Otherside escrita por addie


Capítulo 5
Capítulo 4. Yale


Notas iniciais do capítulo

Demorei né? Eu sei desculpem! ♥



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Capitulo 4. Yale

Ouvindo o barulho estridente, Edward pulou da cama, ele que antes estava em seus mais profundos sonhos.  Era agora acordado por uma baixinha, que transpassava a fúria, enquanto batia a porta do quarto com força e abria as janelas iluminando o quarto desconhecido. Ele esfregou os olhos com força, antes de se dar conta de onde estava, no apartamento de Alice.

- Bom dia para você também! – murmurou ele ao se enrolar nas cobertas e virar para o outro lado enterrando seu rosto no travesseiro.

- Levanta dessa cama Edward!

- Alice, estou morrendo de sono...  – ele ralhou.

- Não quero saber, tive as mesmas horas de sono que você. Ou não se lembra da noite passada? – indagou ela furiosa.

Ele esfregou os olhos, apertando-os e tentando lembrar-se de algo que acontecera na noite anterior, mas nem mesmo forçando conseguiu lembrar algo que o levara a parar ali.

- Nem ao menos lembra não é? – ela o olhava incrédula – Ben trouxe você tão chapado, que pensei que teria uma overdose.

- Você e o Ben são exagerados.

- Você me fez passar vergonha Edward... Eu não quero nem pensar, o que a Bella deve estar pensando da nossa família agora.

- Você liga demais para as opiniões alheias.

- Se você ligasse um pouco, não chegaria a esse estado deprimente.

- Você não precisa se importar comigo.

- Tem razão, eu não preciso. Mas eu tenho, você é meu irmão. Acha que fico feliz em ver você jogando sua vida no lixo?

- Eu não estou a fim de ouvir isso,  há essas horas da manhã Alice. Eu estou cansado e...

- Você vai para a faculdade! Perdi as contas de quantos dias faz que não te vejo lá.

- Eu não vou para porra nenhuma.

- Ótimo, estava precisando de um motivo para ligar para o Carlisle! – ela sorriu ironicamente.

- Você não faria isso... – ele a examinou, mas quando viu ela pegava o celular no bolso – Tudo bem! – gritou ele, ela sorriu e guardou o celular – Você deveria ter vergonha de me chantagear desse jeito.

- Você deveria ter vergonha dos seus atos, não eu. – rebateu furiosa – Eu não sei mais o que fazer com você Edward, você está viciado nesses bagulhos e eu não sei mais como te ajudar.

- Eu não sou viciado.

- Então, porque te encontro mais drogado do que sóbrio?

- Eu não te devo explicações.

- Você deve aos nossos pais.

- Não se envolva com isso.

- Você é tão hipócrita Edward. É o típico menino estragado pela riqueza. Eu quero meu irmão de volta, aquele que costumava me proteger. Você não é meu irmão.

- Se acostume, esse é o único que restou.

- Você culpa Carlisle por tudo que aconteceu a você, mas não vê que você mesmo escolheu ser assim, você poderia ter tudo. Você culpa os outros por um erro que é só seu.

- Eu não sou a pessoa que rouba nessa família.

- Hipócrita. Você fala isso, você vive retornando a esse passado, mas você usa esse dinheiro que você abomina tanto todos os meses. É esse dinheiro que você abomina que te sustenta paga pelo teu carro e faculdade. E seus luxos. Vamos lá Edward, você fala tanto sobre isso, mas não o renuncia não é mesmo?

Ele ouviu suas palavras estarrecido, nunca em toda sua vida, Alice tinha falado daquele jeito com ele.

- Levante-se dessa cama, tome seu café e vá para a faculdade. Ou ligarei para Carlisle e você em poucas horas estará livre dessa vida que você odeia. Em uma rehab, de preferência bem longe de New Haven. Quem sabe assim você muda.

