No decorrer da semana tive que aturar a Rosalie falando de “seu” maravilhoso Edward. Ela falava de como ele era romântico – quando queria, claro -, de como era bom na cama, e muitas outras coisas que prefiro nem comentar.

Não era como se eu desejasse o pior para a minha amiga, muito pelo contrario. Quero a felicidade dela. Mas ela não precisa ficar falando esse tipo de coisa, eu já entendi que ela conseguiu Edward Masen.

E hoje, de novo, Edward levou Rose pra escola. Eu e Alice estávamos no campo da escola, eu estava pronta para assumir o meu lugar como capitã de líder de torcida dos “Kings of Forks”, o time de futebol americano da escola, quando eles chegaram.

Rosalie, provavelmente, pediu para Edward deixá-la no campo pra provocar seja lá quem tivesse duvidado que eles estivessem “juntos”.

Ela abriu a porta do Volvo e deu um selinho em Edward antes de sair do carro e fechar a porta, com isso, ele arrancou com o carro, indo, provavelmente, para o estacionamento.

Rose não estava muito diferente de mim e de Alice. Ela vestia um short­-saia branco, uma blusa roxa, eu estava usando um short preto e uma blusa vermelha e Alice usava um short rosa e uma blusa branca. Eu e Rose estávamos com um rabo de cavalo e Alice, bom, Alice estava com os cabelos curto, calculadamente, espetados.

– O que está fazendo aqui? – perguntou Rose assim que me viu

– Bom, vim assumir o posto que sempre foi meu – disse calmamente

– As coisas mudaram depois que você sumiu, Bellinha – sorriu colocando um fio de cabelo meu, que tinha soltado, atrás da orelha – Você achou o que? Que quando você saísse nossas vidas congelariam, e quando voltasse as coisas estariam exatamente como eram antes? – cruzou os braços e eu suspirei jogando o peso de uma perna para outra – Sinto te informar, mas não é exatamente assim. Quando você parou, continuamos andando!

– Isso tudo foi pra dizer que eu não sou mais a capitã? – perguntei levantando a sobrancelha

– Não, isso tudo pra dizer que você está fora das lideres de torcida.

– Quem foi que me tirou?

– Eu – respondeu com triunfo – A nova capitã – disse sorrindo – Ah, Antes que eu me esqueça! - chegou perto e colocou a mão no meu ombro – Peguei o outro primo. Sabe... Você e Jacke, eu e Edward. Quem sabe um dia não saímos os quatro juntos. – sorriu – Então é isso, Belzinha. Beijinhos! - E saiu andando e dando ordens para as meninas.

– Rose, - escutei Alice chamar - Ela estava esse tempo todo parada olhando chocada pra Rose enquanto a mesma falava.

– Diga! – falou Rose se virando pra olhar para a baixinha.

– Eu to fora – disse Alice colocando as mãos na cintura – A Bella sai, eu saio!

– Alie... – comecei

– Shiu! – sussurrou para mim

– Tudo bem, Alice, se você quer assim. Não te daremos segunda chance! – disse a loira

– Nunca disse que queria uma – falou irritada – Vamos sair daqui! – e me puxou em direção ao vestiário.

– O que foi isso? – falou quando já estávamos lá dentro.

– É normal, a típica briga de poderes na escola. A diferença é que ela está brigando sozinha! – falei enquanto ai ao meu armário e tirava a minha blusa para mudar de roupa.

– Pior que eu sei. – bufou Alice fazendo o mesmo que eu.

– Mas ela acha que eu ligo. Eu não ligo! Fui capitã, porque minha mãe era, Tia Esme foi. Sei lá, foi geração. Acho que minha avó foi também. – disse calçando a minha rasteirinha

– Eu sei, é tão ridículo ela está disputando com você. – falou enquanto passa batom – Primeiro o Edwar...

– Não tem Edward, Alice!

– Tem sim! Você me contou de terça-feira. Ele te levou em casa e tudo!

– Ele não me levou em casa...

– Eu sei, eu sei. Ele te deixou uns quarteirões antes porque brigaram.

– É.

– Meus pais sempre brigavam. Dizem que isso apimenta a relação. – falou a baixinha fazendo cara de pervertida.

