Castaways escrita por Lissa G Konzen


Capítulo 3
III- Larry the parrot


Notas iniciais do capítulo

Eita que coisa linda que é o carinho de vocês! Não vou tomar muito o tempo das leitoras por aqui, só queria ter uma palavrinha com vocês lá embaixo, pode ser?

:)



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"Cuidado!"

"Bem, obrigada por me alertar cinco segundos depois!" Bella bufou, afastando para longe a planta que acabara de lhe atingir o rosto. Edward riu abocanhando a última mordida de sua banana antes de virar-se para cortá-la com a ponta afiada da vara de bambu. Ela jogou o recém-cortado pedaço de planta para longe e ele simplesmente estendeu a mão para lhe apertar o nariz.

Andavam por entre a mata há algum tempo. Já haviam conseguido coletar uma grande quantidade de material que poderiam usar na construção do ninho "fofo e seguro." Eles os coletavam e, quando já não podiam mais carregar muita coisa, levavam de volta à praia e os despejavam dentro do bote. Também estavam felizes pelas novas frutas que recolheram, embora Bella tenha deixado muito claro que logo estariam tentando pescar algo que pudessem assar em folhas de bananeira. Era o segundo dia na ilha e já não mais suportava a dieta exclusiva à base de frutas e água de coco. Também ficaria demasiadamente agradecida se pudesse encontrar alguma fonte de água pura e cristalina da qual pudesse beber.

O vestido branco de tecido leve era uma bagunça só! Edward havia oferecido sua camisa antes de adentrarem a ilha e ela prontamente se livrou da peça suja e de barra rasgada. Tentaria lavá-la e recuperá-la de alguma forma mais tarde. Ela cortou um pedaço de cipó que encontraram no meio do caminho e prendeu os cabelos em um rabo de cavalo frouxo. Edward também havia cuidado do jeans escuro que tanto o incomodava. O calor naquele lugar simplesmente não permitia o uso de peças longas e pesadas e, por isso, tratou de livrar-se das barras e transformá-lo em uma bermuda que insistia em despencar dos seus quadris.

Apesar das circunstâncias, não podiam negar a beleza que era aquele lugar. Seus olhos pulavam a cada nova espécie que avistavam, cada nova linda flor na qual esbarravam e a cada novo cacho de frutas que encontravam. Tentavam se agarrar a toda e cada nova coisa que pudessem manter para depois.

"Tem tanta coisa aqui. Esse lugar é tão vivo, e não digo pelas coisas que vejo mas sim porque posso sentir. Posso sentir toda a vida que há aqui." Bella comentou certa vez.

"E você ainda quer ir embora..." Ele debochou, embora o tenha feito cautelosamente. Respirou aliviado assim que ela que lhe respondera com uma risada espontânea e gostosa.

"Ali!" Ela apontou. "Aquelas parecem bem suculentas. Precisamos delas."

"De novo?" Ele rolou os olhos ao avistar o cacho de bananas amarelinhas e gorduchas pendurado no alto da árvore. De fato, aquelas eram bastante atrativas.

"Unhum..."

"Santo Deus, mulher, o que vou fazer com você?" Edward riu ao jogar a vara de bambu de lado e mover-se para escalar a planta. "Ainda nem colocou um anel ao redor do meu dedo e já tem algum tipo estranho de domínio sobre mim..."

"O que posso fazer?" Ela jogou beijinhos no ar enquanto o observava escalar. Edward já fazia aquilo com tanta facilidade não demorou muito para que alcançasse o alvo. Mostrou o polegar de lá de cima, sorridente, no instante em que colocara as mãos sobre o cacho de fruta. Bella gesticulou de volta, embora estivesse um tanto distraída ao cantarolar Ice Ice Baby em sua cabeça. Arriscou rebolar levemente os quadris até.

Enquanto se divertia com a pequena balada em sua mente, seus olhos vagaram ao redor. Imaginava até que ponto toda aquela situação deixava de ser caótica para se tornar... Sorte, talvez? Era impossível ignorar a magnitude da natureza rica e colorida ao seu redor, estando ali, sozinha com um dos homens mais lindos e bem dispostos que já havia conhecido. Arriscava, inclusive, a distância de toda a loucura da vida em sociedade, da agitação de Manhattan e das obrigações de um casamento que era uma farsa.

