Profetiza escrita por Sofia Sevla


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Meeeeeu, fiquei muito triste ): não recebi quase nenhum review no capítulo anterior :/ (só um...) Se você lê essa fic, por favor, mande um review DD: espero que gostem do próximo cap, eu dei um spoiler legal em um review, então acho que não vai ser muita surpresa assim haha!



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Eu não entendi se ele falou, ‘Ou não, essa não vai ser a ultima’ ou ‘Ou não, nessa noite vai acontecer uma coisa’. Não me dei o trabalho de perguntar. Não estava nem um pouquinho interessada em saber mais sobre o que vai acontecer à noite.

  Eu não conseguia dormir com todos aqueles pensamentos me rondando. Estavam me perturbando aqueles pensamentos. Eu estava de bruços no colchão com o rosto virado para direita.

  Quando abri os olhos (não sei por que os abri) vi um peixe amarelo numa caixinha, quero dizer, dentro da caixinha não. Ele estava em cima da caixinha, (parecia ser uma daquelas caixinhas que saiam de dentro um holograma com as coisas do fundo. Bem ai a coisa que saia do fundo era um mar cheio de peixe, mas para mim, apenas dois se destacavam o primeiro passou despercebido de primeira, mas depois eu o vi) fugin-do o mais rápido possível. De quem? De primeira eu não o vi. Só depois que eu vi um tubarão gigante atrás do peixe assustado. O tubarão tinha olhos pequenos e muitos, muito dentes. Um dia vi que em algum lugar que alguns tubarões chegam a ter mais de 300 dentes. São lindos. São estranhos os meus desejos, eu compreendo que os outros, ao compartilhá-los estes, me chamem de estranha. Mas na verdade eu só tenho uma imaginação... vamos dizer, muito fértil. Como ia dizendo, eu gostaria sim, de ter mais de 300 dentes. Já pensou? Eu poderia comer um pão com apenas uma mordida. Legal.

  Quando estava prestes a cair no sono (eu acho) ouvi alguém se levantar do meu lado. Era Marcus. Ele andou até a porta e foi de encontro com outra pessoa. Eu não a conhecia. Era (eu consegui ver um pouco, ao abrir uma frestinha do meu olho) um homem alto, forte, e bem... a gola da jaqueta cobria seu pescoço, dando um ar de misterioso ou malandro mesmo. Seus olhos eram pretos e seus cabelos eram brancos e meio longos, vinham até o ombro. Ele usava jeans e de baixo do casaco de couro, uma blusa azul com bolso do lado esquerdo. Apesar de ser velho era bonito. Não, não. Não é bonito a palavra. Como é mesmo que meu professor de matemática falava? Ah! é estiloso.

  Ele começou falando:

  -Marcus, como esta a nossa pequena profetisa? – disse o homem de cabelos curtos, acentuando o nome dele. Ele olhava por sobre o ombro de Marcus. Olhando em volta do quarto, à procura, pelo menos isso que me dizia os olhos deles, de alguma coisa.

  -Sr. Luke, ainda não temos certeza se é ela – o tom de Marcus parecia mais para assustar do que outra coisa. Mas a mim nao levantou nem um pelo do braço. O mesmo aconteceu com (segundo Marcus e minha audição) Luke. Ele riu baixo.

  -Max, Max, é obvio que é ela. Não da pra ver? – disse o homem no tom que isso é a coisa mais obvia do mundo. - Ela consegue machucar os outros de acordo com o que sente, e consegue usar um Olin. Ah, Max. Por favor! Abra esses olhos e veja que ela é a profetisa! Ah! e você não vai mesmo sair desse seu disfarce de segunda mão?

