Capitulo oito: A Descoberta.

Pov. Narrador

Os dois mergulharam ao mesmo tempo, os dois tinham o nado profissional. Passaram alguns segundos no fundo do lago antes de submergirem.

A atenção das pessoas em volta do lago foi voltada para o casal dentro da água que a cada braçada chegavam mais perto da linha de chegada. Para quem assistia era difícil apostar quem ganharia porem alguns aventureiros se arriscavam em apostar.

- Aposto cinquenta dólares que a Bella vai ganhar. – Jacob falou para Seth.

- Apostado! Tenho certeza que o Edward vai ganhar.
Jane observou a cena e logo uma ideia que era boa para seu bolso surgiu em sua mente.

- Ai? Quem quer fazer apostas? – Jane gritou para que todos a escutassem.

Um alvoroço teve inicio com aquelas palavras, cédulas eram erguidas no ar.

- Beleza! – Jane sussurrou com o progresso.

Enquanto Jane anotava os nomes dos apostadores Bella e Edward continuavam na disputa, empenhados em ganhar.

“A cada três braçadas respira!” - Bella pensava a cada instante.
Edward não nadava conforme as regras. Uma das regras do Crawl era a que Bella estava empenhada em cumprir. Edward não cumpria essa regra mais nem por isso estava perdendo. Na verdade eles estavam empatados.

- Vai Edward! – Katy gritou. Seu jeito lembrava os de líderes de torcida.

- Ah... Não acredito que a Katy está a fim desse Edward. Está na cara que ele gosta da Bella. – Yasmim falou. Era ótima em identificar possíveis namorados, seus palpites nunca foram errado.

- Ela não o odeia pelo o que ele fez há quatro anos? – Julianne perguntou.

- Ah sim, acho que ainda está magoada com ele, mais concordo com a Yasmim eles se gostam! – Carol afirmou o tal sentimentos que eles sentiam. Logo depois suas atenções grudaram no casal de nadadores, pois estavam chegando perto da chegada.

- Vai Bella! – Carol gritou em favor à amiga.

- Eles estão empatados. – Jane falou – Não! Isso não pode acontecer! Eu não sei como dividiremos o dinheiro em caso de empate.

- Fácil! Você fica sem nada. Se os dois ganharem todos também ganham.

- O quê?! Vai Bella. Você tem que ganhar desse foló. Bellaaaaa. Você tem que ganhar. – Ela disse aos berros e entre pulos altos.

- Nossa, estou impressionada. Não sabia que era amiga da Bella. – Julianne falou.

- E não sou. Quer dizer, me simpatizo com ela.

- Então por que está torcendo tanto por ela?

- Bella recebeu menos aposta! Menos aposta, menos dinheiro para os campistas mais dinheiro pra mim. VAI BELLA! FAZ ESSE CULLEN BEBER ÁGUA DE SEUS PÉS.

Jane gritava como uma louca pulava descontrolada. Depois de alguns segundos começou a cantar:

“Vai Bella, vai Bella.” Parava para bater palmas e então retornava a cantar o pequeno coro e assim sucessivamente.

Jane fez sinal com as mãos para que as amigas de Bella começassem a ajudá-la na torcida. Um megafone pousava em umas das mesas, Jane o pegou, ligou o aparelho e começou a gritar:

- Vai Bella! Faça jus aos seus títulos de campeã.

- Jane, eu quero apostar na Bella. – Um garoto de mais ou menos catorze anos falou.

- Às apostas estão encerradas. – Jane colocou o instrumento em frente à boca – Às apostas estão encerradas.

Na água os dois não tinham a mínima ideia do que acontecia em terra firme.

O coração dos dois batia rápido. Seus corpos eram depósitos de uma variação de sentimentos. Estavam ansiosos, cansados, com presa e com medo de perder.

Como eram tolos. Como não conseguiam admitir o que sentiam um pelo o outro? Como o destino é irônico. Como o destino é manipulador. Os segredos que ele guarda com certeza são surpreendentes e o amor que Edward e Bella escondem vai explodir quando o segredo for revelado. Quando descobrirem que são, o casal separado na festa de natal.

Bella abriu os olhos, eles inicialmente arderam, porém se adaptaram rápido. Eles viram a boia azul bem próxima.
Edward também percebera que o local da chegada estava próximo. Apressou o nado o máximo que pode, pois tinha medo que Bella estivesse na frente.

