama Hermione?

- Não, é claro que eu amo Hermione. – ele respirou fundo – Mas eu acho que eu já amava antes. Eu acho que não foi o encantamento da ilha que quebrou o feitiço... Foi Hermione.

Lucas não disse mais nada.

***

As duas garotas foram para a barraca e cinco minutos depois, as roupas de Hermione estavam todas jogadas em cima da cama.

- Eu não tenho o que vestir!!!

Ela se voltou para o armário de Pansy e começou a revirá-lo também.

- Hermione, relaxa. Narcisa não é nenhuma megera ou coisa do tipo... Ela até que é bem legal, se quer saber...

- Eu sei... – Hermione suspirou e se sentou na ponta da cama com um casaco na mão – É só que... eu queria que ela gostasse de mim. Só isso.

Pansy sorriu.

- Ela vai gostar de você, sua boba.

- Como você pode ter certeza?

- Porque – Pansy se sentou ao seu lado – ela vai ver que Draco é doido por você. E conhecendo o filho dela, Narcisa sabe que qualquer garota que mexe com Draco Malfoy assim deve ter alguma coisa especial.

Hermione sorriu agradecida para a amiga.

- Obrigada, Pansy.

- Nada. – a sonserina deu de ombros – Tudo que você tem que fazer é ir lá e ser você mesma. E isso inclui – a garota tirou seu casaco das mãos de Hermione – usar suas próprias roupas.

Hermione revirou os olhos e mostrou a língua para a amiga.

***

Estava nevando muito em Hogsmeade naquele dia. Os pés de Hermione afundavam na neve enquanto ela andava com Draco ao seu lado, indo em direção ao pub em que eles tinham marcado com Narcisa Malfoy. Todo o corpo dela tremia. Ela estava com botas sem salto, calças jeans, seu casaco e ainda tinha acrescentado o casaco de Draco na carruagem, quando ele viu que ela batia os dentes.

Hermione agradeceu mentalmente quando eles entraram no pub quentinho.

- Minha mãe já chegou. – ele falou olhando para um ponto distante.

- Sério? – ela falou desanimada. Pretendia tomar uma cerveja amanteigada – ou quem sabe um whisky de fogo escondido – antes de ter que encarar sua sogrinha.

Draco reparou o tom dela e lhe deu um selinho.

- Relaxa, linda. Ela vai te adorar.

Os dois seguiram de mãos dadas até a mesa da mulher.

Hermione já tinha visto Narcisa outras vezes mas nunca tinha exatamente reparado nela. A mulher tinha uma beleza admirável, principalmente para sua idade. Suas roupas de grife e maquiagem ajudavam um pouco, claro, mas dava pra ver que ela era bonita apesar daquilo. Sua beleza era meio aristocrática e ela parecia uma rainha saída daqueles filmes que contavam alguma história sobre a nobreza antiga ou alguma coisa do tipo.

- Draco!

O loiro se aproximou da mãe e a abraçou ternamente, o que fez Hermione sorrir.

- Como está, mãe?

- Bem, querido. E você?

- Eu estou bem. - ele se afastou e se virou para a namorada – Melhor que bem, na verdade... Mãe, essa é Hermione.

A mulher a olhou sorrindo e se aproximou para abraçá-la, surpreendendo Hermione.

- Muito prazer, Hermione. – ela disse depois do abraço - Ouvi muito sobre você.

- Isso é bom. – disse a garota – Prazer em conhecer a senhora também.

- Ah, por favor. Me chame de você.

- Ah... Tudo bem.

Os três se sentaram e conversaram calmamente sobre banalidades. Alguns minutos depois, quando Hermione tirou a sua luva e Draco foi pegar na mão, ele sentiu como ela estava gelada.

- Você tá congelando. – ele falou – Vou pegar uma cerveja amanteigada pra você, tudo bem?

Hermione não estava totalmente segura sobre ficar sozinha com Narcisa mas concordou.

- Ok.

Ele se afastou e um silêncio constrangedor reinou por alguns segundos.

- Confesso que estava ansiosa pra te conhecer, Hermione.

A garota a encarou com a surpresa estampada no seu rosto.

- Mesmo? Por quê?

- Queria conhecer a garota que tinha feito Draco lutar tanto pra tê-la.