            Ele desceu do volvo prateado reluzente, que sempre fora seu carro de estimação desde que ganhara de sua mãe no seu aniversário de 20 anos. Desde então, ele fora seu único companheiro fiel. Ele entrou no Starbucks que ficava ao lado da faculdade. Suas olheiras denunciavam a noite anterior com facilidade e ele precisava escondê-las. Ele sabia que não aparecia na faculdade com tanta freqüência agora, na maioria das vezes porque estava cansado demais ou até mesmo chapado. Mas precisava tirar notas razoáveis ou então Carlisle comeria seu cu, em uma linguagem certa. Embora brigassem eternamente, não se dessem bem, desde o momento em que Edward descobrirá de suas falcatruas, ele o obrigara a tirar notas boas ou todas as suas mordomias iriam para o espaço.

Ao adentrar o estabelecimento, sentou-se em uma das mesas, retirando seus óculos escuros e jogando a chave do carro nela.

Logo a atendente veio a sua mesa e pediu seu típico café e ovos com bacon. Edward logo vistoriou o local, ele já estava tão acostumado a tomar seus cafés matinais ali, que nem ao menos olhava o cardápio sabia exatamente o que queria.

Na verdade, desconfiava que todos os estudantes de Yale tomavam café da manhã ali, devido a proximidade da faculdade e também a variedade. Geralmente era um café pratico e rápido.

Ao olhar ao seu redor, viu então a única coisa que lhe poderia roubar a atenção, a morena que estava na mesa ao seu lado era com toda certeza alguém que nunca vira por ali, ele teria notado facilmente tamanha beleza. De uma pele tão clara e delicada e de cabelos mogno e lisos que terminavam em cachos, caindo em cascata  nas costas, ela era alguém que atraía uma atenção imensa. Ele a analisou sutilmente. Ela parecia tão distante enquanto penetrava o olhar no livro que Edward não pode identificar o titulo, enrolava uma das mechas do cabelo nos dedos e mordia os lábios sutilmente ao passar as páginas.

Não demorou muito para que a atendente trouxesse então um café e rosquinhas para ela. Ela comeu rapidamente as rosquinhas deixando seu livro de lado e Edward estendeu o corpo levemente para tentar ver o nome do livro. Sem sucesso. Ela correu os olhos pelo estabelecimento enquanto mordia uma rosquinha, parando rapidamente em Edward, os deixando ver pela primeira a cor de seus olhos, eram tão marrons, eram como chocolates. Mas ela nem ao menos se importou com a pequena troca de olhares, voltou seus olhos ao seu café.

Ele a observava com atenção, notava seus dedos brincados com a beirada do copo e os olhos pareciam afogados em pensamentos, um pequeno sorriso chegava a brotar em seus lábios, mas logo se desfaziam. Mentalmente ele implorou para que ela o olhasse, e o desejasse ardentemente. Olhe morena, olhe pra mim chocolates - Pediu ele. E como que atendido, ela o olhou, mas nada em seu olhar denunciou algum interesse por ele. Havia ali completa indiferença, e mesmo assim ele continuou lhe encarando, mas mesmo assim ela não pareceu constrangida, pois voltou a brincar com seus dedos a borda do copo de café.

Então, pela primeira vez ele quebrou o contato hipnotizante quando a atendente lhe entregou seus ovos com bacon e café. E quando voltou seus olhos novamente para ela, ela deixava uma nota em cima da mesa e deixava o estabelecimento. Ele a seguiu com o olhar até o momento em que ela entrou numa Mercedes preta e o carro cantou pneus.

            Com os óculos escuros no rosto – para tentar esconder as olheiras visíveis da noitada anterior – Edward desceu do volvo prata reluzente, parado no estacionamento de Yale. Sorrindo – com seu melhor sorriso de cafajeste – para as garotas que lhe acenavam.

 Edward era possuidor daquele ar sexy e sedutor. Os cabelos acobreados bagunçados de uma maneira diferente, os olhos mais verdes esmeraldas, que fascinavam qualquer ser mortal, e o corpo esculpido a mão por Deus, dava a Edward um ar de diferente, de qualquer garoto de Yale. Ele era mesmo diferente, em tudo.

Edward era o típico garoto estragado pela riqueza, com tudo que quer nas mãos, não dava valor a nada do que tinha a boa faculdade, as notas, sempre nas noitadas com garotas, e muitas bebidas, Edward não era a melhor influência para ninguém, na verdade ele não era uma boa companhia, para quem ansiava crescer.

