Proibido escrita por Fan_s


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários no capítulo anterior! ^^
E para todos os que queriam saber sobre Marin, bem, acho que tenho uma boa noticia.



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“Farei uma aliança com Hilda de Asgard.” Athena informou ao superior dos Cavaleiros.

A surpresa caiu sobre o Grande Mestre. Ouvir tal afirmação foi como uma golpe no seu orgulho, e no orgulho de todos os Cavaleiros. Nunca, em nenhuma geração, se havia ouvido falar da poderosa Athena fazer uma aliança com uma outra Deusa. Cavaleiros de Athena apenas lutavam ao lado de Cavaleiros de Athena. Nunca tinham precisado da ajuda de nenhuns outros guerreiros.

Estaria Athena a insinuar que já não confiava nos seus Cavaleiros?

“Alguma razão em especial, Athena?” Perguntou, tentando esconder o orgulho ferido. “O que a levou a tomar tal decisão?”

“Sofremos uma grande baixa nos nossos Cavaleiros durante as últimas batalhas. E se houver mais batalhas?” Athena respondeu directa. “É uma decisão lógica. Pessoas com o mesmo objectivo devem unir-se. Hilda quer tanto a paz na Terra como nós.”

“Os nossos jovens aprendizes demonstram grande talento. Penso que em alguns meses conseguiremos recuperar a nossa força original.” Comentou o Grande Mestre.

“E se acontecer uma guerra em apenas um mês?”

O Grande Mestre respondeu com o seu silêncio.

“Por favor, chama todos os Cavaleiros de Ouro à presença de Athena. Quero informá-los.” Pediu Athena. “Depois de informá-los, irei declarar a todos os Cavaleiros do Santuário.”

“Às suas ordens, Deusa Athena.” Saudou o Grande Mestre antes de se retirar e cumprir as ordens da Deusa que seguia fielmente.




“Estás a fazer tudo errado, miúdo!” Gritava Milo, desesperado para que o seu melhor discípulo, que não estava a fazer nada correcto naquela manhã, se concentrasse e realizasse os seus ensinamentos como deve ser. “Assim não durarás nem três segundos no campo de batalha. O que é que se passa contigo hoje!?”

“Estou com sono.” Respondeu o aprendiz. “Au.” Reclamou logo após levar uma pancada do Cavaleiro de Escorpião na cabeça.

“Isso não é nenhuma desculpa! Mesmo de estiveres meio morto tens de fazer o ataque como deve ser, seu idiota!” Reclamou Milo.

“Não estarias com sono se, em vez de te escapulires para área das amazonas a meio da noite, tivesses dormido.” Disse um outro discípulo, sem se dar ao trabalho de disfarçar o nojo que tinha pela acção do seu companheiro de treinamento.

“E se te metesses na tua vida, cabrão?!” Avançou o outro, pronto para começar uma briga.

“Hey, hey, hey!” Exclamou Milo, colocando-se à frente do seu discípulo. “Isto é verdade?”

O rosto do aprendiz ganhou uma leve tonalidade vermelha. Era verdade.

“Com a loirinha das pernas longas, não é? Boa escolha.” Comentou o outro. E mais uma vez Milo teve que agarrar o seu aprendiz para que ele não começasse uma briga. “Devia informar o seu aprendiz favorito sobre as proibições dos Cavaleiros. Se ele continuar a cair em tentação, o destino dele não será outro senão virar um Cavaleiro renegado por Athena.”  

“Eu é que sei o devo fazer ou não, garoto! Volta ao teu treinamento!” Ralhou o Cavaleiro de Escorpião. Estando ele numa situação semelhante, Milo não tinha o direito de lhe acusar de nada. Mas um Mestre deve castigar um discípulo quando este cai em alguma das tentações proibidas aos Cavaleiros, entre elas, as mulheres.

Talvez se Milo tivesse sido castigo arduamente quando era apenas um aprendiz desse mais valor às regras do Santuário e não estivesse naquela situação agora.

“Hey, seu idiota, quando quiseres insinuar algo sobre mim, fá-lo apenas quando me conseguires vencer.” O aprendiz que quebrou a regra, o aprendiz que provavelmente sucederia o seu lugar como Cavaleiro de Ouro disse com um sorriso. “Falamos sobre quem se vai tornar o quê quando conseguires competir comigo, aprendiz-a-cavaleiro-de-prata.”

Visivelmente ofendido, o aprendiz a cavaleiro de prata virou as costas.

Ao observar a cena, Milo não conseguiu deixar de exibir um sorriso de canto. “Vê o que fazes, seu incompetente!” Avisou Milo com outra pancada na cabeça do aprendiz.

Ele não poderia afastar o seu aprendiz das tentações. Nem sequer lhe daria um sermão sobre o tanto que aquilo era errado, pois assim como ele, tinha a certeza que o seu aprendiz também sabia. Se ele realmente quisesse, afastar-se-ia por si mesmo. O trabalho dele como mestre era apenas fazê-lo forte o suficiente para que ninguém o consiga tirar da sua posição apenas por ele ver uma mulher.

Sorriu mais uma vez. Agora já sabia o motivo de ele mesmo nunca ter ligado nem um pouco a regras.