Na verdade, o interesse de Narcisa em Hermione estava no fato de que ela tinha feito seu filho se apaixonar pela primeira vez. Conhecendo Draco do jeito que conhecia e sabendo como era difícil seu filho gostar realmente de alguém, esperava do fundo do seu coração que desse certo. Tinha visto o jeito que Draco olhava para a grifinória e viu o amor dele estampado nos seus olhos e, como mãe, aquela tinha sido uma das coisas mais lindas que tinha presenciado. Se eles se separassem algum dia, podia pressentir o quanto Draco sofreria e quanto demoraria para superar e se apaixonar novamente por outra pessoa.

- Bom, a gente demorou bastante para se entender...

- Imagino que você tenha demorado muito pra entendê-lo. Ele pode ser muito difícil ás vezes.

- Ás vezes? – Hermione riu – Quase sempre!

Assim que disse isso, se arrependeu. Não deveria falar do temperamento de Draco com a mulher que o tinha criado. Ficou mais tranquila quando olhou para Narcisa e viu que ela ria.

- É, eu acho que a família Malfoy deve ter alguns genes que realmente perpetuam pelas gerações. Lúcio também era assim. – ao dizer isso, o semblante dela ficou triste.

Hermione se incomodou a comparação a Lúcio Malfoy.

- Mas Draco não é como o pai.

Narcisa olhou para ela e sorriu.

- Não, não é. Eu fico feliz em saber que Draco está se tornando um homem melhor do que Lúcio jamais será. Bem melhor. – Hermione assentiu, concordando – Eu demorei a perceber isso, Hermione. Draco acabou sendo criado pra ser um comensal, pra ser como Lúcio. Demorei anos para perceber o que você viu em meses. Demorei anos pra ser uma boa mãe pra ele e pra tomar coragem pra confrontar Lúcio e defender Draco dele. Eu tenho um filho lindo, inteligente, brilhante e eu quase o estraguei por causa da minha fraqueza.

- Não acho que você seja fraca. – disse a garota com sinceridade – Pode ter demorado, mas em um momento você conseguiu se libertar, não foi? Se fosse fraca ainda estaria lá. E Draco, apesar de tudo, se saiu muito bem.

Narcisa a olhou com admiração.

- Fico feliz que ele tenha conseguido te conquistar. Sei que você faz muito bem pra ele. Você é a garota certa pra ele.

Ela sorriu um pouco envergonhada.

- Ele não precisou se esforçar tanto quanto você pensa, Narcisa. Eu meio que já estava conquistada. – Hermione pensou em ficar por aí mas sentia que devia completar, apesar de ser estranho falar dos seus sentimentos com a mãe do seu namorado - E ele me faz muito bem também. Desde aquela ilha as coisas mudaram e... Draco é a única coisa que me ajuda a permanecer sã e manter meus pés no chão.

- Que bom que vocês tem um ao outro, então.

Draco voltou com três cervejas amanteigadas e olhou para as duas.

- Então, do que vocês estavam conversando?

- Nada, querido. – falou Narcisa trocando um olhar com Hermione – Só coisas de mulheres...

***

Draco e Hermione voltavam do castelo. Estavam agarradinhos pra ver se conseguiam esquentar o frio. O braço dele estava em volta do pescoço dela e ela o abraçava pela cintura. Não estava percebendo, mas algumas meninas do terceiro ano que passavam ali por perto, cochichavam sobre como eles faziam um casal fofo. Qualquer pessoa que os visse naquele momento diria a mesma coisa. Eles pareciam combinar muito.

- Você e minha mãe pareceram se dar muito bem...

- É... - Hermione sorriu - Ela é legal.

- Eu não disse que ela ia gostar de você? Quem não gosta?

- Oh, você é tão fofo! - ela parou pra observá-lo - E esse casaco faz você parece um ursinho de pelúcia!!!

Ele franziu o cenho diante da péssima comparação e ela riu da cara dele. Puxou o rosto dele de encontro ao seu pelas bordas do capuz e o beijou. Draco adorava quando ela tomava a iniciativa de beijá-lo. Costumava ser raro, mas ultimamente tinha acontecido com mais frequência.

