Capitulo cinco: Nostalgia

- AHHH... – Gritei quando o sapo pulou em cima de mim – TIRA, TIRA, TIRA. AHHH...

Eu corria pelo o cômodo passando a mão pelo meu corpo. Aquilo só podia ter um nome. Edward Cullen.

- EU VOU MATAR AQUELE FOLÓ! – Gritei.

- Calma Bella é só um sapinho! – Jane falou. Ela se aproximou de mim e pegou o sapo nas mãos. – Me dá um beijinho Bella. – Ela aproximou aquele bicho nojento de mim.

- Sai fora Jane. Não acredito em contos de fadas.

Alice estava encolhida na cama e Rosálie estava em pé em cima da sua cama. As outras faziam o mesmo.

Sortuda. Só porque dorme na cama de cima.

- Alice, olha o teu filho! – Jane jogou o sapo em cima da Alice.

- AHHHH... – O grito da Alice provocou uma dor forte em meu ouvido. Ela pulou em cima da sua cama desesperada e acertou o coitado do sapo com um chute, ele foi parar perto da parede e se mandou.

- Porque fez isso? Sua doida! – Alice disse chorando.

- Por que é divertido!

- Aff. Você deveria ter nascido homem! – Falei.

- Por quê?

- Você é da laia deles. Foram eles que colocaram esse sapo na minha cama.

- Isso é guerra! – Alice esbravejou limpando as lágrimas.

- Bella como tem tanta certeza disso? Como sabe que esse sapo foi colocado? Ele talvez tenha vindo sozinho. – Kecia falou.

- Não! É muita coincidência além do mais quais são as chances de um sapo ter entrado aqui e ter ido justo para minha cama se hoje mais cedo eu acabei contando para eles o que poderiam fazer comigo era pôr um sapo na minha cama. E olha, eles foram bem rápidos!

- É GUERRA! – Alice gritou. Vi um pequeno vulto na janela.

Oh. Eles são ousados.

- Shiii! – Falei para todas. Caminhei até a porta bem devagar e quando abri todos os garotos caíram no chão.

- INVASÃO! – Alice gritou.

- O que pensam que estão fazendo?! – Esbravejei – Pelo o que eu sei a “guerra” ainda não começou!

- Foi só uma brincadeira de boas vindas. – Emmett falou.

- Boas vindas uma ova! Vocês são um bando de imaturos! De quem foi essa idéia brilhante?! – Disse fazendo minha pior careta de raiva. Todos apontaram para um único ser.

- Argh! Eu já deveria saber! Diga-me Edward o que você tem contra mim? – Edward ficou calado parecia engasgado. – Fala!

- Calma Bella. - Emmett falou.

- Calma? – Ri sem vontade - Eu estou cansada. Cheguei ao meu limite e olha que eu só estou aqui há poucas horas. Estou cansada de ser o brinquedinho desse doido, mas saiba de uma coisa. – Falei encarando Edward – Eu cresci e não vou deixar você fazer o que quer comigo. É guerra que você quer? É guerra que você vai ter!

Estava com muita raiva, caminhei até a mesinha que tínhamos em nosso quarto, peguei uma torta que estava lá em cima, voltei para perto do Cullen com um sorriso sapeca no rosto e esfreguei no seu rosto. Os outros começaram a rir. À hora deles iria chegar.

- Está gostoso? Edizinho! – Soltei o resto da torta no chão o rosto do foló estava coberto de chocolate e bolo. Peguei meu celular e tirei uma foto.

- HÁ, HÁ HAAAA. – Jasper ria alto e tinha as mãos sobre a barriga.

- Agora chegou à vez de vocês! – Disse com um sorriso maléfico. Em um rompante peguei a arma de água perto de mim e os bombardeei com água.

- Para Bella! – Emmett gritou.

- Vão embora seus folós voltem para o ninho de vocês.

- AHHH... Água gelada. – Seth gritou. Eles cobriam o rosto e fechavam os olhos.

- Vão embora! – Esbravejei.

Em um rompante Edward me agarrou e prendeu meus braços, minha arma caiu no chão. Olhei para seu rosto coberto de bolo de chocolate. Era impossível ver qual expressão tomava seu rosto.

- Me larga. – Me esperneie em seus braços.

- Não! Está na hora da vingança.

- Me solta!

- NÃO!

Edward não me conhecia. Não sabia nada sobre mim. Não sabia do que eu era capaz.

- Emmett sabe o que vou fazer se ele não me soltar. Então peça ao seu amigo para me soltar!

