– Como estou, bruaca? – perguntei, suspirando enquanto me virava para Annie.

Annie me olhou com um sorriso cheio de malicia. Minha roupa havia sido escolhida por ela, exceto a sandália, que eu peguei qualquer uma que eu pensei que combinasse. Eu não achei que aquele vestido fosse realmente apropriado para uma festa na praia, mas, resolvi não contrariar minha amiga louca. É. Eu não estava nem um pouco animada para uma festa. Afinal, eu sabia que ia dar merda. Paparazzi... Porque eles perderiam de tirar foto de nós em uma festa onde provavelmente acabaríamos bêbados e faríamos besteiras e seriamos tachados como maus exemplos, não é?

A minha amiga louca e doente por moda, apenas levantou da cama onde estava sentada com um sorriso radiante, parecia orgulhosa de si mesma. Me olhou bem.

– Eu sou incrível! – ela praticamente gritou, apontando pro vestido que ela tirara de algum canto da minha bolsa. Eu nem sabia que tinha esse vestido. Tenso. – Os seus garotos gostosos vão adorar, querida. Seus namorados vão ficar babando nessas suas pernas. – ela riu histérica. Me deu medo.

– Para com isso Annie! Meus garotos? Namorados? – bati os pés e coloquei as mãos na cintura de cara séria, mesmo que Annie estivesse rindo. – Isso não é assunto para brincadeira! Eu só tenho um maravilhoso-gostoso-incrivel-futuro-namorado. – suspirei depois de falar tudo. Aliás... Eu e Justin namorávamos mesmo? Oficial?

– Qual deles é? – Annie parecia se divertir e riu alto. Eu a olhei incrédula e me joguei na poltrona branca que tinha ali. – Ta certo... Parei Mel... Parei. – ela disse tentando parecer séria. – Desculpa, não da pra fica séria. PORRA GAROTA VOCÊ TEM DOIS PEDAÇOS DE MAU CAMINHO NA TUA MÃO E FICA ASSIM? VAI LOGO, SE JOGA E APROVEITA QUE TEM DOIS LINDOS SÓ PRA VOCÊ. – ela berrou e eu jurei que Justin poderia ter ouvido, afinal, ele disse que estaria no corredor nos esperando.

Aliás, até a China poderia ter ouvido com o grito absurdo de Annie.

– Garota, você bebeu? – eu disse, enquanto a olhava de testa franzida.

– Acho que bebi um pouquinho de tequila. Tem bebidas ótimas naquele mini bar. – ela deu uma risadinha. Eu a olhei séria.

Em outras situações eu chamaria minha amiga de maluca e em seguida iria buscar a garrafa de tequila pra acabarmos com ela juntas, mas, eu apenas suspirei alto apoiando minha cabeça com as mãos enquanto fitava o nada. Annie pareceu um pouco culpada da minha tristeza repentina e se agachou a minha frente. Ela tirava o cabelo que caía sobre o meu rosto, tentando o colocar atrás da orelha. Tudo bem, não era mesmo tão ruim assim. Mas, eu sei bem como é ter um coração machucado e eu não queria ferir ninguém. Ainda mais pessoas que eu amo tanto.

– Desculpa, Melanie... Eu... – ela suspirou derrotada, mais uma vez. Parecia procurar algo o que falar. – Não se preocupe com isso. Vocês são grandinhos o bastante para resolver esses sentimentos loucos. Vamos... Vamos só ir à festa da praia hoje, que tal beber um pouco... Conversa com Taylor como se nada tivesse acontecido e beijar o Justin até não ter mais fôlego. – ela tentou começar dizendo sério, mas, acabou com seu sorriso malicioso.

Fitei Annie, rindo fraco.

– Não posso fingir que nada aconteceu, Ann. – bufei de raiva.

– Claro que pode. Quem é a garota mais forte do mundo? – ela se levantou, erguendo os braços.

– Hm... Sua mãe...? – perguntei e ela me olhou com as sobrancelhas erguidas. – Err... Você disse que ela era lutadora e... –

– VOCÊ É A MAIS FORTE. SUA BRUACA! – ela socou meu ombro.