  -Luke, se acontecer alguma coisa a ela nessa viagem, juro que vou te arrebentar quando chegarmos aqui, e se chegarmos. Guarde as minhas palavras – falava Marcus, ignorando seu comentário sobre o disfarce e fulminando Luke com seus olhos. Depois olhou para o lado e eu fechei os olhos rapidamente. Ele se virou, e eu abri os olhos novamente. Como consegui fazer isso eu não sei. Senti alguma coisa que me falava que eu podia virar. Uma voz que falava ‘abra os olhos’ e eu obedeci no mesmo instante. O rosto de Marcus era de conclusão. Acho que ele achou uma brecha na conclusão de Luke sobre a suposta profetisa que eu tinha um certo pressentimento que era a mim que eles estavam se referindo. Ah! porque Luke tinha chamado ele de Max?

  “Luke, não sabemos se ela é mesmo a profetisa. Vai ver ela vai ser uma escrava das trevas. Os escravos conseguem abrir Olins e ferir as pessoas. Mesmo que seja difícil ser um escravo, ela pode ser.

  Eu estremeci só com a idéia de ser escravizada por pessoas. Acho que me mexi de mais, porque os dois olharam para mim e eu fechei os olhos como se eu estivesse tendo um pesadelo. Falhou. Os dois começaram a falar baixo demais, e eu não consegui distinguir todas as palavras que eles falavam.

  Consegui apenas ouvir isso: “O pai... profetas... herdam esse dom... olha o que aconteceu... vai acontecer... a gente se vê...”. Por quê? Porque teve uma voz dentro da minha cabeça que começou a gritar: “Não! Não, você não pode ouvir essa parte! Não você não pode. Você não pode! Não pode!” e ficou gritando isso até Luke desaparecer num tufão de poeira azul. Marcus foi se deitar.

  Essa voz que eu ouvira, era a mesma voz daquele homem da caixinha que tinha visto ontem. Por isso que foi tão fácil para voz me controlar. Eu não prestava atenção nas vozes de Marcus e Luke. E quando eu percebia que eu precisava ouvir mais, eu não prestava atenção na voz, mas logo a voz me seduzia de novo e eu voltava a prestar atenção na voz que de alguma forma conseguia me acalmar. Essa mesma voz conseguiu me fazer dormir, porque acho que se eu não me lembrasse da voz quando estava com vontade de dormir e não conseguia, eu não conseguiria mesmo e acho que ficaria acordada.

CAPITULO dois

  Acordamos cedo, ao nascer do sol. Os pássaros lá fora, cantavam alegremente suas canções que para mim sempre foi a coisa mais mágica de todas; mas nessa manhã eu ouvi um canto que começava, mas que não chegava ao fim. Sim, o pássaro morrera. Que triste. Não sei você, mas acho horrível ver (ou nesse caso ouvir) qualquer animal morrer. Não importa se é uma barata que todos têm medo, mas não sabem que ela não faz nada. Tem medo porque ela é feia. Que coisa mais preconceituosa! Para mim é a mesma coisa de chamar uma pessoa de negra no sentido de xingamento. Enfim, ouvi esse som agonizante e, com o coração um pouco quebrado pelo acontecimento, desci onde todos estavam sentados comendo café da manhã. Lilá foi a primeira a falar.

  -Missie, que tal você tomar um banho antes de ir? – minha mãe estava arrasada pela minha partida. Será que é tão ruim o fato de eu viajar só por algum tempo? Ou será que não é algum tempo?

  -Claro – falei já dando meia volta e indo para o banheiro. Acho que estava na hora de um banho. Ontem apesar de eu não ter feito muito exercício eu estava cheirando mal. Eca.

  Tirei minha roupa, abri o chuveiro e coloquei na água morna. Meu chuveiro não era enorme. Tinha um boxe e na frente do boxe tinha um espelho, onde eu ficava fazendo caras e bocas para ele só para eu me distrair. Apesar de ser ridículo eu ria muito com a minha infantilidade.

  Entrei no chuveiro e a água caiu no meu corpo; ah! que ótimo, esqueci de pegar a toalha. Vou molhar todo o banheiro e Lila vai me matar! Não tem importância mesmo, eu estava viajando e ela não vai brigar comigo porque eu não vou estar. Um motivo bom para eu ir para essa viajem; eu não vou precisar ouvir sermão de mãe.