Um grande copo de água gelada e uma boa ducha escorrendo pelas suas costas, no entanto, ainda lhe pareciam bastante convidativos.

Água. Água gelada. Água corrente.

Uma pequena ruga formou-se no vale entre as suas sobrancelhas e sua cabeça inclinou. Não podia acreditar estar ouvindo ruídos de algo que tanto desejava. Que mexia com a sua cabeça. Sabia que o sol quente sobre suas cabeças e a falta de demais nutrientes poderiam influenciar os sentidos de qualquer um que se encontrasse na mesma situação que eles, mas ela jurava que podia escutar o som da correnteza ao longe. Procurou por ali, mas nada encontrara.

Andou até certo ponto, onde podia sentir que o barulho se intensificara e seus olhos se alarmaram com a expectativa. Continuou trilhando e o som apenas crescia, seu coração acelerava a cada novo passo que dava. Ansiava por aquilo que ainda não fora capaz de avistar, seguia com os instintos, assim como um recém- nascido que abocanha o seio da mãe e simplesmente ignora o mundo ao seu redor. Ele tem ânsia.

Mal pôde acreditar no tamanho da sua sorte no momento em que avistara. Quase soltara um grito de alegria diante daquela visão, mas Edward a havia instruído a nunca chamar muita atenção pra si enquanto estivessem dentro daquelas matas. Água límpida e cristalina escorria da pequena cachoeira escondida. Água que corria e produzia música enquanto o fazia. Água que não era salgada. Nem de coco. Bella se agitou e passou a caminhar cautelosamente sobre a terra, as pedras e as rochas que a separavam da queda d'água. Sentiu imensa vontade de tornar Ice Ice Baby audível. E de rebolar também.

Passou a se apoiar em outras rochas maiores no instante em que seus pés tocaram as pedras mais viscosas e escorregadias. Quando a água corrente alcançara seus pés, mal pôde evitar chutá-la em alegria. Não pensou muito antes de se sentar por ali e começar a desabotoar a camisa de Edward que a envolvia. Libertou os cabelos também, deixando tudo pra trás. Esperou até que fosse seguro o suficiente para que pudesse mergulhar e se esbaldar no pequeno oásis. Pretendia bebê-lo também.

"Bella! Bella, onde você está, mulher?"

"Pode me ouvir? Não é muito longe!" Ela gritou em resposta. "Tente focar no som da água que corre, estou bem aqui."

"Continue falando comigo..."

"Bem aqui, Edward. Bem aqui." Ela riu ao afastar os fios molhados para longe do rosto e, dessa vez, permitiu-se liberar uma forte e deliciosa gargalhada de felicidade ao mergulhar novamente.

"Bella?"

"Aqui!" Assim que o avistou, preocupou-se apenas em espalhar os cabelos longos sobre os seios desnudos e afundar um pouco mais dentro da água. "Edward!" Ele carregava o cacho de bananas em uma das mãos enquanto a outra trabalhava em afastar as plantas e demais empecilhos a sua frente. Sua reação, no momento em que pousara os olhos sobre a mais nova descoberta, não podia ter sido mais parecida com a dela.

"Tá legal, qual é a hora em que nós trocamos de papéis e eu passo a encontrar as coisas mais legais?" Ele riu, destacando o "Eu" de forma quase exagerada.

"Não é?"

"Nunca ouviu que, em um relacionamento, é fundamental saber compartilhar? Dizem que ajuda a mantê-lo, a sustentá-lo... Você sabe."

"Oh, então estamos em um relacionamento agora?" Ela assistiu Edward livrar-se avidamente das novas bermudas e posar em toda sua masculinidade... E boxers. Sabia que devia continuar falando ou faria novamente o papel de boba ao encará-lo. "E, aparentemente, não sou mais a psicóloga por aqui..."

"Não sabia?" Ele mergulhou, retornando à superfície a medida que se aproximava dela. "Eu ia te pedir pra casar comigo daqui a pouco."

"Você tem um anel?" Ele se aproximara mais.

"Não, mas eu posso cui..."