Eu acabei me assustando e me levantei junto dela. Ela pareceu sorrir encorajadora pra mim, murmurando um “vamos descobrir então quem é o seu homem, garota”. – Eu acabei rindo. Bom, eu sempre tive certeza absoluta que amava Justin, até quando ele pareceu me machucar, aliás, sempre nos apaixonamos pelos idiotas não é?

Annie enroscou seu braço no meu, pegamos nossas bolsinhas pequenas, apenas com poucas coisas e andamos saltitantes até a porta do hotel, saindo logo em seguida. Justin não estava no corredor, nem mesmo ninguém. Talvez tivesse cansado de nos esperar ou algo do tipo. Eu suspirei. E se ele tivesse ouvido? Annie gritou bem alto dizendo que eu tinha “dois lindos só pra mim”. Senti vontade de rir, e até riria, se eu não estivesse preocupada com ele. Porra, porque eu tenho sempre que ta preocupada com esse idiota?

Entramos no elevador e no mesmo momento pude ouvir/sentir meu celular vibrar por dentro da bolsinha. O peguei.

“Gatinha, desculpe sair sem avisar. Vou ter que passar em um lugar. Nos vemos lá na praia. Vamos ter uma noite divertida, Johnson. Beijos, do seu Bieber Lindo.” – Terminei de ler a mensagem e revirei os olhos. Oh, claro... Noite divertida.

– Hmm... O que será que ele foi comprar? Tsc, tsc. – Annie falou ao meu lado e só aí fui perceber que ela também lia a mensagem juntamente comigo. – Vai ser uma noite quente? Hm? – ela disse e eu apenas ri alto, esmurrando seu braço.

–-#---

Depois de pegar um taxi, chegamos à praia. Annie saiu saltitando do carro, apontando pra tudo quanto é coisa que aparecia na nossa frente. Parecia inquieta.

– Annie sua vadia, aquieta aí porra. A gente não pode chamar atenção, lembra que é uma festa mais afastada? – a puxei pelo braço, fazendo com que ela parece de saltitar e dar gritinhos histéricos.

– Foi mal. Não consigo segurar. – ela deu uma risadinha curta.

– Você está oficialmente drogada, garota. – bufei, enquanto ria e ela me acompanhou dizendo que ‘drogas’ não era seu tipo.

Aquela praia conseguia ser ainda mais maravilhosa à noite. E eu sempre achei cantoria em volta da fogueira algo adorável, eu já havia sido algo como... Hm... Escoteira, isso quando eu tinha uns oito ou dez anos. Sempre cantávamos ao redor da fogueira. Mas, estávamos com alguns amigos e com bebidas. Aquilo não seria bem inocente. Acabei rindo disso.

Eu e Annie logo chegamos ao local combinado. Uma fogueira se erguia em um ponto da areia, já estava bem acessa, tremeluzindo. Tinha até algumas toalhas pelo chão, toras de madeira. Um pouco afastado – ok, parecia mais de 50 metros – havia uma verdadeira festa. Parecia ter uma tenda, com coquetéis, até um DJ... Luzes e uma fogueira bem grande, se reerguendo de palha. Eu sorri, a musica podia ser ouvida de longe. Aliás, não estávamos tão longe assim. Mas, eu temia em chamar atenção, não queria tumultos e nem dar autógrafos ou algo parecido.

Hoje, eu queria me divertir um pouco.

– Vamos lá, Mel? Não tem muita gente... Quero pegar uma bebida. – Annie fez beicinho.

– Ok! Só uma! – eu ri.

Annie gritou e puxou minha mão. Foi correndo, praticamente me arrastando até lá.

Logo chegamos perto da tenda. Não me surpreendi de termos chegado ali em menos de um minuto, Annie correu me arrastando. Ela tinha problemas sérios. A tenda era bem grande e tinha até algumas mesas ou algo parecido ali. Tinha algumas pessoas, andando. Não tantas, porque ainda estava um pouco cedo. Se me recordo ainda era 22h. É, não tão cedo. Mas, pra uma festa boa na praia com musica e tudo mais, seria bem cedo.

Annie deu um gritinho e se aproximou da mesa enfeitada com flores, cocos e todos aqueles negócios de praias. Tinha alguns coquetéis, garrafas de bebidas. Parecia tudo bom.