– ALICE! – gritei jogando meu casaco nela- Não tem relação nenhuma. Ele ta com a Rose.

– Eles estão transando, é diferente.

– Você não tem jeito, não é?

– Nunca!

–£-

– Posso ir? – perguntou Vanessa enquanto me arrumava para a festa do rio.

Eu vestia um vestido vermelho que ia até a metade da coxa, um casaco de couro preto e uma bota também preta que ia até a metade da canela. Meu cabelo estava com um arco vermelho, solto e estrategicamente enrolado.

– Não, princesa – falei indo no banheiro e passando o lápis preto – Você é muito nova!

Meu quarto era grande, tinha um banheiro que eu dividia com a casa toda. O banheiro tinha duas portas, uma que dava para o corredor da casa, e outra que dava para o meu quarto.

Tia Esme estava no quarto dos meus pais, que era uma suíte, Nessie e Jasper não tinham banheiro em seus quartos.

– Eu semple sou muito nova pras coisas legais que você e o Jazz fazem – falou fazendo um biquinho emburrada.

– Quando você tiver nossa idade, você vai fazer tudo bem? – passei a sombra preta – Você só tem 4 aninhos, meu amor! Daqui á uns treze nos você vai.

– O QUE? É MUITO TEMPO, BELLINHA!

– Eu sei, mas quando eu tinha a sua idade e a Tia Esme saia para essas festas, ela me dizia a mesma coisa. Que eu tinha que esperar. E eu esperei, eu to indo. E não morri por esperar!

– Ok! – sorriu travessa – Eu espelo, mas só se você trazer seu namolado novo pra eu conhecer.

– Que namora...Alice!

Aquela pintora de rodapé ia se ver comigo!

– Não, Bells, não é a Alice. É o Ediwar. – gargalhei com o nome. Ediwar. Essa é boa!

– Ok, princesa! Edward não é meu namorado. Alice é maluca! – passei meu gloss, peguei Nessie no colo, e sai do meu quarto.

Desci as escadas indo em direção à sala, onde encontrei Tia Esme sentada no sofá vendo TV.

– Onde está Jasper? – perguntei a ela colocando Vanessa sentada no sofá ao seu lado.

– Saiu falando que ia a uma festa no lago. Você ta indo pra lá, não é? – assenti – Fica de olho nele, ta? Não quero ter que ir à delegacia de madrugada indo tirar um jovem traficante da prisão.

– O que é um jovem tlafi... tafi..tlaficate... Ah! Jovem aquilo? – perguntou Vanessa olhando de mim pra Esme e de Esme para mim.

– Se vira – falei para a minha tia apontando para a minha irmã – Vou esperar a Alie aqui fora. Tchau, gente!

Dei um beijo na testa das duas e saí. Assim que desci os primeiros degraus da varanda vi o Porsche amarelo da baixinha estacionando no meio-fio.

Corri até o carro e entrei no lado do motorista.

– Oi, amiga! – falei fechando a porta e colocando o sinto

Alice vestia uma calça preta, uma blusa também preta com decote que amarrava no pescoço e seu cabelo não estava espeta como sempre, estava liso, tipo, Channel.

– Oi, Bells! – sorriu – Pronta pra abalar a festa, lembre-se que Edward Masen só topo que ia depois de saber que você ia.

– Cala a boca, chata! –bufei

– Também te amo!

–£-

O caminho até o lago foi tranquilo. Alice deu um tempo nas piadinhas com o Edward, eu dei um sermão na baixinha por causa do que ela tinha falado com a Nessie. Do “Ediwar” ser meu namorado. Alice caiu na gargalhada quando eu disse o nome que Vanessa tinha dado a ele.

Alice parou o carro em um estacionamento que mais parecia um campo, ele estava cheio de tochas presas em madeiras, os carros estavam estacionados um do lado do outro.

Desci do carro juntamente com a Alice, e fomos para o lago.

O lago era cercado pela floresta, mas ele tinha uma saída para o campo que usávamos de estacionamento. O lago, ou rio, tinha uma entrada além do estacionamento, essa entrada dava para uma estrada. Estrada essa que já brotou muitos carros de polícia atrás de adolescentes de menor bêbados e adolescentes de maior que fornecia bebida para o de menor.

