Capítulo 8

Fiquei lá, sentada, tentando assimilar o que tinha acabado de acontecer. Primeiro: pego o meu ex-namorado fornecendo drogas para o meu meio irmão. Segundo: quase beijei Edward. Terceiro: ficamos conversando, civilizadamente, para logo depois ele desaparecer.

Suspirei tentando imaginar o porquê de ele ter sumido, mas nada me vinha na cabeça. Até que decidi procurar por Jasper e Alice para irmos embora.

Andei até a grande fogueira que tinha no centro da clareira, onde rolava a festa, ficando na ponta do pé procurando pelo meu irmão e minha melhor amiga.

Já cansada de procura-los decidi ir para o estacionamento. O caminho pra lá estava deserto - Quem queria ficar no estacionamento com uma festa bombando na beira do lago? – e cheio de neblina. Tudo bem que estávamos saindo do inverno. E estávamos na pacata Forks, a cidade da chuva. Mas, neblina? Era muito estranho, era pra estar no máximo chovendo, não tendo neblina.

Não era a primeira vez que eu a via. Lembrei-me do cemitério, na segunda. O corvo, e o Edward aparecendo do nada. Mas eu sei que Edward não tinha nada haver com isso. Pelo menos eu queria achar que não!

Parei de andar, tentando avistar o carro da Alice, mas a neblina estava tampando tudo.

Suspirei e continuei a andar. Gemi quando tropecei em alguma coisa e cai de cara no chão.

– Ai! – disse colocando a mão na testa, pois havia batido com ela no chão, e senti algo molhado.

Sangue, pensei, Ótima hora para sangrar, Swan!

Levantei na intenção de olhar no que eu tinha tropeçado. Quando me deparo com um par de olhos azuis arregalados e desesperados.

Gritei desesperada.

Eu tinha tropeçado em uma Rosalie pálida e toda machucada.

– Bella – ela sussurrou fracamente tentando estender a mão para segurar meu tornozelo - Bella! – sussurrou novamente - Ajuda!

As lágrimas começaram a transbordar dos meus olhos. Ver Rose totalmente impotente deitada no gramado me fez lembrar da morte dos meus pais.

Agachei-me ao lado dela e vi a poça de sangue se formar ao lado de sua cabeça. Em seu pescoço havia um grande ferimento. Parecia uma mordida.

– Rose – disse chorando – Vou buscar ajuda. Aguenta, por favor!

Levantei-me e comecei a correr em direção ao logo decidida a chamar a primeira pessoa que eu visse. Mas eu não o fiz. Eu procurava pelo par de olhos verdes que me tiravam do ar. Mas não os encontrei.

Encontrei apenas um par de olhos negros que me encaravam com preocupação.

Jacob corria em minha direção com uma cara de desespero. Claro! Quem não ia se preocupar em ver alguém chorando com a testa cortada e jorrando sangue?

– Bells... Belly, o que houve? – perguntou Jake me abraçando.

Me soltei dele e gritei:

– A ROSE – funguei – A Rose está machucada lá no estacionamento. Por favor, Jake, ajude-a.

Assentindo, Jacbo chamou os meninos do time de futebol da escola e todos foram em direção ao estacionamento. Eu, claro, os segui.

Chegando lá, toda a neblina tinha ido embora, e dava pra avistar melhor a Rosalie deitada no chão.

De repente, parecia que todos da festa estavam em volta dela. Em um piscar de olhos o estacionamento estava completamente cheio.

– Saiam de cima dela – gritou alguém – Saiam de cima.

– Bella? – Jake, que estava agachado ao lado de Rose, falou – Bells, o que aconteceu?

– Eu... - funguei me aproximando – Eu estava indo pro carro, tinha muita neblina. E então eu tropecei – fuguei novamente – Fui ver o que era e encontrei Rose ai.

– BELLA! – escutei Alice gritando e me abraçando – Está tudo bem, queria? – assenti – Ah, Bells... – enterrei minha cabeça no ombro dela e chorei

– CHAMEM UMA AMBULÂCIA! – Jake gritou

– Mas a polícia vai vir – alguém disse.

– NÃO IMPORTA PORRA, ELA ESTÁ MACHUCADA! – escutei “ele” gritar.

Levantei minha cabeça e encontrei o par de esmeraldas que eu tanto procurava. Ele me encarava com preocupação e mais alguma coisa estampada nos olhos.

– Bella, - tirei minha atenção de Edward e olhei para Jake – Você está bem?

– Sim!

– Tem certeza? Você está sangrando... Muito!

– Eu só... Ai! – botei a mão na cabeça e percebi que doía... Muito! Suspirei – Estou melhor que a Rose. Pode ter certeza – sorri fraco, mas acho que saiu uma careta de dor – Vou sobreviver – garanti.

– Isabella! – olhei e vi Jasper correndo na minha direção. Quase caí pra trás quando nossos corpos se chocaram. – Você está bem? Por favor, não faz mais isso comigo! E eu estava achando que era você no lugar da Rose – o abracei forte.

– Estou bem – disse

– Não querendo ser cruel, mas já sendo. Eu prefiro ela ali a você! – disse me soltando

– Não está sendo cruel – o tranquilizei – Só de questão de opinião.

– Eu sei – suspirou – Eu tenho sido um monstro com você. Me desculpe.