O momento deles só não se prolongou mais porque alguma coisa os atrapalhou. Uma coisa gelada que bateu com força nas costas de Draco o fez se assustar. O casal olhou para o lugar da onde veio aquela bola de neve e viu que Pansy e Lucas se aproximavam de mãos dadas.

- Quantas vezes nós vamos ter que falar pra vocês arrumarem um quarto? - falou o sonserino.

Draco revirou os olhos.

- Seu idiota!

Ele se abaixou e pegou o máximo de neve que pôde, fazendo uma bola nas mãos. Jogou com força e ele mesmo se surpreendeu ao ver a bola indo de encontro a Lucas. O loiro riu muito da cara de Lucas, completamente branca da neve, enquanto Hermione levava a mão a boca de surpresa e Pansy tentava segurar o riso enquanto limpava o rosto do namorado.

- Agora você me paga, Malfoy!

O loiro saiu correndo quando viu o amigo vir em sua direção e os dois garotos se afastaram correndo como crianças.

Pansy se aproximou de Hermione, rindo.

- Então você sobreviveu ao almoço.

- É. Sã e salva.

Hermione sentiu alguma coisa atingir sua cabeça e bater no seu capuz. Olhou para trás e viu Lucas rindo.

- Foi mal, Hermione. Draco se abaixou na hora.

Seu namorado sorriu culpado e ela mesma fez uma bola de neve, que atingiu Lucas no peito.

- Ei, não acerta meu bebê, Granger!

Hermione se virou para Pansy para responder mas a garota a surpreendeu com outra bola de neve.

Logo, estavam os quatro naquela brincadeira boba, infantil e muito divertida.

Naquela guerra, não perceberam que se afastavam do povoado e que começavam a subir uma espécie de morro. Quando viram o quão longe estavam, eles arrumaram um jeito criativo de descer. Os meninos acharam tábuas de madeira e eles se sentaram nelas, cada casal em uma, descendo a ladeira em alta velocidade. Mas a brincadeira acabou sendo tão divertida que eles voltaram a subir para poder descer de novo. Perderam as contas de quantas vezes fizeram aquilo. Deram de cara na neve várias vezes mas não se importaram. Fazia tempo que não se divertiam daquele jeito e eles fizeram o que podiam fazer: somente aproveitaram o momento.

***

A segunda feira chegou gelada e chuvosa para os alunos de Hogwarts. A chuva que caíra durante a noite tinha levado toda a neve, mas como agora tinha parado de chover, e o dia era congelante, não tinha demorado para os alunos realmente começarem a patinar, literalmente, pelo acampamento.

Hermione não era nenhuma expert em andar em cima do gelo então, ela estava andando mais divagar que uma lesma correndo e, por causa disso, quando chegou ao “refeitório” do acampamento, todos já estavam lá.

- Onde você estava? – perguntou Draco quando ela se aproximou vagarosamente.

- Tomando cuidado pra não quebrar a perna ou alguma coisa do tipo. – ela revirou os olhos enquanto se sentava na cadeira, se apoiando no ombro dele – Esse deve ser o inverno mais frio de todos em anos!

- Por isso que eu ainda acho que nós devíamos trocar de quartos. – falou Lucas dando um beijo no rosto de Pansy – Draco ia dormir no quarto de vocês enquanto Pansy vinha para o nosso. As noites iam ser muito mais quentes, eu aposto.

Draco riu mas Hermione ficou séria.

- Se nos pegarmos, vamos estar mortos.

Lucas bufou.

- Você se preocupa demais, Granger.

Pansy chamou a atenção da amiga.

- Você perdeu a entrada do mais novo casal de Hogwarts, Hermione. Eles pareciam a realeza, todos estavam olhando para eles.

- Quem? – perguntou a grifinória curiosa.

- Um certo amigo seu, que, aliás, parece ter te superado bem rápido e uma loirinha que parece sonsa mas de sonsa não tem nada.

Hermione sorriu e começou a procurar Rony e Luna pelo lugar. Encontrou-os sentados em uma mesa afastada. Os dois se abraçavam e riam, enquanto Luna parecia tentar fazer Rony comer mingau de aveia. Ela ficava levantando a colher na direção dele enquanto ele fazia uma careta.

