– Só to dizendo, que sempre tem alguém que sente mais do que amizade.

...

Fiquei ali por um tempo com Annie e ela logo saiu, dizendo que ia encontrar os garotos na praia ou sei lá.

Resolvi me arrumar para ir pra praia também. Coloquei um biquíni e uma roupinha simples, peguei minha bolsa com algumas coisinhas e coloquei meus óculos de sol.

Saí do apartamento, trancando a porta e jogando a chave na minha bolsa de qualquer jeito. Logo caminhei até o apartamento do Taylor, ia chamá-lo para ir comigo. Afinal eu não queria ir sozinha. E tava nem aí se íamos ou não chamar atenção de paparazzi ou qualquer merda.

Bati na porta algumas vezes e depois de alguns minutos ele logo apareceu, vestindo apenas uma bermuda jeans. Ta, eu arregalei os olhos. Cacete, ele é tão... Foco, Melanie!

– Ahn... – voltei meu olhar pro seu rosto, onde tinha um meio sorriso. Não sei se estava sorrindo envergonhando ou malicioso. – Oi. – foi tudo o que eu consegui dizer.

– Oi. – ele riu, talvez da minha cara de espanto. – Entra aí! – ele pediu.

– Ah, claro. – sorri, enquanto entrava no quarto. – Eu estava indo a praia. – ergui os ombros.

Ele murmurou algo que eu não entendi.

Dei de ombros, sentando na cama. Observei o seu ‘apartamento’, que não era tão diferente do meu. Ele tinha algumas roupas jogadas pelo chão, o que me fez rir. A decoração era bem diferente do meu quarto. Era bem legal.

Respirei fundo quando o vi parado na minha frente.

Taylor estava um pouco diferente da ultima vez que o vimos. Talvez estivesse mais ‘bronzeado’ ou ‘malhado’, se é assim que diz. Estava mais bonito e eu lutei pra levar meus pensamentos embora. Hellou, Mel! Você é do Justin.

– Mel... Vou ir trocar esta bermuda e aí vamos para a praia, tudo bem? – ele deu um meio sorriso.

– Tudo bem, senhor Lautner. – brinquei, dando um sorriso largo e descontraído.

Ele riu em resposta e se retirou, pegando antes, uma bermuda vermelha (eu acho), da sua mala.

Enquanto ele se arrumava, peguei meu celular da bolsa. Coloquei no twitter e disquei o meu endereço de email e a senha, logo redirecionando para o mesmo. Eu tinha recebido alguns followers e a minha home estava agitada, pelo visto.

Resolvi responder e dar RT, em alguns tweets de fãs e essa coisa toda... Uns bem fofos.

Minhas mentions sempre eram lotadas de perguntas e essa coisa toda. Tinha certas pessoas que me faziam sorrir estranhamente, sem eu ao menos conhecê-la. Pessoas de outros países, de outros lugares... Eles me fascinavam, meus fãs... Eram incríveis.

Porém, hoje haviam muitas criticas. Muitos julgamentos por ali. Talvez por causa de fotos de mim com Justin no aeroporto e de fotos com Taylor.

“Vadia! Você não merece nenhum dos dois!” – li um dos comentários, o que me fez dar um pulo na cama.

“Você está brincando com eles. Você é uma p-u-t-a. É isso que você é, Johnson.” – mais xingamentos.

“Não tem talento para ter sucesso e então... Usa eles, certo?” – eu suspirei. E já podia ver meus olhos marejados. O tanto de paz que meus fãs transmitiam, o haters transmitiam medo duas vezes a mais. Só que... Eu acho que sou forte. Posso lidar com isso. Mesmo que às vezes eu possa achar que eles estão certos.

– Você sabe que não é desse jeito, Melanie. – me virei, encarando os olhos e o sorriso aconchegante de Taylor.

Nem havia o percebido sentar ali, oxi!

– Será que não sou? – mordi os lábios.

