Ps: Dont Write escrita por scarecrow


Capítulo 8
The One Who Calls you Baby all the Time




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PS: Don't Write

Chapter Eight: The One Who Calls you Baby all the Time

Eu sou extremamente a favor de que algumas sensações deveriam ser extintas de nosso dia a dia. A horrível sensação de estar com fome e não poder comer por que seu paciente não lhe cansa de enxer de perguntas. A sensação de gostar desmasiadamente de alguém e essa pessoa sequer saber de sua ínfama existencia, também deveria ser extinta. E principalmente, a sensação de acordar em um lugar que você não sabe onde é, e não lembrar onde dormiu na noite passada.

Por que foi dessa maneira que eu acordei naquele dia que eu sequer sabia onde estava. Como vim parar ali, ou o que estava acontecendo.

O sol batia seme ducação em meu rosto, e eu logo sentei na confortável cama, para me espreguiçar, como de costume. Levantei meus braços, e estiquei-os até a ponta de meus pés. Me contorci mais um pouco na cama de preguiça, já que acabou sendo uma ótima noite de sono.

E foi ao olhar para o lugar em que normalmente estaria minha janela, que eu me encontrei na disconfortável situação de não me encontrar no meu quarto, e não saber onde eu estava. Minha cabeça não parecia doer, e eu não achava índices de que havia bebido na noite passada. Aí, eu lembrei. A festa, Sasuke, a droga, o cemitério, o beijo.

Mas no final, eu ainda não sabia o que estava fazendo ali.

Resmunguei alguma coisa, e percebi que estava com uma camisa apenas – grande, confortável – e sem minhas calças. O que raios...?

“Desculpe-me senhorita Haruno, não queria lhe acordar!” Foi a primeira frase que eu ouvi logo após a porta se abrir, e dela surgir uma mulher de uns 36 ou 37 anos, 38 no máximo, de uniforme e cabelo amarrado. Ela adentrou o quarto voltando a fechar a porta, e abriu as cortinhas grandes.

E foi aí, que eu finalmente, percebi as peculiaridades daquele quarto. As cortinhas grandes, pesadas. O quarto espaçoso, a cama grande, apesar e não parecer ser uma de casal. O guarda-roupa pequeno, encostado no canto, e um penteadeira grande, com um espelho extremamente limpo, redondo e relusente.

“Oh, eu...”

“É que o senhor Uchiha pediu-me pra vir aqui ver como você está. Peço desculpas, de verdade, por te acordar” Ela pronunciou com sua voz doce, e passou um pano na penteadeira. “Aliás, bom dia. Já é tarde, mas o café ainda está na mesa”

Olhei confusa. Abri a boca para lhe perguntar o que estava, enfim acontecendo, porém antes de pronunciar qualquer coisa, ouvi a voz que tanto me trouxe alegria logo pela manhã:

“Kurenai, pode deixar que agora eu cuido dela” Sasuke disse, abrindo a porta, e dando um esplêndido sorriso de bom dia. A mulher saiu as pressas, carregando seus panos, e voltou a sorrir desejando bom dia antes de sair.

Suspirei um pouco mais alto do que devia.

“Dormiu bem?” Perguntou, sentando no canto da cama. Eu assenti com a cabeça sem mexer os lábios, sem mexer da cama. As cobertas estavam bagunçadas, meu cabelo não deveria estar diferente, e eu sentia minha cara amorrotada de sono.

“O que aconteceu ontem?” Perguntei enfim, vendo um sorriso montar em seus lábios. Olhei repreensiva, e ele riu.

“Calma, eu não fiz nada com você. Não ainda” Ele disse rindo, e eu não pude conter um meio sorriso. Por que minha relação com Sasuke, era sempre daquela maneira. Estavámos sempre um conversando com o outro, um provocando o outro, e suas cantadas e investidas estavam sempre lá, apesar de nunca ter levado-as a sério. “Você dormiu ontem no cemitério,e bom, apesar de saber onde é sua casa, eu não iria mexer em suas coisas para adivinhar onde estava suas chaves. E você estava uma gracinha dormindo, não consegui te acordar, então te trouxe pra minha casa.”

“Sua casa?” Perguntei. Olhei novamente para o quarto, e voltei meus olhos para a janela grande do lado direito. Um quintal grande, a grama verde. Pscina. Espaço. Olhei mais uma vez pro quarto, e observei-o mais uma milésima vez antes de comentar qualquer coisa. “Essa é sua casa?”

Ele sorriu torto, como se sem querer eu tivesse descoberto um de seus segredos, e sabe, eu acho que tinha mesmo. Levantei-me da cama, e escorei na janela, sem me importar muito com o frio em minhas pernas, ou o cabelo entrando em meus olhos.

E da janela, eu pude ver mais – estávamos no segundo andar, e o quintal era muito mais extenso do que eu pensei. Olhei intrigada para Sasuke, e o sorriso sem graça ainda denominava sua face acanhada.