  Fiz minha brincadeira de sempre no espelho da frente, e ri da minha cara no espelho e o quanto ela ficava grande quando eu enchia de ar a minha boca.

  Passei o shampoo, e fechei os olhos para não cair no olho. Quando terminei de enxaguar olhei para o espelho e lá já não via meu rosto e sim uma bola com um cano embaixo bege que termina se alargando nos extremos. Embaçara o vidro. Uma imagem foi se formando dentro da minha cabeça. Estava eu, Marcus, Laura e outro homem que – apesar de eu não o conhecer - eu conversava sem parar, dentro de um barco em alto mar. Não dava para ver mais nada, a não ser água.

  E algo aconteceu.

  O barco se mexeu e Marcus ficou exasperado, Laura ficou olhando para ele como quem queria saber o que estava acontecendo imediatamente e o homem que estava conversando comigo segurou a minha mão e me olhou como se eu tivesse a resposta. Todos começaram a falar em uma linguagem que eu não entendia, inclusive eu. De repente o homem do meu lado gritou e olhou para mim.  Eu (do meu pensamento) olhou para ele e não soube o que responder. Quando eu balancei a cabeça e falei uma coisa que não sabia o que era, o homem foi pego por alguém ou alguma coisa. Eu comecei a gritar e a chorar.

  Quando voltei a mim, estava sentada embaixo do chuveiro com a porta do banheiro sendo esmurrada por alguém. Eu desliguei o chuveiro sujei todo o banheiro de água e peguei a toalha, coloquei sobre mim até cobrir todo o meu corpo do joelho para cima. Abri a porta e minha mãe estava na frente da porta com Laura. Ela me olhou e eu olhei para ela. Ela não falou nada, então Laura começou.

  -O que aconteceu? Porque você gritou? – ela falou, como se já soubesse a resposta. Eu, igualmente sempre desde ontem, fiquei confusa.

  -Eu não gritei, não. Estava tomando banho – falei.

  -Ah! então quer dizer que você ficou tomando banho durante meia hora e nada aconteceu? – perguntou Laura.

  -É – menti. Mas logo que vi suas sobrancelhas subirem como ‘não adianta mentir que eu sei que aconteceu alguma coisa’ e então desmenti – não. Preciso falar com Marcus.

  Empurrei as para o lado e fui direto para o meu quarto, sem dar nenhuma espiada para trás. Coloquei uma roupa (blusa e jeans) e desci correndo. Marcus estava sentado com os dois cotovelos segurando-lhes a cabeça. Quando eu cheguei ele olhou e falou:

  -O que aconteceu? Porque você gritou? – que droga! Já ta irritando todo mundo perguntar a mesma coisa toda hora. Tá, eu estou muito estressada nesses dois dias. Só foram duas perguntas. Mas eu não sabia responder, porque eu não sabia que eu gritara. Eu sentei na cadeira a seu lado.

  -Eu não sei. Simplesmente não sei. Eu não me lembro de ter gritado – eu estava quase lhe suplicando que acreditasse mesmo sabendo que ele já estava muito nervoso com o fato da viajem e não ia se preocupar muito com o grito. Eu estava completamente errada.

  -Como não sabe? Como foi que você gritou e não se lembra de ter gritado? – para mim isso pareceu um insulto. Odeio ser insultada. Ele estava gritando comigo, como se eu tivesse obrigação de saber porque eu havia gritado. Mas tentei ficar calma porque se eu ficasse brava quem pagaria era ele. Não falei nada, esperei, esperei, esperei, até que...

  -Olha, que tal se você me contar o que vai acontecer na viajem? Eu te explico e você me explica. Uma troca justa não acha? – eu pensei um pouco e percebi que se referia no que eu tinha visto, ele sabia que eu tive uma visão só não queria admitir. Queria ver sair da minha boca as palavras.

