Sobre Metal e Sangue escrita por JojoKaestle, LudMagroski


Capítulo 1
O dia que minha casa foi pelos ares (literalmente)




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Março se aproximava e o vento começava a soprar gelado em nossas nucas. Agora que o calor tinha ido embora o racionamento de água já não nos preocupava com a mesma intensidade. Apesar disso as pessoas vinham aparentando um nervosismo crescente durante as últimas semanas. Tia Sybil me disse que assim eram os tempos de luta. Nosso país estava em guerra, assim como outros tantos na luta pela sobrevivência, desde antes de eu nascer e, para piorar, uma guerra civil tinha estourado na capital. A comida e a água eram poucas há muito tempo, mas ela dizia que as coisas iriam piorar.

Na nossa cidade tudo isso parecia muito distante: estávamos longe o suficiente e éramos tão poucos que os inimigos deviam achar que não valia a pena gastar munição conosco. É verdade que tínhamos que racionar água, mas até o momento isso não nos tinha causado grandes problemas.

Eu dobrei a esquina e pude ver Tia Sybil debruçada na janela olhando em minha direção. Ela acenou me chamando e retirou-se enquanto eu rapidamente atravessei a rua e entrei em casa, atirando minha mochila no sofá.

– Deidre, querida, que bom que chegou. – ela entrou na sala terminado de prender seu coque de cabelos castanhos no alto da cabeça. – Eu preciso sair, seu almoço está na cozinha. Não saia de casa enquanto eu não chegar, prometa.

– O que está acontecendo?

– Por favor, Deidre. – ela segurou meu rosto entre as mãos e sorriu gentilmente para mim – Faça o que eu peço, só desta vez.

– Tudo bem, tia. – eu franzi o cenho e me afastei para a cozinha, onde um prato de macarrão me esperava.

Enquanto comia comecei a perceber pessoas passando apressadas na rua e me levantei para ver o que era. Havia um grupo reunido no fim da rua e mais e mais gente ia em direção a eles. Empurrei o prato dentro da pia e saí pela porta sem pensar duas vezes no que minha tia havia pedido.

O ar escapou dos meus pulmões numa exclamação de surpresa assim que me deparei com quatro robôs de guerra marchando aos pares ao longo da rua. Eram saltadores. Eu já os tinha visto em fotografias, mas elas não faziam justiça a sua real imponência. Tinham a altura de dois homens e suas pernas grossas eram flexionadas como as de um felino pronto para saltar. Os braços eram compridos e quase tocavam o chão com suas quatro garras prateadas. Eles marchavam devagar, com a luz do sol refletindo no aço negro que os recobria, seus olhos brilhando em vermelho em contraste com a pálida luz azul que escapava entre as placas de sua pequena cabeça. Encontrar um saltador durante a noite deveria ser uma experiência terrível.

Aproximei-me da multidão e tentei me enveredar entre as pessoas, buscando entender o que quatro saltadores faziam em nossa cidade e foi então que eu o vi: um rapaz alto caminhando rapidamente em frente aos robôs, vestindo um traje militar cinza com o brasão do Estado gravado no peito e “R.E.S. 473-K” bordado em vermelho no ombro esquerdo. Sobre o traje havia uma leve armadura de metal de aspecto velho cobrindo os braços, além de uma longa lâmina semelhante a uma espada presa à cintura. Nas costas uma longa capa de barra puída que um dia já fora branca se movia incontrolavelmente com o vento que também bagunçava seus cabelos castanho-avermelhados. Seu rosto era delicado, mas seus olhos cinzentos possuíam um ar pesado de preocupação que faziam com que ele tivesse um aspecto triste.

Observei aquela inesperada e estonteante comitiva caminhar toda a rua e finalmente entrar na prefeitura para então me lembrar que deveria estar em casa quando Tia Sybil chegasse.