- Ownnn... – falou Hermione levando a mão direita a boca – Eles não são lindos?

Draco passou os dois braços a envolvendo num abraço apertado.

- Não mais que a gente.

Hermione sorriu pra ele e o beijou enquanto Pansy e Lucas reviravam os olhos.

- Me desculpe decepcionar vocês, - Lucas passou o braço em volta do ombro de Pansy - mas todos nós sabemos que eu e minha gata que fazemos o casal mais lindo dessa escola.

- Diga qualquer coisa se quer se convencer. – respondeu Draco rindo.

Lucas ia replicar, mas ouviram um barulho e todos olharam para cima, vendo centenas de corujas se aproximarem.

- O correio!

Uma coruja marrom chamou a atenção de Hermione. Ela achava que conhecia aquela coruja de algum lugar. Observou enquanto ela dava a volta pelo lugar, aparentando dar a mesma carta para várias pessoas. Primeiro foi onde Gina estava com Pansy e Lilá e deixou um envelope vermelho para a ruiva, em seguida se aproximou de onde Harry e Neville estavam e fez o mesmo. Em seguida foi Luna e Rony e por fim, soltou quatro cartas daquelas em cima de Hermione, Draco, Pansy e Lucas.

Os nove adolescentes abriram as suas cartas com idênticas caras de confusão. Não demorou muito para entenderem.

Olá, meu amigo (a)!

Você está convidado para passar o Natal conosco, na Ordem da Fênix, no Largo Grimmauld nº 13. Todos os membros da Ordem da Fênix foram convidados para essa celebração em conjunto, que irá nos servir como um momento de confraternização, já que é tão árdua a missão de reunir todos os membros em apenas um lugar, e para assegurar nossa proteção durante as festas, já que não queremos que Você-Sabe-Quem nos pegue desprevenidos enquanto comemoramos com a nossa família. Esperamos encontrar todos lá, no dia 23 de dezembro.

Tenha um ótimo dia,

Remos Lupin

Hermione acabou de ler a carta, chocada. Esteve planejando passar o Natal em Hogwarts com Draco, assim aproveitariam que o acampamento estaria quase vazio. Agora seria obrigada a ir passar as festas sob o mesmo teto que Rony, Harry e Gina, com quem estava tendo uma relação tumultuada nas últimas semanas. Como se não bastasse, seu namorado e amigos sonserinos também estariam lá. Realmente ótimo.

Todos eles se entreolharam, num acordo mútuo de que colocá-los sob o mesmo teto naquele momento com certeza não seria uma boa idéia. Draco foi o único que fez algum comentário.

- Isso não é maravilhoso? Passar o Natal com todos os amigos queridos que nós levamos tanto tempo sem ver? – falou ele enquanto exibia um sorriso irônico - Estive esperando por isso o ano inteiro.

***

- Não precisa ficar tão nervosa. – falou Draco enquanto entrava na sala/barraca da monitoria seguido por Hermione – Ninguém vai se matar lá ou coisa parecida.

- Sei... – ela revirou os olhos – Você nem aproveitaria a chance de estar sob o mesmo teto que Harry pra implicar com ele, não é?

Ele se sentou atrás de sua mesa, rindo.

- Seria ótimo! – ela lhe lançou um olhar raivoso e ele completou – Mas eu não vou fazer nada. Por você. Vai dizer que não percebeu que eu nem tenho mais mexido com o Potter? Eu passo por ele e o ignoro, como se fosse um simples desconhecido.

Hermione suspirou e se sentou na mesa, próximo a ele.

- Eu sei. – falou triste – Só acho que vai ser estranho. Nenhum de nós está se falando muito bem. E eu tenho um quarto com a Gina lá, onde estão nossas coisas... Onde a gente costumava ficar acordada até tarde falando bobagens, fazendo as unhas ou até – ela deu uma pequena risada - fazendo trança no cabelo... E agora... nosso quarto ainda está lá mas nós não somos mais amigas. Eu acho tudo isso muito estranho, sabe? – ela falou com os olhos marejados – Como as coisas mudaram de uma hora pra outra...

Draco segurou as mãos delas nas suas.

- Sente muita falta da Weasley, não é?

