Tears Dry On Their Own escrita por nanny


Capítulo 6
O6


Notas iniciais do capítulo

mesmo tendo poucos reviews, eu não consigo ficar sem postar... enfim, boa leitura.



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Eu devo cair nessa de novo?

Ou eu deveria ser meu amigo,

E não me perturbar pensando nela?



Eu já tinha planos de morar sozinho depois de Hogwarts. Narcissa tinha me dado esse apartamento e eu tinha dinheiro o suficiente pra viver sozinho pro resto da vida, então eu e Hermione combinamos que ela me visitaria assim que pudesse. Disse onde era e ela me deu um beijo na testa antes de me deixar sair do banheiro feminino. “Até quando der, Draco.” Me lembro como se fosse hoje do jeito diferente que ela disse meu nome nessa frase. Hermione alongou cada letra, conseguindo tornar o meu nome quase doce. Draco sempre será um nome amargo na boca dos grifinórios, mas não na boca dela. Era como se estivesse dizendo algo muito bom, e era ótimo de se ouvir... Pelo menos era assim que soava pra mim.

Flashback

Depois de Hogwarts, minha vida melhorou muito. Não tenho mais cabeças-rachadas e nem ruivos-sardentos pra tirar minha paciência. Eu tenho só a mim mesmo. Às vezes tenho Narcissa, que raramente me visita, mas pelo menos se lembra que tem um filho, ao contrário de Lucius. E também tenho três empregadas. Uma delas se chama Paola, a outra Vanessa, e a terceira, Alice. As três tem provavelmente minha idade, ou são poucos anos mais velhas. Ficam sempre ao meu dispôr, em qualquer situação. Não consegui confiar em Paola, - nem mesmo com seis meses de convivência - ela está sempre tentando me seduzir, e eu acabei criando uma proteção contra ela. Paola tem cabelos negros e lisos que batem na cintura, olhos muito verdes – talvez tanto quanto os de Potter – e um corpo realmente maravilhoso. Talvez se eu não pensasse tanto em outra pessoa, já teria me deitado com ela. Vanessa tem cabelos cacheados como o de Bellatrix, mas é loira e tem olhos azuis, também tem um corpo maravilhoso, mas ao contrário de Paola, é mais gentil e não fica tentando uma aproximação forçada. Quando preciso de Vanessa, ela atende e quando não preciso, ela nunca está por perto. E Alice tem cabelos ruivos, mas curtos como o de Pan no primeiro ano... Seus olhos são negros e ela também é linda. Parece uma boneca e isso às vezes me assusta, mas Alice é mais calada e quase nunca a vejo. Provavelmente passa o dia inteiro na cozinha. Elas são realmente bonitas, mas não me despertam interesse. Hermione nunca sai da minha cabeça e eu não sei o que fazer pra afastar esse pensamento.

– Sr. Malfoy? – Paola entrou no meu quarto. – Desculpe o incômodo a essa hora mas o senhor tem um telefonema.
Hoje completam sete meses longe de Hogwarts. Sete meses sem Hermione. Sete meses sem Pansy, sem Blás... Sete meses longe de pessoas além de Narcissa, Paola, Vanessa e Alice.

– Telefenoma... Eu acho que sei o que é isso... – Digo tentando me lembrar.

– Não, um telefonema. – Ela sorri. – Um método trouxa de comunicação.

– Ah, sim. – Eu pigarreei e depois fiquei em silêncio.

– Sr. Malfoy, o senhor só precisa colocar o telefone perto do ouvido. – Ela me entregou uma coisa estranha que identifiquei como um telefeno. – Essa parte fala, e essa parte escuta.

Olhei e coloquei as partes indicadas, – uma no ouvido e uma perto da boca – e depois fiz um gesto para Paola se retirar. Se fosse Vanessa, talvez eu agradeceria, mas Paola não.

– Draco? – Alguém sussurrou.

– Mi-one? – Perguntei com a voz falhando.

– Draco eu estou com tanta saudade! – Ela exclamou e eu respirei fundo.

– Hermione, porque não veio até aqui? – Eu disse sério. – Poderia ter aparatado, mas não, usou o telefeno.

– O que é um telefeno? – Ela gargalhou. – Não, não, Draco. É um telefone.