- Edward é melhor soltá-la. É o conselho de um amigo que só quer o seu bem. – Ele pediu nervoso.

- Emmett me poupe. – Ele debochou.

- Não vai me soltar Edward? – Perguntei só para ter certeza que a culpa do que iria fazer a seguir seria dele.

- NÃO!

-Tudo bem! Você pediu.

Liberei-me de seu abraço, peguei-o pelo colarinho e o segurei firme e então lhe dei uma rasteira. Seu corpo caiu no chão fazendo um barulho estrondoso. Edward paralisou no chão, seus olhos fechados e seu rosto contraído mostravam sua expressão de dor.

- Eu avisei! – Emmett disse.

- Bella o que foi isso? Como você conseguiu derrubar ele? – Alice perguntou surpresa.

- Eu sou faixa preta em muay thai. – Falei orgulhosa.

- Você teve sorte! Se ela tivesse imobilizado você seria muito pior. – Emmett falou para Edward que tentava se levantar. Os garotos riam da cara dele.

Ele tentava se levantar mais parecia sentir muita dor. Suas mãos estavam em suas costas, estava todo torto e com uma expressão de muita dor.

- Estou vendo que vamos ser grandes amigas! – Jane falou para mim – Podemos dizer que tenho uma pequena admiração por você. – Soltei um pequeno sorriso em resposta.

- Vão embora, agora!

Todos rapidamente viraram e saíram ainda risonhos. Edward foi o ultimo a sair, virou-se me encarou e foi embora.

- Bella quando você mudou tanto? – Rosalie falou.

Aff! A Rosálie era minha vizinha nos falávamos de vez em quando e ela ainda não havia percebido minha mudança! Será que ela realmente vive lá fora?

- E não me contou antes que fazia muay thai e que ainda era faixa preta? – Alice perguntou abismada.

- Eu tinha medo que você mudasse seu comportamento comigo. Você é tão patricinha.

- Ah Bella! Magoou! – Ela choramingou.

- Alice! Você não gosta de fazer compras?

- Gosto.

- Você gosta de coisas brilhantes?

- Gosto!

- Então? Você é uma patricinha! Mais uma patricinha que eu amo.

- Ah que legal. Eu também te amo muito.

  - Argh! Começou a coisa melosa. – Jane reclamou – Eu preferia quando a Bella mostrava seu lado ninja. – Ela fez o movimento com as mãos.

- Com licença. Estamos em uma demonstração de afeto e não quero uma estranha avatar como você estragando ele.

- Vocês parecem lésbicas.

Alice deu um salto bem longe e disse: - Ei eu gosto é de homem!

- Não liga para o que ela fala. – Disse ignorando Jane.

- Eu quero dormi! – Kecia disse em meio a um bocejo.

- Amanhã conversamos sobre o ato de declaração de guerra dos meninos. – Alice disse já se enrolando nos lençóis de sua cama.

- É Bella. Não se preocupe vamos nos vingar dos meninos. – Rosalie disse fazendo o mesmo que a amiga. Eu fiz o mesmo junto a Jane.

[...]

Todas estavam em suas camas e esperávamos o sono vir, porém ele não conseguia pregar o olho. Mexia-me na cama, bolava pelo o pequeno espaço, ficava em diferentes posições e o colchão velho e desgastado se moldava rapidamente ao meu corpo mais não era o suficiente. Eu não conseguia pegar no sono. O motivo? As lembranças daquela maldita férias vinham em minha mente e me arrancavam o sono.

Podia ouvir as risadas de deboche e isso era angustiante. Levantei-me já tendo certeza que todas dormiam. Eu precisava tocar. Eu necessitava tocar a musica. Precisava desabafar, mas faria isso tocando a minha musica. A que eu fiz especialmente para quando estivesse assim.

Eu não me importava mais com nada. Só precisava tocar, tocar, tocar... Não me importava se alguém dos responsáveis me achasse, não estava nem ai.

Lancei-me em direção a saída e caminhei pela trilha escura só com a pobre iluminação do meu celular. Finalmente cheguei ao local que esperava. Passei as pontas dos dedos em cima da placa na qual grifava as palavras “sala de música”.

Avistei o vaso verde no qual Cam me avisou que guardava a chave, procurei-a e então a tirei de seu esconderijo, encaixei na fechadura e a rodei. A porta abriu revelando o que ansiava desesperadamente. Adentrei a sala e fechei a porta.

O piano estava de frente a uma janela enorme e perto dele havia um armário no qual guardavam outros instrumentos. Sentei-me no banco e levantei a tampa que cobria as teclas. Por um momento me perdi com a imagem do lago e pela a lua. A lua cheia iluminava intensamente o lago e o piano.