– Ann, eu acho que temos que pagar por... –

– Qual é, você é Melanie Johnson. Não tem que pagar por isso! – ela disse em disparada e tirou dos copos da mesinha com algum liquido dentro. – Toma. Não sem o que tem, mas, parece ser bom. – ela riu, enquanto me entregava um copo e ia virando o seu.

Eu dei de ombros, pegando o copo de sua mão.

Annie e eu “roubamos” uns três copos da mesa e ela já estava gargalhando alto.

Lembrei-me de que nossa viagem logo estaria no fim e teríamos que ir embora. Eu teria que voltar a trabalhar na minha turnê mundial. Minha vida voltaria a ser agitada. Me afastaria de Justin, Taylor... Talvez Justin cantasse comigo em um show ou outro, mas, não teríamos tempo pra nós.

Eu me vi suspirando e Annie dançava tímida a minha frente. Eu acabei rindo dela. Minha amiga, cantava junto com a música, tão alto, que algumas pessoas até viraram o olhar pra nós e eu escondi meu rosto com as mãos. Poderia dar merda.

Senti uma mão sobre meu ombro e dei um pulo de susto.

– Não queria te assustar, Mel... – Taylor riu fraco a minha frente.

Meu coração bateu mais rápido ainda.

Droga.

– Te perdôo dessa vez. – pisquei, rindo.

– Riu pra mim? Esse é um bom sinal. – ela riu, colocando as mãos nos bolsos da calça.

Eu dei um meio sorriso e antes de respondê-lo, olhei ao lado para certificar de que Annie estaria ali ao meu lado. E não, ela tinha sumido.

Vadia. Puta. Chata. Mal amiga. Mal amada. Vaca. Annie devia me odiar! Não devia me deixar sozinha com Taylor em circunstancia nenhuma! Oh, vamos lá, Mel. Que isso garota! O que há de errado? Taylor não era meu melhor amigo? Sorria e responda.

– Como assim... Um bom sinal? – arqueei as sobrancelhas, bufando e sorrindo de canto ao mesmo tempo.

– Achei que estivesse me evitando. –deu de ombros.

– E porque eu te evitaria? – ri pra disfarçar. Pois é, eu realmente estava o evitando.

Fiz um sinal para que andássemos de volta pra fogueira, onde o resto de nossos amigos deveria estar. Aliás, Justin já devia ter chegado.

Taylor assentiu e começou a andar.

– Você sabe... O que aconteceu entre nós... –

– Aconteceu o que entre nós? – ri mais uma vez, fingindo não lembrar. Talvez meu tom de voz o tivesse afetado, ele ficou cabisbaixo.

O ouvi pigarrear antes de voltar a falar.

– Ta. Eu não devia ter te beijado ontem, eu só... – suspirou. – Ainda ta tudo bem entre a gente? –sorriu. Ah, como eu amava sorrisos. Como eu amava aquele seu sorriso...

Oh, Melanie!

– Claro. Vamos apenas esquecer. Fingir que nunca aconteceu aquilo, ok? – perguntei. Fitei seu rosto, que pareceu meio triste, mas, mesmo assim, Taylor abriu um sorriso.

– Fingir que nunca aconteceu. – ele repetiu, suspirando depois. – Mas, então... O céu está bonito hoje, não está? – ele deu um sorriso sapeca, enquanto olhava pra cima.

– Ah, sim... As estrelas estão bem... – parei de falar e dei um berro, quando vi que Taylor havia me pego no colo. –AAAAAAA, TAY! SOLTA! –eu gritei rindo.

Afinal, ele começou a correr. Eu não sei como ele podia correr rápido assim comigo no seu colo, mas, ele corria e nossas risadas descontroladas se juntavam em uníssono.

O céu estava realmente estrelado e a areia parecia esvoaçar enquanto Taylor corria comigo em seu colo. Por um minuto eu havia esquecido as preocupações de antes e estava rindo, alegre, com meu melhor amigo de sempre. Ah, como eu gostava de Taylor. Do seu jeito que me confortava, do seu jeito carinhoso e tão compreensível. Ele era incrível.

Quando percebi, havíamos caído no chão e essa altura, meu vestido deveria estar cheio de areia. Taylor estava por cima de mim, rindo. E eu gargalhava junto, de um jeito louco e alto. Incrivelmente alto. Poderíamos chamar atenção de qualquer um.

