–Então, qual é a sua solução?- perguntou Dean a Ariel.

Finalmente, depois de vários dias ela apareceu parecendo esperançosa e animada. Estavam no quarto junto com Castiel, Sam e Bobby que graças a ela voltara novamente andar.

-Que você diga sim ao Miguel- disse calma.

-O QUÊ? - perguntaram os rapazem em unissono.

-Só pode estar brinc...

-Não Dean - respondeu ela- é a unica solução possivel

-Mas você...

-Eu sei- explicou Ariel já sabendo o que eles diriam- mas, se você disser sim a Miguel agora que o receptaculo de Lucifer esta se deteriorando, os estragos serão bem menores.

-E quanto a Sam? - perguntou Castiel.

-Você, Bobby e o Gabriel cuidarão para que ele fique protegido- respondeu e no mesmo momento, apareceu um homem com uma expressão suave no rosto, completamente diferente do pregador de peças que tanto irritou os irmãos antes.

- E então Dean?

-Se você diz que não há outra opção- respondeu- espero não me arrepender disso.

-Certo- disse ela se aproximando do loiro e colocado um medalhão dourado com palavras desconhecidas em seu pescoço e escondendo-o por debaixo da camisa.

-O que é isto? - perguntou Dean ao sentir o contato arnomalmente frio do objeto com sua pele.

-Apenas para dar sorte- respondeu séria- vamos realmente precisar.

Dean nada disse, apenas num impeto beijou a garota, um beijo calmo e saudoso, um beijo de despedida talvez.

...

-Eu não sinto nada de diferente- disse Dean.

Miguel fora chamado pela garota, que após uma conversa em que aumentava o ego do arcanjo foi anunciado que finalmente o Winchester mais velho aceitara ser o receptaculo do principe dos anjos.

-Cas?-perguntou Ariel

-Eu sinto a presença do Miguel, mas o Dean não deveria estar consciente- respondeu pensativo, depois seu rosto assumiu uma expressão de compreenção e incredulidade- aquele medalhão... é mesmo o que estou pensando?

-Isso mesmo- disse ela sorrindo

-Podem me explicar o que esta acontecendo, e porque não deu certo o nosso plano?- perguntou Dean.

-Na verdade, deu certo sim Dean - explicou Ariel- O medalhão que coloquei em você, foi criado em Atlântida pelos mais sabios homens para que não sofressem os dominios de nós arcanjos, durante muito tempo ficou perdido até que o encontraram e foi guardado no cofre do Vaticano. Mas, um seculo atrás, foi roubado provavelmente por demônios e perdido, levei muito tempo para encontra-lo.

-Quer dizer, que... eu posso controlar meu próprio corpo..

-E ainda usar os poderes de Miguel- completou ela.- Não é preciso matar Lucifer, apenas manda-lo ve volta para o porão onde ele demorará algum tempo para se recuperar, talvez nem memso se recupere de um tudo.

-Como mando ele de volta?

-Restaurando os selos- respondeu- você conhece as palavras, basta apenas recita-las e derramar o sangue de Lucifer no local. Só não lhe contei o plano antes, pois Miguel saberia, ele pode ler pensamentos.

-Mas o seus tambem- disse Cas confuso.

-Sim, mas uma amiga me ensinou como bloquear a minha mente para qualquer um- respondeu- vamos Dean? Não se esqueça de agir como se o Miguel estivesse no comando.

...

-Olá irmãos- disse um homem vestido todo de branco, e expressão bondosa, exceto pelos olhos que cintilava de maldade.

-Lucifer- disse Ariel com um aceno quase imperceptivel.

-Estou curioso para qual de nós irá torcer irmãzinha- disse ele debochado.

-Então nada mudou, continua com a ideia absurda de destruir tudo o que o nosso pai destruiu? - perguntou triste.

-Nem adianta começar com o discurso habitual irmã- disse ele- parece que ainda não aprendeu com os seus erros não é, está sempre erroneamente defendendo os seres tolos.

-Na verdade aprendi mais do que imagina, coisas que estão além da sua compreensão- disse ela séria.

-Ariel, Ariel de todos você é a unica que ainda me importo de alguma maneira, não quero machuca-la, então é melhor se afastar.

-Será que não entendeu ainda que não haverá luta?

-Então acham que vão me impedir só porque estou nesse receptaculo temporário?- perguntou gargalhando

- Isso não me impedirá de nada.