- Eles estão chegando! – Carol gritou

- Caramba. Estão empatados. – Yasmim falou surpresa.

- Não! Por favor! A Bella precisa ganhar. – Jane choramingou.

- Parece que vai dar empate. – Julianne concordou.

- AHHH... Por quê? Eu só queria uma grana a mais.

- Nossa. Como você é dramática. – Katherine disse pra Jane, a mesma lhe mostrou a língua.

Carol apertou o chapéu de Bella contra o peito, ansiosa. Yasmim pôs um punhado de jujubas na boca. Julianne mordia o lábio inferior com força. Katherine tinha um sorriso nervoso no rosto.

Todos estavam ansiosos. O coração batendo rápido. Alguns segundos os separavam da chegada. Esses segundos se passaram. Bella ergueu a mão esquerda e tocou a boia.

Bella olhou para trás, esperando ver seu inimigo atrás mais quão foi a sua surpresa ao ver que ele estava ao lado. Eles não acreditavam que a corrida tinha dado empate.

Pov. Bella

Não, não e não! Isso não está acontecendo. A corrida não pode dar empate.

- Foi empate! – Ouvi Jane gritar para a multidão que gemeu frustrada.

- Não acredito que deu empate. – Edward disse.
Meu coração ainda batia descompassadamente. A situação era sinistra e eu não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo.

- Isso é impossível. Nunca tive um empate na vida. – Falei surpresa.

- Tudo tem a sua primeira vez.

- Argh!

Mergulhei e voltei a nadar agora para voltar à plataforma. Uma dor terrível tomou conta da minha perna direita, a dor fez com que a possibilidade de movê-la fosse impossível. Impossibilitada de nadar afundei.

Entrei em desespero, minha mente não pensava em nada. Meus braços entraram em desespero, buscavam ar, mas só eles não conseguiam me levar para a superfície.

- Socorro! – Gritei, porém saíram apenas bolhas.

A sensação de impotência e prisão era sufocante. A água invadia meu corpo e fazia meus pulmões arderem.

Edward!

O nome surgiu em minha mente como se fosse minha última esperança.

Eu me perguntava se alguém tinha notado que eu estava morrendo.
Quando pensei que não havia mais esperança, que morreria no fundo do lago senti algo envolver minha cintura com força, estava à beira da inconsciência, mas podia perceber que algo me levava para a superfície.

Senti uma lufada de ar, estremeci. Não por frio, mas por puro pânico. Era uma coisa estranha. Passar por um a experiência de quase morte era um tanto sugador de energia.

- Bella, Bella! – Uma voz ao longe chamava meu nome. Senti pequenas tapas em meu rosto.

Abri meus olhos para ver quem me chamava. Um semblante familiar se formou diante dos meus olhos. Edward me segurava contra seu peito.
Alguma parte da minha mente, a parte que ainda lembrava-se de tudo que ele já havia feito contra mim queria que eu me afastasse dele, mais a parte maior estava feliz por ele ter me salvado. Uma parte suficiente para esmagar à pequena que exigia ficar longe dele. Revirei os olhos e então os fechei era mais fácil fingir está desacordada.

- O que você está sentindo, Bella? – A voz carregada de preocupação mexeu comigo – Deus... O que está acontecendo com ela?

Edward se locomoveu na água e me pôs em suas costas.

- Segura firme! – Ele sussurrou. Ele pôs meus braços em volta do seu pescoço e eu entrelacei sua cintura com minhas pernas – O que está sentindo?

- Dor! – Sussurrei baixo, muito baixo.

- Segura firme! Eu vou te levar para a plataforma.

- Estou com cãibra! Por isso me afoguei.

- Não se preocupe eu cuido de você.

Foram as últimas palavras que ouvir. Não entendia bem o que estava acontecendo comigo, tudo estava muito lento e tudo parecia se passar a quilômetros de distância. Não conseguia me concentrar no que estava acontecendo. Às palavras dele ficaram estranhamente grudadas em minha mente, apesar de suas palavras demostrar um “carinho” um tanto saliente.
Encostei minha cabeça na curva de seu pescoço, sentia suas penas e braços se moverem, apesar de estarem limitados, acompanhavam o ritmo. Sua respiração era ofegante. Tudo o que estava acontecendo me deixava confusa. Porque ele estava me ajudando? Ele não poderia deixar uma pessoa morrer, por isso, estava me ajudando eu mesmo respondi a minha pergunta!
Perdia noção de tempo, apenas senti quando me deitaram em algo duro.

