POV Alice

- Gente, eu realmente estou muito preocupada com a Lily! – nos últimos dias Lily estava muito estranha. Não gritava mais com o Potter, não sorria mais e principalmente não falava com mais ninguém, vez e outra trocava palavras com uma corvina chamada Dorcas Meadowes.

Nessa hora, Lily acabara de entrar no Salão Principal para tomar o café da manhã. Todos nós paramos de conversar e olhamos para ela.

Hoje ela estava com olheiras horríveis. Seu rosto, como descrever? Ela parecia estar “morta”. Estava mais pálida nos últimos dias e muito mais magra. O brilho que preenchia seus olhos e seu cabelo ruivo que encantavam tantas pessoas havia sumido, como se tivessem sido apagados da mesma forma que se apaga uma vela.

Ela sentou-se na ponta da mesa, distante de todos. Pegou um livro qualquer e começou a “ler”. Eu conhecia muito bem minha amiga, sabia que ela não estava prestando atenção no livro e, seus olhos escondiam tristeza e dor.

POV Lily

Eu acordei suando e ofegante. De novo.

Fazia uma semana que minha melhor amiga havia morrido, e os recentes acontecimentos não ajudavam de nada. Nas últimas noites “ela” voltara á atormentar meus sonhos. “Ela” fizera dos meus sonhos pesadelos. “Ela” era a fantasma misteriosa cujo nome eu ainda não conhecia.

Eu estava apavorada, com medo de dormir. E isso estava me causando consequências. Eu estava ficando com olheiras profundas e mais parecia um zumbi.

A noite estava fria e o edredom parecia não esquentar mais. A Lua brilhava do lado de fora da janela. Teria sido uma linda e perfeita noite caso minha vida não tivesse dado uma volta de 360º  graus.

Eu não queria e nem tinha coragem para dormir. Mas sabia muito bem que caso eu não dormisse eu ficaria pior e não conseguiria acompanhar as aulas.

Mas não podia evitar o pensamento de que caso eu dormisse, o que não ficaria nada bem era a minha saúde mental.

Eu tentei me distrair com os botões de meu pijama, tentei ver quantas estrelas tinham do lado de fora da janela, tentei até ver quantos fios de cabelo eu tinha. Mas nada adiantou, meus olhos cederam e eu voltei á dormir, voltei ao pesadelo...

“ – Você de novo não! Será que não percebe o mal que está me causando? ? Você está me deixando doentia... eu estou passando por uma situação delicada e você não está ajudando em NADA! – eu explodi para a fantasma.

- Se acalme, querida... eu não desejo o seu mal – ela me disse com aquela voz aveludada e seu sorriso maternal. Ela estava com o mesmo vestido de sempre, todo rendado e longo. O cabelo preso em uma trança frouxa e o sapato de salto de agulha deixando-a muito mais alta.

- Quem me garante? ? Eu nem ao menos sei o seu nome...

- O meu nome não importa querida. E eu nunca seria capaz de machucá-la, eu só quero lhe ajudar. Desejo lhe guiar para o futuro e deixa-la preparada. O seu fim, poderá não ser um conto de fadas. – com essa última frase, tudo ao meu redor girou e eu fui parar no futuro, como sempre. Já estava quase acostumada.

Olhei ao meu redor e percebi uma garota no chão, gritando agoniada. Cheguei mais perto e coloquei as mãos na boca apavorada. A garota era eu...

Eu estava sangrando, e sangrava muito. Ao lado do meu eu futuro havia um homem encapuzado, com vestes toda preta.

Quando ele abaixou o capuz vi aqueles olhos vermelhos cor de sangue. Era “Voldemort”.

- Grite, grite por socorro, mas será em vão. Ninguém poderá ouvi-la agora, é melhor aproveitar os últimos minutos de vida. – ele dissera para o meu eu futuro totalmente desdenhoso.

Quando olhei novamente ao redor, percebi que Voldemort tinha razão... ninguém me ouviria, estávamos em uma floresta.

Tudo girou ao meu redor novamente e eu voltei ao dormitório, a única diferença é que eu estava no meu sonho. Sozinha, chorando... ou nem tão sozinha.

- Por que você me mostra essas coisas? Gosta de me fazer sofrer? Eu não quero ficar preparada, eu não quero saber do meu futuro. – eu gritei desesperada soluçando de tanto chorar.

- Isso só irá acontecer se você tomar decisões erradas... esqueça-o Lily, não se apaixone por ele...”

Depois disso eu acordei, desesperada. Cada vez mais esses pesadelos pioravam. E o pior é que de certa forma eu sabia que essas coisas iriam acontecer.

Mas quem era ele? Quem eu deveria esquecer? Por quem eu não deveria me apaixonar? E ao nem sabia se devia dar ouvidos á essa fantasma...