Behind Your Soul escrita por Bia_Felix


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

hello people
gente
eu JURO que eu tentei postar esse cap no minimo umas 5 vezes.
é serio. minha amiga acompanhou meu sofrimento cara!
nossa eu estava quase quebrando o Nyah na porrada. juro.
mas enfim, espero que dessa vez funcione e q vcs gostem desse cap tanto quanto eu.
bjus até lá embaixo.



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Capítulo 6

Estávamos sentados na mesma cadeira de balanço de antes, na frente da mesma casinha branca e linda. E o sol também nos envolvia, lançando faíscas por sobre os nossos corpos. Mas existia uma diferença.

                No colo de Edward havia uma menininha linda, de cachos compridos e com o mesmo tom estranho de cobre de Edward – mas era mais puxado para o ruivo de Renée –, sua pele alva era extremamente linda, seus olhos eram verdes esmeraldas, exatamente como eu sabia que eram os de Edward na sua vida humana. Pude perceber que seu lábio superior era mais cheio que o inferior, exatamente como os meus. Ao perceber meu olhar, ela sorriu e eu sabia que conhecia aquele sorriso de algum lugar.

                Olhei para Edward, chocada. Quem seria aquela garotinha extremamente linda que era tão parecida conosco? Mas ele sorria perfeito, e percebi seu olhar para meu colo, e só então percebi que ali também havia um garotinho.

                Seus cabelos eram do mesmo tom de mogno do meu, embora parecesse naturalmente bagunçado. Sua pele também era alva e perfeita, e pude perceber um corado em suas bochechas fofas. Seus olhos eram exatamente como os da garotinha e seu sorriso, ao perceber meu olhar, foi torto e perfeito. Exatamente como o de Edward.

                Olhei para o homem a minha frente e percebi seu sorriso de felicidade quase não cabia em seu rosto de anjo.

                “Papai... a gente vai tomar sorvete hoje, não vai?” O menininho disse, e percebi, surpresa – mas nem tanto –, que ele se referia a Edward.

                “Claro, filho... Mas só depois do lanche.” Edward disse e bagunçou o cabelo já bagunçado do filho, fazendo-o rir.

                “Mamãe, você vai fazer bolo de chocolate? Faz um tempão que você não faz!” Demorei um pouco para perceber que a garotinha no colo de Edward falava comigo, sua voz de anjo me deixava atordoada. Apenas sorri para ela. Minha filha!

                “Eeeeeeeebaaaa!” eles gritaram em coro. “Obrigada, mamãe!” eles disseram juntos de novo.

                “Por que os meus filhos lindos não vão brincar lá no escorregador, hm? Daqui a pouco a mamãe vai botar vocês para tomar banho e aí já viu, né?” Edward disse divertido sorrindo para os filhos e piscando para mim. Eu nunca tinha percebido esse jeito ‘pai’ nele. Era mais lindo ainda de ficar observando.

  Eles fizeram uma careta adorável e depois o menininho pulou do meu colo e pegou a mão da irmã, ambos saíram correndo para o sol, divinos e sublimes. Elegantes até. Senti meu queixo cair.

Eles eram tão lindos, tão parecidos entre si, tão parecidos com Edward e até comigo também. De repente, eles eram absolutamente reais, e é claro que eu os conhecia. Meu sorriso se alargou e eles sorriam e acenaram do escorregador azul em forma de elefante, que tinha no meio da grama verde. Acenei de volta para eles – meus filhos! Fazia pleno sentido para mim agora. Aquelas lindas crianças eram meus filhos. Um presente, um bônus, do meu amor infinito por Edward e o dele por mim... Não poderia nascer coisa menos perfeita que eles vindo de um amor tão profundo.

Como se pudesse ler meus pensamentos – ou talvez fosse só minha expressão –, Edward uniu nossos lábios em um selinho com gosto de para sempre e sussurrou com sua voz de veludo: “Eu amo você, Isabella Marie Cullen!” Foi com um sobressalto e um sorriso imenso no rosto que acordei de manhã. O sonho tinha sido o mais lindo possível e chega deu tristeza em acordar.

“Geralmente você não é tão confusa de manhã.” Edward disse da minha cadeira de balanço no canto do quarto e eu lembrei por que acordar era tão bom. Ele sorria docemente quando sentei de supetão na cama, o sangue escorrendo todo para a parte inferior do corpo.

Pisquei algumas vezes para ter certeza que eu não estava sonhando de novo. Esfreguei os olhos e ele ergueu um dedo e me chamou. Disparei o mais rápido que meu equilíbrio permitia e me joguei em seu colo. Percebi, então, o que tinha feito e, assustada, olhei para ele. Ele ria, seus dentes perfeitos brilhando sob os lábios cheios, tentando-me à beijá-los.  

