The Woman That I Loved escrita por ari_maknae


Capítulo 2
Capítulo 2




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Cinco dias. Fazia cinco dias que eu estava freqüentando aquela casa e a sra. Brown não havia tentado um movimento sequer. Bem, isso facilitava meu jogo, não? Então por que não estava feliz? Ela mexia seriamente com meus pensamentos. Alex começara a notar certas diferenças. Eu parecia mais distraído e com menos fogo com ela. Meu fogo estava em outra mulher, no momento, mas eu não poderia dizer isso à minha namorada. No dia em que oficializei o namoro, foi o dia em que aquela dama entrou em minha vida. Realmente, o destino tem caminhos estranhos a traçar para as pessoas. Eu poderia ter escolhido o caminho fácil: terminar com Alex e me afastar dali, antes que eu acabasse cedendo aos meus desejos e traindo minha namorada com a madrasta dela. Por mais que Alex gostasse muito de mim, não acho que uma traição dessas seja perdoável. Eu não poderia deixar-me levar pela libido que me consumia nesse tempo. Isso ia muito além de um mero jogo, era perigoso. Desde quando isso me deixava com mais vontade ainda de tê-la? Eu deveria ter sido o pior cafajeste do mundo só por ficar pensando em outra mulher enquanto fazia amor com minha namorada, mas eu realmente não conseguia evitar.

Eu gostava muito de Alex. Eu queria protegê-la, queria cuidar dela e queria fazê-la feliz. Mas lutar contra minhas vontades era ir contra meus instintos naturais. Passava a maior parte dos meus dias somente pensando em o que fazer com todo esse problema que aparecera. Realmente, no momento o problema era apenas eu. Charlize não havia feito nada, era apenas meu corpo que era atraído por ela como um ímã e uma barra de metal. Essa espera e essa confusão mental estavam me levando à insanidade. Decidi que eu deveria manter-me fiel à minha garota e por isso, parei de ir até a casa dela.

Voltamos ao nosso cotidiano normal. Sem a interferência direta da minha ‘outra’ dama, eu conseguia me concentrar apenas na minha namorada. Os dias ficaram rotineiros e tudo parecia uma vaga lembrança de uma tempestade de um passado remoto. Tivemos um começo de namoro muito perfeito a partir daí. Assim como um casal normal, saíamos com nossos amigos e tínhamos nossos momentos solo. Ela me dava liberdade e eu dava à ela. Era fácil essa convivência. Era muito bom ter ela parada à porta da minha casa todas as noites, me dizendo que estava com saudades  e que queria ficar comigo aquela noite – embora isso ocorresse quase todas as noites.

Passaram umas três semanas assim, até que Alex comentou comigo se eu não havia visto a madrasta dela na ultima vez que saímos. Fiquei um pouco inquieto na hora. Havia trabalhado tanto para reprimir qualquer lembrança daquela mulher tão avassaladora. Cheguei a conclusão de que o que Charlize queria era um homem que fizesse loucuras por ela, que a quisesse tanto a ponto de burlar todos os preceitos éticos e os tabus sociais. Como cheguei a essa conclusão? Porque no dia seguinte que ela me viu feliz com Alex, o carro dela estava parado na porta da minha casa. Foi assim que ela entrou em minha vida. Sem bater na porta, sem pedir licença, ela invadiu todo meu mundo e mudou minha vida.

Fingi não saber que era ela dentro do carro, apenas passei por ali e fui em direção ao meu apartamento. Procurei as chaves pelos bolsos. Incrível que quando queremos encontrar algo, nunca encontramos. Não queria dar espaço para que ela saísse do carro e viesse até ali. Bem, meio tarde demais. Ouvi a porta do carro bater. Finalmente encontrei as chaves. Comecei a abrir a porta.

- James.

Bastou ela dizer meu nome para que todo meu esforço se esvaísse. Parei de tentar abrir a porta e me virei para vê-la. Ela estava apoiada no capô do carro. Tinha os cabelos soltos pelos ombros e usava um vestido vermelho muito justo que ia até a metade da coxa. As sandálias pretas com dourado faziam um barulho bem particular no chão da calçada quando ela veio em minha direção. Tentei manter em mente que eu não iria ceder. Não podia perder esse jogo na primeira investida dela, certo? Investida. Ela não tinha feito nada e eu estava achando que sabia o que ela iria fazer. Talvez meu ego fosse grande o bastante para eu acreditar que ela me queria. Com certeza meu ego era grande o bastante para isso.

- O que está fazendo aqui, Charlize? Alex não está aqui.

- E quem disse que eu vim aqui para ver a Alex?

- Acho que não existe outra pessoa que você devesse estar aqui para ver, não acha?

