Otherside escrita por addie


Capítulo 4
Capítulo 3. Primeira vez... Ou não.


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais e boa leitura!



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Capitulo 3. Primeira vez... Ou não.

Bella entrou no clube de striper em silêncio atrás de Heidi, ela sabia muito bem onde isso ia levar ela. Pode sentir os cochichos dos outros ao vê-la passar, fazendo-a se encolher no seu sobretudo. Duas morenas dançavam no palco, arrancando assobios dos homens que ali se encontravam. Ela respirou fundo, seguindo Heidi.

– Aqui as coisas não funcionam como um centro de prostituição, se é isso que está pensando. Você tem o direito à escolha. Por isso não me chame de cafetina – ela olhou severamente para Bella, e depois olhou para o palco com um sorriso malicioso – Mas, se acontecer algo, tenho que ter uma pequena cota... – ela sorriu voltando o olhar para Bella – Estamos entendidas? – indagou.

Bella acenou com a cabeça em confirmação, olhando para os homens e os avaliando, não pareciam ser os bêbados velhos, a maioria eram novos o bastante para chamar atenção, e pelo que Bella pode ver pelas roupas, ricos o bastante.

As dançarinas passavam com as máscaras, vestidas com algumas fantasias muito curtas, com bandejas com as bebidas para lá e cá, levando um tapa na bunda ás vezes, fazendo Bella sentir um pouco de repulsa. Ela olhou para as duas morenas de novo no palco, e pode observar bem como elas dançavam. Ela sabia como ser melhor.

– Você vai assistir as próximas duas apresentações, e depois vai dançar. Acha que consegue fazer isso?  – indagou Heidi à ela.

Bella acenou em concordância.

– Eu preciso testa-lá antes...  Vou deixar você com alguma das dançarinas... – e ao dizer isso, puxou o braço da primeira dançarina mascarada que passou, o que Bella distinguiu ser ruiva, e de longos cabelos ondulados – Victoria, essa é a Lucky... – apresentou para Bella, a qual deu um aceno rápido – Ela é a nossa mais nova – e uma iniciante –, e vai dançar com você hoje.

Victória olhou para Bella avaliando-a, e depois olhou para Heidi.

– Não acha melhor deixar ela com uma das mais novas da casa? – indagou Victoria.

– Eu não estou lhe pedindo uma opinião. Isso é uma ordem! – Heidi disse severamente.

Victória e Bella estremeceram ao mesmo tempo. Bella já notara que Heidi poderia ser um doce, e ao mesmo tempo fria.

– Termine de servir essas mesas, e venha dar uma dica de como ela pode se sair bem no palco. – Heidi disse.

Victoria respirou profundamente, e acenou em concordância, dando um passo para servir as mesas.

– E Victoria? – chamou Heidi. Victoria girou os calcanhares, olhando para Heidi através da máscara – Faça isso direito. Porque ao final da noite, eu vou saber a quem culpar.

Victoria estremeceu com a ameaça, e Bella pode sentir o arrepio se estender por toda sua espinha.

– Se sente, e se precisar de alguma bebida para relaxar, peça ao barman – disse Heidi apontando para o bar – Boa sorte, Lucky! – dizendo isso Heidi sorriu a deixando só.

Bella caminhou até o bar, se sentando em um dos bancos que lá estavam. O barman sorriu para ela, e ela sorriu de volta.

– Um Martine. – pediu se voltando ao palco.

– Vai dançar? – indagou ele curioso. Bella olhou para ele, avaliando-o. Moreno, e alto. Mas o rosto ainda de uma criança. Ela sabia que ele teria pouco mais de 18 anos. – Me desculpe à intromissão – ele disse despejando o Martine na pequena taça – Vi você com a Heidi... Então, eu supus que... – ele parou olhando para Bella que continuava em silêncio – Desculpe, eu tenho essa tendência a falar demais quando eu fico nervoso...

Bella sorriu para ele ainda em silêncio, pegando o Martine da mão dele e tomando um gole.