"Nada feito." E mais.

"Eu fui pegar bananas pra você, mulher!" Ele se levantou por completo, caminhando até que estivessem a centímetros de distância. Assistiu a morena empurrar o ar acumulado garganta a baixo enquanto o analisava e sorriu.

"Eu encontrei as melhores coisas. Para nós dois." Bella respondeu com dificuldade. Mas que droga! Ele não podia parar de se aproximar?

"Então você vai me pedir em casamento?" Ele enrolou uma mecha molhada que dançava ao redor do seu rosto em seus dedos."

"Eu já sou casada..."

"Podemos nos casar da nossa própria forma. De várias formas, querida." Edward passeou com o nariz sobre o rosto dela. Ambas as respirações descompassadas e incertas. Pesadas. Moveu-se para envolvê-la pela cintura e colar os corpos que ardiam e ansiavam por contanto. "Bella?"

"O que?"

"Você vai casar comigo?"

"Eu não sei..."

"Você quer casar comigo?"

"Quero."

Foi o suficiente.

Edward mordeu avidamente o lábio inferior de Isabella antes de tomar a sua boca por completo. Suas mãos dançavam pelas costas da pobre moça enquanto a mesma envolvia os próprios braços ao redor do seu pescoço, desesperada pelo equilíbrio que suas pernas já não podiam mais garantir. Era um beijo ávido, molhado e apaixonado. O beijo que já devia ter sido compartilhado há muito tempo. O beijo pelo qual ambos estiveram procurando durante todos esses anos, o mesmo que lhes garantia a certeza de estarem compartilhando algo tão íntimo e delicioso com a pessoa certa.

Tamanha era a tensão e o desejo liberados. O ar ao redor era pesado e carregado de paixão, sentiam como se pudessem se afogar. Edward já não podia mais evitar a excitação que pressionava contra a barriga dela. Bella não podia evitar desejar um pouco mais daquilo ao se mover contra ele. Precisava retomar o controle da sua sanidade antes que fosse tarde demais, com isso, o empurrou com o próprio corpo e fez com que ambos mergulhassem para trás.

"Essa me parece uma boa forma de casar." Ela comentou em cima dele enquanto salpicava beijos ao redor de sua boca. Edward alcançou seu rosto com as mãos.

"Eu acho que quero casar com você pra sempre." Riu, não demorando muito para que atacasse os lábios da moça novamente. "Definitivamente, estou viciado em casar com você."

"Eu fico na esquina da rua trinta e quatro com a segunda avenida, em Manhattan. Posso fazer um horário pra você. Nunca tratei de ninguém que estivesse viciado em se casar, mas acho que podemos dar um jeito nisso."

"Olha, você é bem engraçada..." Foi tudo o que ele vagamente respondeu. Estava mais preocupado com os beijos que despejava sobre os dedos, mão e braço da morena.

"Edward?"

"Fala."

"Não dá pra continuar com isso..." Disse simplesmente. Era difícil se concentrar ao considerar a situação na qual se encontravam, mas precisava encontrar alguma brecha para pensar corretamente, por menor que fosse. Não queria agir por impulso. Não podiam ser influenciados pela carne. Era um privilégio que não assistia a eles. Edward suspirou ao libertar suas mão e despencar a cabeça para trás em frustração.

"Isso sou eu sendo castigado!"

"Me desculpe... Eu também. Queria que tivéssemos tido tempo de salvar as camisinhas." Ele ergueu a cabeça, atônito, um movimento tão rápido que quase o deixara tonto por alguns segundos.

"Você não disse isso!" Ela nada respondeu, apenas se preocupando em esconder o rosto completamente aquecido por de trás das mãos. Bella moveu-se para se levantar mas fora impedida pelas mãos ávidas e pela gargalhada rouca de Edward. "Tarde demais, docinho. Acabou de dizer que quer ter filhos comigo!"

"Filhos? Eu falei de camisinhas, Edward." Bufou. "No meu dicionário isso ainda significa uma forma de evitá-los!"