Enquanto caminhava o mais rápido que minhas pernas conseguiam suportar sem que as pessoas ao redor se perguntassem o motivo da minha pressa, a visão pouco comum ainda me perseguia, a mente buscando furiosamente qualquer informação recebida quando li e vi fotografias sobre saltadores e outros robôs de guerra. Saltadores eram ótimos para terrenos com entulhos de prédios ou automóveis, minha cabeça respondera afinal, sendo muito usados para combater em cidades atacadas pelo inimigo, bombardeadas ou não.

Bombardeadas.

Fechei a porta de casa atrás de mim, meus olhos se viraram automaticamente para o único lugar da sala que não continha em si a compulsão de Tia Sybil por deixar tudo parecer alegre e bonito (havíamos removido as decorações de Natal apenas poucas semanas antes e ela ainda ficava deprimida pela ausência de suas guirlandas que ela não se limitava a colocar apenas na porta da frente, não, até os banheiros ganharam algumas). Andei até a mesa de canto que ficava encostada no final da sala, já perto do corredor que levava aos quartos. Sobre ela, repousavam apenas um porta-retrato com aparência antiga e, ao seu lado, um delicado jarro de vidro que continha apenas uma flor, uma centáurea. Suas pétalas violeta-azuladas pendiam tristemente ao encontro da mesa, indicando que Tia Sybil ainda não a substituíra por uma nova, coisa que fazia todo dia.

Do porta-retrato duas pessoas me observavam. O segurei em minhas mãos com cuidado e o carreguei até o meu quarto, deixando-me cair na cama. Levantei o retrato com os braços, o olhei durante poucos segundos e virei o rosto para o lado: uma garota me encarava, seus cabelos eram curtos e mal atingiam os ombros, salpicados com pequenas sardas. Bufei, sentando-me e virando as costas para o espelho. A mulher da fotografia era inalcançável para mim. Eloise, dizem que seu nome tem alguma coisa a ver com o sol, não duvidava, ela costumava iluminar minha vida até poucos anos atrás. Minha mãe. Os cabelos castanhos adornavam seu rosto fino e lhe caiam em cascata até a cintura, onde a mão de meu pai repousava. Ele se chamava Darden, não sei com o que seu nome tem relação, mas para mim poderia significar sorriso. Sorriso que sempre estava em seu rosto quando observava minha mãe, ou a mim. Costumávamos fingir que éramos mocinhos numa fuga arriscada para longe do bandido que nos perseguia com suas armas laser, geralmente interpretado pela minha mãe, mesmo que involuntariamente, que queria que parássemos e sentássemos à mesa.

Deidre, para trás! Estamos sendo flanqueados! Venha, venha rápido para a nave!

A nave eram suas costas e saíamos correndo pelo apartamento inteiro. Minha mãe não agüentava aquilo, mas terminava sempre rindo, encostada na parede. A pele amendoada e as sardas eram heranças do meu pai, os cabelos castanhos e o jeito de cobrir a boca com as mãos ao rir devo a minha mãe.

Já estou indo! Só mais este capítulo!

Só mais este capítulo. Lembro-me que era um livro realmente bom, com aventuras, perigos e amizade, tenho quase certeza que envolvia dragões. Eles haviam me chamado três vezes, mas eu precisava terminar aquele capítulo. Então meus ouvidos não captavam mais som algum e a parede do quarto desabou sobre mim. Quando me retiraram dos escombros a única lembrança física que teria daquele dia seria uma cicatriz que descia do meu braço esquerdo até o pulso.

Garotinha de sorte! Alguns passos mais perto e teria morrido com os pais.