“Bom dia.” Ele disse e meu deu um selinho, seu sorriso ainda no rosto.

“Ótimo dia! Nem acredito que você ficou!” murmurei encantada.

“Para onde mais eu iria?” perguntou retoricamente e eu sorri. Seu rosto estava perto demais, provocando ao meu coração batidas rápidas demais – que eu sabia que ele conseguia escutar. E ele encostou mais uma vez seus lábios nos meus e pediu passagem com a sua língua fria e deliciosa que eu obviamente concedi.

Seu gosto era o melhor de todos e percebi que estava com saudade dele. Sua mão foi para minha cintura e ele girou meu corpo, deixando uma perna de cada lado de sua cintura, apoiando a base de minhas costas perto do seu abdômen. Minha respiração, já acelerada, foi a mil, e meu coração perdeu a batida. Meus braços tomaram o seu pescoço e meus dedos ávidos se entrelaçaram naquele cabelo cor de bronze. Senti sua boca saindo da minha e indo para meu pescoço, me dando tempo para respirar – o que eu não estava conseguindo – e, depois, me levando à loucura, mordeu o lóbulo de minha orelha. Arfei e Edward riu em meu pescoço, toda a urgência se esvaindo. Suspirei. Até que eu estava gostando.

“Agora sim... Bom dia, amor!” ele disse todo fofo, me deixando boba. Sorri para ele. “Está com fome?” perguntou seus olhos brilhando.

“Claro.” Murmurei, ainda sorrindo que nem uma idiota para ele. Seus lábios encostaram-se aos meus mais uma vez rapidamente e me jogou por sobre o seu ombro suavemente, disparando escada abaixo em uma velocidade inumana. O cheiro que me tocou quando entramos na cozinha era extraordinário! Consegui reconhecer o cheiro de bacon frito na manteiga e cebola. Era delicioso, mesmo dentro da panela.

“Você fez meu café da manhã?” perguntei admirada, olhando em volta na cozinha impecável – que eu sabia que não estava assim ontem à noite. “E arrumou a cozinha?!” Estava com um sorriso bobo no rosto e seu sorriso de resposta foi deslumbrante.

“Na verdade, fiz o seu almoço, uma vez que já são 11:30 da manhã. E eu não tinha muita coisa para fazer...”

“Uau!” suspirei e ele sorriu largo.

“Está com fome?” perguntou, seus olhos brilhando.

“Claro!” eu disse e sorri. Ele puxou a cadeira para mim e me sentei feliz, vendo que também já tinha posto a mesa. E, então, pegou do forno a forma que onde havia lasanha ontem.

“Espaguete ao molho branco com carne seca e bacon.” Edward anunciou enquanto colocava o vasilhame na mesa. Estava com uma cara ótima e o cheiro, então, nem se fala. Ele tinha gratinado o queijo, assim estava dourado por cima e suculento por dentro. Ele me serviu e depois pegou um suco de uva. “Estava dizendo que era para servir com vinho, mas já que a senhorita é menor de idade nem pensar em bebidas alcoólicas!” falou, servindo na taça o suco de uva. Sorri para ele.

“Não gosto de bebidas alcoólicas... Na verdade, não gosto do cheiro do álcool. Minha mãe costumava tomar em festas, mas eu nunca tomei nada com álcool.” Respondi simplesmente. Ele sorriu para mim e sentou-se a minha frente.

“Fico feliz por não ter uma namorada alcoólatra!” Ele disse brincando.

Ele ficou me olhando ansioso enquanto eu colocava a primeira garfada para dentro.

“Meu Deus, Edward! Está... perfeito! Nunca comi um espaguete tão delicioso em toda a minha vida.” Exclamei e ele sorriu torto. E estava mesmo, não disse aquilo por apenas ser a namorada dele e não poder decepcionar aquele rosto. O molho branco estava muito bom e com gosto – o que é bem raro –, e a carne seca derretia na boca. O tempero também estava divino.

“Fico feliz que tenha aprovado. Não sabia se iria gostar... Fiquei um pouco nervoso.” Ele admitiu, observando-me comer. Eu sorri para ele quando a boca tinha ficado desocupada.

“Não sabia que você cozinhava.” Admiti, tomando um gole do suco de uva.

“Programas de culinária da TV.” Ele disse simplesmente, com o meu sorriso no rosto. “Mas não se preocupe. Não perdi nada. Você falou antes disso... Parecia estar tendo um sonho bom.”

“Estava sonhando com você.” E alguns descendentes... Ele sorriu.

