Minha Vida Antes... (annabeth) escrita por Marina Leal


Capítulo 20
Capítulo 20: CAPTURAMOS UMA BANDEIRA


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que prometi a uma leitora que ia postar todos os últimos capítulos de uma vez, mas não consegui resistir, beijos e me perdoem pela demora.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/153324/chapter/20

Em meu sonho estávamos eu, Luke e Thalia dentro de uma cabine de bater foto, daquelas que você coloca uma moeda e uma tira de fotos sucessivas saía do lado de fora, assim que entramos Thalia se colocou no meio entre eu e Luke, e nós dois nos esprememos aos seus lados, seus cabelos pretos desfiados bateram por um momento em meu rosto e eu fiz uma careta.

“Desculpa Annabeth!” Ela falou rindo quando viu o que aconteceu e eu ri com ela, ela fez um movimento rápido com o braço e suas pulseiras se prenderam em Luke.

“Ai! Thalia afasta mais um pouco!” Luke falou tentando desenrolar algumas de suas joias prateadas de suas roupas, ela riu novamente e ele nos acompanhou.

Nos abraçamos e esperamos os flashes saírem, poses levemente diferentes a cada posição que conseguíamos fazer.

Assim que acabou o tempo das fotos, nós três rimos ao ver o resultado da nossa brincadeira. Thalia pegou as fotos do lado de fora.

“Elas vão ficar comigo. Para sempre.” Ela havia dito e colocado a tira dentro do seu casaco de couro. “Vocês são meus melhores amigos.” Falou jogando os braços em torno de mim e Luke, e voltamos a caminhar.

Então a imagem mudou, estávamos em pé, em uma colina e Grover estava conosco dessa vez, mas havia dor e tristeza nos olhos dela.

“Grover.” Ela falou e era difícil dizer se as gotas de água que rolavam por sua face eram lágrimas ou apenas gotas de água da chuva. Eu senti um soluço sair do meu peito.

Eu vi as cenas passarem sem som algum, mas eu sabia o que ela estava dizendo, cada palavra, e cada apelo, meu, de Grover e de Luke não adiantaram de nada. Ela estava decidida a fazer aquilo por nós.

 “NÃO! THALIA!” Gritei em meu sonho e ela voltou seus olhos azuis para mim e seus lábios formaram as palavras: Cuide do Luke para mim está bem? E eu comecei a soluçar mais alto.

Uma mão sacudiu meu ombro com força, mas eu mantive os olhos fechados.

“Annabeth?” A pessoa chamou e eu não me importei quem fosse ao meu lado, não abri os olhos e abracei quem estava me chamando. Eu sabia que era um de meus irmãos.

“Luke.” Gemi chorando no ombro de quem estava ali comigo. “Thalia.”

“Shhhh. Calma Annabeth.” Ele falou com preocupação e surpresa.

“O que ela tem?” Outra voz perguntou para a primeira, parecia tão ansiosa quanto, reconheci a voz de Ivan e Kurt.

“Luke.” Gemi baixinho, para um dos dois entender a mensagem.

“Ah, tudo bem. Eu vou chamá-lo, cuide dela por enquanto Ivan.” A segunda voz falou e eu me senti grata pelo que Kurt ia fazer.

Chorei por alguns minutos, então passos no chalé me disseram que Luke estava ali.

“Vamos deixá-los a sós. É contra as regras, mas acho que eles não têm nenhuma intenção além de...” Kurt tossiu para ocultar o que ia falar. “Bem, então vamos” Ele falou com uma voz contida e meus irmãos saíram do chalé, Ivan me largou e senti o aperto de Luke logo em seguida, o mesmo que eu fiz quando queria me certificar de que ele estava comigo.

Olhei para cima e vi que Luke também esteve chorando.

“Ela faz muita falta.” Ele falou e deu um sorriso corajoso. Eu assenti ainda chorando.

“Sonhei com ela, foi por isso que acordei chorando.” Desabafei fungando e ele assentiu.

“Eu também, com o dia que nós batemos as fotos.” Ele falou. “Lembra que o cabelo dela bateu em seu rosto? E as pulseiras dela se prenderam em mim?”

Fiz que sim com a cabeça e sorri para ele.

“Eu também sonhei com isso.” Falei fungando novamente e o abraçando de volta. “Vocês estavam incríveis naquele dia!”

Assim que falei isso a última imagem de Thalia dançou por detrás das minhas pálpebras. ‘Até logo!’ Ela tinha dito e sorrido antes de eu começar a gritar.

Ele fungou e apoiou o rosto em meus cabelos, como se também estivesse se lembrando daquela noite. A trombeta de caramujo soou e ele ficou tenso.