"Bem, no nosso dicionário beijar significa casamento. Apenas deduzi que esse fosse o próximo passo!" Ele se sentou a fim de agarrar-lhe pelas pernas e depositar beijos sobre a sua barriga. "Não se preocupe, querida, não faz ideia do quanto me arrependo de não ter salvo as camisinhas..."

"Doutor Cullen, você é um grande babaca!" Bella riu ao se abaixar rapidamente para coletar um pouco de água e jogá-la contra o rosto do doutor.

"O que você acabou de..."

"Babaca!"

Não foram eles que disseram aquilo.

"O que?"

"Da última vez que chequei estávamos sozinhos..." Ele sussurrou.

"Cala a boca." Bella afastou-se de Edward por completo, escondeu o busto atrás dos braços cruzados e passeou com os olhos aflitos por cada detalhe que podia daquela vegetação ao seu redor. Procurava o responsável pela voz fina que quase a fez...

Espera ai.

"Cullen, babaca!" Xingou novamente, apontando em sua direção.

"Ei!"

"Babaca!" Ela sorriu enigmaticamente ao som o eco que, claramente, não era dela. O encarou de volta, sua feição silenciosamente implorava para que se esforçasse. Confuso, Edward colocou-se de pé.

"O que? Vamos ficar aqui esperando pra ver quando serei xingado de novo?"

"Babaca!"

"Tá vendo?"

"Parece a voz de alguém?" Bella o questionou. Ela já havia começado a andar ao redor há algum tempo, os olhos escuros ávidos enquanto procurava. "Não é alguém." Edward a encarou por curtos segundos antes que se pusesse à procura do engraçadinho também.

Na verdade, não achara nada daquilo engraçado.

Se acertaria com Isabella mais tarde.

Ela escalou algumas rochas para fora do pequeno lago que se criava com a queda d'agua enquanto ele seguira na direção oposta. Bem ali, perto de onde haviam se livrado de suas peças de roupas e do recém-adquirido cacho de bananas, agonizava o pequeno xingador.

"Pode repetir 'babaca?'" Sussurrou.

"Babaca!"

"Ei, Edward, o que acontece se disser que acabei de encontrar outra coisa muito legal?" Bella riu, movendo-se lenta e cautelosamente para se aproximar do pequeno papagaio tagarela. Não queria afastar o bichinho, embora desconfiasse que ele não o faria enquanto não tivesse um pedaço da fruta suculenta. Alcançou a camisa clara por trás do animal e vestiu-se, cada movimento que fazia era gentil e sem muito alarde.

"Isso não me parece legal." Ele a observou destacar uma banana do cacho e descasca-la enquanto escalava pelo mesmo caminho. Assistiu a moça oferecer um pequeno pedaço à ave colorida e quieta ao seu lado com a ponta dos dedos. O animal atacou sem hesitar. "Cara, se você pretende conseguir algo dos outros, xingar não é a melhor forma. Essas daí foram bem complicadas." Ele apontou em direção às frutas e Bella somente riu, abaixando-se para sussurrar novamente ao papagaio.

"Babaca!" Ele gritou.

"Você é irritante!" Grunhiu. "E você também!"

"Edward! É só um passarinho!" Ela não conseguia conter as risadas ao encarar sua bela face contorcida em desgosto. "Podemos ensiná-lo a dizer 'Edward' também."

"'Doutor' é bem mais sexy."

"E se for um menino?"

"Eu não me importo." Abaixou-se. "Acho que ele deve aprender quem dita as regras por aqui."

"Aqui é espaço dele, babaca."

"Babaca!" Nem mesmo Edward pode evitar o riso ao som da voz fininha e gasguita. Bella alimentou o pássaro novamente e, dessa vez, arriscou um rápido afago em suas penas.

"É um homenzinho!" Concluiu no instante em que a ave se aconchegou contra a sua mão. "Dizem que são mais dóceis que as fêmeas..." Respondeu simplesmente diante da confusão estampada no rosto do parceiro.

"Pode dizer 'Doutor?'" Ele questionou calmamente, mas o bichinho permaneceu calado, preocupando-se apenas com o novo pedaço de fruta que acabara de receber. "Edward? Papai? Qualquer coisa!" Nada.

"Pode dizer 'Bella?''"

"Bella!" A boca dele se abriu em perfeito 'O' ao assistir a morena sorridente acariciar o bicho.