Comecei a tocar a musica e as lembranças voltaram.

*flashback on*

- Bella! – Ouvi a voz dele e meu coração disparou.

- Edward?! O que está fazendo aqui? – Perguntei confusa.

- Vem Bella. Tenho uma coisa para te mostrar. – Ele me puxou para fora do dormitório. Era mais ou menos meia noite.

- Edward, você está louco. Se pegarem a gente... Não quero nem imaginar.

- Calma Bella. Ninguém vai saber. Todos estão dormindo.

- O que tem de tão importante para me mostrar?

- Não sei se é tão importante.

- Como não?! Você foi ao dormitório feminino a meia noite isso é perigoso demais. Não se arriscaria tanto se não fosse algo importante.

- É importante para mim, mas não sei se vai ser para você. – Ele deu seu sorriso torto e saiu correndo – Vem, corre!

O segui desesperada. Estava curiosa para saber o que ele queria me mostrar. Ele era rápido e eu não conseguia alcançá-lo o pior é que logo chegaríamos ao escuro... Não gostava de andar por ali sozinha.

- Edward! Me espere! Eu não corro tão rápido quanto você! – Parei onde estava. Eu já não via Edward.

 - Vem Bella! – Ouvi sua voz.

- Não Edward. Eu tenho medo!

- Vem! Eu estou perto, segue a minha voz. Confia em mim. – Eu confiava desesperadamente naquela voz. Caminhei devagar para a escuridão. Meus braços erguidos, minhas mãos procuravam algo palpável. Procuravam por ele.

- Aqui! – Ele segurou minha mão.

- Não corre! – Pedi.

- Tudo bem. – Edward caminhou segurando minha mão. Depois de alguns instantes pude ver luz.

- Chegamos! – Ele disse enquanto me guiava até uma sala. A porta não estava trancada.

Aquilo não era bem uma sala mais parecia um casebre. Não entendia porque ele me levou aquele lugar feio. Entramos na salinha e ali estava um piano de calda preto.

- Um piano? – Perguntei surpresa. Eu tinha acabado de entrar em um curso de piano. Tinha sido antes de ter ido para o acampamento. Antes das férias.

Será que Emmett contou para ele? – Foi o pensamento que veio em minha mente.

- Eu não sei tocar direito, mas gosto de vir aqui praticar, tenho um amigo que toca então pedi a ele um favor. Pedi que ele me ensinasse a tocar esse instrumento e é o que ele está fazendo. Ainda sei pouca coisa, mas com isso fiz uma pequena musica para você.

- Pra mim? – Perguntei incrédula.

- É. Não é boa, porem é de coração.

Edward sentou no banquinho e começou a tocar a musica. Não era perfeita mais foi feita para mim. Ele a fez pensando em mim.

Será que ele sente o mesmo que eu?

A musica era curta e logo  terminou. Estava totalmente sem sono e não queria sair daquele lugar. Queria ficar ali com ele para sempre.

- Bella, eu conheço um jogo novo quer jogá-lo?

- Claro! Porque não?

- Nesse jogo pagamos muito mico!

- Tudo bem. Contanto que não conte a ninguém.

- Ok. Mais antes preciso saber de uma coisa.

- O que é? – Perguntei apreensiva.

- Como você me ver? É como amigo ou...

Arfei ao ouvir aquelas palavras. Ele também gostava de mim! Eu afirmava em minha mente. Bom, pelo menos era o que eu achava naquele momento. Eu realmente pensei que ele estivesse sendo sincero. Acreditei que ele pudesse sentir algo por mim. Como eu pude ser tão tola? Como eu pude acreditar nas palavras de um garoto como aquele?

Nunca tinha experimentado a dor da humilhação, nunca havia sentido o gosto amargo como fel que chega a ferir de tão ruim que é. Nunca havia sofrido por amor...

Senti meu rosto ruborizar e então desviei meu olhar do dele. Meu cérebro tentava processava palavras adequadas, porem eu não conseguia pensar.

- Edward, eu não sei o que dizer.

- Só diga se gosta de mim ou não.

- Claro que gosto. Somos amigos.

- Não gostar desse jeito. É gostar de outro modo.

Voltei a fitá-lo. Deus como ele era lindo, mas não foi apenas pela beleza que me sentia atraída por ele. Mais porque ele me pareceu doce, gentil, amável e carinhoso. Logo ficamos amigos, porem eu estava redondamente enganada a respeito do seu caráter.

