Cheguei ao seu quarto e bati na porta durante ligeiros segundos.

- toc toc –

- Entre! – Alice falou

Obedeci. Ela e eu conversamos um pouco.

- Aqui! Estas são as opções.

- Tudo bem.

Tinha que ajudá-la a escolher uma roupa.

- Essas roupas todas luxuosas é para quê mesmo? – Quebrei o silêncio.

- Show do Justin.

- Ah! - Só podia ser. – Vejamos… - Imaginei qual modelo o Justin gostaria de ver em uma menina, foi fácil, entretanto, meio estranho... – Esta aqui. – Escolhi.

É impressão minha ou eu quero que eles fiquem juntos?

Não, não. Acho que o Justin não teria tempo para namorar.

- Obrigado. – Alice me abraçou.

- Bom, vou indo. Tenho um compromisso para hoje.

- Ok. Vai lá. Tchau e muito obrigado.

- Tchau Alice. – Falei saindo do quarto.

- Narrado por Alice -

Mama Jan é uma fofa.

[...]

Peguei um táxi e fui rumo ao show...

Ah, não posso deixar de comentar que tinha várias garotas loucas e desesperadas na porta do hotel, com esperança de que ele, o Justin, saísse por lá. Coitadas! Poderia ser eu ali... Então, melhor eu não rir delas.

Chegando ao estádio, fui para o camarote ver o show.

[...]

Depois de alguns longos minutos de espera, o Bieber começou a cantar mais lindo do que nunca.

[...]

Acabaram todas as músicas. Logo eu lembrei-me de ir para o camarim, mas a confusão era muita, muita mesma. Não conseguia passar entre as pessoas, o que era de se esperar. Avistei um segurança.

- Senhor, eu preciso ir ao camarim do Justin.

- Tem ingresso?

- Tenho sim senhor. – Falei estendo o ingresso a ele.

- Vai ser meio difícil você sair daqui até o camarim dele, sozinha entre essa multidão.

- E agora?

- Não sei.

- Eu vim do Brasil só para vê-lo. – Murmurei indignada.

- Brasil? Você disse Brasil?

- Sim, eu disse. Por quê?

- Minha mãe mora lá. Que saudades dela. – Ele sorriu entrando em desanuvio.

Mas, para qual finalidade ele está me falando isso mesmo?

“Querido segurança, eu não quero saber da sua vida, muito menos de quem você é filho. Eu apenas preciso do CAMARIM do JUSTIN! Estou falando em latim? Quer que eu desenhe? Faça sinais com as mãos? Passar bem. Assinado: Uma Belieber que está a fim de te esganar.”

- Ah, que legal. – Fingi estar empolgada revirando as órbitas enquanto olhava para trás.

- Vou te dar um crédito.

- Crédito? – Perguntei confusa.

EU NÃO QUERO CRÉDITO, EU QUERO O JUSTIN BIEBER.

- Sim. Venha comigo! – O segurança fortão me pegou no colo. Por que ele me pegou no colo tão violentamente? Não podia ser mais delicado? Bruto! – Eu vou levá-la até o camarim, só porque você é do Brasil. – MENOS MAL, NÃO?

O cara foi passando pela multidão, empurrando algumas aqui, pedindo licença para algumas lá. Várias Beliebers me olhavam com ar de “Que merda é essa?”. Que vergonha Jesus...

Até que chegamos ao camarim.

- Obrigado seu moço. (gíria ridícula... “seu moço” tsc tsc)

- De nada moça bonita. – Que vergonha... Sério!

Tinha outro segurança na porta do camarim.

- Posso entrar?

- Ingressos?

- Calmo aí, só um pouco.

O segurança ficou olhando para mim... Acho que ele era o Kenny Hamilton.

- Não estou achando. – Falei desesperada.

- Então você não pode entrar.

- Espere! Eu estou procurando. – O medo tomava conta da minha expressão.

- Acesso restrito – pausou – Achou?

- Não! Que droga! Estava em meu bolso! Eu juro! – Meus olhos estavam marejados.

- Sinto muito pequena.

PEQUENA? Eu não sou pequena, eu só quero o meu ingresso...

Perdi a porra do meu ingresso quando o segurança me pegou no colo... Acho que devo ter deixado cair. Que ódio!

- Por favor, deixe-me entrar... Meu ingresso sumiu! E agora?

-Sinto muito.

- Não! Você não sente! Você é rico, vê o Justin todo dia e não está querendo me dar a oportunidade de vê-lo! – Gritei entre soluços.

Todos em volta me olhavam.

- É melhor você ter um pouco de dignidade e assumir logo que não tens ingresso do que ficar mentindo feita boba. Você está passando vergonha, só isso! – Sorriu maleficamente.

- Achas que minto?

- Não acho nada. É só o que parece ser.

- Olha só, seu Kenny... Kenny? – Ele assentiu – Enfim, eu tenho caráter. Eu havia colocado o ingresso em meu bolso. Você acha que eu viria do Brasil só pra furar fila e entrar no camarim do Justin gratuitamente?

- Quem vê cara, não vê coração. – Franziu os lábios e o mesmo cruzou os braços, ele parecia querer me impor autoridade, talvez até superioridade.

- Se você não me deixar entrar, eu provoco a 3° guerra mundial. – Baforei as mãos, o frio me atacava.

- Se você fizer escândalo, me desculpe, mas eu vou ter que te colocar pra fora do estádio.

Eu o sacudi, Kenny olhou assustado para mim... Eu sei, eu sou louca.

- Kenny?! – Gritou uma voz rouca lá de dentro.