– Claro que não é. – ele riu fraco. – Você é bonita, é forte... É talentosa. Você é a garota mais talentosa que eu já vi. – ele tirou uma mecha de cabelo que caía de meus olhos e colocou-a atrás da orelha.

– Você acha isso? – ri fraco, o encarando.

– Com toda certeza. E você sabe disso. – estremeci, quando ele começou a acariciar minha bochecha com o polegar. – Quando nós... Estávamos juntos... Eu sabia que eu era um cara sortudo por ter você. E Justin é o sortudo agora. E você não esta usando ninguém, eu vi o quanto você sofreu por ele. – continuava com seu meio sorriso nos lábios, que me transmitia paz de certo modo.

– Tay... Porque continua sendo meu amigo? – perguntei rápido e ele fez uma cara desentendida. – Digo... Eu praticamente te usei só pra fazer ciúmes pro Justin. Tudo bem, eu me arrependi por isso. Vi o quanto maravilhoso você era, mas... Porque continua aqui depois de tudo? O que eu fiz não foi certo. – suspirei, abaixando os olhos.

– Eu sei como é amar alguém, não ser correspondido e depois fazer as coisas sem pensar nas conseqüências. E eu gosto de você, Mel. Não ia me afastar por conta disso, nem por causa de Justin. Você precisava de um amigo. – ele disse um pouco rápido. Isso era impossível. Taylor não existia... – E eu... Precisava de você. Precisava cuidar de você, pequena. – o fitei no mesmo momento.

Eu não consegui parar de sorrir.

Aquilo havia sido extremamente fofo. Existe algum garoto no mundo capaz de dizer essas coisas?

– Eu... Eu... – murmurei, quanto percebi que seu rosto estava perto demais do meu.

Ok, aquilo... Aquela conversa... Havia ficado extremamente estranha. E quando eu percebi, nossos lábios estavam selados.

Eu cedi o beijo e logo sentia sua língua em contato com a minha. Mordiscando meu lábio inferior. Taylor tinha um beijo incrivelmente bom. Não tinha como negar... Aqueles lábios doces, carnudos, perfeitos... GOSH, no que eu estava pensando? E Justin? Eu não estava pensando no meu Justin.

Quando dei por mim, estava deitada na cama, com Taylor por cima de mim. Suas mãos subindo e descendo pela lateral do meu corpo e seus lábios passaram a beijar meu pescoço, me fazendo arfar.

– Tay... Taylor! – tentei falar um pouco alto e o empurrar... Tudo em vão.

Depois de alguns minutos, ele se afastou.

– Desculpe... Eu... Droga. – disse nervoso, sentando-se na cama e coçando a cabeça.

Eu não disse nada. Apenas fiquei em silencio.

Ficamos nos fitando por um tempo. Em silencio. O clima descontraído, tenso... As respirações pesadas. E algo que eu não acredito que eu estava sentindo; Eu queria sentir seus lábios de novo. Havia percebido, que agora, eu sentia algo pelo Taylor. Quando namorávamos, eu não sentia praticamente nada por ele. Apenas um afeto, coisa de amigos, irmãos... Mas, agora... Era... Diferente.

Mas, não podia ser. Aliás, eu era totalmente e loucamente apaixonada pelo Bieber.

Sentimentos confusos.

– Então... Vamos? – ele perguntou, depois do longo e sufocante silencio.

– Vamos. – me levantei, pegando minha bolsa.

(...)

Estávamos andando há um pouco mais de 15 minutos, pelo visto. Estava um silencio totalmente sufocante entre nós. Depois daquele... Beijo... Bom, acho que ele se sentia culpado por alguma coisa, mas, não deveria.

Enfim, estamos procurando os meninos. Justin, Annie e os amigos do Justin. É. Eu não sabia com que cara eu iria olhar pra ele, mas, ok. E como eu contaria? Será que eu devia contar? Justin praticamente e obviamente odiava Taylor. Se soubesse, ele ia ficar louco. E eu o amava. Não queria o ver triste, chateado ou magoado de forma alguma.