- Bella... – Uma voz me chamou ao longe – Bella!

O que essa pessoa queria que eu fizesse? Como ela queria que eu respondesse ao seu chamado? Como eu poderia dar algum sinal de vida se eu não conseguia? Eu me perguntava se eu estava consciente.

Senti pressões fortes em meu peito, meu corpo continuou da mesma forma. Outra vez senti as pressões e mais uma vez não teve resultado algum. Algo pressionou meus lábios e forçaram ar para dentro do meu corpo. O ar adentrou em mim fazendo com que minha garganta ardesse, logo depois senti uma pressão em meu peito. A água que engoli voltou...

Abri meus olhos, pois a água inundava minha boca, tossindo sentei-me instintivamente. Olhei em volta, mas não havia ninguém além do Edward que estava ao meu lado branco como um papel, seus olhos estavam com uma expressão assustada, porém o alívio lentamente tomava conta deles.

- Você está bem? – Ele perguntou, segurando meus braços com um pouco de força.

- Sim! – respondi atordoada. Não estava entendendo o que acontecia – O que aconteceu?

- Você se afogou!

Lentamente às lembranças voltaram à minha mente, a corrida, o empate, a caibra, o afogamento, às palavras estranhas ditas por Edward, o modo como ele ficou preocupado e a inconsciência. Tudo isso voltou de uma vez fazendo com que minha mente rodasse.

- É melhor voltar para o dormitório! – Edward disse quando me viu tonta.

- Cadê todo mundo?

- Já estão em seus dormitórios.

- Demoramos tanto para voltarmos à plataforma?

- Bem, as pessoas foram embora assim que descobriram que foi empate. Foram atrás de Jane que fugiu com o dinheiro deles.

- Hã? Que dinheiro?

- Essa é uma longa história. Ficará sabendo de tudo depois, mas não por minha boca.

- Ah tá!

Fiz menção de me levantar, mas Edward foi rápido o suficiente para não me deixar completar a ação sozinha. Passou o braço em minha cintura para me segurar.

- Vem. Eu te levo para o seu dormitório!

- Não!

- Porque não?

- O que as meninas vão pensar?!

- Não vão pensar nada! Deixa de besteira e vem logo.

Procurei pelo desastre que estava à plataforma, o meu short, mas não o encontrei.

- Como pretende me levar? – Perguntei.

- Nos braços óbvio. Acho que não está em condições de andar.

- Isto está fora de cogitação! Você não pode me levar nos braços com as roupas que eu estou.

Edward me olhou um longo minuto.

- Hum... – voltou para umas das mesas jogadas no chão e pegou uma blusa – Vista essa blusa.

Segurei-a nas mãos. Eu não tinha a mínima ideia a quem ela pertencia. Eu não iria usar uma roupa daquelas. Vai que tenha alguma doença transmissível.

- De que é essa blusa? – Perguntei.

- Minha!

- Não vou usar uma roupa sua.

- Tudo bem. Eu te levo do jeito que está! – Ele abriu um sorriso malicioso.

- Safado! – Vesti a blusa.

- Pronta? – Não respondi. Aquela pergunta era imbecil.

Edward me pegou pelas as pernas as erguendo no ar. O braço que estava em minha cintura se posicionou em minhas costas. Eu estava suspensa no ar, passei os braços por seu pescoço e isso deixou nossos rostos bem próximos. Podia sentir sua respiração em meus lábios.

Ele começou a andar, escondi meu rosto na curva de seu pescoço. Meu corpo estava totalmente em contato com seu peito nu. Senti seu corpo arrepiar, ficou totalmente eriçado. O silencio era torturante.

- Precisa fazer um regime Bella!

Estava demorando!

Ergui o rosto e o encarrei.

- Eu não o obriguei a me carregar! Não pus uma arma em sua cabeça e disse: “Ou você me carrega ou morre”! – Sua única resposta foi uma mísera risada e aquilo me deixou com muita raiva.

- Eu sei que sou lindo, mas não precisa ficar me admirando.

- Nossa! Como você é convencido, me põe no chão. Prefiro correr o risco de cair no meio do caminho do que ouvir suas besteiras. – Comecei a me contorcer procurando uma saída.

- Calma. Eu não quero que isso aconteça. – Edward disse, seu tom de voz era carinhoso e aquilo me irritou. Era sempre assim. Ele me tratava mal e depois mudava. Começava a me tratar bem.