– De qualquer jeito – ele disse embaraçado – Eu sou Seth! – disse ao estender a mão para Bella, a qual continuou olhando para ele durante alguns segundos, deixando ele em um grande vácuo.

– Eu sou Lucky! – disse pegando a mão dele, e o cumprimentando – E sim, eu vou dançar!

Ele respirou, aliviado.

– Vejo que já fez um amigo! – disse Victoria ao sentar ao lado dela – Me dá um copo de vodka, Seth... – pediu a ruiva olhando para Victoria.

– Então Lucky, o que te trás a New Haven? – indagou Seth ao colocar o copo de vodka para Victoria.

– Diversão! – Bella disse ao tomar mais um gole do Martine, fazendo Seth e Victoria trocarem olhares.

– Então, acho que veio ao lugar certo. – Victoria tomou toda a vodka de uma só vez, e logo depois estremeceu – Quer aprender? – indagou Victoria.

Bella acenou em confirmação com a cabeça.

– Não olhe, faça! – Victoria disse simplesmente – Venha comigo... – ela andou para o que Bella deduziu ser onde as dançarinas se apresentavam, caminhando pelos corredores, ela pode sentir os olhares por ela, enquanto seguia Victoria.

– Onde estamos? – Bella indagou baixinho.

– Vamos nos preparar! – ela disse ao abrir a porta do camarim, com uma grande penteadeira, onde havia as mais diversas maquiagens e plumas. Um sofá preto ao canto.  E uma porta a qual Bella supôs ser um banheiro. E por fim um baú, cheio das mais diversas fantasias.

Bella respirou fundo, sentindo aquele estranho embrulho no estomago em expectativa.

– Sinta-se a vontade.

– Obrigada – Bella disse ao jogar a bolsa Gucci dela no sofá, junto com o sobretudo.

– Então... – Victória tirou a máscara, mostrando seu rosto de belas feições, de uma pele maravilhosa e branca, destacando mais os cabelos vermelhos, e os olhos tão azuis como o céu – Alguma preferência de fantasia? Música?

Bella sorriu traquina ao olhar para o baú.

Bella sorriu ao colocar a máscara vermelha, após se vestir de diabo. Conferindo se a peruca loira realmente estava presa, com medo de que ela se soltasse no meio da apresentação. Ela realmente estava diferente, ninguém poderia dizer que ela era a filha do senador Charlie Swan.

Lucky? – indagou à ruiva, Victoria.

Bella demorou algum tempo para perceber que esse era o nome que havia dado a "casa de striper" que ela agora dançava. Ela virou-se prontamente olhando para Victoria, que mascava um chiclete, usando a roupa igual à de Bella.

– Vamos entrar em cinco minutos! – disse ela, jogando os cabelos ruivos encaracolados e saindo do camarim que elas compartilhavam.

Bella sorriu ainda estranhando as lentes de contato azuis acinzentadas que a mesma usava. Colocando as luvas pretas, que vinham até pouco mais que o punho. Colocou o sapato preto fechado, e finalmente, sorriu.

Bella correu até as portas que davam para o palco onde Victoria estava nervosa.

– Onde estava? – indagou irritada – Vamos entrar... Você quer que a Heidi te mate logo no primeiro dia? – citou o nome da cafetina da boate mais baixo.

– Me desculpe, só estou um pouco nervosa! – mentiu.

– Tudo bem, eu vou por aquela porta, e você por essa – a ruiva disse colocando a máscara e sorrindo – E não se esqueça de sorrir, Lucky. É fundamental.

Bella riu, e acenou em entendimento.

– Hoje tem gente importante na casa – ela disse ao olhar por uma brecha na cortina – Se você conseguir fazê-los se interessarem, eles podem ser seus.

Bella estremeceu levemente, em pensar em prostituição. Ela fazia isso por diversão, por agitação, perigo, adrenalina. Nunca por prostituição, ou dinheiro.

– Não! – disse firmemente – Eu apenas danço!

– Eu disse isso quando entrei nessa vida! – Victoria gargalhou andando até a outra porta de entrada – Mas tudo muda, Lucky. Principalmente, quando eles te pagam $1.000 à noite.