“Sasuke, qual é seu emprego mesmo?” Seu sorriso se abriu ao ouvir minha pergunta, e eu esperei ansiosa.

“Você pode trocar de roupa, quando Kurenai trocou suas vestes, deve ter colocado-as no armário. Vamos dar uma volta pra você conhecer a casa” Ele disse, rindo debochado. Eu virei para trás, ainda meio surpresa. Dar uma volta para conhecer a casa. E eu, que ganho conseideravelmente bem, não tinha uma casa de tal estatura.

“E mais uma coisa” Ele acrescentou: “Belas pernas”

Sasuke saiu do quarto antes de poder ouvir qualquer resposta vindo de mim, e eu voltei a resmungar antes de entrar no banheiro. Não tomei banho, por achar extremamente desconfortável fazer isso na casa de outras pessoas, apesar do banheiro ser bem convidativo. Troquei minhas vestes, lavei meu rosto, e sai do quarto a procura de Sasuke.

Da porta, tinha um largo corredor, e eu decidi por começar descendo as grandes escadas.

“Senhorita Haruno, gostaria de fazer um desejum?” Ouvi uma voz preencher o cômodo, e um homem de terno me acomodar. Eu sorri, e me perguntei quantas pessoas mais ali trabalhariam para Sasuke.

“Não, obrigada. Onde está Sasuke?” Decidi perguntar, antes de sair procurando pela grande casa.

“Sakura, não consegue ficar um minuto longe de mim, não é mesmo?” Perguntou ele, rindo de ponta a ponta. E mesmo sendo uma frase de tamanha ignorancia, e mesmo sendo uma frase que, no normal eu não daria devida atenção, eu não pude deixar de esboçar um sorriso.

Por que eu havia chegado em um ponto, em que talvez, suas provocações sejam agora baseadas em verdades. Verdades que, eu como uma mísera humana, não pude perceber quando deixaram de ser mentiras e passaram a acontecer.

Caminhei devagar até perto de Sasuke, e fomos juntos para fora da casa. Eu estava com as mesmas vestes de ontem, porém com um chinelo que a tal Kurenai deixou para mim no quarto.

Do lado de fora, pude observar mais a casa. A casa era grande, exageradamente grande. O quintal se expandia em tantas cores, que eu não pude olhar todas de uma única vez. A grama tão bem cuidada, a piscina convidativa. E mesmo estando no inverno e o céu estivesse claro e nublado, o lugar parecia tão... Sonho americano.

“Só está faltando um cachorro” Eu disse rindo, e ele me olhou também sorridente. Aquele tipo de sorriso confidente, como se estivessemos fazendo algo proibido e gostoso. Mas não estávamos fazendo nada, e pelo simples fato de que eu era incrivelmente fiel a Naruto. Digo, quantas pessoas iriam apenas sair para um vasto quintal e conversar ironicamente com Uchiha Sasuke? Acho que só eu. E sabe, eu me orgulho disso.

Eu me orgulho de ter conhecido Sasuke, e de ter convivido com suas besteiras, conversado com suas ironias, aguentado suas investidas. Por que melhor do que ter provado daqueles lábios, que eu já conheci por cerca de cinco segundos, era conhecer a pessoa de Sasuke. Era conhecer seus vastos e vários sorrisos, era recordar de suas falas no meio da noite, é esperar sua presença para o almoço.

“Essa casa era dos meus pais, sempre morei aqui. Meus pais se separaram há um tempo atrás, quando eu fiz 19 anos. Meu pai se mudou para cuidar da empresa, e bom, minha mãe foi para um lugar mais calmo.” Ele disse, sentando na grama. O acompanhei, e sentei ao seu lado. Perguntei-me por que aquele lugar era mais calmo do que aqui, e preferi não intervir até ele acabar de me contar o que quer que fosse.

“Eu decidi ficar com a casa, morando aqui mesmo. Assim posso ficar com as memórias, e não preciso mandar Kurenai, Iruka e Asuma embora.” Sorri triste. Sasuke olhou uma vez nos meus olhos, e disse antes de deitar em meu colo – sem minha permissão : “Acho que eu nunca vou me cansar de dizer que seus olhos são bonitos”

Me permiti sorrir encantada com aquele comentário.

Comecei a dedilhar de leve seus cabelos escuros e macios, lisos. Ele olhava para cima, não para mim, mas acho que para o céu sem estrelas, sem cor, sem sol. Não evitei em olhar para cima, e relacionar de forma paradoxa e metamofórica meu amor por Naruto com aquele céu. Era cinzendo, apesar de bonito. Era existente e padrão, mas confortável.

Confortável. Essa simples palavra me fez pensar o quão triste essa situação parece ser de fora. Digo, a felicidade se atrofiou para dentro de nossas comididades, e assim como Naruto, eu não tinha forças para empurrar o inovador para fora da bolha confortável.