- Para de fazer isso!

- Eu não estou fazendo nada!

- Se você pensa que eu vou mudar de atitude só porque salvou minha vida está muito enganado. Você vai continuar sendo meu inimigo.

- Eu não sou inimigo!

- Como assim não é?! E a história da guerra entre os sexos? Está podre?

- Leva as coisas muito a sério.

- Argh. Você é insuportável.

- Chegamos.

Olhei em volta e vi o dormitório a poucos passos.

- Pode me pôr no chão.

Edward obedeceu, mas por alguma razão senti um vazio tomar conta domeu coração, não queria que ele fosse embora. Mentalmente peguei esse sentimento e o esmaguei. Caminhei em direção a porta.

- Depois eu te devolvo a blusa.

- Pode ficar com ela.

Só revirei os olhos para ele e então entrei no dormitório.

Pov. Edward

Minha mente não admitia o que estava acontecendo. Se eu não conseguia aceitar imagina a Bella. Essa estava quase explodindo de tanta raiva.
Seu rosto estava vermelho como pimenta. Seus lábios formavam uma linha reta revelando sua raiva. Estava com medo de falar alguma coisa, porém eu não podia perder a oportunidade.

- Foi empate! – Jane gritou os campistas não gostaram muito.

- Não acredito que foi empate.

Às palavras escorregadias saíram da minha boca sem que eu percebesse. Bella olhava para o nada, seus pensamentos provavelmente estavam distantes.

- Isso é impossível! Nunca tive um empate na vida! – Bella disse em um tom surpreso e indignado.

- Tudo tem sua primeira vez!

Aquela frase saiu sem que eu percebesse, era para ser extrovertida, mas Bella estaca chocada demais, com raiva demais.

- Argh!

Bella voltou a mergulhar então sumiu nas profundezas do lago. Ela era tão orgulhosa... Diferente, tão mimada, tão... Tão... Linda!

Voltei minha atenção para as pessoas na plataforma. Acontecia uma confusão. Um tumulto de gente se formava em volta de alguém. Aquilo não era bom. Disso eu tinha certeza.

- Nós queremos nosso dinheiro de volta! – Uma pessoa falou no megafone.

- Jane! – Sussurrei pra mim mesmo.

A pessoa que estava no megafone subiu em cima de uma das mesas. Estreitei o olhar para poder visualizar quem era a pessoa. Era uma das amigas da Bella, Katharine.

- A corrida deu empate! Nada mais justo do que devolver nosso dinheiro. – ela gritava como uma líder de manifestação.

A platéia explodiu em gritos e assobios de aprovação.  Jane se aproximou e tomou o megafone das mãos de Katharine.

- Não tenho o direito de devolver dinheiro nenhum! Não vou sair no prejuízo.

A platéia soltou uma vaia grande e alta. Jane era louca em desafiar todas aquelas pessoas.

- Ok. Encontrem-me na quadra daqui a vinte minutos.

Jane virou as costas para ir embora, mas conhecendo Jane como a conheço não estava com a mínima intenção de devolver o dinheiro a eles.
Eles a perderam de vista tão rápido como um raio que atravessa o céu. Todos então perceberam que ela estava blefando e começaram a correr como loucos, derrubando tudo que tinha pela a frente. Eu os comparo com os bois das touradas que acontecem na Espanha.

Fiquei os observando saírem e fiquei surpreso com o desastre que eles deixaram para trás.

Logo o lugar ficou deserto, olhei para a água e não vi a Swan nadando. Já tinha dado tempo o suficiente para ela já está quase na plataforma.

Observei o lago e não percebi nenhum movimento de nado. Senti meu coração palpitar, o sangue fugir do meu rosto. O desespero tomar conta de mim.
Mergulhei para ver se ela estava nadando no fundo do lago. Era algo improvável que ela já estivesse chegado à plataforma e muito menos ter saído com a multidão. Eu teria visto.

Meus olhos quase saltaram da órbita quando vi o corpo desacordado da Bella afundando. Eu tinha que fazer alguma coisa. Não podia deixá-la morrer. Não sabia como viver sem Bella em meu mundo. Sem poder irritá-la.
O pensamento de ela está morta me torturava. A dor se alastrou em meu coração.

Nadei o mais rápido possível ao seu encontro. Talvez ainda houvesse tempo. Com o instinto de proteção enlacei sua cintura e a levei para a superfície.