  Eu assenti sem olhar para ele. Ele assentiu também com um sorriso no rosto e gritou:

  -Lilá! Laura! Vem logo que a gente já vai sair! – gritou Marcus escada acima.

  -Estamos descendo! – gritou Laura de volta.

  Bom, agora era esperar e ver para aonde é que a gente vai. Talvez a gente vá para uma floresta, ou a gente vai para uma viajem de navio. Acho que vai ser legal.

  Quando as duas chegaram para baixo e arrumaram as roupas, porque desceram muito depressa, olharam para Marcus e ele tirou um frasco do bolso. Dentro do frasco tinha um liquido verde que borbulhava. Ele pegou três copos e pingou três gotas em cada. O liquido verde começou a borbulhar mais intensamente dentro do copo pequeno. Ele pegou outro frasco e dentro tinha um líquido preto e este não se mexia. Era duro e quando ele tentou tirar um pouco, não saia. Ele pegou uma colher e jogou dentro do copo.

  BUM!

  Explodiu o liquido preto ao se chocar com o liquido verde. Quando a fumaça era retirada com sopros e tapas no ar, eu percebi que eu era a única que ficara impressionada. Ah! quem não ficaria? Enfim, quando a fumaça foi embora, percebi que o copo agora estava cheio. Os três copos estavam cheios. E estavam cheio de um liquido preto grosso como gelatina. Ele fez aparecer 3 colheres na mesa e eu – novamente – fui a única a ficar impressionada com isso. Marcus pegou os três copos e deu um para mim e um para Laura. Pigarreou e falou:

  -Missie, essa é uma poção que se chama levaotiri. Ela faz com que a pessoa que a bebe a leve para o lugar onde esta a sua segunda dose. Isso é, a gente tem 5 ml – que esta no seu copo, no meu e no da Laura, de poção e a outra dose tem mais 5 ml e ela está onde você – ele apontou para mim –, eu e Laura vamos. Tem mais detalhes sobre a poção que você vai precisar saber, mais eu te falo tudo no bar... lá. Certo? – então naquele copo cheio tinha menos de 5 ml? Ah tá! E eu sou o papai Noel!

  -Então nesse copo – eu apontei para o meu copo e voltei o olhar para ele – tem menos de 5 ml? – ele revirou o olho e olhou para mim.

  -MISSIE! Eu falei que eu te daria mais detalhes lá, ficou claro? – seu tom era ameaçador. Eu não podia fazer mais nada a não ser assentir.

  -Claro, claro como o céu – falei em tom sarcástico. Mas mostrando que ficou claro, porque eu revirei os olhos e peguei a poção. Marcus pigarreou e falou:

  -Acho que devemos fazer um brinde por esse momento não acham? – saiu uma lágrima do seu olho, mas apenas eu notei. Nós brindamos o copo e bebemos. Quando abri os olhos e olhei para Marcus, percebi que estávamos no mesmo lugar. Não funcionara. Engano.

  Quando ia falar alguma coisa, senti uma coisa nos meu pés. Um formigamento? Não, não é a palavra certa. Acho que é uma queimação, que começava no meu pé e subia para minha perna, pra minha barriga, até chegar ao rosto. Não agüentei mais. Tive que fechar os olhos novamente e um enjôo repentino e rápido me conteve. Eu fiquei de joelhos.

  Abri os olhos e me vi em alto mar num barco enorme e velho. Não havia vento nem nada. Quando olhei para os lados, vi Marcus e Laura ao meu lado, só que eles estavam em pé. Marcus ajudou a me levantar.

  -A primeira vez é sempre assim – pegou minha mão e chamou Laura para vir junto com ele. Laura parecia um bonequinho, porque ela não fazia nada.

  “Prometi que lhe explicaria o que está acontecendo, se você me explicasse o que estava acontecendo quando você gritou e ficou meia hora no banheiro.”