– Paola disse que é um telefeno.

Ela ficou em silêncio.

– Quem é Paola?

– Hm, ciúmes Granger? – Ri. – Paola é minha empregada.

– Duvido que o Sr. Malfoy teria uma empregada decente. Provavelmente é uma adolescente promíscua com um corpo maravilhoso e um par de olhos claros.

– Nossa!  – Eu disse imaginando de onde ela havia tirado todas aquelas informações.

– Eu estou certa mais uma vez. – Ela gargalhou.

– Está certa sim. – Ri. – Mas não se preocupe, tenho uma empregada morena, uma ruiva e uma loira... Mas o que me faz falta mesmo são cabelos castanhos.

– Ah Draco, eu estou morrendo de saudades! – Ela sussurrou.

– Onde você está?

– Weasley.  – Ela disse e eu fechei a cara. – Molly me chamou pra passar uma semana aqui, eles ainda estão abalados por Fred e eu acho que George nunca vai conseguir se aliviar disso. Olhar pra ele me deixa mal. É como se Fred ainda estivesse aqui..

– Ah, eu sinto muito. – Disse sendo sincero. – Não deve ser nada fácil perder um irmão gêmeo.
          – Ronald também está... 
          – Se divertindo muito com o Ron, Granger?

– Poderia, Malfoy. – Ela disse no mesmo tom que eu. – Mas não consigo tirar um par de olhos cinzas da minha cabeça.

– Vai demorar muito à vir me ver? – Disse mudando bruscamente de assunto, não queria mais falar no sardento-ruivo.

– Eu pretendo ir essa semana ainda. A semana na casa dos Weasley termina amanhã.

– Se não vier eu vou...

– Vai o que?

– Vou continuar com saudades, oras. – Eu disse sincero. – Você não vai admitir me deixar morrer de saudades até completar um ano sem te ver, vai?

– É claro que não. – Ela disse exaltada. – Eu morreria antes.

– Isso está ficando meloso, vou desligar.

– Cala a boca, Malfoy.

– Agora sim.

Gargalhamos juntos.

– Eu realmente preciso desligar, Draco. – Ela disse baixo. – Se alguém me pegar no telefone com você...

– Principalmente Ron. – Digo fazendo uma voz fina.

– Acho que Ronald não teria problemas com isso. Estamos brigados. Não converso com ele faz mais de um mês.

– Vocês não estão namorando, Granger? – Eu disse rindo.

– Estávamos, eu acho. – Ela disse baixo. – Ninguém terminou, mas brigamos feio.

– Pelo menos sei que ele não está fugindo pro seu quarto à noite. Na mesma casa seria bem fácil.

– Seria só aparatar. – Ela gargalhou. – É muito raro por aqui alguém usar as janelas quando se pode aparatar.

– Mande saudações ao Potter.

– Isso é... Sério? – Ela riu.

– Porque não?

– Tudo bem. Espero que não se arrependa.

– Nada de arrependimentos, Granger. Eu cresci, se não te avisaram ainda.

– Me desculpe, Sr. Malfoy, esse equívoco não vai se repetir.

– Idiota!

Gargalhamos de novo.

– Mandarei “saudações” ao Potter, ok?

– Tudo bem. Mande um beijo também. – Disse afinando a voz. – Só não deixe a Ginny ouvir... Acho que ela ficaria com ciúmes...

– Sem exageros, Malfoy. – Rimos de novo.

– Só uma saudação, então. Decidido.

– Ok.

– Vou esperar por você.

– Espero que mantenha suas empregadas longe de sua cama enquanto isso.

– Hermione, o mais próximo que chegam de minha cama é quando vão arruma-la.

– Sei. – Riu. – Agora tenho que ir Draco.

– Ok. – Disse triste. – Obrigado pelo telefenoma.

– Telefonema! – Gargalhou.

– Te–le–fo–ne–ma. – Ri. – Eu precisava mesmo ouvir sua voz.

– Eu também precisava ouvir a sua.

Silêncio.

– Até quando der, Draco.

– Até quando der.

– Não se esqueça de mim.

– Eu não me atreveria a tentar. .

Então ela desligou. Fiquei algumas horas só rindo sozinho. Vanessa se aproximou perto das duas da manhã.