“E eu pensei que você acordaria com fome e que seria legal se eu fizesse seu café da manha... afinal, vocês mulheres, ficam irritadiças quando estão com fome...”.

“E ainda temos que fazer comida.” Eu completei e ele riu. Eu o acompanhei e depois continuei comendo.

“Deixe espaço para a sobremesa.” Edward falou enquanto eu terminava. Era estranho comer com platéia. Muito estranho. Principalmente se essa platéia fica te deixando tonta e depois sorri deslumbrando você mais ainda. Demorei o dobro do tempo para terminar o meu prato. E então ele trouxe uma vasilha e abriu a tampa.

“Eu não acredito que você fez Croissant! Você faz ideia de o quanto eu amo croissant?” perguntei embevecida. Eu não estava acreditando que alguém tão perfeito existisse.

“Programas de culinária da TV.” Ele repetiu. “Mas não sabia que gostava tanto assim de Croissant. Teria feito mais...” Dentro da vasilha tinha no mínimo 10 croissants.

“Está perfeito, Ed. Passa mais um tempo cozinhando para mim e eu não passo pela porta!” eu disse brincando. Ele me mostrou a língua.

“Você está, é, e sempre será perfeita para mim. Não importa quantos Croissants você coma.” Eu o agarro agora ou mais tarde? Como um ser do sexo masculino conseguia ser tão fofo e romântico assim? Mas não pude falar nada, pois ele colocou um croissant na minha boca semi aberta e eu o mordi. Era delicioso. A massa era leve e tinha sido muito bem feita, pois não pingava óleo. O recheio era generoso. Era maçã e canela – a maçã tinha derretido, o que resultou em uma geléia com pedaços dela. Nem preciso dizer o quão bom estava.

Fechei os olhos e ele riu. “Está bom?” perguntou com a voz divertida.

“Se está bom? Está ótimo! Sério. Está pronto para casar.” Brinquei, abrindo os olhos para ver sua reação.

Seus olhos antes brilhavam agora eram repletos daquela chama branca que o deixava mais anjo do que homem, e sorriu largo. Meu coração perdeu outra batida.

“Com você?” perguntou, sorrindo – seus olhos analisavam minha reação e não deixavam os meus.

“Claro! Com quem mais seria?” questionei, erguendo as sobrancelhas. Ele se posicionou na minha frente, seu rosto perto demais de novo.

“Só com você, é claro!” Sussurrou e me deu beijo doce e urgente. Meu coração teve a reação de sempre e minhas mãos foram para o seu cabelo. Foi perfeito, como sempre.

“Amo você, Eddie.” Murmurei quando nos separamos. Ele sorriu.

“Como eu amo você.” Ele disse, me olhando nos olhos, sorrindo em seguida.

Fomos lavar a louça e, por incrível que pareça, me diverti fazendo aquilo. Depois de trocar de blusa – a minha, Edward fez questão de molhar –, deitamos no sofá e ficamos vendo Law & Order na TV de Charlie. Meu namorado estava sem camisa – eu não tinha deixado barato e tinha ensopado a blusa branca dele também, o que o fez tirar a blusa e para depois limparmos o chão, também ensopado, da cozinha. Agora estávamos vendo o segundo episódio de L&O seguido.

Edward estava deitado no sofá e minhas costas encostavam-se a seu peito perfeito e frio. Seu braço envolvia minha cintura e seus dedos brincavam com o meu umbigo por debaixo da blusa, me enviando arrepios. E quando ele achava pouco, beijava meu pescoço, me fazendo tremer, mas não de frio.

Era quase impossível me concentrar quando Edward me distraia daquela forma, seus lábios em meu pescoço e cabelo mexiam com meu equilíbrio e agradeci por estar deitada. Os intervalos eram as horas mais perigosas e divertidas – seus lábios corriam do meu cabelo para o pescoço e chegavam bem perto dos lábios, perto demais a maior parte do tempo. Ele brincava em meu pescoço com o nariz fino e gelado, subindo para minha orelha e descendo para minha clavícula. Ele escutava meu coração acelerando e ria em meu pescoço.

Seus lábios estavam em meu pescoço, mordiscando de leve.  Ele subiu e respirou em minha orelha. Seus lábios foram para o lóbulo de minha orelha e deu uma leve mordiscada. Tremi forte e me remexi ao seu lado. Ele imobilizou-se imediatamente.

“Algum problema? Fiz algo errado?” Sua voz saiu rouca e eu tremi de novo.

“Não. Você não fez nada de errado...” Minha voz estava fraca. “Na verdade, está me deixando louca.” Olhei para o seu rosto. Ele pareceu considerar se o que eu disse era bom ou ruim e abriu um sorriso malicioso.