- Sim. Sei que não gosta disso, mas sinto falta do Harry e do Rony também. Mas com a Gina é diferente. Sei que quando a poeira abaixar e quando for realmente a hora, vou poder contar com Harry e Rony se precisar. Mas Gina... – ela suspirou – Tem mais de três meses e ela nem olha na minha cara. Eu costumava pensar que quando passasse um tempo, a gente ia poder voltar a ser amigas. Eu sei que ela não se importa que eu esteja com você. Mas não foi isso que aconteceu. Eu olho pra ela e ela... parece me odiar. É horrível. Tenho a impressão que ela nunca vai me perdoar.

- Hermione... – ele se levantou e ficou em pé, de frente pra ela – Claro que a Weasley vai te perdoar um dia. E é claro que ela não te odeia. Se ela ainda está com raiva é porque ela gosta de você. Ficar chateado é um sentimento pra quem se importa.

Hermione ficou em silêncio, tentando, com todas as suas forças, acreditar naquelas palavras.

- Não se preocupe, ok? – ele segurou o queixo dela delicadamente – Vai ficar tudo bem.

Ela sorriu, gostando do carinho com que ele a tratava.

- E, além do mais, - ele completou – pensa pelo lado positivo.

- Que lado positivo? – perguntou com o cenho franzido.

- Essa distância entre você e os seus amigos é boa. Quando nós morarmos em Amsterdã, num barco, como planejamos, não vai poder vê-los com tanta frequência.

- Lá vem você...

- É sério, Hermione! Porque não acredita em mim?!

- Porque você é louco!

 Ele fez uma cara de reprovação diante da descrença dela.

- Quer que eu chame Luna Lovegood aqui pra olhar para um futuro não muito distante e dizer aonde nós dois estaremos? Eu já sei...

Ela o encarou sorrindo.

- Você é inacreditável. – foi tudo que ela disse.

Draco se curvou e a beijou, tentando passar um pouco de segurança pra ela. Ele sabia o quanto ela estava lutando para lidar com tudo que vinha acontecendo na sua vida ultimamente. Tinha percebido uma melhora nela depois que tinham começado a namorar, mas mesmo que ela geralmente não comentasse sobre o assunto, sabia que o afastamento dos seus amigos a entristecia muito. Ainda mais por ser um momento em que ela precisava do máximo apoio possível. Os poderes dela não tinham dado grandes sinais ultimamente, mas estavam ali. Prontos para explodir a qualquer momento. Dumbledore tinha dito que o seu professor, que a ajudaria a controlá-los, estaria chegando a qualquer momento. Draco esperava que ele não se demorasse muito. Tentava estar presente para Hermione e apoiá-la mas ás vezes não parecia suficiente. Era injusto que ela tivesse recebido o feitiço que era pra ele, e tivesse tanta dificuldade com eles, enquanto os deles não o incomodavam significativamente e pareciam ter sidos dados na medida certa. Ás vezes tudo que Draco queria era trocar de lugar com ela.

- Oh, me desculpe...

Os dois se separaram para encarar Taylor Rose parada na porta, parecendo realmente incomodada em ter presenciado o beijo do casal.

- Tudo bem, Taylor. – falou Draco sorrindo amigavelmente – A gente só estava conversando.

Hermione observou o olhar que Taylor lançou para Draco e teve uma pequena surpresa. Quer dizer, já desconfiava que a sonserina tivesse uma ligeira queda pelo seu namorado. Afinal, que garota de Hogwarts não tinha? Mesmo as que diziam não gostar do jeito arrogante e prepotente dele não eram imunes ao charme do garoto. Ele era lindo, tinha um corpo que, mesmo já acostumada em vê-lo sem roupa, ainda a deixava tonta só de olhar e aquele ar de superioridade dele só o fazia parecer mais sexy e sedutor. É claro, ela tinha um ciúme maior da Taylor porque eles já tinham ido em um encontro mas nunca imaginou que os sentimentos dela poderiam passar de uma simples atração. Mas parecia que tinha se enganado. Olhando para o olhar perdido que Taylor lançava para Draco, só levou um segundo para Hermione perceber. A sonserina estava completamente apaixonada pelo seu namorado.