- Bella, Bella! – Gritei desesperando.

O desespero queria fechar minha garganta, todavia, eu não deixei. Precisava chamar por ela. Precisava chamar sua atenção. Precisava ver seus olhos abertos, mesmo que tivessem estampados neles ódio por mim! Dei pequenos tapas em seu rosto esperando ter reação, porém ela continuou com os olhos fechados e com a pele pálida.

Bella abriu os olhos, eles estavam um pouco sem foco, todavia, logo eles me fitaram. Ela passou um tempo me olhando, a cor penetrante de chocolate que emanava deles parecia atravessar os meus, eu poderia olhar para eles para sempre, mas de repente eles se reviraram e fecharam-se.

Fiquei desesperado por não poder mais contemplar seus olhos.
Não podia ser tarde demais. Eu não podia perdê-la. A dor me sufocou e não consegui e respirar direito.

- O que está sentindo, Bella? – Às lágrimas desciam por meu rosto. Ergui a cabeça para o céu e o fitei dizendo: _ Deus... O que está acontecendo com ela?

Sem pensar duas vezes eu a coloquei em minhas costas. Tinha que ser rápido.

- Segura firme! – Sussurrei.

Tinha esperança que ela me escutasse e lutasse para sobreviver. Pus seus braços em volta do meu pescoço me preparei para ajeitar suas pernas, porém ela fez o movimento primeiro que eu.

- O que está sentindo? – perguntei ao perceber que ela estava consciente.

- Dor! – Seu sussurro foi quase inaudível.

- Segura firme! Eu vou te levar para a plataforma. – Falei apressado.

- Estou com cãibra! Por isso me afoguei. – Bella falou de seu mal com um tom de dor e aquilo estranhamente doeu em mim. – Não se preocupe eu cuido de você.

Desde então continuei nadando com ela. Eu pensava que ela estava consciente, pelo menos, era o que me parecia. Bella encostou sua cabeça em meu ombro e achei que aquilo era prova suficiente.

- Bella, não fique chateada com que eu vou te confessar...
Esperei sua resposta, mas só senti uma forte lufada de ar de sua respiração em meu pescoço. Eu entendi aquilo como um sinal para que eu continuasse meu discurso.

- Eu sei que fui um idiota no passado, mas eu sinceramente queria que fossassem amigos. – Soltei uma risada nervosa – É uma coisa difícil de explicar, eu mesmo não sei o que se passa comigo. A única coisa que sei é que eu não quero ser seu inimigo. Eu... Eu... Gosto muito de você. Não queria que me odiasse. Eu queria seu carinho... O seu amor.

Quando não obtive resposta fiquei preocupado. Fiquei com medo de ter a espantado. Tive medo de ter a afastado mais do que já estava.
Nadei o resto do percurso em silêncio. Ansioso demais para ver o rosto dela, queria ver sua expressão e saber o que se passava em seu coração.
Finalmente cheguei à plataforma, nadei até a escada.

- Bella, pode subir a escada?
Não obtive resposta e aquilo atiçou minha preocupação. Não tive muito esforço para tirá-la das minhas costas. Vi seu corpo inconsciente e me desesperei. Segurei-a firme levando-a rampa que dava acesso à plataforma. Encostei-a na rampa e subi depois a peguei no colo e a deitei na plataforma.

Já tinha feito um curso de primeiros socorros então sabia exatamente o que fazer. Fiz algumas pressões em seu peito, porém ela continuou da mesma maneira. Olhei para os lados, não tinha ninguém que pudesse me ajudar. Tudo estava em minhas mãos.

Fechei as entradas de ar de Bella, institivamente seus lábios se ente abriram. Meu coração estava acelerado e ao perceber que teria que fazer boca-a-boca em Bella ele disparou. Um nervosismo tomou conta do meu corpo, mas eu não podia deixar aquilo custaria à vida dela.
Encachei meus lábios nos dela e forcei o ar. Deixei seus lábios de má vontade; Fiz mais uma pressão em seu peito, ela abriu os olhos e começou a tossir. Olhou em redor atordoada e então seus olhos se fixaram em mim.

- Você está bem? – Perguntei por instinto.

- Sim! – Foi satisfatório ouvir sua voz – O que aconteceu?

- Você se afogou!

Bella fixou os olhos em um ponto distante e um pouco imaginário. Ela fechou os olhos e então percebi que estava tonta.