Jasper era um grande exemplo. Jacke vivia dando bebida pra ele. E isso me deixa com muita raiva.

Dito e feito.

Assim que cheguei na “festa” vi Jacob entregando a Jasper um maço de cigarro. Já que eu não sou muito de me controlar, andei o mais rápido que pude até eles.

– Você ta doido? – perguntei empurrando Jacob.

– Qual é, Bella? – perguntou Jacke.

Olhei para Jasper que nos olhava sem nenhuma expressão no rosto. Fui pra cima dele e tomei o cigarro, que pelo cheiro era maconha, de suas mãos e o joguei no chão, pisando logo em seguida,

– Em casa a gente conversa! – disse apontando o dedo indicador em seu rosto.

– Quem você pensa que é? A mamãe? Porra, Bella, não fode! – falou Jazz – Ela morreu, ela foi embora, você nem ninguém pode tomar a porra do lugar dela. Você sabe disso, merda! – disse saindo. Fiquei olhando até Jasper sumir de vista.

Eu não vou chorar, disse pra mim mesma.

– Qual é, Bella? – Jacob se manifestou – Acabando com a diversão no moleque? Coisa feia. – disse se aproximando de mim. A cada passo que ele dava em minha direção, eu dava outro pra trás – Mas você continua linda, bela, maravilhosa – continuou sorrindo.

– VOCÊ ACHA QUE, SÓ PORQUE TERMINAMOS VOCÊ VAI FUDER COM A MERDA DA VIDA DO MEU IRMÃO DANDO MACONHA PRA ELE? – gritei – Quer fuder com a vida de alguém, Jacob? FODE COM A MINHA, PORRA! Mas só não fode quem eu amo.

– Ah! Assim que eu gosto, a mamãe tigre defendendo suas crias. – falou irônico.

– Você não era assim! – falei com desdém.

– Eu era, Bella. Ah! Eu era. – disse calmo, parecendo se lembrar de algo – Você só não me conhecia.

– E ta parecendo que não te conheço agora também! – disse sincera

Jacob colocou suas duas mãos na minha cintura e colou nossos corpos, o calor do corpo dele e fez ficar arrepiada.

– Tem muita coisa em mim que você não conhece, Bella! Lembra-se disso. – sussurrou no pé do meu ouvido e depois mordiscou o lóbulo da minha orelha, me deu um selinho e saiu de perto me deixando com uma cara de taxo e vermelha de raiva. Ainda não tinha me conformado com o fato de Jacob Black ter dado maconha para o Jasper.

– Algum problema? – disse a voz rouca. Ah! Aquela voz rouca que fez com que toda a minha raiva sumisse em segundos.

– O que você quer? –falei botando as mãos na cintura.

– Não precisa me atacar verbalmente! – falou Edward

– Prefere que seja no tapa? – falei esticando minha mão pro seu rosto.

Ele percebendo minhas intenções segurou a minha mão entrelaçando ela com a sua.

Olhei para nossas mão entrelaçadas e em seguida para os olhos dele. Aquelas duas esmeraldas que tanto me hipnotizavam.

– Bella, eu... – disse aproximando seu rosto do meu – Eu... – eu conseguia sentir seu hálito quente batendo no meu rosto. Era uma sensação tão boa!

Fechei os olhos esperando o beijo, até que ouvi alguém falar e os abri novamente.

– Edward, que merda...? – Rosalie Hale estava com a cara muito vermelha de tanta raiva que estava sentindo. – O que ta acontecendo? Você, Edward, me deixou lá sozinha porque viu a Bella com o Jacob e veio correndo pra cá. – O que? Ele me viu com o Jacke e ficou com ciúmes? Bom saber! – Você acha que isso não dói em mim?

– O que deixa, ou não deixa de doer em você, pra mim, não faz diferença. Quem sobre é você, não eu! – Edward disse soltando sua mão da minha e colocando o braço em volta da minha cintura.

– Você...você não gostou do que passamos essa semana? – perguntou desesperada.