“Estou, é?” inquiriu, ainda sorrindo.

“Deseja uma rodada de aplausos?” perguntei azeda. Ele riu.

“Não. É só que me é estranho saber que mesmo tudo isso sendo novo para mim, que eu seja bom nisso.” falou pensativo.

“Você é bom em tudo!” eu disse exasperada e senti-o dar de ombros, e rimos juntos.

Era quase 3 horas quando subi para tomar banho. Charlie chegaria daqui a pouco e eu tinha que estar preparada para falar com ele.

“Ficará aqui, lendo?” perguntei para ele.

“Não... Ficarei te observando pelo buraco da fechadura.” Ele disse divertido sentado na cadeira de balanço, O morro dos ventos uivantes ao seu lado.

“Sério? Eu posso facilitar as coisas para você tirando a chave da fechadura.” Sorri para ele, que me mostrou a língua. Eu o mandei um beijo enquanto pegava minha roupa e nécessaire, indo para o banheiro, mas foi com um choque que eu lembrei de onde eu conhecia o sorriso daquela menininha linda em meu sonho.

O sorriso era o meu! E, embora seja fato, isso não a deixou feia ou menos perfeita. Na verdade, parecia ter sido feito exatamente para aquilo, ficar no rosto da minha pequena garotinha. Sorri mais largo, balançando a cabeça. Era incrível que eu sabia que era um sonho, mas não pude deixar de me apaixonar por aqueles garotinhos... Meus filhos.

Meu banho foi rápido. Meu cabelo quis ficar liso com as pontas cacheadas e não briguei com ele. Coloquei uma calça jeans, um suéter azul escuro por conta do frio que estava fazendo e um All Star, é claro. Quando sai do banheiro Edward estava com o cenho franzido para o livro, ainda sentado no lugar de antes. Ele levantou o olhar quando me viu entrar, e, com prazer, vi seus olhos se arregalarem de surpresa – um suspiro contido saindo em seguida.

“Está linda!” ele disse e sorriu para mim. Foi a minha vez de mostrar a língua para ele. Sentei na cama e ele veio para meu lado pegando minha mão.

                “Qual era o problema?” perguntei, referindo-me ao livro.

                “Não sei como Heathcliff e Cathy terminaram ao lado de casais como Romeu e Julieta ou Elisabeth Bennet e o Sr. Darcy. Não é uma história de amor, é uma história de ódio! Os personagens são pessoas medonhas que arruínam com as vidas das outras.” Ele disse tudo de uma vez, as palavras saindo rapidamente, e tive que me concentrar para entendê-las.

                “Acho que é esse o ponto: algo a ver com a inevitabilidade. Nada pode separá-los... Nem o egoísmo dela, nem a maldade dele, nem mesmo a morte no final...” Murmurei após um tempo sob o seu olhar.

                “Ainda acho que seria uma história melhor se um deles tivesse uma qualidade que os redimisse.” Ele disse depois um tempo pensativo.

                “Acho que essa é a questão... O amor deles é a única qualidade redentora.” Discordei.

                “Espero que tenha mais juízo que isso... Se apaixonar por alguém tão... maligno.”

                “É meio tarde para pensar em quem se apaixonou por quem... mas mesmo sem o aviso, parece que me saí muito bem.” Eu assinalei e ele riu baixinho.

                “Fico feliz que você pense assim.”

                “Bom, espero que você seja inteligente o bastante para ficar longe de alguém tão egoísta. É Catherine a origem de todos os problemas, não Heathcliff.” Eu disse categoricamente e parecia que não estávamos mais falando de Heathcliff e Cathy. Ele sorriu.

                “Estarei precavido.”

                Ouvimos o barulho de rodas na entrada de carros.

                “Está pronta?” ele perguntou e apertou minha mão, que começou a suar frio.

                “Não mesmo!” suspirei e sorri para ele. “Mas acho que não terei problemas... Ainda bem que você é a prova de balas." Ele riu e beijou minha bochecha.

                “Quer que eu fique aqui?” inquiriu, seus lábios em minha bochecha corada. “Para te dar apoio...”.

                “Não... Você tem que trocar de roupa...” Olhei para seu peitoral perfeito e não pude evitar o suspiro que saiu, ele era perfeito. A barriga lisa tinha seus gomos todos definidos e, embora não fosse tão grande como Emmett, seus braços e ombros eram largos e fortes. Não conseguia me acostumar com tamanha perfeição. “E eu e Charlie estaremos esperando você chegar, então não demore.” Beijei seu rosto de anjo.