- É melhor volta para o dormitório! – Falei preocupado, porém ela não parecia muito atenta.

- Cadê todo mundo?

- Já estão em seus dormitórios. – Eu não tinha certeza.

- Demoramos tanto para voltarmos para a plataforma?

- Bem, às pessoas foram embora assim que descobriram o empate. Foram atrás de Jane que fugiu com o dinheiro deles.

- Hã? Dinheiro?

- Essa é uma longa história. Ficará sabendo de tudo depois, mas não por minha boca.

- Ah tá!

Bella começou a fazer menção de levantar. Eu não iria deixar isso acontecer. Ela quase morreu! Deve está fraca.

Aproximei-me dela. Passei o braço em sua cintura e segurei firme.

- Vem. Eu te levo para o seu dormitório.

- Não! – Ela disse dura e direta.

- Porque não? – Perguntei surpreso.

- O que as meninas vão pensar?

Eu não acreditava que era por isso que ela não queria que eu fosse deixá-la.

- Não vão pensar nada! Deixa de besteira e vem logo.

Bella varreu o lugar com o olhar atrás de algo muito importante, pelo menos, era o que parecia.

- Como pretende me levar? – Ela me perguntou depois de fazer uma varredura pelo o local.

- Nos braços óbvio. Acho que não está em condições de andar.

A expressão de Bella passou de surpresa a desespero.

- Isso está fora de cogitação! Você não pode me levar nos braços com as roupas que estou. – A agitação tomou conta dela.

Observei Bella por um longo minuto. Tinha esquecido que ela estava com um mísero biquíni. A perversão tomou conta da minha mente. Afastei tais pensamentos, porém não sabia por quanto tempo.

- Hum...

Olhei em volta e avistei uma blusa familiar, me aproximei da mesa e percebi que se tratava da minha blusa, um sorriso irônico tomou conta dos meus lábios, porem não deixei que Bella percebesse.

- Veste essa blusa. – Bella a pegou, sua expressão era de nojo.

- De quem é essa blusa. – Mentalmente o sorriso irônico retornou aos meus lábios.

- Minha!

- Não vou usar uma blusa sua! – Ela falou ainda mais indignada.

- Tudo bem! Eu te levo do jeito que está! – A palavras pervertidas saíram da minha boca, não pude evitar os pensamentos maliciosos por muito tempo.

- Safado! – Ela disse vestindo a blusa.

- Pronta? – Perguntei já sabendo que ela não responderia.

Delicadamente peguei Bella nos braços e a ergui do chão. Bella passou seus braços em volta do meu pescoço e aquilo deixou nossos rostos bem próximos. Fixei meus olhos em um único ponto. A boca era atraente e até me lembrava a Meena.

Comecei a andar, Bella descansou sua cabeça em meu ombro. Sua respiração quente batia em minha pele e meu corpo não resistindo aquilo se arrepiava de excitação. Seu corpo quase nu estava em total contato comigo e aquilo não ajudou. Eu precisava descontrair o momento ou Bella iria perceber meu estado.

- Precisa fazer um regime Bella!
Como era de se esperar ela ficou brava, ergueu o rosto, sua expressão de raiva era forte.

- Eu não o obriguei a me carregar! Não pus uma arma em sua cabeça e disse: “Ou você me carrega ou morre!”.

Soltei uma risada, senti que aquilo a fez ficar com mais raiva. De certa forma aquele era meu objetivo. Então decidi aprofundar aquilo.

- Eu sei que sou lindo, mas não precisa ficar me admirando.
- Nossa! Como você é convencido, me pões no chão. Prefiro correr o risco de cair no meio do caminho do que ouvir suas besteiras.

Ops... Acho que exagerei, pois o nível de raiva subiu mais do que deveria.

Bella começou a se espernear, eu não podia deixá-la ir embora.

- Calma. Eu não quero que isso aconteça.

Eu falei preocupado e carinhoso, porém a frase não teve o efeito que eu queria. O efeito de acalmá-la.

- Para de fazer isso!

Hã? O que eu estava fazendo de errado?

- Eu não estou fazendo nada!

- Se você pensa que eu vou mudar de atitude só porque salvou minha vida está muito enganado. Você continua sendo meu inimigo.

Como assim inimigo? Bella está entendendo tudo errado!

- Eu não sou inimigo!

- Como assim não é?! E a história da guerra entre os sexos? Está podre?
Mentalmente revirei os olhos.