– Aí está o ponto, Rose – falou calmamente - Passou! Você nunca foi um plano. Você é fácil demais! Devia ser menos atirada e tentar parar de competir com a Bella em tudo. Porque só ela tem o que você tanto quer ter!

Ta bom... É... O que eu tenho que a Rose tanto quer?

– Eu quero você! Eu quero te ter! – a loira disse com lágrimas nos olhos – Mas eu sempre perco pra ela. – apontou pra mim. E saiu correndo e chorando.

Então é isso? Eu tenho Edward Masen?

– Edward, o que...? O que foi isso? – olhei pra ele tirando sua mão da minha cintura – Porque tratou ela desse jeito?

– Porque era o único jeito que ela merecia ser tratada! – disse como se fosse o óbvio

– Rose é minha amiga, com seus altos e baixos, mas minha amiga.

– Não devia chamar ela assim. Ela nem se respeita, Bella. – ele sorriu torto e colocou uma mão no meu rosto – Ela devia ser igual a você. Meiga, inteligente, linda, e se dá o respeito!

Ta... Aí eu corei. Não era todo dia que alguém me elogiava desse jeito!

– O que deu em você?

– O que deu em mim? – assenti – Eu acordei, simples!

Eim?

– Vem! – e ele saiu me puxando pra uma ponte de madeira que dava até o meio do lado. As pessoas normalmente pulam dali pra cair na água.

– Rosalie me contou que seus pais morreram. E você também, naquele dia no cemitério. – suspirou – Mas sem querer ser indelicado, como foi?

– Tentando puxar assunto, Edward Masen? – provoquei e continuei andando, ele me seguiu até o fim da ponte e nos sentamos com as pernas penduradas.

– Pra você ver... – disse sorrindo

– Estavam voltando do aeroporto. Eles morreram na ponte que dá pra Seatlle, do outro lado da cidade. Lá tem uma usina hidroelétrica desativada. As pessoas tem medo de passar por lá, eles dizem que sempre em noite de lua cheia, escutam uivos vindo de lá. Uivos, dá pra acreditar? – sorri bufando – É como se lobisomens existissem, só falta verem morcegos e dizerem que existem vampiros.

Olhei pra ele e Edward estava rígido, completamente parado.

– Algum problema?

– Não, não... Só estava tentando... Imaginar.

– Hmmm. Bom, - continuei – quando voltamos do aeroporto meu pai estava tão vidrado na ideia de passar pela ponte, e era uma noite de lua cheia. Quando estávamos já no meio da ponte, passou um vulto preto na rente do carro. O que fez com que meu pai desviasse achando que era alguém...

– Você estava lá?

– Uhum, no banco de trás – falei – Continuando... Ele perdeu o controle do carro e caiu na água. A partir daí eu não lembro mais de nada.

– Você só acordou no hospital?

– É, os médicos falaram que me encontraram deitada no asfalto, que eu pulei antes que o carro caísse na água. Mas... Eu me lembro de ter caído, lembro-me de desmaiar me afogando. Lembro-me da minha mãe gritando que íamos nos afogar... Eu não me joguei do carro. – a esse ponto eu já estava com as lágrimas acumuladas nos olhos.

– Pode chorar, Bella!

– Não! – suspirei engolindo o choro

– E seu irmão entrou no mundo da rebeldia depois disso?

– Foi, ele ficou em casa cuidando da Nessie no dia do acidente.

– E você namorava com o Jacob.

– Uhum. Depois do acidente eu meio que entrei em estado depressivo, deixei de ir pra escola, parei de dar atenção pra ele. E eu não estava conseguindo relacionar tudo aquilo que tinha acabado de acontecer com o namoro, então decidi terminar.

– E ele não se conformou até agora, né? – disse olhando pra trás.

Segui seu olhar e vi Jacob olhando pra gente.

– É o que parece.

– Eu sinto muito, Bella. Por tudo! – sorriu sincero.

– Eu também!

Ficamos nos olhando por um tempo até que vi seus olhos ficarem vermelhos, um vermelho vivo, parecia sangue.

– Edward, seus olhos. O que...?

– Eu sei. Eu tenho que ir.

O vento soprou forte fazendo meu cabelo irem para os meus olhos, tirei eles de lá, e quando olhei, Edward tinha sumido.