                “Voltarei logo. Eu amo você. Não se esqueça disso, ok?” ele disse. Seu rosto estava muito perto. Ouvi a porta abrindo e batendo em seguida.

                “Nunca.” Sussurrei e apenas encostei meus lábios nos dele. “Agora vai!” Praticamente o expulsei janela abaixo e ouvi sua risada ao disparar floresta adentro.

                “Bella?” Aquilo sempre me irritava no começo, (afinal, quem mais seria?) agora não me parecia tão despropositado assim.

                “Sim, pai, estou aqui.” Falei enquanto descia correndo as escadas. Ele estava tirando o cinto com a arma. Resolvi servir um pouco de croissant. Dizem que se acalma o homem pela barriga... Ou algo parecido com isso.

                “Você saiu?” perguntou, chocado a me ver arrumada.

                “Não, pai. Eu não saí.” Eu sabia que aquela resposta vaga iria atiçar a curiosidade dele e isso definitivamente não era bom. Respirei fundo e entreguei para ele um croissant. Charlie mastigou sem nem mesmo perceber o que estava comendo e tinha a cara de quem estava resolvendo um problema muito complicado de Trigonometria.

                “Vai ao baile?” questionou, sondando. Sua voz era vazia. Eu tinha até me esquecido que o baile era hoje. Na verdade, hoje tive coisas mais interessantes em que pensar.

                “Não pai... Eu não vou.” Respirei profundamente de novo e o fiz sentar na cadeira. “Pai... eu tenho uma espécie de... encontro... hoje... com Edward... Cullen.” Eu disse pausadamente. Ele me olhava como se eu estivesse falando turco. E, então, Charlie parecia estar tendo um aneurisma. Seu tom de pele passou rapidamente ao roxo e a veia de sua testa pulsava.

                “Está saindo com um Cullen?” ele quase gritou.

                Epa.

                “Pensei que gostasse dos Cullen...” eu disse fraquinho.

                “Pensei que não gostasse dos garotos da cidade.” Rebateu.  Sua testa parecia menos roxa... Só um pouquinho.

                “Edward não mora na cidade, pai... tecnicamente.” Eu disse, olhando para a mesa. Pude perceber o olhar cético que ele me mandou.

                “Ele é muito velho para você.”

                “Ele é do primeiro ano, como eu.” Respondi, embora ele estivesse mais certo do que sonhava. Charlie pareceu perder o fio da meada por um tempo e consegui respirar.

                “Espere... Quem é Edwin?” ele perguntou. Suspirei e percebi que a pior parte havia passado.

                “Edward, pai, é o mais novo... do cabelo cor de bronze...” O lindo, o perfeito, maravilhoso...

                “Ah... Acho que esse é melhor... Eu não gosto do jeito daquele grandão. Sei que ele deve ser boa pessoa, mas é velho demais para você.” Ele disse, voltando a sua cor original. “Esse Edwin é o que te tirou do caminho, da van, semana passada não é?” perguntou, seus olhos arregalados.

                “Sim, pai. Foi ele.” Olhei em seus olhos.  Ele murmurou alguma coisa e mordeu outro pedaço do croissant.

                “E esse Edwin é seu namorado?”

                “É Edward, pai! E não exatamente... É por isso que estamos aqui. Ele quer se apresentar formalmente e pedir sua permissão.” Murmurei e, com muito esforço, consegui não revirar os olhos.

                “Permissão? Não sabia que faziam isso atualmente.” Falou pensativo.

                “E não fazem... mas Edward é meio que... da velha guarda.” Suspirei.

                “Velha guarda. Gosto disso. Sempre disse que o Dr. Cullen e sua esposa tinham educado bem aqueles garotos. E a cidade toda falando mal...” Ele suspirou raivoso, balançando negativamente a cabeça. “Então quer dizer que você tem um encontro? Posso saber aonde irão?” Ele parecia um pai rabugento agora.

                “Ao cinema. Acho que é essa a idéia.” Balbuciei, olhando para mesa.

                “Sim... E você está levando precauções?” perguntou, e três batidas na porta me salvaram antes que eu tivesse de dizer sobre minha vida sexual – nula – para o meu pai. Então apenas revirei os olhos para ele, que riu.

                “É ele. Pai... por favor, seja bonzinho. Ele é importante.” Falei e ele me olhou estranho, como se pela primeira vez, desde que sentamos para conversar, ele considerasse que eu realmente gostava de Edward.

                “Eu serei.” Concordou, fazendo uma auréola em cima do cabelo.