“Temos que ir tomar café.” Luke falou. “Depois nós podemos conversar sobre isso.”

Levantamos e eu disse que ainda tinha que tinha que tomar banho, ele concordou e saiu do meu chalé para ir para o chalé de Hermes.

Cuidei rapidamente e a trombeta soou de novo, eu tinha pouco tempo para chegar à mesa de Atena. Sequei meus olhos e caminhei pelo pátio e fui para o pavilhão do refeitório.

“Oi Annabeth.” Elizabeth, filha de Hermes, parou ao meu lado. “Como você está?”

Suspirei e tentei dar um sorriso para ela.

“Mais ou menos.” Respondi e ela fez que sim e foi para a mesa de Hermes.

“Oi Annie.” Kurt falou quando me sentei ao lado de Angel. “Você está melhor?”

“Estou.” Falei sem entrar em mais detalhes e me senti agradecida quando nenhum perguntou ou comentou sobre minha crise de choro.

Quíron parecia preocupado, mas cumpriu com o ritual de sempre.

“Heróis!” Ele chamou nossa atenção batendo o casco no chão depois de queimarmos nossa comida. Todos pararam de falar e olharam para ele. “O Senhor D. decidiu adiantar o próximo Capture a Bandeira, não vai ser mais daqui a duas semanas e sim daqui a uma semana. Como vocês sabem todos os itens mágicos são permitidos, as equipes serão anunciadas no dia do jogo.”

Houve murmúrios de excitação por todas as mesas. Todos estavam ansiosos para jogar novamente e eu também, pela primeira vez eu iria participar, mas achava que meu nível de empolgação podia ser maior.

Suspirei e olhei para Luke, ele estava com a cabeça abaixada e não parecia ter escutado as palavras de Quíron. Ele parecia estar tão ruim quanto eu.

“Agora, conselheiros, preciso conversar com vocês. Apareçam na Casa Grande em uma hora.” Quíron falou seriamente.

O café estava delicioso, mas eu não consegui apreciá-lo. Assim que pudemos sair das mesas eu fui para a praia, era o lugar errado para ir, mas eu não consegui pensar em outra coisa para fazer. E eu precisava pensar em tudo o que havia acontecido.

Sentei em um banco de areia e fitei o horizonte, o mar se estendia infinitamente. O reino de Poseidon. Puxei minha faca e estudei a lâmina por um momento.

‘Agora você faz parte da nossa família. E eu prometo que não vou deixar que nada machuque você. Eu não vou desapontá-la, como nossas famílias nos desapontaram.’ Luke havia dito ao me entregar aquela faca.

“É Luke.” Falei baixinho para ninguém em particular. “Você não me desapontou, mas deixamos de ser uma família. Eu, você e Thalia.”

Cuide do Luke para mim está bem? Thalia falou na minha mente assim que parei de falar.

“Eu vou cuidar Thalia.” Falei lembrando os momentos que nós três passamos juntos.

O tempo passou e eu não percebi que já era tarde até que um de meus irmãos apareceu na praia para falar comigo.

“Você demorou.” Angel falou com preocupação quando chegou perto o suficiente. “Todos estavam preocupados com você.”

Suspirei e quando percebeu que eu não estava com disposição para falar algo, ela se sentou ao meu lado no banco de areia e olhou para o mar.

“É bonito não é? Não entendo o motivo de ele e a mamãe brigarem tanto.” Ela comentou e eu bufei. “O que foi?”

“Ele desrespeitou o templo dela.” Falei ainda emburrada por ela ter interrompido meu momento sozinha. “É muito natural a mamãe ter raiva dele.” Angel deu um sorriso por ter conseguido que eu falasse alguma coisa.

Ela levantou e estendeu a mão para ajudar a me levantar. Ergui uma sobrancelha, não estava com vontade de ficar de pé e se isso acontecesse teria que haver um bom motivo.

“Tudo bem.” Ela suspirou se rendendo. “Nossos irmãos querem ir até o local que a mamãe criou para nós, mas nós precisamos de você. E também não queremos que você se isole, pois você é nossa irmã e nos preocupamos com você.” Ela respirou fundo e parecia lutar com suas próximas palavras, seus olhos me analisavam com medo, como se eu fosse explodir se ela falasse algo errado. “A filha de Zeus está melhor, ela está em paz agora. Ela era importante para você, não era?”

Levantei-me na mesma hora e fui para longe de Angel, ela podia até ser minha irmã, mas eu não queria ninguém falando de Thalia, eu não ia aguentar.