Bella estremeceu mais uma vez, mas olhou para frente respirando fundo.

– E agora, a nossa dupla perigosa. Lucky e Victoria. – disse o locutor.

– Pronta? – indagou Victória.

Bella afirmou com a cabeça.

Hora do show! – Victória disse.

E Bella abriu a cortina, pronta para estrear ali, e matar os pobres corações. Mordeu os lábios sensualmente, antes de andar sensualmente até o pilar onde se encontrava a barra de metal, onde elas dançavam, como havia combinado com Victória. Jogou os longos cabelos loiros. E viu os homens que babavam, enquanto ela dançava ao som de Circus, de Britney Spears.

Jogou os cabelos requebrando, passou as mãos sensualmente pelo corpo, antes de girar o corpo jogando o cabelo, pode sentir os assovios e os gritos dos homens. Ela sorriu em resposta ao segurar a barra de ferro, andando, o primeiro homem se levantou até ela e ela andou até o final do pequeno palco, e ele depositou a primeira nota em meio a sua cinta liga, ela sorriu marota e piscou para ele.

Segurou a barra de ferro, pulando em cima, prendendo seus pés no alto e girando levemente, até enfim encontrar o chão, ela subia e descia sobre a barra de ferro, como uma profissional, o que fez Heidi sorrir, a garotinha que parecia ingênua aos olhos de qualquer um, era sem dúvidas espetacular. Os homens se levantavam colocando dinheiro na cinta liga dela, enquanto ela sorria sexy. Heidi se arrependeu por não tê-la descoberto antes – Essa garota era incrível.

Ao fim da música, ambas prenderam sua perna no alto, soltando as mãos. Os aplausos foram inevitáveis, incluindo os gritos e assobios. Ambas após deslizaram pela barra de ferro, agradecendo, e saindo em seguida.

Heidi gargalhou, essa Lucky ainda daria o que falar naquela boate. Entrou para o lugar dos camarins, onde observou cada olhar invejoso, enquanto Victoria e Lucky conversavam animadas sobre apresentação.

– Meninas – disse Heidi em meio a um sorriso, imediatamente as duas viraram para ela seria. – Perfeito! – disse em uma gargalhada.

As duas sorriram animadas.

– Acho que em breve teremos um show "fixo" aqui... – disse Heidi.

– Heidi? – uma das dançarinas interrompeu agitada

– Não está vendo que estou em uma conversa importante? – gritou a cafetina irritada.

– É o Cullen! – disse a dançarina alarmada.

Heidi imediatamente sorriu.

– Me dêem licença garotas! – disse Heidi.

Bella sorriu ao ver a cafetina ir. Indo para o camarim junto com Victoria.

– Você tem certeza que nunca fez isso antes? – Victoria indagou tirando a maquiagem.

Bella riu enquanto tirava a máscara, jogando-a em cima da penteadeira, prendendo os cabelos em um rabo de cavalo alto. E entrando no pequeno banheiro, para lavar o rosto na tentativa de se livrar da maquiagem pesada. Passando o demaquilante.

– Sei lá, você parece ter o dom ou algo assim... – Victória disse gargalhando.

Bella enxugou seu rosto na toalha, pegou suas roupas, as quais estavam dobradas em cima do sofá.

– Nunca fiz antes – Bella confirmou ao vestir a calça jeans por cima da cinta liga preta, e tirando o mini vestido vermelho de diabo, para vestir a regata branca, deixando a lingerie vermelha aparecer um pouco.

– Quem será que o Cullen quer? – Victoria perguntou excitada.

Bella gargalhou.

– Quem é o Cullen? – Bella perguntou.

– Tá de brincadeira não é? – Victoria perguntou – É só o cara mais lindo, e rico, e sexy dessa cidade!

Bella gargalhou ao ouvir a tão exagerada descrição de Victoria.

– Ele não deve nem ser tudo isso! – Bella disse.

– Isso por que você não o viu, Lucky – ela disse ao tirar o vestido vermelho.