- E desde quando eu sigo o que é certo fazer?

O riso dela era como se eu tivesse dito algo realmente engraçado, mas que, como uma dama, ela se controlava ao rir. Ela subiu o pequeno lance de degraus até a porta e parou ao meu lado, olhando para a porta.

- Está com algum problema para abrir a porta? Está esperando alguém?

Terminei de abrir a porta, não acreditando no que ela havia dito. Eu realmente parecia ser uma grande diversão para ela. Quando longe dos olhares de todo mundo, ela poderia se divertir às minhas custas o quanto quisesse, com certeza achando que eu não me importaria de ser atiçado daquela maneira por ela. Bem, talvez isso não fosse completamente equivocado, afinal, eu era um homem também e uma mulher daquelas realmente causava interesse em qualquer um. Mas eu mantinha meus objetivos bem nítidos naquele momento e não podia cair nessa rede que ela estava montando.

Abri a porta e entrei no corredor, me virando para encará-la novamente e mantendo a porta apenas um pouco aberta, o bastante para poder falar com ela e o suficiente para que ela não pudesse entrar sem permissão.

- Bem, sinta-se à vontade de esperar por quem veio esperar aí. Eu tenho coisas a fazer. Boa noite, sra. Brown.

A expressão no rosto dela quando fechei a porta e fui até meu apartamento, deixando-a lá, realmente era impagável. Quanto mais alto o ego, mais alto o tombo, foi o que sempre me disseram. Embora eu tivesse um grande ego, dessa vez não fui eu quem caiu. Eu não poderia simplesmente trair minha namorada com a madrasta dela e esperar que minha consciência me deixasse em paz algum dia. Não importa o quanto eu quisesse aquela mulher, existem limites para todo bom senso. E eu estava muito próximo do meu limite. Entrei no meu apartamento e liguei as luzes, me jogando na poltrona e fechando os olhos por um breve momento. Por que ela tinha que aparecer quando estava tudo indo bem? Eu poderia permanecer convicto de meus propósitos enquanto ela não estava por perto. Era fácil e muito natural estar com a Alex. Não precisava me esforçar para isso. Mas ela tinha que atrapalhar nosso relacionamento agora? Ela poderia ter qualquer um, certo? Preferia que ela estivesse atrás de outro. Um barulho atravessou o apartamento. Era o interfone tocando. Meu coração acelerou no momento. Será que eu estava parecendo tanto assim com um jovem com sua primeira paixão? A ponto de suar frio só de pensar que a vi e de sentir meu coração disparar só de pensar que poderia ser ela tocando o interfone? Levantei-me e fui até o outro lado da sala, segurando o aparelho e o colocando em meu ouvido.

- Sim?

- Jay?

- Ah, oi, Alex. O que está fazendo aqui a essa hora?

- Esperando você abrir a porta e me deixar entrar. Está muito frio aqui fora.

Se eu dissesse que fiquei feliz em saber que era minha namorada, eu estaria mentindo muito descaradamente. Eu queria que aquela mulher que tanto me tirava o sono também me quisesse tanto quanto eu a queria. Queria que ela sentisse essa vontade insana de ignorar tudo que era certo e somente se render ao que estava sentindo; ao que eu estava sentindo. Apertei o botão do interfone, abrindo a porta do prédio e indo até a entrada do apartamento, abrir a porta para Alex. É claro que eu poderia simplesmente terminar com a Alex e me render completamente àquela mulher, sem ter empecilhos como orgulho ou ética. Mas eu realmente era egoísta ao ponto de não querer abrir mão do que já me estava tão entregue. Eu preferia ter minha namorada tão devotada sempre lá, me esperando para satisfazer todas minhas vontades e para afogar todos minhas desilusões nos braços delas. Não era honesto e chegava a ser um tanto cafajeste. Pelo menos eu sou honesto. Eu realmente não queria perder aquela garota que agora me abraçava de maneira tão doce e cálida.

Eu estava nervoso por causa de Charlize e não pude esconder isso. Eu segurei o rosto de Alex e a beijei com força, puxando-a contra mim. Ela não tentou se afastar, ela simplesmente colocou os braços em volta do meu pescoço e consentiu que eu usasse o corpo dela para afogar meus problemas. Eu sei o mal que eu causei à ela e nunca vou deixar de me ressentir por ter sido tão ingrato ao amor que ela me dava. Posso ser visto como um aproveitador, um homem malandro que se aproveitou dos sentimentos daquela garota para apenas ficar desejando a madrasta dela. Não era verdade. Eu realmente tinha sentimentos por Alex. E talvez fosse isso que mais me machucava. Eu sabia que eu a faria sofrer. Eu simplesmente não pude evitar.


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