Os Filhos da Aurora. escrita por Dan Rodrigues


Capítulo 11
Uma conversa com Lorem.


Notas iniciais do capítulo

Mais um para o seu deleite.
Aprenda com a aurora.
o perigo pode estar mais perto do que vc imagina.!!!!



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Os dois levantaram-se, Ricoh já podia caminhar. Então adentraram a floresta, e seguiram pelo caminho das plantas carnívoras. O curioso, é que elas faziam um estalido ao abocanhar cada inseto, o que se parecia muito com uma salva de palmas.

- Ainda há muita coisa sobre este mundo que você precisa aprender você não está nem no começo. – Disse Lorem, tirando uma pequena faca do sobretudo, apertando um botão do lado, e vendo ela crescer para abrir caminho na mata.. – Eu ainda acho que aquela história toda de enviar Astranos disfarçados para a Terra era inútil e idiota. Seus pais quiseram. Fazer o que se eles têm livre arbítrio? Eles gostavam muito de explorar o novo, gostavam de aventuras. Eu ainda continuo achando que aquele mundinho quase acabado e que nem sabe da nossa existência, possa ser um bom refúgio.

Ricoh bufou. Tinha vivido 16 anos naquele “mundinho quase acabado”, e não achou tão ruim assim.

- O que foi? – Perguntou Lorem virando-se para ver a expressão de leve incômodo do garoto. – Você ainda vai aprender Ricoh, que a idéia de viver naquele mundo é algo ridículo. – Os humanos são fracos, garoto, fracos, não durariam um dia se decidissem colonizar o mundo deles. Ficariam apavorados, isso é só o que fariam. Uma notícia boa para aquele mundo: Ele não serve para ser colonizado.

- Não serve todas as florestas que você pode queimar e usar como combustível para, sei lá, espaçonaves?

- Tsk, tsk, tsk, espaçonaves! E a mídia ainda coloca na cabeça de vocês que existem essas, espaçonaves? A resposta não está na tecnologia, e para nós a natureza deu seus próprios métodos de transporte entre uma dimensão e outra. Não disse, eles são idiotas comparados à nossa raça, Ricoh. Temos super capacidade mental, e eles? Eles têm computadores. Nossa, muito intereçante, os computadores! Somos a maior e melhor raça, e o resto deviam ser...

- Exterminadas? – Completou o garoto. – Você pensa desse jeito? Você parece mais com o Sanguinário do que eu.

Lorem estreitou os olhos e observou o garoto com raiva, mas não parecia estar decepcionado com o comentário, ele parecia levemente assustado, como um humano que viu um fantasma.

- Continue caminhando. Tem muito que aprender, isso tem. – Disse Lorem, já ficando mal humorado.

Então, eles chegaram ao que parecia para Ricoh ser o fim do caminho, pois não tinha nada além de árvores. Eram tantas árvores interligadas, que não tinha como passar por elas, só voando.

Ricoh virou-se para Lorem e perguntou:

- Vamos ter que voar? Por que eu não sei como fazer isso ainda.

Lorem não disse nada, simplesmente se aproximou das árvores e enfiou a faca em uma delas. Rapidamente uma luz branca saiu da abertura que Lorem fez, e logo os dois estavam na frente do Magna Movens.

- Como você fez isso? – perguntou Ricoh, totalmente impressionado.

Lorem sorriu.

- Uma pequena ilusão. É usada para proteger o castelo, muito pouca gente sabe que o castelo está localizado aqui, então quem passa por este lado da floresta e não está procurando o castelo, tem muito pouca chance de conseguir ultrapassar a barreira.

- Ricoh! Onde você estava? – Perguntaram Sarah e Belle em coro, correndo para alcançá-lo.

- Calma! – Exclamou Ricoh, ofegante por causa dos abraços apertados das duas.

- Nunca mais saia assim, está me ouvindo? Nunca mais! – Bronqueou Isabelle.

- Se pensar seria quase cair no sono eterno, você pensou muito bem. – Disse Lorem, virando-se para procurar Temosnozes com o olhar.

Sarah reparou em Lorem, e deu dois beliscões na barriga de Belle, apontando para o homenzarrão pelas costas. Belle deu uma olhada de rançar pedaço, de cima abaixo, e assumiu uma expressão de indecente curiosidade.

- Quem é ele? – Sussurrou Belle no ouvido de Ricoh.

- Disse que vai ser um dos nossos mestres. – Respondeu Ricoh, mostrando grande desinteresse pelo homem.

- Ricoh, ele se parece com você! – Exclamou Sarah, parecendo demasiadamente interessada.

- Então entre na fila. – Disse o garoto, como se não gostasse de falar sobre ele. É claro, tinha percebido uma pequena semelhança, mas nada para sem impressionar como Sarah.

- Não, é sério! Ricoh, como você conheceu ele!? – Continuou Sarah.

- Bom, eu estava sonhando com ele... – Ricoh viu os olhos de Sarah, e ela levando a mão até a boca.

Ela o interrompeu.

- Tem certeza, que era ele? – Perguntou Sarah, entre dedos, Isabelle ouvindo a conversa, estava decididamente tão interessada quanto Sarah.

- Sim, o reconheci na mesma hora. – continuou o garoto. – Ele me levou para uma cabana estranha, minha cabeça doía muito. Colocou algo na minha testa, uma massa azul, e então a dor acabou. – Isabelle parecia saber do que se tratava o remédio bizarro.

Lorem tinha saído dali, conversava alegremente com Salgueiro dentro do Primo Major.

- No caminho de volta a gente teve uma conversa desagradável. Ele falou mal da Terra, e dos humanos, e eu não gostei disso, por que a poucos dias eu era um. Mas ele parece ser muito inteligente e culto e... – Ricoh decidiu não contar que sonhou com os poderes de Lorem, ele não sabia se podiam existir duas pessoas com exatamente os mesmos dons. Ele pensou que poderia ter alguma ligação com o homem, mas não quis pensar no assunto, aquela história não podia ir adiante, ele tinha repulsa pelo homem, e se acabasse descobrindo o que temia? Sedo ou tarde Lorem teria que mostrar os dons, e todos perceberiam enfim a semelhança.

- E o quê.

- Só isso. – Respondeu o garoto, tentando esconder das duas seu temor.

- Deve estar com fome, Ricoh. Precisa comer alguma coisa. – Disse Isabelle.

- Mas o que exatamente se come aqui?

- Comemos muitas frutas, Estruga... Sabe o que é Estruga, não sabe?

- Mais ou menos.

- Me sigam. – Belle começou a caminhar pela ponte até o Primo Major, observando cada centímetro de Lorem e virando o rosto para verificar Ricoh por cima dos ombros, percebendo todas as semelhanças e diferenças.  


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Notas finais do capítulo

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