Bella acenou em concordância, colocando os Pep Toes pretos a qual ela tinha vindo.

Heidi entrou no camarim a mil sorrisos.

– Não sei o que você tem, mas o Cullen quer você, Lucky. – disse Heidi em meio a sorrisos. – Você tem talento garota, ele nunca escolhe uma iniciante.

Imediatamente o sorriso de Victoria se fechou, e Bella ficou em pé.

– Eu passo!– disse ela ao pegar o sobretudo – Sinto muito Heidi, nós temos a opção de escolher, se queremos ou não dormir com os clientes, e eu lhe avisei desde o início que eu apenas danço.

Heidi suspirou decepcionada.

– Então, eu tentei avisá-lo, mas ele disse que seria muito generoso. Tem certeza? Cuidado com as chances que está jogando fora.

– Eu tenho certeza – disse Bella.

– Okay, então! – ela disse decepcionada ao sair do camarim, o qual Bella terminava de se arrumar.

– Você está louca, Lucky? – indagou Victoria – Ele é um dos melhores clientes da casa...

– Eu não duvido disso Victória, mas eu não vou para cama, eu apenas danço! – ela disse.

Em um baque ensurdecedor a porta do camarim foi aberta do nada, assustando Victoria e Bella. Quando Bella virou-se para falar algumas coisas para o mal educado que tinha feito isso, ela simplesmente precisou tomar uma rajada de ar, porque aquele homem era o mais lindo que ela já tinha visto em toda sua vida. O porte atlético, o maxilar perfeito, e os olhos verdes esmeraldas, não era nada que ela tinha visto anteriormente.

– Sr. Cullen – Heidi disse temerosa. Enquanto Bella o olhava diretamente nos olhos, puxando o ar para os pulmões.

Bella e Victoria se olharam assustadas, ver Heidi temerosa não era algo comum. Aquela filha da puta mandava e desmandava em qualquer um ali.

– Eu vou conversar com ela – disse ele irritado, com uma voz grossa e máscula que fez Bella estremecer da cabeça aos pés.

Porque tudo nele tinha que clamar isso? – se perguntou Bella.

Lucky já está decidida... – disse Heidi um pouco firme – Não é Lucky? – indagou, fazendo todos voltarem a atenção para ela.

Ele a olhou com os olhos como se tentasse decodificá-la. Ela pode vê-los vermelhos por um breve segundo, e logo estremeceu, se encolhendo um pouco, e desviando o olhar dele.

– Sim. – disse Bella firmemente, recuperando o ar.

– Você pode deixá-la em paz agora? – indagou a cafetina.

O Cullen a olhou com os olhos furiosos, e depois voltou o olhar a dançarina loira, que engolia seco, ainda decidida. E simplesmente saiu do camarim marchando a ponto de matar o primeiro que lhe resolvesse atravessar.

– Você é mesmo sortuda, hein Lucky? – brincou Victoria arrancando uma gargalhada de Bella, e quebrando a tensão.

– Não tenho tanta certeza assim! – disse ela ao soltar os cabelos loiros, antes presos e vestir o sobretudo – Pensei que o Cullen me mataria.

– Por um momento eu também, mas ai me dei conta que Edward Cullen teria coisas bem mais divertidas pra fazer com você...

Bella engoliu seco ao imaginar isso.

– Mas pensando bem, ser morta por ele não deve ser tão ruim não é? Dizem que ele mata é de prazer. – Victoria gargalhou.

Bella engoliu seco novamente, tentando não imaginar como seria morrer de prazer ao lado do Cullen, ou melhor, Edward Cullen. Até o nome era de se causar arrepios. Ela estremeceu, vestindo o sobretudo preto que ia até os joelhos.

– Preciso ir, Victoria – disse Bella ao pegar sua bolsa.

– Até amanhã, Lucky! – disse Victoria.

– Até – Bella disse ao acenar e sair do camarim.