Tido como o garoto problema, sempre era motivo de vexame para a família Cullen. Com um pai governador, uma irmã quase formada em Yale, e com seu dinheiro, Edward deveria ter a vida perfeita, mas o próprio fez questão de estragá-la.

Atravessando o campus, andando para o grande pátio a céu aberto na faculdade. Localizou Ben, olhando as garotas, sentado em uma mesa no grande pátio. Ben acenou para Edward, que logo respondeu, e andou lentamente para onde Ben se encontrava.

Ben era um dos poucos amigos que Edward mantera da época de colégio, na verdade era um dos seus poucos amigos, tirando Emmett seu primo, ele era o seu único amigo.

- E ai, galinhão? – Ben cumprimentou socando o braço de Edward. – Parece melhor.

Edward sorriu e esmurrou o braço de Ben também. Se sentando ao seu lado em cima da mesa.

- E ai cara? – gargalhou – Você e Alice fazem tempestade em um copo de água.

Ben sorriu.

- Às vezes é bom aparecer na faculdade não é? – perguntou Ben.

Edward gargalhou.

- Faz apenas três dias que eu não venho aqui – disse sacana, como se fosse normal.

- Apenas! – Ben ironizou - Esses óculos são para não mostrar os vestígios da noite anterior? – indagou divertido.

Edward gargalhou.

- Os estragos não foram tantos! – respondeu.

Ben o olhou atravessado.

- Você deveria parar com essa vida cara... Ou ela vai acabar com você. – alertou ao amigo.

Edward rolou os olhos.

Tão típico de Ben, sempre dando esses conselhos de gay. Edward tinha seus 23  anos, queria mais é que isso se fodesse, não tava nem aí pra nada. Ele adorava a vida que ele levava. De conselhos estúpidos ele já tinha muitos guardados na mente, seu pai Carlisle, sua mãe Esme, e sua irmã Alice, o enchiam até a tampa com ele.

Edward olhou para o grande pátio, e sorriu vendo Irina em seu mini vestido preto, e sexy. Ela mordeu os lábios sedutoramente para ele, e ele piscou.

Ela virou-se para as amigas que a rodeavam, e gargalhou, o olhando de volta.

- Deixa que da minha vida eu cuido Ben, enquanto isso, aprecia a vista! – disse zombeteiro.

Ben rolou os olhos, aquilo era tão típico de Edward. O que ele precisava era de amor. Amor-próprio talvez. Porque ele sabia que Edward não tinha nenhum, ou talvez tivesse, até demais. Tamanho narcisista.

            Edward andava tomando sua coca-cola enquanto corria para a sua próxima aula pelos corredores de Yalle, Prof. Walter não era uma pessoa muito delicada quando se tratava de atrasos ou qualquer outro tipo de desrespeito. Era um dos professores mais rígidos de Edward, e aparentemente não gostava muito dele. Adentrando a classe a tempo, quando o segundo sino bateu, ele jogou a mochila na cadeira, tirando seu notebook, a postos para escrever tudo que havia perdido nos últimos dias.

Quando o sinal tocou anunciando o fim da aula, ele finalmente descansou a mão que doía, após tanto escrever, mas antes que pudesse sorrir devido ao fim da aula, o Prof. Walter anunciou.

- Próxima aula quero um trabalho sobre a vida e obra de Karl Max – anunciou. Puderam-se ouvir suspiros decepcionados quando perceberam que seria um final de semana pelos ares, afinal, sua próxima aula seria na segunda – E não se esqueçam 20 paginas – ele sorriu malicioso – E sinto muito aos engraçadinhos que se atreverem a não fazer, não vão obter carta de recomendação ou nota esse bimestre.

Edward bufou irritado, quando se levantou, fechando o notebook e o guardou na mochila, olhando para a porta e desejando não ter se levantado da cama. Mas foi quando de repente os mesmos cabelos de mogno que pela a manhã lhe chamara a atenção. Ele imediatamente não pode acreditar a sorte que obtera em tão pouco tempo.