                Charlie abriu a porta e eu estava bem atrás dele. Não tinha percebido que chovia lá fora. Edward estava parecendo um modelo de capas de chuva. Seus olhos sempre dourados e quentes mostravam respeito e sinceridade. Seu cabelo, normalmente bagunçado, estava parcialmente baixo por conta da chuva, e uma mecha escura caía em sua testa lisa e fria. Seus lábios perfeitos e cheios ficaram distorcidos em um ‘Olá, Chefe Swan’ respeitoso, estendendo a mão em seguida.

                “Olá, Edward! Entre, por favor!” Cumprimentou. Suspirei feliz quando Charlie disse o nome dele certo e deu espaço para Edward passar pela porta. Ele se deparou comigo no corredor e, como um perfeito cavalheiro que era, pegou minha mão e a beijou. Pude perceber que isso surpreendeu Charlie, mas, pelo sorriso torto de Edward, eu achava que tinha sido para o lado bom.

                “Vamos, garoto, me dê o seu casaco.” Charlie pediu a Edward, que rapidamente tirou sua capa de chuva amarela, revelando uma camisa xadrez cinza claro e azul marinho aberta, mostrando uma camiseta branca por baixo. Uma calça jeans e um sapatênis completavam o pacote.  Ele estava tão lindo. Suspirei fracamente.

                “Obrigado, senhor.” Edward continuou formalmente.

                “Apenas Charlie, por favor, Edward. Sente-se. Parece que temos que conversar.” Charlie inquiriu e o levou para a sala, fazendo-o sentar no sofá ao meu lado, enquanto meu pai sentava na poltrona. Olhou para nós dois e esperou.

                Ao meu lado Edward parecia extremamente à vontade. Mais à vontade do que eu imaginaria ser possível quando se sentava na frente de um chefe de polícia. Ele irradiava confiança e sua sinceridade era plausível. Ele pigarreou.

                “Bem, Charlie... eu estou aqui, como imagino que saiba, para pedir a sua permissão para namorar a sua filha.” Ele disse tudo isso sem ao menos engasgar como eu tinha feito mais cedo. As palavras saíram confiantes e fluidas, como se tudo aquilo fosse completamente normal. Como se fosse exatamente o que tinha que ser dito.

                “Eu amo imensamente a sua filha, senhor, e gostaria que nos desse a sua permissão.” Senti um arrepio quando ele disse aquelas palavras. A sinceridade jorrava delas e Charlie podia perceber. Meu olhar para Edward foi o suficiente para que Charlie se levantasse. Senti meu coração disparar.

                Edward se levantou e, humilhantemente para Charlie, o vampiro era vários centímetros mais alto, embora eu soubesse que ele não mexeria um músculo contra Charlie. Meu pai estendeu a mão e Edward a apertou com afinco, sem nunca desfiar os olhos dos dele.

                “Aperto forte... Sem medo de olhar nos olhos... Isso dita o caráter de um homem. A minha permissão está mais do que concedida, é claro. Você, garoto, salvou a vida da minha filha – não sei se lhe agradeci por isso. Salvou a parte mais importante da minha vida, por isso, obrigado! E se você gosta dela tanto quanto ela gosta de você... não vejo o porquê de não permitir que um casal tão bonito quanto vocês circulem pelas ruas.” Ele disse e sorriu, soltando a mão de Edward, que também sorriu torto. Era um dos discursos mais compridos de Charlie.

                “Mas saiba, garoto, que se fizer qualquer coisa que a machuque, eu vou esquecer algumas leis e terei que machucá-lo, quebrar uma perna ou algo do tipo. E eu não iria querer fazer algo assim... então...” ele parou sugestivamente e corei, mas Edward achou engraçado, sorrindo em seguida.

                “Sim, senhor. Acredite, eu mesmo faria algo assim comigo caso a machucasse...” ele parou e olhou para mim, me perdi em seus olhos. “Ela é realmente muito importante para mim, senhor.” Ele disse ainda olhando em meus olhos e depois olhou de volta para meu pai. “Mas o aviso está dado. Tomarei todo cuidado do mundo, senhor.” Edward disse, sua voz tinha o selo de promessa. Charlie parecia contente.

                “Bem... acho que devem ir agora... O jogo dos Lakers vai começar.” Ele estava quase nos empurrando para fora de casa agora. Levantei-me e segurei a mão de Edward, entrelaçando nossos dedos, meu pai viu e me pareceu contente. Incrível!

                “Até logo, senhor, a trarei de volta antes das nove.” Edward disse. Charlie riu.

                “Relaxa, garoto... Podem ficar até as 11. Mas lembre-se... um arranhão e...” Charlie passou um dedo no pescoço sugestivamente e riu. Edward passou pelo beiral da porta.

                Abracei forte meu pai. “Obrigada, pai! Você foi incrível!” eu disse sinceramente enquanto o abraçava pela cintura.