- Eu... Eu... Eu gosto de você Edward Cullen! – Soltei um sorriso tímido para ele. O mesmo me pareceu surpreso.

Será que eu fiz a coisa certa confessando meus sentimentos?

NÃO! FOI A PIOR BURRICE QUE EU JÁ FIZ NA VIDA.

Quando fecho os olhos à noite às imagens daquele dia vêm à tona. Eu daria tudo para esquecê-las. Como eu queria apagá-las! Como queria poder voltar no tempo e fazer tudo diferente.

Nossas brincadeiras eram tão mico. Sempre que não tínhamos nada para fazer nós imitávamos a galinha pitadinha, mas era um imitar mesmo. Já perdi as contas de quantas vezes eu dancei aquela dança ridícula, não que já tivesse uma coreografia pronta mais eu e Edward inventamos uma. Hoje em dia não agüento nem escutá-la. Ela trás lembranças dolorosas.

Era muita falta do que fazer. Voltando a história.

- Bella... – Foi tudo o que ele conseguiu falar, pois o surpreendi com um beijo na bochecha. Ele sorriu e, pôs uma das mãos no local do beijo.

- Esse é meu presente de aniversario pra você. – Eu disse.

 - Mais a aniversariante é você.

- Você pode me devolver o beijo só que em outro lugar.

Eu sei, eu sei. Eu era bem assanhadinha quando adolescente. Eu deixo vocês tirarem onda comigo. Nem lembro porque fiz isso. Ok! Eu lembro, mas eu estava iludida, pensava que ele gostava de mim.

Fechei os olhos e fiz biquinho. Senti algo estranho tocar meus lábios. Não parecia ser lábios, porem não dei importância. Eu me sentia bem porque eu achava que ele gostava de mim.

Tudo se acalmou abri novamente os olhos e vi um Edward estranho ao meu lado. A culpa estampava seu rosto. Não entendia o que estava acontecendo. Comecei a escutar gargalhadas vindas da quadra. Elas me fizeram ter curiosidade, queria saber o que era para rir com eles.

- O que está acontecendo na quadra?

- Eu não sei. – Edward disse meio surpreso.

- Vamos lá ver! – Puxei-o pelo o pulso. Caminhei ansiosa, rumo à quadra praticamente arrastando Edward.

O que está acontecendo com ele? Ele pensa que sou quem? A mulher maravilha! Eu não agüento arrastá-lo!

- Anda!

- Bella, talvez não goste do que irá ver.

- Por quê?

- É só um palpite.

- Não! Eu quero saber por que eles estão tão felizes! Quero rir com eles.

- Bella! – Ele me segurou firme me fazendo parar.

- O que foi? Você não quer que eles nos vejam juntos?

- Não! Não é isso, me promete que vai continuar sendo a mesma comigo mesmo depois de ver o que está acontecendo ali? – Ele apontou para a quadra.

Aquilo me preocupou e fez meu coração apertar.

- Eu prometo.

- Não fica brava comigo!

- Está começando a me preocupar.

- Eu não deveria ter ajudado a fazerem isto. – Ele falou para si mesmo. Continuei a andar sentia ele atrás de mim, me aproximei mais do local.

Coloquei um pé dentro da quadra. Avistei um telão enorme no qual passava cenas dos últimos acontecimentos. Eu sabia que aqueles lábios não eram de verdade. No telão eu estava com os lábios colados em um boneco. – Que por sinal eram bem macios – Pessoas tinham nas mãos fotos minhas, não era realmente eu. Era meu rosto no corpo da galinha pitadinha. E essas fotos tinham a seguinte frase: “Nossa galinha pitadinha da vida real.”

Logo outros vídeos tomaram conta do telão. Eu não conseguia acreditar no que via. Eram meus vídeos caseiros no qual eu dançava e cantava a galinha pintadinha. Depois foi outro e outro e mais outro. Tenho que admitir que eles eram engraçados, mais eles eram vídeos de momentos de lazer que tive é claro que eles não foram feitos para que outras pessoas me humilhem.

Eu ainda parecia oculta aos olhos daquelas pessoas. Não sei se era pelo escuro ou por outra coisa,mas quando tudo terminou as luzes se acenderam e todos me viram. Até então não havia percebido que chorava.

- OLHA É ELA! – Uma pessoa gritou.

Todos começaram a rir, apontavam o dedo para mim e gargalhavam mais até ter que por as mãos em volta da barriga. Senti algo tão estranho e extremamente doloroso. Eu queria que o chão se partisse ao meio me engolindo, queria ser abduzida por extraterrestres. Isso se eles realmente existissem.