Sorrindo, jogou a mochila nas costas e desceu as escadas do auditório o mais rápido que pode, quando viu a morena que logo cedo lhe chamara atenção, mas a porção de alunos agora impediam sua passagem. Ele se espremeu pelo meio dos outros e quando finalmente foi chegando perto da morena que agora estava mais perto da saída que nunca, sentiu-se puxado por uma mão, e sem poder reagir, voltou-se encarando o Prof. Walter.

- Prof. Walter... Eu estou um pouco apressado agora...

- Como sempre não é mesmo Sr. Cullen? – indagou ele sarcástico – Você está sempre ocupado demais com suas farras. Eu só quero lhe alertar da quantidade de faltas que você possui. Se mais alguma acontecer na minha aula, creio que vai ter que substituir a minha matéria, porque eu não lhe aceitarei mais na minha aula.

- Mas Prof. Walter – ele tentou argumentar, mas foi logo cortado.

- Sem, mas – cortou ele – Eu não quero saber de suas desculpas, já venho aturado demais elas. Se alguém morrer, terá que trazer o atestado de óbito. Se você ficar doente, um do médico que lhe atender. Estou farto.

- Eu entendo que você...

- Que bom que entende! – ele sorriu após segurar a pasta e deixar o auditório, deixando Edward só.

Edward chutou a cadeira e gritou puxando os cabelos. Odiava de coração tudo aquilo. Odiava o Prof. Walter. Odiava ter que perder seu final de semana tentando não ser expulso da aula dele. Odiava sua vida. Odiava mais ainda ter perdido a morena novamente.

            Exausto após a sua ultima aula do dia, Edward foi atrás de um café na Starbucks ao lado da faculdade, ele perderia toda sua noite fazendo a porra do trabalho, precisava ainda ir a biblioteca e pegar alguns livros. Um trabalho para o Prof. Walter não poderia ter sido retirado via Wikipédia. Infelizmente Edward aprenderá isso em seu primeiro trabalho, após receber um "F" e com uma pequena nota "Próxima vez Sr. Cullen, seja mais criativo e não coloque sentenças que eu mesmo disse. E Wikipédia é tão baixo, até para você."

Edward nunca se sentiu tão humilhado em toda sua vida e jurou a si próprio a não cometer tal erro novamente, daquele dia em diante sempre receberá a melhor nota da sala nos trabalhos do Prof. Walter. E tinha absoluta certeza que era o que o mesmo mais odiava em Edward, a capacidade de não comparecer as aulas e ainda assim ter as melhores notas.

Após pegar o café, foi até a biblioteca, já conhecia bem a seção e apenas vagou por entre as prateleiras, até procurar os exemplares dos livros que iriam ajudar ele perfeitamente.

E após pegar um por um, despejando em uma pequena montanha nos seus braços, notou que um faltava e se irritou ainda mais, será que nada poderia dar certo para ele? 

Indo em direção as mesas, onde as pessoas permaneciam em perfeito silêncio e ele poderia se concentrar. Mas ao despejar os livros em uma mesa, e acomodar-se não pode acreditar na sorte que lhe trazia ela pela terceira vez naquele dia.

Ele encarou a morena novamente que sentava a mesa ao lado da dele e pode notar que estava exatamente com o livro que ele não encontrou, certamente os outros exemplares já havia sido pego por outras pessoas e ela era uma delas. O que lhe mostrava que era ela mesma na outra aula. Ela lia e fazia anotações silenciosamente, os cabelos presos num coque desalinhado preso por um lápis, ela tomava um gole de um café. Lendo o livro e novamente digitando no notebook. Era um ciclo sem fim, mas tão delicioso de ser assistido para Edward, entre as mordidas dos lábios, ele não conseguira deixar de encará-la.

Balançando a cabeça, ele esfregou os olhos tomando um gole do café ao lado dele, ele precisava focar no seu trabalho, a morena poderia ficar para depois. Ele realmente precisava se focar no trabalho, abrindo o primeiro livro, ele procurou o capitulo que precisava, digitando as coisas mais importantes, incrementando com as próprias palavras, alternando entre pequenos olhares para a morena, que continuava tão concentrada quanto antes.

