Capítulo 10

By now you know that I'd come for you

A essa hora você já sabe que eu viria por você

No one but you, yes I'd come for you

Ninguém, só você; sim, eu viria por você

But only if you told me to

Mas se você me pedisse pra fazer isso

And I'd fight for you

E eu lutaria por você

I'd lie, it's true

Eu mentiria, é verdade

Give my life for you

Daria minha vida por você

You know I'd always come for you

Você sabe que eu sempre viria por você

I’d come for you - Nickelback

Emmett POV

-Emmett? – ouvi a voz de meu melhor amigo atrás de mim, enquanto eu andava em um corredor da Neurologia logo após sair da sala de Carlisle.

Virei-me instantaneamente para encarar Edward. Minha expressão não devia ser nem um pouco boa, já que seu semblante só mostrou preocupação.

-E aí – apertei sua mão e lhe dei um abraço de leve sem muita empolgação.

-Meu pai me contou tudo. – ele fez uma careta, talvez sentindo pena de minha situação desastrosa. – Eu sinto muito, Emmett.

Respirei fundo.

-Eu sei. – coloquei uma mão em seu ombro e o apertei levemente, na intenção de demonstrar que eu sabia que podia contar com ele.

-Quer sair hoje à noite? – ele perguntou tentando fugir do assunto. – Só a gente. Como nos velhos tempos.

-Não gosto de lembrar os velhos tempos, Ed. – forcei um sorriso e retomei o caminho em direção ao elevador. Edward me seguiu. – Tenho que falar com Rosalie. Não sei se ela vai reagir bem a isso.

-Ela sabe de tudo, e sabia também que esse dia chegaria a qualquer momento. – Edward se postou em minha frente. – Se ela for mesmo a mulher certa para você, o que acho que é; ela vai estar ao seu lado, não importa o que aconteça.

Sorri de leve, sabendo que Edward tinha razão. Minha Rose não me decepcionaria.

Na verdade, conhecendo-a do jeito que eu a conhecia, ela iria querer assumir o meu caso.

-Vamos sair Emmett. – Edward insistiu. – Vai fazer bem para você.

-Rosalie – lembrei-o.

-Leve-a com você. Vou chamar a Bella também. –ele sorriu um pouco. – Vai ser divertido, eu prometo.

Suspirei derrotado.

-É bom mesmo que seja. – dei um sorriso de cansaço.

-Oi – saudei quando encontrei Rosalie em frente ao berçário com Jasper. Ela me dirigiu um sorriso que me deu certo alívio, e me abraçou.

-Está tudo bem? – ela perguntou. Rosalie sempre sabia quando havia algo errado comigo.

-Depois a gente conversa. – garanti. Ela fez um bico, mas assentiu; e então nos viramos para a imensidão de bebês. Jasper estava com uma mão no vidro, como se daquele jeito pudesse realmente tocar a filha, senti-la perto dele.

-Daphne é a da manta lilás. – Rosalie apontou com o queixo para a última fileira de bebês, a mais distante de onde nos encontrávamos. A filha de Alice e Jasper realmente chamava toda atenção para si; era impossível não enxergá-la, mesmo em meio a tantos bebês juntos.

Ficamos os três em silêncio por alguns minutos.

-Vou fazer um pouco de sala para George e Grace. – Jasper anunciou com uma careta por fim. Era claro que ele não queria sair dali, mas precisava dar um pouco de atenção aos sogros. – Até mais.

-Tchau Jazz. – Rosalie deu um beijo na bochecha do irmão.

-A gente se vê. – cumprimentei-o com um aperto de mãos. Depois que meu cunhado sumiu, me virei para Rosalie. – Você está cansada demais para sair hoje à noite?

Ela me encarou com seus profundos olhos castanhos, para então dar um sorriso de canto um tanto desconfiado.

-Dormindo à tarde, não. – ela afirmou com convicção. – Para onde quer ir?

-Eu não sei ainda, na verdade. – respondi. – É ideia do Edward.

-Ah. – Rosalie sorriu um pouco mais abertamente. – Acho que nós podemos ir. Só preciso ver com minha vizinha se ela pode tomar conta de Travis e Ella. Mas vai ser bom, Emm. Faz tanto tempo que não saímos todos juntos.

-É... – concordei com pouca certeza. – Acho que sim.

Rosalie me encarou novamente; o semblante preocupado.

-Quando vai me contar o que tanto te incomodou nessa conversa com Carlisle?

Não sabia exatamente a resposta para aquela pergunta. Ao mesmo tempo em que eu queria contá-la e dividir com ela minha insegurança, não queria encher sua cabeça com minhas preocupações exageradas. E, ainda por cima, havia um lado meu que ainda não sabia se ela ficaria depois de saber que eu poderia ser preso.

Era só se colocar no lugar dela, pelo amor de Deus. Nem eu mesmo sabia se aguentaria a barra.

-Logo. – respondi sua pergunta após um longo suspiro. – Eu prometo.

Ao contrário do que eu imaginava, ela não fez uma careta ou saiu pisando duro. Rosalie apenas lançou um sorriso fraco em minha direção e pousou a mão direita em minha bochecha, o que me fez fechar os olhos automaticamente.

-E quando vai aprender que pode confiar em mim? – sua voz não soou ríspida de forma alguma. Era uma voz doce, uma voz magoada.

E aquilo doía mais do que qualquer coisa.