"Isso é tão contra mim!" Chorou.

"Definitivamente um homenzinho!" Ela confirmou. Moveu os dedos diante do papagaio enquanto o acariciava com a outra mão para que o mesmo pousasse ali. Quando ele o fez, Bella passou a oferecer o restante da fruta diretamente em seu bico. "Pode dizer 'Larry?'"

"Larry?"

"É como decidi chama-lo." Ela deu de ombros. "Larry, o papagaio."

"Por que Larry? E, espera ai, não é como se fôssemos mantê-lo..." Bella o encarou de volta. Ele suspirou. "Não."

"Mas ele é tão doce, Edward, olha!"

"Ele só sabe me xingar, Bella!" Riu. "E eu não serei aquele que irá apanhar os pedacinhos do seu coração partido quando ele voar pra longe. Não acredita mesmo que ele vai ficar conosco, não é?"

"Ele não fará isso. É um bom menino."

"Bella..."

"Edward."

"Larry!"

"Larry, isso! Você é Larry!" Ela sorriu e voltou a atenção rapidamente para o moço bonito e carrancudo ao seu lado. Aproximou-se devagar, traçando o caminho perigoso com a sua mão sobre o peito do rapaz antes de envolvê-lo pela nuca e trazer seu rosto para baixo até que estivesse a centímetros do seu. Depositou sobre os lábios masculinos um demorado e singelo beijo. "Por mim. Estamos tão sozinhos..."

"Promete não me substituir?"

"Como eu poderia? Larry não pode casar comigo..."

"Tudo bem."

"É isso!" Ela disse de repente, batendo em seu peito uma última vez antes de afastar-se e, sorridente, anunciar: "Vamos indo, Larry. Papai e eu ainda temos que trabalhar em uma cabaninha bem gostosa para todos nós..."

"Babaca!"

"Não, Larry. Papai não é um babaca! Pode dizer 'papai?'"

Filha da mãe.

xXx

Babaca de fato não estava brincando quando dissera que seria capaz de construir a pequena cabana. Horas mais tarde, depois dos três peixes devidamente grelhados sobre folhas de bananeira, alguns mergulhos arriscados na beleza da água azul-esverdeada com mais diversas e belas espécies para conferir e os lamentos de Isabella sobre o pássaro que havia partido logo após algumas bicadas nos outros quitutes que tinham para oferecer (O xingou de ingrato por várias vezes), eles começaram a trabalhar no ninho fofo e seguro. Levaria algum tempo para ser completamente erguido, no entanto. Ainda não possuíam quantidade suficiente de material, embora jurassem nunca ter visto tanto bambu, cipó, pedaços de árvores, plantas, pedras e barro juntos.

"Ele vai voltar pela manhã. Eu sei disso." Ela sussurrou, embalada pelos movimentos suaves da mão de Edward em seu cabelo enquanto descansava a cabeça em seu colo durante uma pausa. Havia sido um dia longo até ali.

A quem queremos enganar? Cada novo dia ali era longo!

"E você sabe disso porque... "

"Ele me disse!" Garantiu.

Na verdade, foi exatamente aquilo o que aconteceu. Os xingamentos do bichinho, logo cedo pela manhã, serviram como despertador para os dois dorminhocos. Como Bella ficara feliz! Fez questão de mimar o papagaio com carinho e petiscos, isso antes de o grande resmungão reclamar sobre como ela era incapaz de manter promessas e deixá-lo de lado.

Ah, ela também não pôde deixar de mimar um pouco o doutor depois dessa.

Voltaram ao trabalho pesado não muito tempo depois. Iam erguendo paredes com pedaços de bambu e argamassa de barro improvisada. Não tinham muita certeza de como improvisariam um teto, mas sabiam que seria inteligente manter bastantes folhas de bananeira por perto.

Larry os fez companhia durante todo aquele dia.

"Pode dizer 'casa?' " Ela insistia pela centésima vez.

"Casa!"

"Finalmente!" Edward comemorou, afastando-se um pouco da construção para se aconchegar perto de mãe e filho que interagiam.