Merda de sentimentos. Preguei meus olhos nos seus quase que automaticamente e os risos foram cessando aos poucos. Que engraçado aquilo. Eu me sentia uma boba. Uma bobinha, tentando sair daquele transe.

Passei a mão pelo seu cabelo, tirando o pouco de areia que tinha ali, enquanto ele passava seu dedo pela minha bochecha. Eu ri fraco.

– Acho melhor... – murmurei.

– Ah certo. – Taylor suspirou, enquanto se levantava e estendia sua mão pra me ajudar logo em seguida.

Eu dei um pequeno sorriso, enquanto batia no meu vestido, tirando à areia que tinha por ali.

– Deixa eu te ajudar. – Taylor disse rindo e logo começou a ajeitar meu cabelo, tirando as mechas que caiam nos meus olhos.

Eu ri, enquanto soprava algumas mechas e Taylor apenas sorria, enquanto ‘arrumava’ meu cabelo.

– Adoro sua risada. – ele sorriu de canto.

– Gosta é? – ri mais ainda. – É idiota. – fiz careta.

– É fofa. – Taylor alargou o sorriso e aproximou, beijando minha testa.

Eu apenas sorri de volta enquanto o observava se afastar aos poucos. Ele parecia meio indeciso, chateado, alegre... Tudo ao mesmo tempo.

Ele era um bom amigo e eu não devia bagunçar tanto meus sentimentos. Taylor tem que ser apenas um amigo. Eu acho toda essa merda de sentimentos uma grande idiotice e besteira, mas, tudo bem... Melhor levar tudo assim mesmo. Ignorando algumas coisas.

Porque meu subconsciente estava me dizendo que eu não devia ignorar? Droga, Mel... Que coisa mais clichê para pensar.

– Aí estão vocês! – essa com certeza era a voz de Annie.

Desviei meu olhar, e fitei-a, que andava em nossa direção.

– Maluca, tu sumiu... Onde tava? – perguntei pra ela em disparada.

– Tava te procurando. – ela deu um meio sorriso. Pude jurar que tinha malicia aí.

– Mentirosa. – cruzei os braços e fiz bico. Taylor riu ao meu lado.

– Vamos Tay, eu te acompanho. – Annie riu, enquanto puxava Taylor pelo braço. – Justin ta te esperando, Mel. – ela me fitou breve, arqueando as sobrancelhas.

Eu apenas suspirei e os segui logo atrás.

Annie ria com Taylor e eu me senti bem por ela tentar animá-lo. Annie era do tipo de pessoa que sempre estava tentando fazer os outros rirem. Isso é uma das coisas que me faz gosta muito dela. Minha amiga sempre está bem humorada. É tão difícil ver Annie triste ou algo assim.

Logo paramos perto da fogueira. Os amigos de Justin estavam lá. Todos estavam lá. Exceto, é claro, Justin. Esse meu namorado adora fazer brincadeiras. Puta que pariu. Ama sumir de vista! Eu o odeio. Odeio amá-lo tanto.

– Sentiu minha falta? – senti abraçar minha cintura por trás e logo depois beijar meu pescoço.

– Nem um pouco. – cruzei os braços e revirei os olhos. Mas, soltei uma risadinha depois.

– Ah, claro... Você estava com o Taylor. Não precisava de mim. – pude o ouvir bufar, eu não agüentei e gargalhei.

Tão idiota.

Logo me virei de frente pra ele, fitando aqueles olhos caramelados e aquele sorriso nada inocente que eu tanto amava.

Ele mordeu os lábios e apertou mais minha cintura, me puxando mais ainda para perto de si. Pude até perceber que ele fitava alguém – pra ser exata, Taylor – pelo canto do olho. Mas, Taylor estava entretido, conversando com Annie e Caitlin perto da fogueira. Tudo bem que às vezes ele até direcionava seu olhar a nós e voltava a fitar a fogueira, talvez para disfarça ou algo assim.

Suspirei, tentando parar de pensar. Eu queria apenas relaxar um pouco.

– Ta linda. Mesmo com um pouco de areia pelo vestido. – ele riu, enquanto me roubava um selinho.