Ele balançava a cabeça de novo e tomava um gole de café na esperança de acordar. E seguindo de novo, abria os livros, procurava na internet, criava suas pautas e discussões, e alternava os olhares entre a morena como se não quisesse perde-la de vista. Aos poucos a biblioteca foi se esvaziando e quando Edward olhou pela janela, pode notar que a lua já estava no alto.

E quando terminou o quarto livro, percebendo o quanto ainda faltava, ele bufou estressado, ainda tinham mais dois livros, e o que a morena usava.  Ele percebia que ela alternava entre os livros. Não seguia o mesmo roteiro de Edward. Mal sabia ela que ele tiraria a melhor nota, sabia exatamente como o Prof. Walter gostava dos trabalhos.

Ele se acomodou na cadeira, que agora fazia sua coluna doer sem cessar. Voltando sua cabeça aos livros e alternando os olhares. Mas em certo ponto, não conseguiu mais desviar o olhar da morena. Ele poderia pedir o livro a ela... Isso ia soar desesperado demais para Edward Cullen.

De novo ele se pegou a sondando, olhando, encarando, desejando-a misteriosamente, ela não parecia uma garota qualquer, era definitivamente doce e amarga. Decidindo tomar a iniciativa, levantou-se caminhou lentamente na direção de sua mesa, e quando o fez, perguntou:

- Posso? - fez menção para a cadeira, mas ela nada disse. - Você vai demorar muito? - perguntou a ela, que novamente sequer ergueu o olhar.

Queixou-se mil vezes por aquela garota ignorá-lo, poderia parecer desesperado, mas embora ele também precisasse do livro para estudar, era mais um pretexto para tentar a fazer olhar para ele e dar um belo sorriso acompanhado do suspiro que todas davam ao vê-lo. Afinal esse era o efeito Edward Cullen não era?

- Garota, você me ouviu? - perguntou novamente.

Irritada, ela ergueu o olhar para ele, a expressão de sua face mostrava ira.

- Claro que ouvi.

- E então, vai responder? Eu preciso do livro. - admitiu.

- Isso não é algo que eu tenha haver. - murmurou cortante – Olhe o tamanho dessa biblioteca, deve ter outros milhões dele espalhados por ai.

- Sim, tem. Infelizmente nenhum disponível – ele sorriu – E eu preciso para o termino do meu trabalho.

- Eu ainda não terminei de usá-lo – cortou ela.

- Podemos dividir então – ele sorriu maliciosamente – Meu apartamento está sempre aberto para trabalhos em grupo.

- Procure alguém que esteja interessado – ela sorriu em escárnio.

Levantou-se da cadeira e, deixou-o sozinho com uma cara absurdamente irritada. Ela não deveria fazer isso, não devia... - praguejou ele.

Ele recolheu os livros enquanto praguejava a morena e olhos chocolates mentalmente, irritado percebeu que ela era a primeira mulher a dispensá-lo. Mas então flashes da dançarina sexy atravessaram sua mente, fazendo-o ter pequenos resquícios da noite anterior, lembrando que ela não tinha sido a primeira a dispensá-lo, e sim a dançarina sexy.

Ao recolher os livros, se perguntou qual o problema que estaria acontecendo com todas as mulheres ao seu redor, em menos de 24 horas Edward Cullen havia sido dispensado duas vezes. Ele andou soltando fumaça por entre o campus de Yale, além de tudo, teria que passar o final de semana fazendo um estúpido trabalho do Sr. Walter, não obtendo suas tão ansiadas noites de prazer.

Mas foi quando Mike Newton e Eric York passaram a sua frente que seu sorriso se iluminou, o filho de um dos maiores banqueiros dos Estados Unidos, desfilava ao lado do seu melhor amigo. Posando de bom moço, ele era praticamente um exemplo a ser seguido, mas Edward sabia bem que ele era um lobo em pele de cordeiro.

- Newton! – chamou, fazendo com que ele virasse imediatamente, e desse seu grande sorriso com seus perfeitos dentes brancos.