E isso era tão... Diferente com Sasuke. Por que, queira ou não, nós nos dávamos bem. Nós nos completávamos, por sermos igualmente diferentes, e por sermos diferentemente iguais. Tão iguais. Tão fixos um no outro. Até me parecia, que se eu tivesse escolhido ficar com Sasuke desde o início de minha faculdade, até hoje eu não estaria arrependida.

Olhei para a face calma de Sasuke, agora de olhos fechados. Não que eu estivesse arrependida em ter me casado, eu só...

Eu só não queria pensar agora.

E sabem de uma coisa interessante? Eu realmente não pensei. Eu apenas inclinei meu corpo, e vi meus cabelos coçarem a pele alva de Sasuke. E eu sorri – acho que foi um sorriso – antes de encostar de leve meus lábios nos lábios de Sasuke.

E ele abriu os olhos, surpreso. Eu quis rir, e me contive para não cortar os belos 10 segundos que nossos lábios estiveram colados uns nos outros.

“Sakura?” Ele perguntou baixo, e levantou seu corpo, ficando sentado do meu lado. Escorou seu corpo apenas em uma mão, e a outra tentava arrumar os cabelos desgranhados.

“Não estou te devendo mais nada” Eu disse, sorrindo. Ele riu baixo, e se aproximou de mim, não só encostando os seus lábios nos meus, mas me beijando de verdade.

E os seus lábios vieram os meus, e sua língua enlaçou a minha. Seus dentes de início se esbarraram aos meus, quando ele me empurrou contra a grama. Rimos de boca colada, e seu corpo subiu em cima do meu, ágil. Nossos lábios dançaram, nossas bocas se conheceram, e eu me senti em um primeiro beijo – onde cada sensação é gravada no peito, e relembrada na memória.

Levei minhas mãos em seus cabelos, e o puxei para mais perto. E Sasuke, que sempre esteve tão atento as cantadas, tinha mudado drásticamente nos atos. Por que por mais que fosse um beijo, eu percebi que ele queria manter distancia, ele não queria apressar nada, como faria se fosse no primeiro dia, há quinze dias atrás.

Sua textura viciou minha pele, e seu gosto preencheu a saciedade de meu cérebro.

Céus, como eu passei tanto tempo sem aquilo?

O beijo acabou junto com meu fôlego. Ele levantou seus olhos em direção aos meus, e sorriu debochado. “Se eu soubesse que você beija assim, teria te agarrado logo”

Rimos alto e sem jeito, e ele me ajudou a levantar. Conheci o resto da casa, e Sasuke me apresentou o resto dos empregados. Naquele dia, antes de ir embora, Sasuke não me abraçou, não me beijou, não apertou minha mão, apenas disse baixo o suficiente para que somente eu escutasse:

“Foi bom passar o dia com você”

Um banho, e de preferencia quente. Foi a primeira coisa que eu fiz, depois de chegar em casa as quatro horas da tarde. Depois de sairmos do quintal, eu e Sasuke almoçamos, já que eu acordei cerca de uma da tarde.

A água quente caía em meu corpo como uma terapia, e as coisas se passavam na minha cabeça mais depressa que o normal.

Pffft, até parece que eu estou apaixonada.

Sequei meus cabelos na toalha, e vesti correndo uma roupa de frio. O novembro estava cada vez mais rigoroso. Sentei-me na frente da televisão e liguei baixo,lendo algum livro ao som das falas. E ainda encostada no sofá, de novo quase caindo no sono, o telefone tocou.

Levantei preguiçosa para atender.

Sakura, é a Ino” Ouvi a voz estridente, porém cansada. O que será que estava acontecendo?

“Ino! Tenho coisas a te contar...” Tenten inovar um assunto, porém minha frase morreu na seguinte frase, antes da loira desligar o telefone.

Sakura, Hinata está com uns probleminhas... amorosos. Amanhã vamos na casa dela, lá pelas onze da manhã, tá certo? Vê se não esquece, aproveita e me conta o que tem pra contar.”

Problemas amorosos. Hinata sempre foi mais sensível que o resto das garotas, e eu me preocpei – infelismente, decidi não fazer nada se não me contentar e esperar dar onze horas do dia seguinte. Suspirei pesado, e ao colocar o telefone no gancho, outra ligação se evidenciou.

Querida, como vai?”

“Naruto, estava pensando em você agora. Eu estou morrendo de saudades, e você?” Perguntei, engolindo os segredos pela consciencia abaixo.

Bem, e com ótimas notícias.” Comentou ele, e eu pude mesmo perceber que ele estava contente.

“E eu posso saber quais são?” A curiosidade perguntou por mim.

Acabei o cronograma mais cedo, e vou voltar pra cada daqui a dois dias. Isso não é maravilhoso?”


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