                “Sei que fui! Divirta-se. Eu realmente gostei desse garoto.” Sussurrou para mim e beijou minha testa. Beijei sua bochecha e agradeci baixinho, saindo pela porta. Edward abriu a porta para mim e correu na velocidade humana em volta do carro enquanto o mundo se acabava em chuva.

[...]

                Havíamos chegado ao shopping em Port Angeles e caminhávamos de mãos dadas pelo estacionamento, indo em direção ao shopping. Edward estava animado e alegre quando entramos no shopping cheio.

                “O que prefere comer? Sempre existe a opção do Big Mac.” Ele disse brincando e eu ri.

                “Se você insiste tanto...” falei e ele me arrastou para a fila do McDonald’s. O pedido saiu rapidamente e ele pegou minha bandeja e não me deixou pagar, alegando que foi ele que tinha dado a ideia, então, ele que pagasse. Eu havia dito que quem estava com fome era eu, mas ele foi irredutível. Só concordamos depois de que eu disse que pagaria as guloseimas que iríamos comprar para o cinema.

                “Sabe o que eu acho incrível?” perguntou baixo, sua voz de veludo soando em meus ouvidos já acostumados com sua voz. Estávamos sentados na praça de alimentação lotada – parecia que todas as pessoas tinham decidido ir ao shopping hoje. Tínhamos visto alguns alunos de Forks e ele me apontou algumas garotas que tinham estudado na Forks High School.

                “Como eu consigo enrolar para comer um mero sanduíche?!” chutei.

                “Isso também...” Sorriu torto. “Mas estava me referindo às mentes humanas. Aquelas garotas que eu lhe mostrei... Ano passado todas elas tinham dado em cima de mim.” ele disse e senti o ciúme fazer subir o sangue para minhas bochechas. “E eu tinha, educadamente, dito que não procurava um relacionamento. E aí elas provocaram uma rebelião no colégio com a tese que eu era homossexual e que Emmett traía a Rose comigo.” Ele riu ao dizer, mas os ciúmes não me permitiram tal ato. “E agora elas me veem com você e ficam se perguntando por que você. É incrível como o ser humano é cego! Como se eu precisasse desses motivos fúteis que eles precisam para me apaixonar por você.” Ele terminou o discurso e colocou uma batata frita em minha boca. Eu mastiguei com um bico formado em meus lábios.

                “Sabe... acho que eu poderia ir ali mostrar para elas o quanto você é homossexual... o que acha?” perguntei raivosa – meus olhos se estreitando em direção aquele conjunto – e ele riu.

                “Acho que você com ciúmes é a coisa mais linda. Perfeitamente desfrutável.” Murmurou e me deu um beijo nos lábios.  Eu sabia que aqueles olhos falsamente coloridos estavam em nós, então fiz questão de demorar um pouco mais ao abraçá-lo pelo pescoço e demorar-me em sua boca. Depositei pequenos beijos em seu rosto e lábios após nos separarmos, e ele apenas riu.

                “Perfeitamente desfrutável.” Repetiu, beijando minha bochecha demoradamente.

                “Elas me irritam!” Aleguei fazendo um bico. Ele abriu meu sorriso torto e beijou minha mão sobre a mesa.  “Mas tem umas dúvidas delas que eu compartilho... como, por exemplo, por que eu? Existem milhões de meninas humanas mais bonitas que eu, e vampiras então, nem se fala. Mas eu sou tão... tão...” Eu não consegui terminar enquanto ele brincava com os meus dedos.

                “Minha namorada.” Ele me completou e parou de mexer nos meus dedos. “Você é a minha namorada. E, mesmo se a pessoa fosse a mais bonita da face da Terra, ela não exerceria um décimo... não, nem um milésimo da atração que você exerce sobre mim. Eu amo você, Bella. Já disse algumas vezes e vou continuar repetindo até que entre na sua cabeça dura. Eu amo você! Para sempre! Não se importe com as garotas da rua, pois é apenas você que faz minhas mãos inumanas suarem frio, faz borboletas tomarem meu estômago, e meu coração frio e inerte doer de saudade quando estou longe de você. Por que eu te amo. E isso nunca irá mudar.” Edward terminou o discurso sem nunca tirar os olhos dos meus e, embora sua sinceridade fosse tocável, me parecia impossível que uma pessoa tão perfeita pudesse se apaixonar por alguém tão... tão... eu!

                “Não faz sentido!” Balancei minha cabeça. Ele riu e beijou minha mão.

                “Nunca ouviu falar que amar não faz sentido?” ele perguntou retoricamente. Assenti e ele riu em minha palma. “Você também me ama e isso também não faz sentido.”