Mais alguns passos e poderia ter ficado com eles para sempre. Recordo que ainda estava sentada em um dos bancos do parque que ficava logo à frente da nossa casa quando Tia Sybil me buscou. No início não queria ir com ela, não queria perder de vista o que sobrara da nossa casa, esperava que os bombeiros encontrassem meus pais e os tirassem de lá para que eu pudesse contar como aquele livro era realmente bom. E ainda havia o fato que Tia Sybil não se mostrara como minha tia até aquele dia, o que não era tão incomum já que meus pais me tiveram muito jovens e suas famílias não aprovavam seu relacionamento. Sei disso porque via minha mãe ligar para minha avó todo ano para desejar feliz aniversário, ela não percebia, mas eu ficava escutando atrás da porta e notava seus olhos vermelhos mais tarde, não importando quantas vezes ia ao banheiro para lavar o rosto. Uma vez perguntei por que meus avós não gostavam de mim, ela apenas pousou a mão em minha cabeça dizendo tristemente que era impossível não gostar de alguém que não se conhecia. Meu pai acrescentou da cozinha que uma vez que me conhecessem, iriam erguer estátuas em meu nome. Ele sempre ficava exagerado quando fazia panquecas: Eloise dizia que era o chocolate derretido que melhorava o humor das pessoas. A verdade é que ela estava errada, panquecas com chocolate derretido formam um nó na minha garganta, um nó que só consigo desfazer bebendo muita água ou chorando (eu sempre escolho beber muita água). Quando Tia Sybil me ergueu em seus braços no pior dia da minha vida, escondi meu rosto em seus cabelos castanhos, mas não o bastante para encobrir a vista da casa dos meus pais, não, de muitas casas da minha rua completamente destruídas.

E então nós viemos parar nessa cidade que mais parece uma vila, no meio do nada o bastante para jamais despertar o interesse de qualquer inimigo. Bem, essa teoria iria pelos ares em poucos instantes.

O primeiro estrondo me fez erguer a cabeça violentamente e olhar ao redor: nada, nenhuma parede desabando. O segundo foi mais forte e veio acompanhado de um grito na sala. Tia Sybil retornara, chamando meu nome. Levantei da cama em um salto e corri ao seu encontro, o porta-retrato seguro em minha mão.

– Precisamos sair, Deidre! - não parecia se dar conta de que eu estava bem em sua frente, seus olhos varriam a sala, procurando coisas que valiam a pena ser levadas. Aparentemente nada lhe agradou, então agarrou meu braço e já abria a porta quando consegui perguntar o que estava acontecendo.

– Nada demais. – foi a resposta rápida, ensaiada. Abrira uma fresta e olhava para a rua, que trouxe para dentro um misto de gritos de horror e barulhos que nunca havia ouvido antes. Enquanto ela decidia se era seguro, meus dedos desajeitados tentavam abrir o porta-retrato a todo custo, mas tive que me contentar em arremessá-lo contra a parede mais próxima e retirar a foto dos meus pais do vidro quebrado. Uma lasca cortou minha mão, mas não me importei muito, havia coisas lá fora que eram um problema bem maior. Tia Sybil abriu a porta e disparou para o jardim, guardei o papel no meu bolso e a segui o mais rápido que podia.

Nada demais. A primeira visão que eu tive foi a de um saltador correndo meio sobre duas pernas, meio sobre quatro patas pela rua, pulando por cima de uma casa e se lançando contra aquilo no final da rua. Era um robô, disso eu tinha certeza. O restante era tão impossível de se imaginar quando um ataque em massa a uma vila no meio do nada. Tinha quatro pernas mecânicas, seu corpo imenso tinha pelo menos seis metros de diâmetro e era completamente revestido por placas de aço escuras. Meu corpo estava paralisado. E assim continuou enquanto aquilo parecia notar nossa presença. Mesmo a tantos metros de distância pude ver algumas placas se mexendo, deixando à mostra armas dos mais diversos tamanhos (a mais curiosa era uma metralhadora do tamanho de um homem crescido que apontava diretamente para mim). Tia Sybil puxou meu braço, revivendo minhas pernas no momento em que aquilo começou a disparar as armas em nossa direção. Nossa casa foi quase que pulverizada e nós seríamos as próximas se o saltador não o tivesse alcançado e distraído sua atenção durante alguns segundos. Atrás de nós o choque de aço contra aço fez-se ouvir e eu tive que me controlar para não virar o corpo e olhar.

– Deidre - falou Tia Sybil enquanto corríamos pelas ruas – você tem que chegar até o outro lado da cidade, passando pela prefeitura, em direção à escola, certo? – não esperou que eu respondesse – Depois da escola, no limite da cidade, existem alguns transportadores, eles a levarão em segurança para fora daqui. Você está me escutando?