Bella caminhou pelos corredores da boate, a fim de encontrar a saída. E quando saiu a rua desejou não ter feito. O Cullen estava ao lado de fora, fumando um cigarro. Ao vê-lo Bella sentiu todos os pelos dela se arrepiarem. Ela quis dar meia volta e sair, mas ele pegou a chave, fazendo o alarme do volvo prata brilhante do outro lado da rua apitar. Ele olhou para Bella e jogou o cigarro no chão, dando as costas e atravessando a rua sobre a neblina que caia. Bella se encolheu sobre o frio, e quando ele abriu a porta do volvo novamente, ele a olhou causando os tão conhecidos arrepios, os olhos dele se semicerraram ao visualizá-la o olhando, e entrou no carro, fechando a porta com força, fazendo Bella perder o ar. Ele ligou o carro e saiu cantando pneus.

Ela respirou profundamente, andando pelas ruas escuras de New Haven. Mas não pode deixar de lembrar-se de Hanover.

6 meses antes, Hanover.

Bella fechou o notebook quando a noite já caia sobre Dartmouth, mal tinha ela percebido que já se passava da hora que ela deveria ter saído, entretida com seu trabalho de literatura inglesa, ela mal percebeu quando todos saíram da biblioteca de Dartmouth, e só restou ela. Ela colocou os livros em pilha, em cima da grande mesa, guardando o notebook na bolsa. Passaria antes no Starbucks a fim de pegar um café, a noite ainda seria longa, tinha tanto a se fazer.

Quando por fim estava saindo da biblioteca, ouviu risos e cochichos, que lhe chamou atenção, já que pensara que era a única que restava ali. Bella andou pelos corredores com cuidado a fim de não fazer barulho.

Mas então, se deparou com a novata e um dos homens, pelo que Bella pode ver ser do time de futebol da faculdade. Eles se beijavam, enquanto ele passava sua mão sobre as pernas dela, sobre uma das mesas. Bella quis sair tão depressa dali, que nem se deu conta quando girou os calcanhares depressa e acabou e tropeçando numa pequena pilha de livros, fazendo um barulho estrondoso pela biblioteca silenciosa ao cair no assoalho, e consequentemente atraindo toda a atenção indesejada para ela.

– Droga! – xingou a si mesma, só ela podia ser tão desastrada a esse ponto. Ela quis sair de fininho, mas já havia atraído atenção demais, então se levantou, virando-se na intenção de se desculpar. – Me desculpem, eu não queria atrapalhar, já estou de saída.

O casal que antes estava aos beijos, a olhava como se ela fosse uma estranha, ela se xingou mentalmente milhões de vezes, por não ser mais cuidadosa. E assim, andou apressada de encontro à saída. Mas, quando cruzou a porta da biblioteca, não pode esperar aquilo.

– Ei... – chamou à novata – Você ai, espera!

Bella pensou mil vezes se ela a chamava mesmo, ou se estava delirando. Resolveu ver o que a loira queria, afinal, não tinha nem idéia do que poderia ser.

– O que?  – indagou Bella envergonhada. A loira a avaliava lentamente, e Bella se encolheu sobre o casaco, tanto pelo frio, quando por vê-la olhar daquela forma.

– Você deixou cair isso! – disse a loira enquanto entregava a Bella os papéis, que Bella identificou como sendo uma parte das suas pesquisas.

– Obrigada... – disse ao pegar os papeis que a loira estendia.  Não pode continuar porque não sabia o nome dela.

– Tanya Denali – completou a loira – Mas, me chame apenas de Tanya.

– Okay, Tanya. – repetiu Bella – Obrigada! – e então se virou em direção ao seu carro que estava no estacionamento.

– Você é Isabella, certo? – indagou Tanya.

Bella girou os calcanhares, olhando a loira que sorria para ela abertamente. Bella pensou em confirmar, mas ela havia sido gentil com ela. Mesmo depois de Bella pega-lá aos amassos com o namorado dela.

– Só Bella... – corrigiu ela.

– Bella! – Tanya repetiu. Então, Bella sorriu e virou-se em direção ao seu carro.

(...)

