-Max! O que é essa coisa de signo? E daí que eu vi um peixe seguindo um tubarão? – Quando terminei, o rosto de Max se tornou mais sério, mais dava para ver ainda a pontada de felicidade em seu rosto, mas ele estava determinado a me contar.

  -Tem coisas estranhas que acontece com a gente quando tem uma família com antecedentes, hum, especiais vamos dizer. Não Missie, nenhum de seus antepassados não tinha alguma parte do corpo ou/e alguma doença hereditária – ele falou notando a minha expressão quando ele falou especiais. – O fato é, sua família só nasce entre 20 de fevereiro a 20 de março. Dependendo de ano as datas aumentam ou abaixam um dia, mas o fato é, que na sua família todos são de peixes. Não importa que a mulher engravide em janeiro, ele não vai nascer em outubro. Nossa lógica é diferente, vocês, filhos, nascem no mesmo mês que seus pais e seus pais dos pais deles e assim por diante. E isso porque, agora que você conhece o que esta acontecendo...

  -Não conheço nada não – interrompi.

  -Tá,você ainda não conhece tudo, mas conhece um pouco. Você precisa saber, que agora, você quando abrir a Olin vai mandar uma mensagem telepática para seu pai, ou para outra pessoa da família que você precisar falar. Se ele não aceitar, ou se estiver sobre magia de alguém, obviamente você não vai poder... se comunicar com ele pela Olin. Mas se ele aceitar, você vai poder, claro. Tem uma coisa nas famílias de profetas que muitos não conseguem fazer. Até onde eu sei, só escravos das trevas conseguem. Vocês conseguem abrir Olins. Ninguém, em sã consciência tentaria abrir uma Olin, porque senão seu poder seria sugado e a pessoa poderia morrer. É uma tentação não abrir uma Olin, devo dizer, mas acho que todos conseguem resistir. Eu já consegui várias vezes, pode acreditar. Logan, Marilia, Logan, Marilia... ah! era insuportável!

  -Quer dizer que minha mãe também é uma profetisa? – perguntei. –Quero dizer, se só profetas podem abrir a Olin, minha mãe era uma profetisa?

  -Não... quer dizer, mais ou menos. Sua mãe não é a primogênita, mas ela é a segunda mais velha, e sua mãe tem 7 irmãs, e a mais velha já morreu faz muito tempo, acho que faz uns 10 anos. Todos que tem o sangue de uma família de profeta, consegue ter pelo menos metade do poder, e por exemplo, a primeira tem todo o poder, a segunda tem um pouco a menos que a primeira, a terceira tem um pouco a menos que a segunda, e assim por diante. E só descobriram que a irmã de sua mãe era a profetisa quando ela tinha 20 anos. Normalmente descobrem por voltas dos 20 e 30 anos; eles tinham visões nesse período. Mas, infelizmente a irmã de sua mãe ficou maluca... coitada. – Eu pensei um pouco sobre o que ele disse. Se a irmã da minha mãe, que é consequentemente minha tia, só descobriu que era profetisa com 20 anos, porque eu descobri com 10? E segundo Max, eles descobriram entre 20 e 30 anos. Porque diabos, eu descobri com 10?

  -Max, porque eu descobri com 10 anos? Quero dizer, meu pai. Ele descobriu que era profeta entre 20 e 30 anos não é? Porque eu descobri com 10 anos? – minha voz estava desesperada, e Max juntou as mãos e colocou o cotovelo na mesa e afagou a cabeça nas mãos. Quando voltou a cabeça na posição em que estava, sua cara estava bem mais séria.

  -Missie, você é uma profetisa... bem, poderosa. Seus dois pais têm antepassados que eram profetas, sua mãe, não é uma profetisa, mas ela é das sete irmãs, a segunda mais poderosa. E seu pai... ele é um profeta. É perigoso, duas pessoas com sangue de profetas, terem filhos. Seu pai sabia disso. Missie, você é uma das profetisas mais poderosas que existiram. Não conheço ninguém com tanto poder acumulado como você. Apesar disso tudo, é perigoso – ele disse. Ele enfatizou ‘perigoso’, acho eu, para deixar claro que eu sou perigosa. Sei que posso ser mal criada às vezes, mas eu nunca, em sã consciência, faria algo pra prejudicar alguém intensamente. E eu queria deixar isso bem claro. Mas quando eu abri a boca para falar, ele me interrompeu.

  -Sem comentários. Desculpe Missie, mas agora temos que continuar com a sua aula – ele falou, mudando rapidamente seus sentimentos. Estava sério e de um segundo para o outro fica brincalhão. Ele ta brincando comigo? – Você sabe o que aconteceu lá embaixo?

  -Bom, minha mãe foi seqüestrada...

  -E você cheirou um perfume que te deixou calma – ele disse. Como é que ele queria que eu lembrasse essa parte? Tentei lembrar do que aconteceu. A única coisa que eu lembrava, era que eu senti um cheiro de bolo que minha mãe fazia no natal que eu adorava.

  -Eu só me lembro de um cheiro de bolo.

  -Perfeito – ele bateu palmas. – A gente vai ter que fazer isso pelo menos uma vez por dia, durante uma semana.

  -Por quê?

  -Aquele cheiro Missie, é uma poção que... –ele hesitou tentando procurar a palavra certa – hipnotiza quem cheira. Todas as suas emoções negativas vão embora e você consegue sentir a barreira fazer isso, e quero que você incentive essa barreira. Você vai aprender a quebrá-la quando quiser, mas vai ter que ter consciência que é difícil fazer outra, e só a quebre em caso de emergência.

  Quando ele terminou de falar, eu ouvi o barulho de várias patas batendo lá fora. Mas tipo, pata mesmo. Max também ouviu, porque ele levantou e foi lá fora ver o que estava acontecendo. Eu o segui, é claro.

  Você não vai acreditar, mas quando eu vi o que estava na minha frente, eram cavalos, mas não normais. Cavalos com asas. Eu conhecia um pouco de mitologia grega, porque eu tinha lido um livro sobre isso. Segundo a mitologia, aquilo era... não. Não. Ah cara! Aquilo era um pégaso?