"Isso, Larry, essa é a nossa casa agora. Não está ficando bonita? Diga 'A casa do Larry!'" Bella incentivou.

"Isso, Larry, mesmo que não esteja movendo uma pena para nos ajudar a construí-la..."

"Minha casa! "

"Eu mereço..." Ela gargalhou, estendendo a mão livre para alcançar seu queixo e lhe oferecer um de seus mais belos sorrisos. Ele não pôde evitar sorrir-lhe de volta e abaixar-se para capturar os lábios da morena em um beijo rápido, mas não menos delicioso.

"Larry quer casar!"

Antes que o pôr-do-sol se aproximasse, naquele mesmo dia, haviam feito outra curta viagem até a cachoeira recém- descoberta para lavar rapidamente a pele salgada e beber da água pura. O grande desafio era manter as mãos para si, não apenas enquanto estivessem na cachoeira, mas em qualquer situação em que estivessem a poucos metros de distância um do outro. Teriam que pensar em alguma estratégia a fim de não perderem as cabeças. Parar com os toques, carícias e beijos estava simplesmente fora de cogitação.

Depois de garantir que as paredes improvisadas não desmoronariam, de arrastar o bote para dentro da estrutura da cabana e se certificar de que o céu estava límpido e estrelado o suficiente, sem indícios de chuva que se aproximava, puderam finalmente inaugurar a primeira noite dentro do ninho. Larry havia partido novamente naquele mesmo fim de tarde, deixando-os a sós.

O cansaço os impedia de focar em qualquer outra coisa que não fosse o descanso. Estavam tão exaustos. Sentiam como se ainda tivessem que percorrer um longo caminho até que pudessem finalmente se acostumar com a nova rotina, à busca por alimentos, à pesca, aos banhos na cachoeira e à construção da pequena cabana. Esta última, felizmente, muito próxima de ser concluída. Trocaram mais alguns beijos antes de se entregarem finalmente ao sono, mas isso foi tudo.

Isabella não teve muito tempo de focar no chorinho miúdo de bebê que jurava ter ouvido soar distantemente, antes de ser consumida completamente pela fadiga.


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Notas finais do capítulo

Espero, muito mesmo, do fundo do coração, que estejam gostando de como vem se desenrolando a trama até agora. Gosto muuuuito de conversar com esse bando de gente bonita, de ouvir as opiniões, saber onde preciso melhorar... E isso só acontece quando vocês comentam! Por favor, não deixem de fazer! É o que me alimenta e motivaaaaaaaa!

Duas coisinhas antes de liberar vocês:

Sobre o conograma: Ainda nada definido. Eu acredito que só vai se estabilizar mesmo quando eu voltar às aulas, meu tempo ficará mais organizado. Pensei que teria alguma paz nessas férias, mas até agora não parei muito quieta e, quando paro, é única e exclusivamente pra escrever. Amo o que faço!

Esclarecimento sobre a FIC: Como vocês já sabem, eu faço questão de responder a cada um dos seus comentários devidamente. E assim pretendo fazer até o último capítulo. Em um nada curta resposta/conversa com uma das minhas leitoras queridas, eu disse: "Comecei a escrever "Castaways" em um período onde simplesmente não conseguia mais ler tanta coisa parecida, embora essa temática seja um desafio e tanto. Imagina escrever uma long que se passa em um único cenário e com praticamente apenas dois personagens principais? A única fanfic desse tipo que eu encontrei era em inglês e, ainda assim, os dois ainda tiveram contato com outras pessoas e, muito antes de ser concluída, conseguiram voltar pra casa. Tinha um enredo muito bacana, de fato, eu amei a estória. Mas ela apareceu pra mim depois de "Castaways" e eu sempre tive outras intenções para os meus personagens. Pretendo desafiá-los muito mais, quero que passem pelas futuras dificuldades juntos, distante dessa loucura que é a vida em sociedade mas sem transformá-los em uma nova versão de "A lagoa azul." Consegue entender? "

Lissa que negócio grande da gota!↑↑↑↑↑

Sintam-se livres para ler, ou não. É só uma pincelada sobre o que realmente isso significa pra mim :)

Isso é tudo bando de gente bonita. ótimo fim de semana!

Comentem :)



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