– Oh, céus... Ainda tem areia? – eu disse, baixando o olhar para ver meu vestido e bati nele algumas vezes.

– Não. Eu estava brincando. Por quê? Você... Caiu por aí? –franziu a testa.

– Ah, Taylor me pegou no colo e acabamos caindo na... – parei de falar e fitei seu rosto um pouco raivoso por alguns segundos. Acabei rindo alto.

– O que foi? Parece engraçado? – ele revirou os olhos.

– Sim. Sua cara é hilária, Mr. Idiota. – empurrei de leve seu peito, enquanto o observava pegar uma garrafa de alguma bebida e tomar uns goles.

Ele revirou os olhos e eu acabei tomando a garrafa da sua mão.

Me olhou de testa franzida, enquanto me observava virar aquela garrafa de bebida na boca. Bebi praticamente metade do que continha ali.

– O que foi? Uma dama não pode beber? – eu ri, enquanto me curvava de um jeito engraçado, lembrando-me daquelas reverencias de princesas dos filmes que eu assistia antes.

Justin acabou rindo.

– Você? Uma dama? A dama mais fora dos padrões que eu conheço. – riu alto, pegando sua garrafa de volta.

– Fora dos padrões? – cruzei os braços.

– Yeep. Encrenqueira, fala palavrões, é altamente irônica e mal educada... –

– Não sou encrenqueira e nem mal educada! – bati no seu braço.

– Me esqueci de teimosa e orgulhosa... – passou a mão em seu braço e deu um meio sorriso.

– Orgulhosa nada! – resmunguei.

– Minha orgulhosa linda e bobona. – dei língua.

Eu ia falar alguma coisa, mas, no minuto seguinte ele havia me pego no colo e selado nossos lábios de um jeito desconfortável e até romântico em algumas circunstancias.

Eu dei um gritinho quando ele começou a andar em direção ao mar e bati nas suas costas. Aliás, que diabos esse garoto queria andando até o mar, não é? Estava de noite e provavelmente a água estaria fria. Ouvi alguns comentários dos amigos de Justin, Annie e até de Taylor. Umas risadinhas e bobagens ditas por eles.

Me peguei gargalhando e quando vi a água já batia aos pés de Justin. Bom, estava escuro, não dava para ver muito. Mas, a lua estava tão iluminada e... Que coisa clichê, Melanie!

Enfim...

– Isso é sério, Bieber? – praticamente gritei e senti ele apertar seus braços ainda mais ao meu redor.

– Qual é, Johnson. Tem medo de água? – riu roucamente no meu ouvido.

– Claro que não seu projeto de imbecilidade. – tentei dar um tapa na sua cabeça.

– Projeto de imbecilidade? – ele riu. E eu acabei rindo junto. Bobo.

Consegui murmurar um “eu te odeio”, antes de Justin se jogar junto comigo em uma onda, até pequena.

Fechei os olhos e quando os abri, já estávamos a alguns bons passos da margem. Me soltei dele, ficando de pé, vendo a água bater um pouco pra cima da minha cintura. Eu não tinha medo de água, mas, sei lá parecia estranho ficar no mar de noite. Eu acabei rindo e ataquei água no idiota a minha frente, ele revidou e assim fizemos uma certa guerrinha de água por alguns minutos.

– Meu vestido já era! Que horror! Olha meu cabelo! – gritei, olhando meu estado. Nada bom.

– Você é uma garotinha mimada e chata Melanie Johnson. – Justin me deu língua, enquanto ia se aproximando de mim. – Não pode se divertir uma vez na vida sem reclamar de nada? – o vi coçar a nuca.

Ele estava mais próximo de mim agora e me puxava pela cintura. Era difícil visualizar sua expressão com quase nada de iluminação por ali, mas, podia ver seu sorriso.

– Olha quem fala... Seu ciumento. – bati de leve no seu ombro.

– Tenho que cuidar do que é meu. – bufou.

E logo depois pude sentir seus lábios molhados serem pressionados no meu.

Sua língua adentrou na minha boca, fazendo cócegas no céu da mesma. Eu dei um pequeno risinho, enquanto posicionava a mão em sua nuca e tentava fazer de alguma maneira com que nosso beijo se aprofundasse mais. Eu gostava desses nossos momentos sozinhos e de caricias, mesmo que não tivéssemos muitos. E tinha que aproveitar por enquanto, não é? Logo eu estaria na turnê e não o veria mais. Provavelmente não.