Tudo parecia tão humilhante. Minhas pernas travaram e não obedeciam as ordens do meu cérebro.

Porque ele fez isso?

As lágrimas caiam descontroladamente. Consegui me virar para fugir daquele lugar. Jogaram em mim algo gelado, depois de alguns instantes percebi que era água logo depois me acertaram com penas que grudaram em meu corpo.

- Ah! Agora está caracterizada. – Ouvi uma voz feminina. Não sabia de quem era só tinha uma leve idéia.

Não ficaria ali nem por mais um instante. Corri o mais rápido que pude. Até esbarrar em alguém.

- Bella! – Ouvi aquela voz me deu repulsa e ódio. Queria matar o dono dela.

- Me larga Edward. Eu te odeio. – Disse entre lágrimas.

- Você prometeu...

- EU ESTOU QUEBRANDO A PROMESA!  Edward o que fez não tem perdão. Eu confessei o que sinto por você e você faz isso comigo. Pensei que fosse importante para você mais percebi da pior forma que fui só mais um brinquedinho seu. Servi apenas para alimentar o seu ego.

- Bella me deixa explicar.

- NÃO! DEIXE-ME EM PAZ. EU TE ODEIO! – Disse alterada. Parei respirei fundo. – Nunca mais quero vê-lo em minha frente. – Falei chorando muito. – Pensei que fosse diferente, brincou com os meus sentimentos e isso não tem perdão. Pensei que fosse importante para você.

Repeti a frase e sai correndo. Desesperada, sem rumo, sem um ombro amigo. Eu precisava tanto de um abraço.

Nunca pensei que choraria tanto, que iria sofrer tanto. Edward me magoou muito. Uma mágoa que acho que nunca poderá ser arrancada do meu peito. Aquela paixonite se transformou em ódio. Eu o odeio.

Minhas pernas fraquejavam e ameaçavam não me sustentar. Continuei a correr na escuridão. Sem rumo, sem destino. Eu só queria fugir daquele lugar.

Bati novamente em outra pessoa. Com o impacto quase fui ao chão, mas mãos fortes me sustentaram e me ergueram novamente.

- Edward me solta!

- Não sou o Edward.

- Então quem é você?

- Um amigo.

- Não tenho amigos aqui.

- Eu sou seu amigo!

O rapaz me abraçou e eu desabei em seus braços. Chorei alto, muito alto. Estava aos prantos. Senti minhas lágrimas encharcarem sua blusa. Não queria sair dali. Não queria que aquele momento acabasse mais teve que acabar.

- Vamos! Eu vou te levar  para o dormitório.

Caminhei com ele pela escuridão. Apenas a lua cheia iluminava o caminho, eu não saberia voltar sozinha, pois estava atordoada demais. Estava desnorteada. Caminhei por alguns minutos e então pude ver a luz do dormitório feminino.

- Quem é você? – Minha voz saiu fraca e trêmula.

- Um amigo! – Vi de relance seu sorriso e seu olhar. Depositou em minha bochecha um beijo e se foi. Caminhei de volta para meu quarto.

Eram quase duas da madrugada quando entrei no quarto. Desabei na cama e dormi. Estava quase acabando as férias era final de julho só tinha que aturá-lo só mais um mês. Só por mais um mês veria a cara de Edward Cullen, ou melhor, do foló. Só mais um mês.

*Flash back off*

Sempre me perguntei quem era o tal amigo que me ajudou, mais era difícil saber.

- Sabia que você estaria aqui! – Ouvi uma voz masculina. Sobressaltei de susto – Calma sou eu. – Me virei para ver quem era o individuo.

 - Cam?! – Disse surpresa.

- Estava revistando os quartos e não encontrei você. Tem sorte que foi eu quem a pegou aqui.

- Vai me dar algum castigo?

- Não!

- Ótimo! Precisava tocar. Ou tocava ou enlouquecia.

- Vai. Continua tocando!

- Não deveríamos voltar para nossos quartos?

- Não se preocupe ninguém irá nos pegar.

- Ok! – Disse desconfiada.

- Vai!

- Tudo Bem, tudo bem.

Cam sentou- se ao meu lado sorrindo. A luz da lua atingiu sua face. Tomei um susto ao perceber que ele era muito parecido com meu suposto amigo. Comecei a tocar.

Será que era ele?

Eu não conseguia me concentrar na musica com aquela pergunta quicando em minha mente. Uma voz gritava: “Pergunta, pergunta, pergunta...”

Não dava para continuara tocando parei e então o encarei.

- Cam, você é o “amigo”?