“Isto não é o teu máximo.” Comentou Shina ao observar o treino da aprendiza a Amazona.

A rapariga de cabelos loiros deixou descair os braços que antes estavam em posição de ataque com um longo suspiro. “Mestre Shina… o que acontece quando um homem nos vê sem a máscara?”

Os olhos da Amazona arregalaram-se por detrás da barreira de prata, e o coração falhou uma batida pela pergunta tão inesperada.

“Tens duas opções. Matá-lo… ou matá-lo.” Shina sabia que não estava a dizer nada que a aprendiza já não soubesse.

“E se… eu escolher a segunda opção?”

Shina não sabia responder àquela pergunta. Amazonas tinham a escolha de amar, no entanto não lhes era permitido ter qualquer tipo de relação amorosa. Que buraco sem fundo era aquele.

“Lida com a tua escolha.” Foi tudo o que conseguiu dizer.

Shina tinha escolhido a segunda opção, sem realmente ter tido a hipótese de escolher. Ela não queria que nada daquilo acontecesse. Mas fora inevitável.

Não podia dizer mais nada, pois tudo o que ela estava a fazer no momento era nada mais, nada menos do que lidar com a sua escolha não escolhida.




“Aioria, fomos chamados à presença de Athena.” O Cavaleiro de Áries avisou o de Leão.

“Tudo bem, vamos lá.” – Respondeu o Cavaleiro, já de armadura colocada.

Tinham-se passados sete dias desde a partida de Marin, e nesses sete dias a dor de Aioria não tinha diminuído nem um pouco. Ele apenas aprendera a disfarça-la. Aos olhos dos que não lhe eram nada, ele continuava o Aioria, o Cavaleiro que conquistou a sua honra.

No entanto, a saudade era tanta que Aioria já tinha pensado em renegar o seu posto de Cavaleiro e ir ter com ela a correr. Mas soube que se arrependeria no momento em que o fizesse. Desde pequeno, tudo o que sempre sonhara era poder lutar por Athena. Lembra-se muito bem do dia em que fez o juramento como Cavaleiro. E, mesmo que possa ter quebrado uma única regra, ele continuava fiel a Athena e aos seus seguimentos.

Abandonar o Santuário era uma coisa que ele nunca conseguiria fazer.

Esse pensamento fazia-lhe o coração doer mais. Ele não sairia, Marin não voltaria.

Será este o fim da história deles?

Sempre que pensava nessa hipótese, o seu coração apertava como se quisesse autodestruir-se.

De todos os modos, aquela história era uma história que nunca devia ter começado.

‘Com o tempo, a dor vai desaparecer’ queria acreditar Aioria.

Seria apenas uma questão de tempo.




Distante do Santuário, Marin entrava na sua nova casa. Nos últimos sete dias, ela tinha descoberto muito sobre o mundo. Era incrível o que os humanos inventam.

“Bom dia.” A ex-Amazona cumprimentou o homem com quem dividia a casa, enquanto pousava os sacos das compras em cima da mesa.

“Bom dia. Foste ao mercado outra vez?” Ele perguntou com um sorriso enquanto pousava o jornal em cima da mesa.

“Sim. Os alimentos não podem acabar nesta casa.” Marin sorriu.

“Desculpa por teres de tratar dessas coisas.” Ele lamentou-se. “Sou um inútil no que toca a comida.”

Ela riu. “Não faz mal. Estou muito agradecida por fazeres uma renda tão acessível, Cristóvão. É o mínimo que eu posso fazer.”

“Oh, a casa é pequena e ainda a tens de dividir. Não vale muito mais do que já estás a pagar.” Ele, apenas uns anos mais velho que ela, respondeu e levantou-se para a ajudar a arrumar as coisas nos lugares. “Não te importas mesmo de partilhar a casa com um homem?”

“Não de todo. Estou habituada à presença masculina.” A resposta dela fê-lo querer saber qual era o seu passado. Estava cada vez mais interessado naquela mulher. Perguntava-se se ela seria comprometida…

“Tenho muitos irmãos.” Marin disse, o que fez com que o Cristóvão sorrisse aliviado.

Mentira. Mas o passado era algo que não queria revelar.

Olhou pela janela. Estranhou a paisagem. Onde estavam os destroços de pedra? As colunas gregas partidas?

Suspirou. Era só uma questão de tempo até aquelas memórias desaparecerem e ela se habituar à nova imagem que via pela janela.

Era só uma questão de tempo.




Todos os Cavaleiros de Athena e todos os aprendizes a Cavaleiros estavam reunidos no Coliseu, à espera que a Deusa aparece e dissesse o que tinha a dizer.

Separados por poucos metros, Milo e Shina repararam na presença um do outro. Porém, nenhum dirigiu a palavra ao outro.

Desconhecidos de dia, amantes à noite. Mas que coisa sem nexo era aquela?

Eles até podiam agir como se não conhecessem, ou apenas como se não se importassem, mas o que era certo era que por mais que se ignorassem de dia, ele estaria no quarto dela naquela noite.







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Notas finais do capítulo

Obrigada pelos comentários no capítulo anterior =^^=
Espero não vos desiludir!



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