Tentei, mas o ar em meus pulmões não era o suficiente para falar qualquer coisa, então apenas balancei a cabeça. Ela não me olhava e me perguntei como uma mulher de meia idade estava correndo com tanta rapidez sem ao menos exprimir nenhum sinal de cansaço. Meus pulmões ardiam quando passamos pela prefeitura. E aqui pude, mesmo que por apenas alguns segundos, perceber o tamanho do problema em que estávamos metidas. A prefeitura ficava numa localidade central da pequena cidade e de todos os cantos pareciam surgir pessoas correndo, gritando, chorando, enquanto atrás delas, pelo menos mais dois aquilos disparavam aleatoriamente ao seu redor, destruindo casas, ruas, pessoas. Mas não havia só eles. Caminhando entre as pessoas sem parecer ter pressa em terminar seu trabalho estavam alguns robôs de guerra típicos, sua anatomia era parecida com a dos humanos que caçavam, mas de seus braços metálicos saiam armas e suas cabeças eram revestidas com capacetes negros, alguns deles tinham presas em suas cinturas lâminas parecidas com a que o jovem comandante dos saltadores ostentava mais cedo. Em resumo: o caos reinava e com um grito de terror sufocado me dei conta que havia soltado a mão de Tia Sybil, girei meu corpo para os lados, mas tudo que consegui com isso foi ser derrubada por uma das pessoas que corriam desesperadas, sangue de seu ombro foi transferido para meu vestido e a sensação quente na barriga me deu náuseas. Náuseas que foram rapidamente substituídas pelo sentimento de puro pavor: um dos soldados robôs se erguia em minha frente, suas armas miravam o alvo ridiculamente fácil. A uma distância assim, nem o pior dos atiradores erraria.

O pavor era como uma chuva gelada molhando meu corpo: frio e paralisante. Não sei ao certo se foi por ele ou por uma explosão muito próxima, mas meus ouvidos agora só percebiam as batidas trêmulas do meu coração. Então a morte era assim, gelada e silenciosa. A arma no braço do meu assassino deu um leve estalo e meu braço se levantou por reflexo contra meu rosto, mas os disparos nunca vieram. Um borrão cinza passou ao meu lado e o súbito som de metal rangendo machucou meus ouvidos. Meu coração pulou uma batida quando vi o jovem comandante de antes rolando no chão junto ao robô, a lâmina presa em seu antebraço atravessando a carcaça de metal como se fosse papel. Ele levantou rapidamente, afastando as mechas avermelhadas do rosto e veio em minha direção:

– Você está bem? – esperou meu aceno trêmulo com a cabeça e me levantou em seus braços – Não se preocupe, vai ficar tudo bem.

Quando ele me envolveu desajeitadamente eu senti uma nesga de esperança percorrer meu corpo. Era como um irmão mais velho levando a pequena caçula para longe do perigo, e eu acreditei que enquanto estivesse ali tudo ficaria bem: eu encontraria Tia Sybil e nós duas sairíamos dali sãs e salvas. Só que não ficaria. Ele se afastou rapidamente e me sentou em uma sombra a poucos passos de distância da confusão.

– Meu nome é Rhes. Agora me diga, como se chama? – ele se agachou na minha frente e seus olhos cinzentos deram total atenção a mim.

– Deidre. – a minha voz saiu rouca e arrastada, como se o medo houvesse arrancado todo o ar dos meus pulmões e tirado minha capacidade de falar.

– Muito bem, e quem estava com você? – o rapaz segurou gentilmente uma de minhas mãos, me estimulando a falar.

– T...Tia Sybil. – as lágrimas começavam a embaçar minha vista e eu sentia minha garganta se apertando.

– Muito bem, Deidre, você é forte. – ele sorriu discretamente e se afastou pondo a mão sobre a orelha direita. – Quatrocentos e vinte e um, a ordem é dar preferência a crianças e mulheres. Mande os saltadores para a área central! – ele então me olhou e virou novamente o rosto para longe – Descubra qual o número de identificação do R.E.S. com nome de Sybil, responsável por humana de nome Deidre, e mande um sinal da minha localização. Desligo.