– Sr. Draco? – Me chamou. – O senhor está bem?

Ri.

– Nunca estive melhor. – Eu disse sorrindo abertamente.

– Eram dez da noite quando recebeu aquele telefonema, e até agora está nesse estado. – Ela riu.

– Vanessa, eu acho que nunca havia recebido telefonema melhor! – Eu disse me levantando. – Na verdade, eu acho que nunca havia recebido um telefonema!

Ela riu.

– Bom, eu confio em você Vanessa, e acho que devo te contar sobre o telefonema. É uma longa história, me segue até a sala secreta?

– Sim sr. Malfoy.

– Vamos.

Saímos do quarto e fomos descendo as escadas, e então havia uma estante de livros. A passagem se encontrava em “Hogwarts: uma história”. Puxei o livro e a sala se abriu. Nunca tinha levado ninguém lá.

– Entre e sente-se, Vanessa. Tente não tocar em nada.

A sala era abarrotada de fotos de Hogwarts. Era nesses sete meses meu refúgio. Tinha fotos do baile do torneio tribruxo, eu e Pan juntos, eu e Blás, eu e Goyle...

– Senhor Malfoy? – Ela apontou pra uma foto. – Quem é aquela?

Era uma foto de Hermione. Fora tirada no baile do torneio tribruxo por sei–lá–quem e eu acabei pegando-a pra mim. Hermione estava descendo as escadas antes de entrar no salão principal de Hogwarts.

– Hermione Granger, Vanessa.

– Esse nome não é estranho. – Ela diz analisando a foto com mais calma. – Ela é muito bonita.

Olhei pra mesma foto e tive uma péssima lembrança. Me lembrei de Hermione e Krum juntos no baile, e também de Krum salvando Hermione na segunda tarefa do torneio...

– Ela é linda. – Eu disse abrindo um sorriso. – Já era bonita nessa época, mas ela se superou mais ano-pós-ano.

– Eu me lembrei quem é! – Ela disse parecendo não ter escutado o que eu disse. – Hermione Jean Granger! Já apareceu no profeta diário algumas vezes quando era aluna de Hogwarts. Skeeter já atacou-a, certo?

– Sim, exato.

– Não há nenhuma foto de vocês juntos, mas o mesmo número de fotos que o Senhor tem com os amigos, tem de Hermione sozinha...

– Você é observadora, Vanessa. – Sorri. – Nunca tirei fotos com Hermione.

– Mas porque guarda tantas fotos dela?

– Se pudesse, a guardaria no lugar das fotos.

– Sr. Malfoy, o senhor é apaixonado por ela? – Ela se espantou.

– Não, não... Eu... – Não tinha jeito de negar.

Eu neguei isso pra mim desde a batalha de hogwarts. Desde que começou à namorar Ronald, eu olhei pra ela com outros olhos, mas negava isso até pra mim mesmo.

– Tudo bem, talvez...

– Me desculpe a sinceridade, senhor... Mas não existe talvez. – Ela sorriu olhando pra mim. – Eu vi como seus olhos brilham só de dizer o nome dela. O senhor está sim apaixonado por ela.

– Meus sentimentos por Granger não vem ao caso. Ela telefonou e...

Vanessa começou à rir.

– Do que está rindo? – Perguntei áspero.

– D-desculpe Sr. Malfoy. – Ela disse parando de rir. – O senhor recebeu um telefonema e ficou bobo por aproximadamente quatro horas seguidas e ainda diz que não está apaixonado?

Ela me desarmou.

– Eu não quero falar sobre isso, Vanessa. – Disse passando a mão pelos cabelos.

– Tudo bem, me desculpe.

– Ok. – Estava sério e pouco a vontade, quem ela pensa que é pra falar dos meus sentimentos? – Hermione vai passar uns dias aqui. Quero que a tratem como a dona da casa e recebam ordens dela, avise às outras por favor. Vanessa, eu repito: confio em você. Quero que tudo ocorra bem dentro desse apartamento enquanto ela estiver aqui.

– Correrá tudo em perfeita ordem Sr. Malfoy. – Ela disse confiante e firme.

– Tudo bem Vanessa, obrigado. Pode se retirar.

Flashback Off



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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado *-*