- Leva as coisas muito a sério!

- Argh. Você é insuportável.

Ignorei a frase pronunciada por Bella, eu sabia que aquilo era da boca pra fora.

- Chegamos!

Bella olhou em volta como se estivesse relembrando de tudo que viverá ali.

- Pode me pôr no chão! – Seu tom de voz era ácido e frio.

Obedeci a sua ordem afim de não ter mais brigas. Por um instante vi que ela não queria me deixar, porém a expressão foi embora sem eu ter certeza que ela esteve lá. Bella voltou a caminhar para o dormitório.

- Depois eu te devolvo a blusa. – Ela disse virando-se em minha direção.

- Pode ficar com ela!

Ela revirou os olhos e entrou no dormitório. Fiquei parado onde estava relembrando os últimos acontecimentos.

Voltei para o meu dormitório um pouco aéreo. Havia algumas confusões pelo caminho mais procurei não ligar.

Cheguei ao meu dormitório e entrei. Havia uma cama a mais, estranhei aquilo, porem decidi passar por cima daquele fato. Sentei em minha cama que por um acaso era de frente com a cama nova.

- Edward, meu amigão! – Ouvi o som da voz do Emmet me tirar o sossego.

- O que é Emmet?

- Você não vai adivinhar quem é o novo campista!

- Eu realmente não sei Emmet!

- Vai cair para trás quando souber!

- Fala logo o nome do indivíduo.

Eu odiava o Emmett por um único motivo. Ele enrolava demais. Tenho pena da mulher que namorar com ele, pois ele a enrolaria por um bom tempo.

- Cam Parker!

- O quê?! – dei um salto da cama, indignado.

Cam voltar a ser campista era uma coisa estranha. Porque voltaria a ser campista se um dia já foi? Qual era o objetivo da sua volta?

- Verdade! A cama nova é dele! Ele pode se preparando porque a sua vida aqui não será fácil. – Emmett disse massageando seus punhos.

Emmett não gostava muito de Cam. Isso graças a mim! Fui eu que pus minhocas na cabeça dele. O motivo? Ele estava muito saliente com a Bella! Então usei Emmett contra ele, mas parece que as coisas não funcionaram do jeito que eu esperei.

- Quando isso aconteceu? –Perguntei.

- Quando estávamos no lago!

- Ah. E ai, conseguiram pegar a Jane?

- Ainda não! Mas ela não pode se esconder para sempre. Porque demorou tanto no lago?

- Estava ajudando uma pessoa a sobreviver! Literalmente.

- Perdeu as novidades! – Emmett disse deitando-se na cama.

- Que isso! Você está aqui e pode me contar tudo!

- Está me chamando de fofoqueiro?

- Não! Que isso?!

Emmett era um cara legal e tudo, mas tinha uma língua... Às vezes chego a pensar que ele é pior do que mulher. Se é que isso é possível...

- Você não vai perguntar qual é a novidade incrível? – Emmet perguntou.

- Qual foi à grande novidade que eu perdi? – Disse com um sorriso de deboche e uma falsa entonação.

- À noite teremos festa à fantasia!

- O quê? – gritei surpreso – Como eles podem fazer isso em cima a hora? E o mais estranho! Hoje não é dia de festa!

- O pai de Cam alegou ter muitos novatos esse ano e, por isso, devemos ter alguma.

- Caramba. De que eu vou fantasiado?

- Essa era a intenção dele, quer que ponhamos a cabeça para funcionar!

- Esse cara é doido? Não posso aparecer de qualquer jeito tenho uma reputação a zelar.

- Ah outra coisa. A festa é de pares.

- Como é que é?

- Isso mesmo! Também fiquei surpreso com a notícia. Ele nunca promoveu festas assim.

- Já tem um par?

- Obvio! Vou com Rose. Deveria ir com a Bella.

- Como assim com a Bella? Ela não vai querer ir comigo!

Aquilo era fato. Bella com certeza não aceitaria ir comigo.

- Claro que vai. Eu conheço a minha irmã.

Eu achava o comportamento de Emmett bem estranho. Primeiro: Ele era contra Cam, uma pessoa que nunca fez mal para a Bella e segundo: Ele estava me ajudando, uma pessoa que fez muito mal a Bella.

- Ela não vai comigo!

- Experimente convidá-la. – Emmett disse em um tom firme.

- Ok. Vou tentar!