Rhes se aproximou de mim e tirou sua capa puída, usando-a para cobrir meus ombros. Não estava nem um pouco frio naquela tarde numa vila no meio do deserto, mas meu peito estava gelado e aquele gesto serviu para aquecê-lo.

– Ela vai encontrá-la, não se preocupe. - ele sorriu e se afastou correndo para aquela confusão de metal, dor e sangue. Havia muitas vidas para serem salvas, mas também muitas que não o seriam. Pareceu-me a eternidade, mas talvez tenham sido só alguns minutos até eu poder ouvi-la:

– Deidre! Deidre! – ela corria em minha direção tentando se desvencilhar da turba que nos separava por poucos metros e eu me levantei dando passos trôpegos em sua direção, mas nosso abraço nunca se consumou. Um robô atravessou seu caminho acertando-a de lado, fazendo com que ela caísse com força no chão. Mas em questão de segundos já estava de pé novamente e avançava sobre o agressor com uma lâmina surgindo de seu antebraço. Meus lábios se abriram e minha cabeça girou em um torvelinho. Como se não bastasse estar no meio de guerra, agora minha tia, uma simples dona de casa, estava agilmente lutando contra um robô, demonstrando ter quase tanta força quanto ele, causando mais um par dos estrondos de metal que ecoavam por toda a cidade nesse dia terrível. Senti meus joelhos cederem e meu grito morreu antes que chegasse à minha boca. Tia Sybil caiu novamente e desta vez quando se levantou percebi que mancava, o que seu inimigo não deixou de notar. Uma construção alguns metros ao meu lado desmoronou numa explosão, fuligem e lascas de pedra me acertaram e eu pude sentir sangue quente escorrer sobre minha bochecha. O estampido forte fez com que todos os sons da batalha desaparecessem e eu só pudesse ouvir aquele típico tinir agudo. Ainda assim, meus olhos não se desviaram de Tia Sybil: ela já não tinha mais forças, seus braços mal repeliam os golpes que começavam a acertar todo seu corpo, e ela virou-se para mim, seu rosto coberto do mais puro terror. Sua boca se abriu, mas eu não pude escutar o que ela dizia e quando minha audição se recuperou sua voz encheu meus ouvidos acima de qualquer ruído.

Fuja, Deidre! Fuja, minha queri

A voz de Tia Sybil foi interrompida pelo guinchar de metal sendo cortado enquanto a lâmina do robô inimigo atravessava seu corpo. Eu corri em direção ao seu corpo, mal enxergando um palmo a frente de meu rosto, toda a paisagem resumida ao borrão de cores que as lágrimas me permitiam ver.

Meu corpo caiu sobre o de minha tia, sobre o metal retorcido e os fios elétricos que se expunham em seu peito em contraste com seu rosto tão... Tão humano. As lágrimas queimavam meu rosto, amargando minha boca e perfurando meu peito com dor. Fechei os olhos e me aconcheguei nos braços dela. Eu não precisava mais correr. Não havia motivos para correr. A cidade queimaria junto com os raios do sol poente e eu estaria lá junto com ela. E nós não nos separaríamos. A morte não me deixaria para trás, não desta vez.

Não sei se estava sonolenta ou entorpecida, ou se a morte havia se convencido a me levar, mas meu corpo já era incapaz de reagir quando senti braços me erguerem do chão. Lembro apenas de fios avermelhados tocando minha bochecha e de uma voz gentil dizendo “Você é forte, Deidre.”.


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Notas finais do capítulo

Então, começando a postar o resultado de meses de trabalho em conjunto. O que acontece quando duas garotas que só costumavam escrever originais de fantasia e idade medieval se juntam para fazer uma história de ficcção científica num estilo de narração completamente estranho a elas? É o que estamos tentando descobrir, acreditem.
Muitos capítulos já estão prontos e serão postados com alguma regularidade enquanto trabalhamos no final da história, mas não tenham pressa, comentem, critiquem, digam o que está agradando e o que merece nossa atenção para melhorar. Agradecemos muito.
- Joana



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