Nós ficamos aliviadas por ter passado aquela sensação de estarmos sendo seguidas, nós paramos um pouco para esperar o jovem chegar até onde a gente estava, a curiosidade batia, já que o garoto estava com uma mala na mão e uma mochila nas costas. Ele chegou até nós e respirou fundo olhando para trás como se dissesse: "Nossa não acredito que andei tudo isso!". Ele de início já demonstrou alguma coisa que me fazia pensar que eu o conhecia a tempo, oque será que está me fazendo pensar assim? Será que eu já o vi em algum lugar? Na faculdade talvez.

-Olá, meu nome é Lucas e eu sou novo aqui na cidade.

Lis: - Olá, em que podemos te ajudar?

Lucas: - Fiquei sabendo por um amigo meu que a casa de vocês é a única que tem vaga, as outras casas já preencheram a lotação máxima de quatro pessoas.

Duda: - Vamos lá em casa para conversarmos melhor, o calor aqui na rua esta de matar!

Agora estávamos nós três a caminhar pela rua deserta, de vez em quando nós passávamos por uma casa com gente no quintal, oque é meio raro já que moramos bem no fim da rua, oque é muito longe do “centro” da cidade. Depois de caminhar mais uns dez minutos nós chegamos até a nossa casa, Lucas estava ofegante pela longa caminhada. Eu abri minha mochila e peguei um molho com umas cinco chaves, eu segurei a chave que tinha uma fita azul e abri a porta da frente, demorei um pouco, pois a porta estava meio emperrada pela ferrugem causada pela umidade em Williams Village, Lucas se ofereceu para ajudar a empurrar a porta, depois de algum tempo nós conseguimos, eu entrei primeiro, Duda entrou logo depois de mim, Lucas ficou parado na porta esperando ser convidado para entrar, Duda olhou para ele e começou a rir.

Duda: - Não vai entrar Lucas?

Lucas: - Posso?

Eu estava tomando um copo de água, tirei o copo calmamente da boca, olhei bem a cara do mais novo aluno da Faculdade Novaes de Setembro e disse:

Lis: - Entra, a gente tem que conversar sobre a situação da casa.

Lucas: - Tudo bem.

Ele entrou todo sem jeito na nossa casa, Duda olhou para ele e para a poltrona, esse era seu jeito de convidar ele para sentar. Eu sentei no sofá, ao lado de Duda, no fundo nós duas não queríamos dividir a casa, mas por regras da faculdade nós não podemos negar a casa para alguém que não tivesse mais para onde ir. Se ha uma coisa que muita gente em Williams Village não gosta é deixar o conforto e privacidade de morar com um amigo para dividir a casa com um estranho, mas no fim eu acho que a gente se acostuma.

Lis: - Olha, a casa tem só dois quartos, o meu e o da Duda, você vai ter que dormir no sofá.

Lucas: - Sofá?

Duda: - Tem outro jeito.

Lis: - Qual?!

Duda: - Seu quarto tem uma cama de casal, eu posso deixar meu quarto para o Lucas e dormir com você. Claro que se você concordar.

Lis: - Isso me parece uma boa ideia. MAS... Você vai dormir alguns dias no sofá pra a gente vê se você é gente boa e merece o quarto da Duda.

Lucas: - Pra mim está bom, desde que eu tenha onde morar está legal.

Duda: - E você vai ter que rachar o aluguel com a gente.

Lucas: - Tudo bem.

Lis: - E se ficar de gracinha a gente avisa a faculdade.

Lucas: - Fiquem tranquilas eu sou gente boa.

Duda: - Eu vou confiar.

Lis: - Leve suas malas lá para cima.

Lucas: - Posso conhecer a casa?

Duda: - Claro.

Nós levamos Lucas para conhecer a casa, ele estava muito envergonhado, tinha jeito de ser um garoto tímido, mas alguma coisa me diz que vamos nos dar muito bem. Ele achou a casa legal e disse que gostaria muito que nós concedêssemos a permissão para ele morar lá, acho que Lucas ficou confortável, ele até colocou suas malas no corredor da escada, oque é um pouco de desorganização, já que ele podia ter deixado suas malas em um canto na sala, só até nós decidirmos seu futuro em Williams Village. Depois disso ele mostrou seus documentos da faculdade para nós não ficarmos com medo dele, eram documentos que atestavam que ele estava entrando agora na faculdade e que devia achar uma casa o mais rápido possível. Nós o conhecemos bem, mas Eu não fui muito com a cara do mais novo morador da casa número 694 da Rua da Liberdade. Lucas perguntou para nós se a gente não conhecia algum lugar na cidade que desse para se divertir sem gastar muito, pois seu dinheiro tinha ido embora junto com a passagem do ônibus até Williams Village. Nós moramos em uma cidade um pouco longe de tudo, então não é de impressionar que uma passagem custe tanto