Bella se olhou no espelho do banheiro feminino do bar que a mesma entrara com a intenção de tirar a peruca. Molhando seu rosto sobre a pia do banheiro sujo. Pegando o papel higiênico, e secando seu rosto. Ela se apoiou na pia respirando profundamente. Não importava quanto ela tentasse esquecer, o passado parecia persegui-la. Ela puxou a peruca para trás, jogando-a dentro da bolsa, para então soltar seu cabelo. Seus cabelos caíram em cascata a suas costas. Tomando um breve segundo de ar, deixou o bar, parando o primeiro táxi, e o mandando para o seu apartamento.

Ela pagou o táxi, e adentrou o edifício, caminhando tão lentamente, Bella poderia sentir todo o seu corpo se amolecer ao pensar na noite que tivera, quando entrou ao elevador e apertou o botão do sétimo andar, ela se encostou na parede fechando os olhos. Mas levou um susto quando um braço impediu que a porta do elevador se fechasse, abrindo-a novamente.

– Me desculpe – disse o moreno ao perceber que Bella o olhava assustada – Pode segurar a porta para mim? Meu amigo está um pouco mal, eu vim trazê-lo ao apartamento da irmã...

– Claro. – ela afirmou, segurando a porta do elevador. E ele foi até o hall. Bella suspirou pesadamente, mas ao se dar conta de quem o moreno trazia, ela sentiu sua respiração paralisar, seus batimentos pararem. Edward. O moreno o carregava no ombro, que parecia bêbado, talvez drogado o suficiente para não conseguir se sustentar nas próprias pernas. – Obrigada! – ele agradeceu a Bella, quando adentrou o elevador.

– Aquela filha da puta! – exclamou Edward – Ela me paga, ela vai estar na minha mão. Quem ela pensa que é? Mais uma putinha.

Bella estremeceu ao ouvi-lo falar assim dela mesma. Engolindo seco, manteve seu olhar na porta do elevador, sem ao menos olhar para ele. Sua respiração inconstante, e o medo que fosse reconhecida por ele.

– Cala a boca Edward! – disse o moreno irritado – Você está bêbado, chapado! – ele disse impaciente.

– O que estamos fazendo, Ben? – ele indagou grogue – Eu quero que me leve para aquela porra de novo... Quem ela pensa que é? – ele gritou.

– Me desculpe por isso! – o moreno se desculpou com Bella, que pela primeira vez virou o rosto para encará-lo – Eu sou Ben. – se apresentou.

– Tudo bem! – Bella sorriu – Eu sou Isabella, mas me chame de Bella.

A porta do elevador se abriu, indicando onde Bella deveria descer. Mas quando a porta se abriu, Bella pode encarar uma Alice nervosa a porta do elevador, vestida de moletom.

– O que diabos você aprontou dessa vez, Edward? – ela gritou irritada.

Bella então pode sentir todo o sangue se congelar pelas veias dela. Ela não havia ligado o nome Cullen. Edward era irmão de Alice. Alice Cullen. Edward Cullen. Como pode ser tão burra? Como não pensara nisso anteriormente? Sua respiração parou, e quando viu Ben arrastar Edward para fora do elevador, ela saiu, sem ao menos conseguir pronunciar nenhuma palavra.

– Eu vou embora! – disse Edward grogue – Porque porra você me trouxe para a casa da minha irmã, Ben? – indagou irritado.

– Você não vai a lugar nenhum! – gritou Alice autoritária, em meio ao estresse.

– Calma Alice! – alertou Ben que ainda segurava Edward. – Me desculpe por aparecer assim no meio da noite, eu teria cuidado dele, mas ele estava tão chapado que não sabia o que fazer. Continua falando coisas sobre essa tal mulher. Pensei em levá-lo para o apartamento dele, mas ele sozinho, nesse estado... Eu pensei em levá-lo ao hospital, mas se a imprensa aparecesse ia ser pior.

Alice fechou os olhos escutando a explicação de Ben, e Bella pode jurar que ela estava à beira das lágrimas. Ela respirou profundamente, um pouco mais calma.

– Você fez bem... Outro escândalo do Edward é tudo que meu pai não precisa as vésperas da eleição. Vou levá-lo para dentro, dar um banho nele... – ela disse ao passar as mãos pelos cabelos nervosamente. – Obrigada Ben.