Sem ter para onde ir, acabei me dirigindo ao chalé de Atena, os bosques não pareciam muito bons para uma caminhada naquele momento.

“Que bom que a Angel conseguiu fazer você vir.” Kurt falou com um sorriso antes de ver a minha expressão de relutância. “O que houve Annabeth?”

“Nada.” Menti calmamente. “Só estava pensando.”

Ele ergueu uma sobrancelha, tentando decidir se acreditava ou não em mim.

“Agora vamos.” Falei retirando os olhos da coruja do meu bolso enquanto dava um sorriso confiante. “Temos uma batalha para planejar.”

*******

Para minha surpresa o tempo no acampamento passou rapidamente, as atividades eram realmente incríveis. Era diferente ter aulas com ninfas, sátiros e é claro, com Quíron, mas me acostumei rapidamente a essa rotina, parecia natural. O único problema para mim era que eu quase não conseguia falar com Luke, mas até mesmo isso não era uma coisa que eu deixaria me abalar, de uma forma meio torta ele era mais próximo para mim que um irmão. E acredite, com tantos irmãos no chalé, ele ainda me conhecia melhor que eles.

Mas enfim havia chegado a tão esperada sexta-feira, os chalés estavam todos ansiosos, Kurt havia me apresentado alguns adolescentes que haviam passado algum tempo na enfermaria por ter se machucado em uma corrida de bigas que havia acontecido alguns dias atrás, felizmente não era nenhum irmão nosso então não precisaria de uma atualização do que havia acontecido no chalé.

Naquela noite após o jantar havia muito mais agitação que nas noites anteriores.

Estava na hora da captura da bandeira.

Quando os pratos foram levados embora, a trombeta de caramujo soou e todos nos postamos junto às nossas mesas.

Metade dos campistas gritou quando Kurt, Ivan e Kevin entraram correndo no pavilhão, carregando um estandarte de seda com cerca de três metros de comprimento que reluzia em cinza, com a pintura de uma coruja em cima de uma oliveira. Do lado oposto do pavilhão três filhos de Deméter apareceram com um estandarte parecido, mas reluzia a um verde-grama e com o desenho de dois ramos de trigo cruzados.

Meus irmãos haviam me explicado como era o jogo e estava muito empolgada com a possibilidade de lutar com guerreiros mais experientes.

Virei-me para Angel, percebi que ela me encarava com preocupação.

“Estamos liderando o time vermelho.” Ela me disse. “Fizemos alianças temporárias com Apolo e Hefesto.”

Assenti com a cabeça e voltei a prestar atenção nas tiras da minha armadura.

“Annie, você e o Ivan vão guardar a nossa bandeira.” Kurt falou baixinho enquanto ele chegava perto e colocávamos nossas armaduras. “O pessoal de Ares está com muita raiva de nós desde o último jogo, então eles vão vir com tudo.”

Eu sabia que não seria legal, eu quase não veria ação se ficasse guardando a bandeira. Reprimi um suspiro.

Ele percebeu minha expressão e tentou se explicar.

“Todo mundo no chalé achou melhor você ficar de guarda na bandeira, não queremos que você se machuque.” Eu fiz que sim com a cabeça e terminei de colocar minha armadura sem olhar para ele. Então quer dizer que decidiram algo sem mim, isso não ficaria assim.

As equipes foram anunciadas, como Angel havia me dito, Atena fez alianças com Apolo e Hefesto, os maiores chalés.

Deméter havia feito alianças com todos os outros, Ares, Afrodite e Hermes. Fiquei preocupada em ter Luke como adversário, mas eu não ia deixá-lo ganhar.

Quíron bateu o casco no mármore.

“Heróis!” Ele chamou nossa atenção. “Vocês conhecem as regras. O riacho é o limite. A floresta inteira está valendo. Todos os itens mágicos são permitidos. A bandeira deve ser ostentada de modo destacado e não deve ter mais de dois guardas.” Angel apontou para mim e Ivan. “Os prisioneiros podem ser desarmados, mas não podem ser amarrados e amordaçados. Não é permitido matar nem aleijar. Servirei como juiz e médico do campo de batalha. Armem-se!”

Ele estendeu as mãos e as mesas se cobriram de equipamentos: capacetes, espadas de bronze, lanças, escudos de couro de boi recobertos de metal. Meu capacete, como todos os capacetes do lado de Atena, tinha um penacho de crina vermelha no topo. Deméter e seus aliados tinham penachos azuis.

Kurt gritou:

“Equipe vermelha, para frente!”

Aplaudimos e agitamos nossas armas, e o seguimos para os bosques do leste. A equipe azul gritou nos provocando e seguiu para o oeste.