Seu beijo era tão doce e quente ao mesmo tempo que me fazia querê-lo mais. Tinha uma forma irresistível.

Ele puxou uma de minhas coxas e eu rapidamente coloquei minhas pernas ao redor de sua cintura. Nossos quadris entraram em contato e pressionou seus lábios nos meus com mais força ainda.

Meu vestido já estava começando incomodar, com a água salgada penetrando nele. Era como se ele estivesse começando a pesar, mas, não liguei para isso.

Pude sentir ele apertar de leve minha bunda. Ri fraco, enquanto ele dava mordidinhas em meu lábio e em seguida abaixou os beijos para meus pescoço e ombros.

Podia fitar seus olhos caramelados, que tinham um brilho intenso e seus lábios pareciam me chamar para mais um beijo tremendamente quente.

Arfei e ri, sentindo ele morder divertidamente meu pescoço e apalpar suas mãos em minha bunda e ir descendo até minha coxa onde a apertou. Sua outra mão passou pelas minhas costas, onde pareceu puxar meu vestido pra baixo e depois ficou solta, brincando com os fios compridos do meu cabelo.

Gemi baixinho, quando senti que ele beijava meus seios, que estavam cobertos pela metade. Bom, é.

Depois de um tempo, puxei seu rosto pra cima novamente e selei nossos lábios por alguns segundos e depois os afastei. Ficamos nos fitando então por um tempo, enquanto eu bagunçava seu cabelo e via-o dar alguns sorrisos bobos.

– Justin, acho que tenho que te contar algo... – suspirei, enquanto voltava a lembrar do beijo que eu e Taylor havíamos compartilhado no dia anterior.

– Contar o que, gatinha? – ele riu, me provocando como sempre.

– E-eu... E-eu e... Ah meus Deus... –

– Você...? - pediu para que eu continuasse.

Eu suspirei.

Afinal, não queria estragar nosso momento.

– EI VOCÊS. VÃO MESMO FICAR AÍ? A NOITE TA FRIA... – pude ouvir Annie gritar de longe. Ela acenava de lá, e parecia sorrir divertida quando a fitei.

– Quer ir? – perguntei.

– Não. Vamos ficar um pouco mais aqui. – disse apertando ainda mais suas mãos na minha cintura. – O que estava dizendo? – arqueou as sobrancelhas.

– Ah... Nada. Só que a noite ta muito linda. – disfarcei, olhando pra cima, vendo as estrelas e essa coisa toda.

– É. Ta mesmo. Pena que as estrelas não podem brilhar tanto quanto você. – me fitou, passando o dedo polegar pela minha bochecha.

– Que engraçadinho Justin... Quase me conquistou com essa. – gargalhei.

– Não gostou? Que tal então... Hm... – ele pareceu pensativo.

– Cale a boca, Bieber... Você não é tão bom assim com palavras. – bati no seu peito, sorrindo e deboche.

– Tem outras pessoas que dizem ao contrario. – ergueu os ombros.

– Como é? Então peça pra elas serem sua namorada. – cruzei os braços.

– Você é insubstituível, Melanie. – pude senti-lo beijar a ponta de meu nariz.

Dei uma risadinha.

Insubstituível. Suspirei. Será, mesmo? Droga... Se ele soubesse sobre Taylor e meus sentimentos bagunçado... Melanie, caramba, você não sente nada pelo Taylor! Que isso!

– Prove. – disse sem pensar e ri depois pra disfarçar.

– Vamos mostrar ao mundo. – riu

– Não! – praticamente gritei.

E ele gargalhou e mordeu de leve meu lábio inferior.

Fitei novamente aqueles seus olhos caramelados tão próximos e maravilhosos aos quais eu sempre me perdia.

– Melhor irmos... Tenho que te mostrar algo. Tenho uma surpresa. – ele arqueou as sobrancelhas e deu um sorriso malicioso.

– O que é? – perguntei.

– Não posso falar, se não, não será uma surpresa. – deu de ombros.

– Ah, pode falando Mr. Idiota. – eu disse, fazendo bico.

– Você vai saber quando chegarmos no hotel.