- Ora, ora Cullen... – cumprimentou Mike, andando ao encontro de Edward – Não esperava vê-lo tão cedo, depois de ontem à noite.

Edward conhecia Mike desde os primeiros dias em Yale, foi calouro como ele e foi Mike que lhe apresentou as drogas pela primeira vez, primeiramente o êxtase, depois a maconha, heroína, e a coca. Não demorou muito para Edward encontrar seu prazer pessoal, além do sexo.

- Você tem? – indagou diretamente.

- Sempre bom ter fregueses assíduos – ele sorriu em escárnio – Maconha ou a branquinha? – indagou.

- A branca! – sorriu Edward, imediatamente tirando o dinheiro da carteira, o qual Mike pegou sem hesitar, guardando imediatamente no bolso.

- Eric? – pediu Mike estendendo a mão, Eric sorriu tirando do seu bolso um pequeno saco, imediatamente Edward o pegou.

- Pelo visto a noite vai ser longa... – sorriu Mike.

- Isso não lhe diz respeito! – Edward guardou o pequeno pacotinho no bolso da calça jeans, e deu as costas

            Edward respirou fundo, depois de uma ducha quente, sentando em frente a pilha de livros, o notebook aberto com algumas páginas do trabalho feita, e um café em uma grande caneca do time de baseball Yankees, ele estralou os dedos enquanto movia sua coluna e esticava sua perna, que agora se encontravam formigando, devido ao tempo parado.

Ele lutava para não fechar os olhos, sabia que estava exausto, na noite anterior havia ingerido muita bebida e a coca, além de que não lembrava muita coisa além da loira dos olhos acinzentados dançando lascivamente, como uma cortesã. Ele respirou pesadamente antes de pegar o saquinho ao lado dos livros. Segurou em suas mãos, então, abriu um pequeno buraco, espalhando o pó branco pela mesa em uma pequena fileira. Ele respirou fundo, pegando uma das folhas em branco ao seu lado e enrolando em um pequeno canudinho, aspirou a carreira em poucos segundos, limpando em seguida com as costas das mãos o nariz sensível, foi o necessário para que a felicidade abatesse nele e de repente ele parecesse ligado. Despejando mais uma fileira do pó branco, ele repetiu o ato.

Mas foi quando fechou os seus olhos naquela sensação maravilhosa, que os olhos acinzentados e os cabelos loiros vieram a sua mente, o corpo que rebolava em uma batida excitante a sua mente foi o suficiente para deixá-lo duro. Nem ao menos percebeu, quando pegou as chaves do seu carro e deixava o apartamento em que vivia.

Ao entrar na boate stripper, focalizou em cada loira que passava ao seu lado, seus olhos procuravam a loira lasciva da noite anterior, ele sentou-se ao bar irritado, por não ver nenhuma outra loira entre as strippers que serviam as mesas.

- Whisky – pediu ao bar tender, que nem ao menos hesitou, apenas lhe entregou o copo cheio, Edward logo segurou o copo, e em um só gole tornou a bebida a dentro, fazendo uma careta ao queimar.

Mas, seus olhos pararam, quando o locutor anunciou o novo show, seus olhos se voltaram imediatamente para o palco, quando a loira que tanto procurava entrou com seu sorriso mais devasso, e um espartilho preto, a meia arrastão e as botas de cano alto, davam o charme da roupa.  Ela desfilou lentamente, arrancando lamúrias dos homens do lugar, segurou a barra de metal e desceu tão lentamente até o chão, que Edward pode sentir o seu membro endurecer em suas calças. Ele sentou-se desconfortável com a posição que ele se encontrava, não compreendia como uma mulher poderia ser tão quente como ela.

Ela desfilou lentamente até o outro lado do palco passando, lentamente pelas beiradas, deixando que os homens deixassem suas gorjetas para o pequeno show dela. A batida da música começou forte e ela começou a mexer seu corpo em movimentos sexys. Edward suspirou, ela mordeu os lábios quando enfim pulou na barra de metal, deslizou seu corpo por ela, e logo depois subiu de novo.