- Aposto que está desocupada. Pode ir agora.

- Hum... Que tanta presa é essa? – Já estava desconfiando.

- Nada. Dá pra sair logo do quarto?

- Ok. Já estou saindo.

Caminhei até o dormitório feminino sentindo um estranho nervosismo. Meu estômago revirava parecendo que viraria o avesso.
Avistei Bella sentada em um dos degraus da escada que levava a pequena varanda do dormitório.

- Bella! – Gritei acenando. Ela levantou o olhar em minha direção e franziu o cenho.

Quando eu estava me aproximando dela Katherine apareceu em minha frente consequentemente tampou minha visão da Bella.

- Edward, que coincidência te ver por aqui. Veio convidar alguém para o baile?

- Na verdade eu vim.

Esgueirei-me dela para poder ver Bella. Quão foi minha surpresa... Cam estava falando com ela. Senti uma raiva tão grande. Queria matá-lo.
Sabia o que ele estava fazendo ali. A mesma coisa que eu pretendia fazer se Katherine não tivesse me atrapalhado.

Bella olhou para mim e nossos olhos se encontraram. Vi nos olhos dela que não queria ir com ele. Cam seguiu seu olhar e me viu. Segurou seus ombros e com isso conseguiu sua atenção. Estava tudo perdido.
Meu coração doeu quando vi Bella dizer sim, Cam sorriu largo, porém meu coração estava dolorido.

- Quem veio chamar? Ah! Que honra, é claro que eu aceito seu pedido.

- Te pego as sete.

Não queria ir com Katherine para o baile queria ir com a Bella, mas era melhor ir mal acompanhado que sozinho.

[...]

Estava na entrada da quadra observando os casais entrar. Sabia que não estava certo ter quebrado minha palavra e não ter ido buscado Katherine. Provavelmente ela deve estar furiosa comigo.

Era melhor dá sinais que não tínhamos chance de dar certo. Era melhor não iludir a garota.

- O que está fazendo aqui? Pensei que fosse me buscar!

- Oh. Katherine.

Sua expressão era de raiva, estava com medo com que ela poderia fazercomigo. Mulher com raiva é muito perigoso.

- Vamos!

Ela agarrou meu pulso e me arrastou para dentro da quadra. Entrei na quadra que estava lotada de pessoas mascaradas. Aquela cena trouxe lembranças do baile de máscaras do natal. Aquela noite especial... Não conseguia acreditar que nunca mais voltaria a vê-la.

Às vezes sentia que ela era uma pessoa conhecida, próxima, uma que eu conhecia muito bem só não enxergava quem era.
Katherine se posicionou em seu lugar pôs suas mãos em meus ombros. Posicionei-me segurando a cintura da moça.

Por um instante pus meus olhos na entrada, meu coração disparou com o que vi. Eu estava vendo ela parada na entrada igual ao dia em que nos conhecemos.

Pensei ser uma memória muito realista que havia se projetado em minha frente. O mesmo vestido florido, a mesma mascara dourada, o mesmo penteado, as mesmas sandálias. Meena era uma campista. Era como se ela tivesse se vestido igual na esperança de reviver aquela noite.

Minha vontade era de correr até ela e perguntar se ainda lembrava-se de mim, se ainda tínhamos chance. Queria desesperadamente saber sua identidade. Quem era ela?

Em minha mente vinham imagens de milhares de campistas que poderia ser ela. A garota olhou para trás e vi alguém se aproximar. Eles deram as mãos e começaram a entrar na quadra. Aquilo foi uma decepção para mim. Não importava quem era ela, Meena já tinha tocado sua vida.

- A Bella chegou! – Katherine disse.

- Quem? A Bella? – Perguntei surpreso.

- Aquela que acabou de entrar, a de vestido florido.

Meu coração parou por um instante depois bateu descompassada mente com a descoberta. Agora tudo fazia sentindo, tudo era muito irônico.
Nunca tinha admitido que era apaixonado pela Bella porque sabia que ela me odiava. Então conheci Meena, seu jeito era familiar, porém nunca a assimilei a Bella.

Como o destino é irônico! Ele havia colocado Bella em meu caminho uma vez e eu a afastei de mim por bobagens e então ele a coloca novamente em meu caminho.

Era estranho admiti, mas o destino tinha feito eu me apaixonar pela mesma mulher duas vezes. Duas vezes que fizeram meu amor ser irrevogável.