  Droga! Esqueci que eu fizera essa promessa com ele. Porque eu não falei que não estava acontecendo nada? Que eu gritei porque eu desafinei na minha música e fiquei nervosa por isso? Maldita seja minha boca!

  -Então, quem começa? Eu ou você? Você escolhe – ele sabia a resposta, óbvio. Olhei para o chão, pensando.

  -Você – e voltei a olhar para ele. Seu cabelo tinha crescido e o vento que estava aumentando desde que eu tinha chegado fazia com que eles ficassem desarrumados.

  -Imaginei que essa seria sua resposta – murmurou. Ele bateu as mãos e falou: - então vamos. Tem uma mesa com 3 cadeiras para nós sentarmos lá dentro – eu assenti, seguindo o seu dedo, que apontava para uma casinha do outro lado do barco.

  Nós andamos até lá dentro da casinha de madeira. Dentro estava escuro, mas Marcus pegou em cima de uma mesinha (aquela que Marcus falou que iríamos sentar) uma lâmpada e a acendeu com um fósforo. Quando sentamos, fiquei me perguntando por que Laura tinha que ficar. Ela não fazia nada, apenas olhava e fazia caretas quando alguém falava alguma coisa, e desde que aconteceu aquilo comigo – que eu ainda não sei explicar, ela age como se ela não estivesse metida naquilo.

  -Cara, eu não sei como explicar. Bom, por onde você quer que eu comece Missie? – Por onde eu quero que ele comece? Por onde eu quero que ele comece? Ah! eu nem sei por que eu estava ali, como eu ia saber por onde eu quero que ele comece?! Ele percebeu que eu estava com raiva, mas acho que foi por minha cara, porque ele não demonstrou nada.

  “É melhor eu escolher né? – ele agora estava com o olhar sério. – Tudo isso tem a ver com o seu pai, mas ele não te fez mal, posso lhe assegurar – ele acrescentou quando viu minha cara. – Eu sei que você não vê o seu pai desde que era pequena e...

  -Eu nunca vi meu pai, só em fotos que Lilá me mostrava – interrompi, com uma pontada de dor ao falar que nunca vi meu pai.

  -Pois então, aquele não era seu pai. Eu não acredito que Lilá tenha feito mesmo isso, sério. E você, sem ofensas, foi... idiota – essa doeu, mas ele continuou antes de eu conseguir abrir a boca. – Missie, aquele homem da foto tinha olhos azuis, cabelos loiros, e nenhum traço que se assemelha ao seu. Como foi que você acreditou nisso? E seu pai não se chama Giordano, seu pai se chama Logan. Logan Liry. – Sua voz começava a ficar mais lenta e cuidadosa, tentando achar as palavras certas. - E... bom, seu pai é um profeta. Quer dizer, era. Ele era um profeta até você nascer. Acreditam que ele não é mais o profeta, mas têm outros que contradizem como eu e Laura. Mas, se for verdade que ele não é mais o profeta... bom, seu filho ou filha irá herdar isso dele, então...

  -Eu vou ser a profetisa – não, isso não era uma pergunta. É estranho pensar que eu poderia prever o futuro. Sou tão inútil quanto uma formiga. Isso já era demais por um dia, pelo menos para um processar. Mas eu precisava saber mais. Eu precisava saber por que eu estava ali.

  -Talvez. Eu espero que não. O filho primogênito que herda todos os poderes, e se você não for filha primogênita, você não vai ser a profetisa – ele não queria que eu fosse a profetisa por quê? Era ruim prever o futuro?

  -Porque você espera que eu não seja a profetisa? – falei tentando não parecer que eu ligo.

