Fechei a porta e olhei pra trás sem fazer nenhum barulho. Grissom estava sentado com as mãos na têmpora. Pensativo. Aquilo talvez não fosse um bom sinal.

- Olá! – fui andando em sua direção, forçando um sorriso. Ele parou na minha frente, me olhando. Com olhos tristes e angustiados. Ele me abraçou, não entendi, mas retribui aquele abraço apertado.

Talvez fosse plano de Nick.

Ele me soltou, mas não deixava de me olhar, com aqueles olhos que me assustavam mas ao mesmo tempo me deixava sem ar.

- amanhã cedo volto pra Vegas. – sua voz estava baixa.

- Eu sei, por isso vou concorrer a promoção e daqui a algumas semanas estare...

- Sara! – ele segurou meus ombros me interrompendo – Você não entende. Você não vai a lugar algum.

- Como assim? – eu sentia meus olhos arderem e meu corpo tremer.

- Nos envolvemos demais! – ele ainda me segurava.

- Mas você disse... – e os soluços começaram – Por quê?

- Sara isso sempre foi errado e você... Quer dizer, nós dois sempre soubemos disso.

- Não tem nada de errado e você sabe. – tirei suas mãos de meus ombros me afastando – você prometeu que não viveria sem mim – eu gritava apavorada enquanto minhas lagrimas saiam sem se preocuparem – Foi a sua escolha!

- Eu não prometi nada! – arregalei os olhos, aquelas palavras me machucaram profundamente, o olhar dele era como se tivesse me pedindo desculpas – eu devo ter falado por impulso – ele colocou a mão na cabeça – não queria te iludir – e agora ele se aproximava de mim.

- Grissom, você me deu a felicidade e agora que pega-la de volta, não é justo, eu te amo!

Eu só sabia chorar, meu corpo tremia, meu coração pulsava rápido demais, minhas mãos soavam meu coração não queria acreditar nas palavras dele. A raiva me apoderava enquanto eu me afastava dele.

- Por que esta falando isso? – eu não conseguia para de olhá-lo – Foi a Cath, não foi? Ela que não quer que fiquemos juntos.

Ele não me respondeu, deixando apenas o silencio. Seus olhos azuis, que não deixavam as lágrimas saírem não deixava os meus.

- Você esta mentindo, tudo o que você falou é mentira, GRISSOM! – parei de me afastar quando me encostei à parede gélida – diga que esta mentindo, por favor – minha voz falhava.

- Desculpa Sara. – sua voz era um sussurro.  E agora ele desviou o olhar.

Ele foi chegando perto de mim tentando enxugar minhas lagrimas que existiam em cair.

Eu queria afastá-lo, dizer o quanto o odiava que ele era hipócrita, mas seria apenas mentiras e eu também não tinha forças para isso.

Já estava acostumada com o fato de ser abandonada, mas não por ele e definitivamente.

A minha vida nunca foi perfeita e eu sempre soube disso. Mas ao lado dele era como se nunca tivesse sido imperfeita.

Ele me segurou quando percebeu que eu iria afastá-lo.

- Querida, quando agente acha todas as respostas, vem à vida e muda todas as perguntas. – e me olhando tristemente ele me beijou. Seus lábios quentes eram gentis, mas eu podia sentir a raiva neles. Tentei lutar em vão, eu só não queria me magoar mais. E acabei não resistindo e fazendo o que meu corpo queria. Se entregar!

Nossos lábios agora estavam em sintonia. Suas mãos soltaram meus pulsos, passando pra minha cintura.

Meu anjo particular.

Não sei se demorou e muito menos como ele me levou, mas eu me encontrava deitada em sua cama. Ele estava por cima de mim, uma de suas mãos ainda estavam em minha cintura e a outra me puxava pra mais perto dele.

As minhas mãos tentavam arrancar a blusa dele, até que seus lábios deixaram os meus. Ele ficou de joelhos e tirou a blusa o mais rápido possível e depois voltou.

Sua mão passou de minha coxa pra minha cintura e foi subindo lentamente me fazendo vibrar ao chegar à minha barriga. Fechei os olhos e ele me mostrou o outro prazer da vida...

*****

Acordei bem cedo e o sol já invadia uma parte do quarto.

Suspirei abrindo os olhos sorrindo querendo vê-lo e nada mais. Me virei e ele não estava ao meu lado na cama, então me sentei olhando o quarto e a varanda e vendo só o vazio.

Enrolei-me no lençol e andei até a varanda, sentei na cadeira e sabendo o tempo todo o que aconteceria.

Olhei pra mesa e como na primeira vez estava cheia de coisas para comer e depois pro Sol que ele dirá que naquela hora da manhã era novo, mas não parecia tão novo assim sem ele. Então chorei por saber que não o viria outra vez.

Enxuguei as lagrimas ao olhar a mesa e ver um papel dobrado. Peguei e o abri.

“bom dia. Espero que goste do café. Não se preocupe de ir embora cedo! Não queria te acordar, pois você sorria, não queria atrapalhar seu belo sono. E não fique magoada comigo e, por favor, viva como vivia antes.”

Ao acabar de ler não me contive, e dobrei o papel apertando-o contra meu peito.

Não havia nenhuma palavra com sentimentos, nenhum "eu te amo" ele jamais disse que me amou. Mas não me importei, pelo menos ele escreveu algo, e também com isso sei que não vou acordar no dia seguinte achando que ele mudou de idéia e veio me ver, ou então uma ligação dele. É isso eu poderia ligar pra ele... Mas ele não atenderia é claro.

Acho que nunca vou entendê-lo. Mas mesmo eu estando magoada não consigo me arrepender da decisão, de amá-lo.

Então mais uma vez olhei pro horizonte.