-Isso é o que veremos- disse Dean/ Miguel começando a recitar as formulas para restaurar os selos e Lucifer ao perceber tentou ataca-lo porem Ariel entrou na frente, e mesmo isso não estando nos planos dos dois, travaram uma batalha.

Dean enquanto recitava as formulas sentia todo o poder de Miguel que fluia por seu corpo, olhou de relance para a luta que era travada e ficou surpreso com a expressão de fúria de Ariel, os arcanjos estavam cortados, arranhados e sujos e sempre que seus corpos se chocavam havia um grande impacto em volta- o chão tremia, e todas as construções em volta tambem.

O tempo se fechara, Ariel tinha uma vantagem sobre o irmão mais novo: podia se dispor de suas asas, já que não usava necessariamente um receptaculo, mas isso foi um erro, pois assim que atingiu altitude Lucifer conjurou uma longa lança e acertou na asa esquerda da arcanjo fazendo-a com que perdesse o equilibrio e caisse.

Quando Dean terminou de recitar as formulas, o chão deu uma forte sacudida, Ariel fizera um otimo trabalho ferindo o arcanjo que tinha um corte muito profundo no rosto fazendo com que seu sanhue pingasse no chão. A parede da frente começou a desabar assim como toda contrução que havia por perto.

O unico pensamento de Dean era tirar Ariel- que mal se aguentava em pé- dali ou então ela poderia ser levada junto com Lucifer, que ao ser puxado para o buraco que se abrira no chão soltara um grito tão alto e agonizante que provavelmente fora ouvido a milhares de dezenas de quilometros de distância.

Dean levou Ariel para o lugar protegido em que estava Sam, Castiel, Bobby e Gabriel, esse ultimo meditava mas quando viu-os chegar assumiu uma expressão triste e cansada.

O Winchester mais velho seguiu as instruçoes de Castiel e ao sentir-se cansado soube que não mais hospedava o arcanjo em seu corpo.Ariel fora deitada em uma cama por Gabriel que sentou-se ao seu lado e fechou os olhos murmurando algo, alguns minutos depois o corpo da garota elevou-se um pouco da cama e começou se iluminar, depois desapareceu imediatamente.

-ARIEL!- gritou Dean desesperado.

-Ela voltou para casa- explicou Gabriel- e nós tambem devemos ir Castiel.

O anjo assentiu, assumiu uma expressão triste e desapareceu junto com o arcanjo. Logo os Winchester perceberam que os anjos não estavam mais entre eles, a guerra havia acabado. Castiel e Ariel cumpriram suas missões e agora foram para casa, talvez para sempre.

...

Quando Ariel abriu os olhos logo percebeu que estava em casa, e não com os Winchester, pois estava claro demais, sentia a leveza do seu corpo e o maravilhoso ar que respirava.

Levantou-se e caminhou até um lago proximo contemplando seu reflexo no mesmo, não haviam cicatrizes, sua expressão era serena, seus cabelos negros desciam em cascata até metade das costas e seus olhos estavam mais azuis, suas asas estavam grandes, alvas, recuperadas e belas como se nunca tivessem sido atingidas por nada. Estava em casa, em paz, tudo estava nos eixos então por que não se sentia plena e feliz?

-Você conseguiu- disse uma voz masculina se aproximando.

-Graças a você irmão- disse ela sorrindo para o arcanjo- se não tivesse me informado sobre a existência do medalhão, talvez não conseguisse.

-Você sempre teve razão- disse ele- temos a obrigação de manter a criação de Nosso Pai a salvo, fico feliz de ter percebido isso a tempo.

-Eu tambem Rafael- disse ela olhando para o irmão.- Ha quanto tempo voltei pra cá?

-Um dia- respondeu outro arcanjo se aproximando- sim, mesmo depois de uma ano, seus queridinhos Winchester se lembram de você.

-E você ainda os odeia- disse ela com um sorriso.

-Sim, mas admiro o seu êxito em enganar-me, e impedir os meus planos- disse se alçando voo.- Isso não quer dizer que isso não terá consequencias daqui há alguns seculos irmãzinha.

-Gabriel está de volta- explicou Rafael- nós nos unimos e demos um basta na tirania de Miguel, bem... pelo menos por alguns seculos.

-Isso é bom - disse ela sorrindo.

-A permissão foi concedida irmã- disse Rafael observando um pouco de tristeza no olhar da arcanjo.

-Permissão? - perguntou confusa.

-Gabriel nos contou tudo - respondeu sorrindo- sabe o que queremos dizer.