Credo, to parecendo uma adolescentezinha de 14 anos em um filme louco de um trio apaixonante.

Nem sei mais que merda é essa que eu to pensando. [e sentindo]

Suspirei alto, fitando o mar ao meu lado. Ao outro lado, eu via pessoas felizes, se divertindo ao máximo. E também podia enxergar um paparazzi ou outro e até pessoas com câmeras fotográficas.

– Melanie! PORRA! Tira um foto comigo! – um garoto que tinha aparentemente uns 15 anos apareceu pulando na minha frente.

– Claro, fofo. – eu ri, enquanto parava e me posicionava ao lado dele. – Taylor, por favor... – pedi.

Ele assentiu, enquanto pegava a câmera do garoto.

O menino deslizou sua mão até minha bunda e eu dei um tapa na mesma o que o fez rir. Acabei rindo junto.

Depois de um tempo, ele se foi, todo feliz com a sua foto. E eu e Taylor, voltamos a andar para achar Justin e o pessoal. Ele não devia estar nem um pouco animado para achar Justin, mas, tudo bem. Fazer o que.

– MELANIE! – ouvi gritar meu nome. Era a voz que eu reconhecia bem. Annie.

Ela vinha correndo e Justin e os outros estavam logo atrás.

– Minha nossa... A gente tava te procurando menina! – ela disse ofegante, por conta de ter corrido e se apoiou em Taylor ao meu lado. – Hmmmm. Oi Tay. – ela sorriu maliciosa.

– ANNIE! – adverti, gritando. Não que eu houvesse ficado com ciúmes, mas, enfim...

– Hey, gatinha. – apareceu Justin, me puxando pela cintura e juntando nossos lábios.

E lá se iniciou um beijo pouco comportado. Ouvi murmúrios, mas, parece que Justin não ligava. E eu... Me sentindo uma tremenda culpada.

– Bieber... Paparazzi. Scooter. Não. Quer. – dei um passo pra trás, enquanto falava pousadamente.

– Que merda! – resmungou, ajeitando o seu boné na cabeça. – Então... Vamos voltar pro quarto. – ele riu, enquanto envolvia um de seus braços ao redor da minha cintura.

E lá voltamos a andar. Amigos de Justin atrás de nós e Annie e Taylor estavam ao meu lado.

Annie não parava de tagarelar. Perguntando o quanto ele malhava e que ele era todo musculoso, gostoso, lindo e tudo de bom. E disse o quanto adorava a saga Twilight. Que amava o personagem dele, o Jacob e toda essa coisa louca que só Annie sabe falar.

Ela disse que ia desenhar uma roupa pra ele. Que ia ir ao Oscar com ele e que os filhos deles iam sair lindo se puxasse Taylor. Ele ria ao lado dela e eu só ouvia.

– Está bem? – ouvi a voz rouca de Justin me tirar dos devaneios.

– Sim... Por quê? – o fitei, com um meio sorriso mais falso que eu poderia dar.

– Você ta calada. Não parece a Melanie chata de sempre que eu amo tanto. – Justin deu uma risadinha curta.

– Eu só tava... Pensando. – mordi os lábios.

– No que exatamente? – sua mão acariciava a minha cintura, o que me causava cócegas.

– Nada importante. – suspirei.

– Eu não sou importante, Mel? – ele disse com cara de espanto, me fazendo rir.

– Eu não tava pensando em você, idiota. – lhe dei língua.

– Deveria pensar em mim. – senti ele dar uma mordidinha leve na minha bochecha.

– Convencido nojento. – ri, enquanto o abraçava de lado.

Incrível como ele me conhecia bem, não é?

Eu ri sozinha.

Chamei Annie rápido e sussurrei a ela algo como “Preciso falar urgentemente com você!” – e ela logo ficou pasma e totalmente curiosa. Eu tinha que contar pra alguém sobre o certo ocorrido. E não há ninguém melhor do que Annie.