Ela girava seu corpo, passando suas mãos delicadas por ele, então, cruzou suas pernas prendendo-as em cima, e soltando seu corpo, deixando que seus cabelos longos encostassem o chão, Edward então focalizou seus olhos azuis, e sorrindo então, imediatamente ele percebeu que seus olhos focalizaram o dele, porque na mesma hora ela se estendeu rápido, ficando de pé, e continuando a dançar.

Edward deu seu melhor sorriso torto, parecia que ela não era tão inatingível assim, ele ainda a teria como seu único brinquedinho sexual, ele sabia disso.

- Uow! – o Bar tender desprendeu a atenção de Edward, ele que olha fixamente para a loira e suspirava – Ela não é demais? – indagou ele, ao perceber que Edward o observava.

- Sem dúvidas!– disse em escárnio ao observar a loira que agora terminava sua apresentação.

3 meses antes, Hanover.

Bella respirou profundamente,  escondendo suas olheiras nos seus óculos escuros, ela andava por Dartmouth quase em camera lenta, sua calça jeans, uma camiseta branca e um jaqueta de couro preta, completando seu look com uma ankle boot preta. Tão diferente da Bella de alguns meses atrás.

Ela entrou no banheiro feminino, antes que pudesse ouvir qualquer gracinha referida a ela, estava irritada, nem ao menos sabia quantas horas tinha dormido, mas acreditava, que fora poucas. Jogou sua bolsa de couro preta, ao lado da pia, jogando seus óculos escuros em cima dela, ela prendeu os longos cabelos mogno, em um coque feito com o próprio cabelo. E ligando a torneira, lavou as mãos, levando um pouco de água para o pescoço e tentando relaxar um pouco, sentia as reclamações do seu corpo, nas ultimas semanas mal dormia, mal estudava. Suas notas estavam um fracasso, não queria nem imaginar como Charlie reagiria.

Seus olhos se prenderam a figura no espelho, ela parecia mais magra, mais pálida. Ela enfim, jogou um pouco de água no rosto, esfregando-o para que enfim acordasse. Ela suspirou, diante do banheiro vazio, abrindo a bolsa pegando o pequeno pacotinho com ervas, ela enrolou um pouco das plantas em um papel qualquer que achou na bolsa, e segurando o isqueiro, acendeu o cigarro improvisado que ali fizera, os seus músculos imediatamente relaxaram e ela enfim se sentiu mais leve, se apoiou na pia de cabeça baixa, tragando mais uma vez e expirando a fumaça.

- Bella? – a voz interrompeu o momento de Bella, a qual imediatamente pressionou o papel contra a pia molhada e virou-se para encontrar Angela.

- Hey... – Bella sorriu.

- O que você estava fazendo? – indagou Angela, que segurava alguns livros no braço.

- Nada! – disse ao recolher os óculos jogados em cima da bolsa, apoiando em cima da cabeça e segurando a bolsa preta em uma das mãos.

- Não adianta esconder... Eu vi você fumando... – contestou Angela – Aquilo eram drogas? – indagou chocada.

- Não se intrometa Angela, isso não é da sua conta. – respondeu irritada, indo em direção a saída do banheiro. Mas quando chegou a porta, foi a voz de Angela que a interrompeu.

- Bella? – chamou a sua antiga amiga.

Bella voltou seu corpo, olhando nos olhos amêndoas de Angela.

- Sim? – indagou a morena.

- O que está acontecendo? Você está tão diferente, eu mal te reconheço. Você pode me contar, somos amigas lembra?

- Preocupe-se com seus romances perfeitos Angela, eu sei cuidar de mim! – Voltou-se e abriu a porta, mas foi quando já deixava o banheiro que pode ouvir o murmúrio de Angela:

- Não parece...

Ela colocou seus óculos de novo, resolvendo não dar ouvidos. 


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Notas finais do capítulo

Bom, depois de séculos sem atualizar tenho que agradecer todos os comentários. Sério mesmo.
Eu sei que muitos devem estar putos, mas uma boa notícia? Estou de férias e esse final de semana, é o ultimo vestibular que presto.To cansadona, mas já to tentando ter um pouco de inspiração e voltei a escrever um pouco.
Então, curtiram o capítulo? Comentários heim?
Bjs.