Kurt guiou uma parte da equipe pelos flancos e fixou a bandeira de acordo com as regras.

“Se cuidem!” Ele falou para mim e Ivan antes de partir para o campo de batalha com nossos irmãos.

Suspirei e me sentei no chão, emburrada.

“Não faz assim.” Ele me censurou ficando em pé na minha frente.

“Eu queria estar na batalha.” Falei.

“E eu também.” Ele falou, percebi que tinha um mas naquela frase.

Percebi algo em segundos.

“Kurt não escalou você para vigiar a bandeira.” Adivinhei. “Você se voluntariou. Por quê?”

“Para te proteger.” Ele falou sem negar minha suposição. “Há algo em você que me faz agir assim, acho que se pode chamar de amor de irmão, o instinto de cuidar de você.”

Eu abaixei a cabeça e não falei mais nada, talvez estivesse com muita vergonha para falar algo.

Longe, a trombeta de caramujo soou. Ivan me olhou e estendeu a mão para me ajudar a me levantar, seu rosto estava tenso.

“Agora temos que tomar cuidado.” Ele falou quando o barulho de metal se chocando no bosque chegou até nós dois. “Hoje nós só estamos jogando na defesa e ajudando ou o chalé de Apolo, ou o de Hefesto, a conseguir a bandeira.”

“E depois? O que nós fazemos?” Perguntei.

“Bem, fazemos alianças com outros times.” Ele falou. “E continuamos impedindo que outro time capture a nossa bandeira.”

“Quer dizer que ninguém de Atena pode pegar a bandeira do outro time?”

Ele balançou a cabeça, negando.

“O mesmo time não pode possuir as duas bandeiras.” Disse com um sorriso. “Não haveria graça se fosse assim.”

Um barulho na mata atrás de nós fez com que nós dois sacássemos nossas armas, mas era apenas um aliado com o elmo de plumas vermelhas que pulou na moita próxima indo na direção das linhas inimigas e desapareceu.

“Stanley.” Ele murmurou chegando mais próximo da bandeira. “Ele é o sinal.”

“De quê?” Olhei em volta com preocupação.

“De que o time azul está chegando perto.” Ele respondeu. “Fique perto de mim, quando eles chegarem a coisa vai ficar feia.”

Eu suspirei, mas fiz o que ele pediu e me aproximei mais um pouco.

Houve silêncio por alguns instantes e então três guerreiros de armadura completa apareceram na nossa frente. Pelos olhos azuis do primeiro eu sabia que Luke estava liderando o ataque à nossa base.

“Oi Annabeth!” Ele falou com um sorriso amigável, como se tivesse se esquecido que estávamos em uma batalha.

Puxei a faca que ele me deu e o que estava acontecendo pareceu voltar até ele.

“Só queremos a bandeira.” O garoto que estava no flanco direito dele falou. Senti Ivan puxar a espada ao meu lado.

“Podem esquecer.” Falei e a batalha que estava acontecendo no bosque chegou até nós.

Vi Kurt lançar um olhar angustiado para mim e Ivan, mas ele não pôde fazer muita coisa, pois lutava contra um adolescente indeterminado do chalé de Hermes.

Todos os adolescentes à nossa volta estavam lutando, apenas nós cinco estávamos parados. De repente Angel apareceu ao meu lado e Luke e os outros dois atacaram.

Como eu temia, Luke escolheu atacar Angel, pois ela estava cansada e com um ferimento na perna. Era um alvo fácil e mais fraco que eu, mas como previ essa escolha antes de acontecer avancei para lutar com Luke enquanto Ivan e Angel tentavam impedir os outros dois.

“Só eu e você, Luke.” Falei com um sorriso.

“Tudo bem, Annabeth.” Ele respondeu um tanto vacilante.

Ele era muito bom com a espada, eu sabia disso, mas ele prometeu nunca me machucar, não faria isso por causa daquele jogo.

Nos esquivamos, atacamos e por vezes quase acertamos um ao outro, mas foi somente quando ouvimos um barulho de gritaria vindo dos combatentes no riacho que vimos os filhos de Apolo com a bandeira de Deméter que abandonamos nosso combate para irmos ajudar nossos companheiros de equipe.

Enquanto os filhos de Apolo passavam pela fronteira nós impedíamos a outra equipe de impedi-los, assim que cruzaram o córrego eu suspirei de alívio e vi a bandeira de Deméter tremeluzir e assumir um tom dourado com o desenho de uma lira e um arco e flecha estampados no tecido. Havia acabado, e nós conseguimos capturar a bandeira.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado, afinal a fic está acabando.
Reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha Vida Antes... (annabeth)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.