***

Naquele mesmo dia, á tarde, Hermione recebeu um recado de Dumbledore pedindo que ela fosse até seu escritório o mais rápido possível. Tudo que ela podia imaginar era que seu professor tinha chegado. Rumou para a sala do diretor com a curiosidade a flor da pele. Esperava que ele fosse uma pessoa boa de se conviver, afinal, estaria lidando muito com ele dali pra frente, pelo que tinha entendido. Talvez ele fosse um daqueles velhinhos sábios que ela costumava ver em filmes estilo karatê kid quando era criança.

Chegou ao escritório de Dumbledore e bateu na porta, ansiosa.

- Pode entrar, senhorita Granger.

Ela entrou imediatamente e olhou em volta á procura de seu instrutor. Viu que a cadeira de Dumbledore estava virada para ela, mas o seu novo professor estava de costas.

- Senhorita, - falou Dumbledore – quero que conheça John Stevie. Ele estará te ajudando no treinamento daqui pra frente.

A cadeira se virou e Hermione pôde vê-lo. Teve que lutar muito para não demonstrar toda sua surpresa e... admiração.

Ele a olhou de cima a baixo e Hermione não conseguiu ver algum tipo de expressão no seu rosto. O que ele tinha achado dela, se tinha achado alguma coisa, não foi demonstrado.

- Prazer. – ele se levantou e apertou a mão da garota.

- Igualmente. – ela respondeu, notando o aperto forte da mão dele.

John era lindo. Não. Lindo era pouco. Ele era um gato. Devia estar lá pelos seus 25 anos, era muito musculoso e parecia ter tatuagens espalhadas pelo corpo inteiro. Seu rosto era duro e a barba estava por fazer. E ele parecia o tipo de cara que já tinha se envolvido em muitos problemas.

Dumbledore falou para os dois se sentarem, porque ainda tinham coisas a acertar sobre o treinamento. Hermione obedeceu e tentou prestar atenção no que o diretor estava falando e não na aparência de seu treinador.

***

Quando tudo já estava acertado, Dumbledore pediu que Hermione acompanhasse John até a área do acampamento em que os professores estavam instalados, que lá já haveria uma barraca para ele. Os dois conversaram um pouco no caminho:

- Então, - ela começou – onde você aprendeu o que sabe sobre esse tipo de feitiço que Voldemort lançou em mim?

- Não tem medo de dizer o nome dele? – perguntou um pouco surpreso. Era a primeira vez que Hermione via algum tipo de expressão no rosto dele, apesar de já estar na sua presença há mais de uma hora.

- Não. Essa coisa toda de ter medo de dizer o nome é só uma lenda que as pessoas inventaram e que acabou dando muito mais crédito para Voldemort.

Ele riu de lado e ficou em silêncio por um instante. Hermione se perguntou se ele iria ou não responder sua pergunta.

- Eu preparei o feitiço para mim mesmo. – ele falou e agora Hermione que estava surpresa.

- Mas eu pensei que esse feitiço só pudesse ser preparado por...

- Bruxos realmente capacitados? – ele arqueou uma sobrancelha – Não me subestime, garota.

Ela ficou um pouco envergonhada. Mas John realmente não parecia um bruxo muito poderoso. Pra ser sincera, ele mais parecia um lutador de rua do que qualquer outra coisa.

- Desculpe. Por que você quis preparar o feitiço?

- Porque tinham matado minha família inteira na primeira guerra. – ele respondeu de um modo sombrio – E eu queria me vingar.

- E conseguiu? – perguntou curiosa.

- Ainda não. Aquele bruxo de merda do Malfoy continua vivo.

Hermione o encarou chocada.

- Malfoy? – perguntou, como se já não fosse óbvio – Lúcio Malfoy?

- Esse desgraçado mesmo. – ele pareceu com raiva só de ouvir o nome dele – Você o conhece?

- Claro. – ela disse – Eu sou amiga de Harry Potter. Conheço a maioria dos comensais.

- Tinha esquecido disso. Ouvi falar que o filho dele estuda aqui. Aposto que é farinha do mesmo saco do pai.

- Draco não tem culpa do pai que tem. – ela defendeu automaticamente, se sentindo incomodada com o jeito que ele falara.

John a olhou.