  -Missie, prever o futuro é algo perigoso. Perigosíssimo, em minha opinião se você quer saber. Muitas vezes, os profetas ficam iludidos com as coisas que eles enxergam em suas visões, e param de viver a vida, porque sabem o que vai acontecer. Mas o que eles prevêem, muitas vezes não acontecem. Eles podem mudar isso, por isso que a nossa cidade precisa de um profeta que não pare de viver a vida e fale o que vê. E seu pai foi um deles. Mas se tornou perseguido por não ter contado uma visão. E ele está foragido há... acho que 10 anos mais ou menos. E eu acho que sei qual era sua visão. Mas, não posso compartilhar. Saber muito, nem sempre é bom – ele falou essa ultima frase, baixando os olhos para o chão, mas se recuperou ao perceber que eu estava olhando. Ele continuou.

  “E quando você mostra que quer ajudar a cidade prevendo as coisas para esta, você não pode esconder nenhuma visão. Se você esconder, ou forçam você a ter filhos e o matam depois, ou você fica foragido. Nós não temos um profeta há 10 anos, porque o nosso está foragido, e vamos a procura dele.” – eu tinha muitas perguntas a respeito da minha mãe, e que cidade era essa que ele me incluía junto, mas não queria me lembrar mais da minha mãe, queria saber por que eu estava viajando, porque ele não me falaria a não ser que eu perguntasse.

  -Olha Marcus, eu não...

  -Missie – ele me interrompeu – eu preciso te contar uma coisa... Na verdade, Marcus era só um pseudônimo. Meu nome é Max, e eu não tenho 10 anos. Eu tenho bem mais de 10, e eu precisava te proteger até você mostrar algum sinal do seu dom. E você mostrou. Recebi ordens para avisar a Lilá se acontecesse alguma coisa. Eu falei com o meu grupo... que você vai ter que conhecer – ele murmurou essa ultima frase com desgosto, mas continuou com sua voz normal – e eles falaram para a gente ir procurar Logan e perguntar sobre seu primeiro filho. Seu pai era um grande amigo meu, mas nunca mais nos falamos depois... bom, de sua visão. E percebemos só depois de três anos que ele tivera um filho antes de fugir. Quer dizer, ele me contou sobre você, mas eu não podia compartilhar com ninguém pois eu tinha prometido isso a ele, mas os outros não são idiotas, e descobriram depois de três anos.

  Muita informação. Então ele estava me falando que seu nome não era Marcus, que ele não tinha 10 anos, e ele fingiu ser meu amigo para me proteger. Que falso. Eu fiquei com raiva dele, e não tentei reprimir-la. Esperava que ele se contorcesse, mostrasse alguma dor, mas não aconteceu nada. Ele continuou olhando para mim, e entendeu o que estava acontecendo. Ele suspirou.

  -Missie, não quero dizer que eu não gosto de você. Você é minha amiga, mesmo que você não queira acreditar nisso. E você percebeu mais rápido do que esperava um dos seus poderes por ser filha de um profeta. Missie, quando você percebeu isso, tentou reprimir sua raiva, eu percebi. Mas o que vou lhe falar é importante. Muito importante. Durante essa viagem eu vou ter que te ensinar como domar os seus sentimentos, porque isso é uma das coisas que um profeta não consegue fazer sozinho. Não que você seja, mas você tem o sangue de um profeta. E não, você não pode mais machucar a mim nem a Laura. Nós tomamos uma poção para que isso não nos afetasse. E para você ficar sabendo mais, eu invento poções. Por isso que me mandaram esse serviço.

  Isso me deixou aliviada de um lado e decepcionada por outro. Mas enfim, ele me falou tudo o que eu esperava ouvir, então acho que tinha que abri o jogo com ele. Tinha que falar sobre o que eu tinha ouvido ontem e sobre o que tinha acontecido no banheiro. O trato era apenas o que tinha acontecido no banheiro, pensei depois de ter concluído que eu ia falar sobre a conversa dele com... quem mesmo? Luigi? Acho que é, mas conclui que não iria falar sobre a conversa dele.


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Notas finais do capítulo

Nossa, esse cap ficou meio grandinho né? Hahahaha, mas é que eu queria chegar logo na parte que o "Marcus" conta o seu segreda pra Missie. Espero que gostem! E POR FAVOR! Mandem revieeeeeews :D



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