– Está tudo bem, Jazz!

– Eu te amo! – ele disse voltando a me abraçar

– Eu também te amo!

Quando a ambulância chegou os paramédicos, com agilidade, colocaram Rose, desmaiada, na maca e vieram me atender. Eles me colocaram dentro da ambulância e me levaram para o hospital. No caminho, os paramédicos, limparam minha ferida e me deram três pontos.

Chegando ao hospital, eles levaram Rose para a emergência e me deixaram em uma sala esperando um responsável ou talvez a polícia.

A sala era pequena, pintada de branco. Encostada na parede tinha uma maca forrada com panos verdes, onde eu estava sentada. Ao lado da maca tinha uma cabeceira. Na outra parede tinha uma janela com um sofá embaixo dela. No teto havia uma televisão presa em um ferro.

Olhei para o grande relógio digital que habitava em cima da porta. Quando deu 23h23min a porta abriu e uma Esme desesperada correu em minha direção.

– Menina, pelo amor de Deus, não faça mais isso comigo! – disse me abraçando – Vamos embora?

Assenti e perguntei:

– Vanessa ficou com quem?

– Com a Alice. Nessie queria vir, mas ei achei melhor deixar ela em casa. Alice também queria vir, mas Jasper a convenceu de ficar. – falou enquanto andávamos pelo corredor do hospital

– Jasper? – levantei uma sobrancelha

– É! Ele está lá fora no carro.

– E Rose? Eu posso vê-la agora?

– Não querida, não pode. Ela perdeu muito sangue, eles vão liberar as visitas amanhã ás 8h.

Chegando á recepção do hospital vi sentados na sala de espera Lílian Hale – mãe da Rosalie. Loira e com sua farda de policial – e David Hale – pai da Rose. Também loiro, usava uma camisa social preta e uma calça jeans. Ele e Lílian eram separados. Mas Lílian ainda usava o nome Hale, pois ainda não tinha rolado o divórcio e ela também não tinha se casado novamente. E David, é gay e tem um namorado. Eles moram juntos em Seattle .

Acenei pra eles e recebi três acenos de volta.

Saí do hospital se segurei o braço da minha tia. Logo aviste o carro preto da minha tia no estacionamento.

Quando chegamos lá, Jazz exclamou sorrindo e abrindo a porta do carro:

– Hey, Bells, está bem?

Jasper estava diferente, ainda dava pra sentir o cheiro de maconha vindo dele, mas ele estava diferente. Essa era a primeira vez em quatro meses que eu via Jasper sorrir de verdade.

– Sempre estive, Jazz, sempre estive. – disse entrando no carro e sentando no banco do carona, Jazz foi atrás mexendo no celular.

–£-

– Porque você caiu? – perguntou Nessie

Chegamos em casa e eu fiquei sabendo que depois que saí com a ambulância a polícia chegou e prendeu todos os maiores de idade que estavam lá. Quem foi esperto, se meteu no mato. Mas teve gente que ficou com medo, pelo que aconteceu com a Rose. Mas isso era passado.

Alice foi embora, pois sua avó, Alicia Brandon, pediu para que ela fosse 00:00 para casa.

Depois que Alice foi embora, eu fui tomar banho e trocar o curativo do meu machucado.

Nessie ficou comigo o tempo todo, insistiu em tomar banho comigo. E assim foi feito, fizemos muita bagunça no banheiro.

Quando estávamos devidamente vestidas - eu com uma calça de moletom e uma blusa preta do Green Day e Nessie com seu pijama da Bela e a Fera – nós sentamos na sala para ver a Bela e Fera. Desde que Nessie nasceu, ver Bela e a Fera de madrugada era nosso hobbie.

– Eu tropecei em uma pedra e bati com a cabeça no chão, anjo – achei melhor poupá-la dos detalhes.

Depois disso vimos o filme tranquilamente. Até a visita chegar.

Estávamos na parte em que Maurice, pai da Bela, invade o castelo da Fera, quando a campainha tocou.

Dei pause no filme.

– Vamos atende juntas? – perguntou minha irmã.

Assenti mesmo não querendo. E se fosse um ladrão. Mas eu acho que os ladrões não tocam a campainha, não é?

Levantamos do sofá e fomos para a porta. Abri e me surpreendi com que era.

Edward Masen estava parado na soleira da minha porta com um sorriso de desculpas no rosto e uma única tulipa rosa na mão.

– Me desculpe pela hora, eu podia ter vindo amanhã, mas eu precisava ver se você estava bem.

– Tudo bem, está desculpado. – sorri

– Quem é ele? Essa flo é pla mim... Eu quelo! – falou Nessie se colcando na minha frente e estendendo a mãozinha pra pegar a tulipa.

– E você deve ser a Vanessa, certo? – perguntou Edward dando a flor pra ela

– Certo! – falou cheirando a flor.

Eu ri, às vezes ela parecia uma adulta.

– Vanessa Mari... – nem precisei terminar

– Obigada pela flo! – exclamou

Edward riu.

– De nada, princesinha.

Nunca pensei que Edward Masen teria jeito com crianças.

– Que entra?- Nessie perguntou

Edward olhou pra mim com uma cara meio que pidona.

– Quer entrar? - Fiz das palavras delas as minhas. Mas, claro, eu falei certo!

– Quero! – ele falou sorrindo torto