Bella estava tão absorta com a cena que se passava, que mal podia se mover ou dizer uma palavra. Ela trocava o olhar para Edward, depois para Alice, e depois para Ben.

– Não acha melhor ligar para os seus pais? – indagou Ben – Eles com certeza vão saber como lidar com isso...

– Eu vou embora... Que porra é essa? Eu não preciso deles para me dizerem mais merdas... – disse Edward se soltando de Ben e cambaleando pelo hall, e por fim caindo em cima de Bella, que num ato de reflexo o segurou, e o soltou tão rapidamente quando sentiu uma estranha corrente elétrica passar do corpo dele para o dela com tanta força.

E só então ela foi notada por Alice e Ben. Ben logo pegou Edward, e Alice a olhou embaraçada.

– Eu vou levá-lo para dentro – Ben disse, e saiu com Edward em seu ombro para dentro do apartamento, em que a porta se encontrava aberta.

– Eu não tinha notado que estava ai... – Alice disse embaraçada – Me desculpe pelo meu irmão... – ela estava notavelmente envergonhada pelo escândalo que acabara de acontecer ali à frente de Bella.

– Tudo bem... Você está bem? – indagou preocupada.

Alice respirou profundamente, fechando os olhos com força. Bella notava que Alice clamava tudo, menos que ela poderia estar bem. Podia ver a raiva, a preocupação, aos olhos dela quando ela os abriu olhando diretamente para Bella.

– Sim... – disse calma – É só meu irmão problema, entrando em problemas... – ela disse como se fosse algo tão normal, algo tão banal – Já estou acostumada.

Bella respirou profundamente, desejando fazer algo que pudesse consolá-la.

– VAGABUNDA! – o grito de Edward de dentro do apartamento, ecoou pelo hall fazendo Bella estremecer, e olhar para Alice que estava à beira de um ataque.

– Você precisa de algo? – indagou Bella preocupada – Qualquer coisa? Uma ajuda com ele?  Um café? Conversar? Ou até mesmo não conversar?

Bella se dava conta que Edward poderia ser estupidamente grosso, um drogado, bêbado, e ridículo. E ela podia odiá-lo por ouvi-lo se referir a ela com termos de tão baixo calão. Mas ela já gostava tanto de Alice, e vê-la daquele jeito, era como se a machucasse por dentro ver o irmão daquele jeito. Que não poderia fazer nada, se não oferecer-lhe ajuda.

– Obrigada! – Alice disse visivelmente agradecida – Mas não, eu mesma preciso fazer isso... – ela respirou profundamente – Eu preciso entrar... – se desculpou.

Bella sorriu, sabendo que a entendia. Era a família dela. Ela deveria lhe dar com ele, não envolver outras pessoas.

– Tudo bem...  Se precisar de qualquer coisa... É só atravessar o hall...

– Obrigada Bella! – ela disse ao entrar no apartamento.

Bella abriu a porta do apartamento dela, fechando a porta em seguida e encostando-se a ela, enquanto fechava os olhos e respirava profundamente, ela deslizou pela porta, se sentando por fim no chão. Ela simplesmente não podia acreditar no dia que tivera. Não podia.


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Notas finais do capítulo

Aqui estou eu após o ENEM... Me consumiu boa parte do tempo, e no final, esse cabaré todo, vai ter que TALVEZ ser feito de novo. Bem-vindo ao brasil. Eu nem sei o que dizer, eu to super decepcionada com a FALTA de comentários, mas nem posso reclamar né? Fazer o que, cada um com sua consciência.
Eu quero me desculpar, afinal o rapidinho nem foi taão rapido assim, espero que as coisas estejam mais claras um pouco na mente de vocês. Aos poucos tudo vai se tornando mais claro.
Então, se você está gostando, odiando, ou decepcionada comigo, comente.
Beijos, e agora começa minha etapa de vestibulares em todos os finais de semana, provas finais. Pois é, mas garanto postar em novembro. Beijos!



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