- Você é amiga dele? Não sabia que Harry Potter e Draco Malfoy se davam bem. Pensei sempre ter ouvido o contrário.

Hermione se arrependeu no mesmo instante de ter defendido Draco. Talvez não fosse bom John descobrir daquele jeito que ela era namorada dele.

- Não se dão. É uma longa história. – ela suspirou – Então, de onde você é?

- Itália. – ele respondeu olhando desconfiado para ela.

- Hermione! – ela se virou quando ouviu Pansy lhe chamar – Procurei em todo lugar por você! A gente já estava preocupado com...

Mas ela parou de chofre assim que seus olhos bateram em John.

- Pansy, - ela falou achando a reação da amiga engraçada – esse é John. Meu instrutor.

- Oi. – falou a sonserina – Bem vindo.

Ele apenas a cumprimentou com um balanço de cabeça.

- Granger, acho que você pode ir com sua amiga. Eu vou achar meu caminho a partir daqui.

- Tá legal. – falou Hermione.

As duas o observaram se afastar. Quando ele estava longe o bastante, Pansy falou:

- Hermione, - ela olhou para a amiga – ele não é como eu imaginei...

- Eu sei. – respondeu a grifinória ainda encarando as largas costas de John.

- Ele é... – ela fez uma pausa, Hermione imaginou que ela também estivesse procurando por uma única palavra que o descrevesse - muito gostoso.

- Eu sei. – repetiu.

- Se prepara, minha amiga... – Pansy riu maliciosa - Draco vai dar um troço.

Hermione finalmente olhou a amiga e suspirou.

- Eu sei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Bom, vou dar uma dica pra vcx... John ainda vai dar muuuuuito o que falar. Eu não ia dar esse nome ao personagem, mas aí eu ouvi a música da Taylor Swift, Dear John e achei que tinha tudo a ver com algumas coisas que vão acontecer daqui pra frente, então eu mudei. Quem conhece, pode prestar atenção na letra e começar a pensar sobre o que eu estou falando... E quem não conhece, baixe. Essa música é uma das mais lindas que eu conheço. E eu conheço muitas músicas. Muitas mesmo. Dear John sempre me ajuda a escrever essa fic quando eu me sinto desanimada. Na verdade, são muitas músicas que me ajudam a escrever essa fic, ela deveria ter trilha sonora. Mas enfim... Ouçam a música, ela diz muito sobre a fic. Só não levem a história da música MUITO ao pé da letra. Tem a ver com a fic, mas não explicitamente. Eu digo isso mais pelo contexto. E não deixem de comentar. Sobre a fic e sobre a música. :P Taí o link da tradução: http://www.vagalume.com.br/taylor-swift/dear-john-traducao.html
Outra coisita: Eu queria me desculpar se essa história toda de acampamento está um pouco confusa. Uma leitora comentou sobre isso e eu acho que talvez eu possa escrever, por costume, coisas como torre da grifinória ou masmorras e etc... é o costume, gente... Pra deixar bem claro, o pessoal ainda não voltou pro castelo. Podem ficar tranquilos que quando eles voltarem, isso vai ficar beeem claro. ;-)
Outra coisita [2]: Apesar de eu ter desconsiderado a maioria dos acontecimentos do Enigma do Príncipe, - como a morte de Dumbledore, a história do Draco tentar assassiná-lo, etc. - queria falar que a parte das horcrux não foi desconsiderada. Harry ainda tem que encontra-las para destruir Voldemort. Eu só não estou comentando sobre isso na fic porque, apesar de a Hermione e do Draco estarem envolvidos na guerra, eles estão envolvidos muito mais do que por serem membros da Ordem da Fênix. A intenção do Voldemort em colocar o feitiço no Draco era usá-lo como arma. Agora que a Hermione parece ter absorvido todo esse poder, é ela que ele quer usar. Então a história das horcrux ainda existe, mas não há um aprofundamento sobre isso na fic porque os personagens principais são Draco e Hermione e a prioridade deles no momento é lidar com esses poderes. Enfim, só queria deixar isso claro.
Comentem, pessoal! Preciso saber se vocês aqui no nyah estão acompanhando, pra eu continuar postando! E, claro, preciso muito saber o que estão achando! =)
Beijoos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Preço de Amar Um Malfoy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.