                “Faz total sentido para mim.” Falei calmamente, fazendo-o suspirar.

                “Amar você também faz total sentido para mim...” Foi a minha vez de suspirar com suas palavras.

                “Como ficamos?” perguntei, olhando em seu rosto.

                “Juntos, é claro! Os sentimentos não fazem sentido. E a vida só começa a valer à pena quando ela perde esse sentido.” ele proclamou baixinho para mim, seus olhos sempre nos meus.

                “Então é isso... viveremos sem procurar sentido nas coisas...?” Murmurei em tom de pergunta. Ele riu.

                “Quando o quesito for eu, sim.”

                “Você é toda a minha vida, é claro que vai ter a ver com você!” afirmei e revirei os olhos. Edward pegou meu rosto em suas mãos grandes e me deslumbrou por alguns segundos.

                “O que quis dizer é que não quero ficar ouvindo sobre essa dúvida medonha que você tem sobre os meus motivos para amar tanto você. Eu te amo. Não é o suficiente?” perguntou com meu rosto ainda entre suas mãos, seus lábios distorcidos em um sorriso torto estavam a centímetros do meu rosto. Seu hálito frio me deixava tonta.

                “Sim. Isso basta, para sempre.” Eu disse e fiz o ‘grande’ trabalho de encostar minha boca na sua. Ele retribuiu o beijo e eu perdi o ar.

                Quando nos separamos eu nem estava lembrando daqueles seres desprezíveis que nos encaravam. Eu nem lembrava meu nome. Edward deixou a bandeja no lugarzinho que tinha que deixá-las e me abraçou por trás, e andamos assim pelo shopping em direção ao cinema.

                Decidimos que iríamos ver Atividade Paranormal 3 e ele ficou na fila para comprar os ingressos enquanto eu ficaria na fila para comprar balas, chocolates e coca cola.

                “Bella?” Uma voz rouca e conhecida perguntou por mim. Tive que olhar para cima para perceber que era o Jacob.

                “Jake?” perguntei, assustada com o seu crescimento acelerado.

                “Hey, Bells!” Ele me abraçou – tive que me esticar para alcançá-lo.

                “Uau, Jake! Cresceu de novo!” Eu disse feliz para ele, que abriu um sorriso largo, como era de costume.

                “1,90m. Mas continuo um varapau.” Falou com o seu sorriso largo e branco destacando contra a pele moreno-avermelhada. “Mas o que você está fazendo aqui?”

                “Não sei, Jake... Vim para o cinema comprar carne!” eu disse sarcasticamente. Ele me mostrou a língua enquanto o moço entregava para ele três coca-colas grandes. Seus braços rodearam os copos e fiquei preocupada. Jake nunca foi melhor equilibrista que eu e com aquele tamanho todo...

                “Próximo.” O moço do balcão chamou.

                “Uma coca cola média, um M&Ms e um pacote de alcaçuz.” E ele desapareceu por detrás do balcão para pegar o meu pedido.

                “Tem alguma amiga sua por aqui?” Jake perguntou malicioso. Dei uma tapa no braço dele, o refrigerante não derramou por pouco e, logo, colocou as cocas em cima de um balcãozinho que tinha do lado do caixa.

                “Não exatamente.” Ele semicerrou os olhos para mim para a minha resposta.

                “Com quem você veio?”

                “Olá.” Edward apareceu atrás de mim com os ingressos balançando entre seus dedos.

                “Oi, Ed.” Eu disse e entrelacei nossos dedos. “Jake, esse é Edward, meu namorado.” Era incrível como era fácil dizer isso para ele. “Ed, esse é Jacob Black, amigo da família.” Prossegui e olhei em seus olhos procurando alguma desavença passada. Ele sorriu.

                “Olá, Jacob, prazer conhecê-lo. Bella falou de você... que você tinha consertado a picape. Foi um trabalho incrível!”

                “Oi, Edward. Cullen, né?” Jake sorriu normalmente e apertou a mão estendida de Edward. “Bells também falou sobre você... que você tinha a tirado do caminho. Foi um trabalho incrível!” Jake repetiu e eles riram. “Sério, cara. Agradeço por ter salvado essa baixinha irritante aqui. Ela é especial.” Jake abriu um sorriso tão largo que tive medo de machucar suas bochechas. E depois ele olhou para Edward seriamente.

                “Espero que saiba que caso a magoe ou a machuque terá de se ver comigo.” Falou sério e depois fez uma careta. “E aí terei de quebrar uma perna ou um braço seu... e depois contar para o Chefe Swan.” Ele disse, ainda sério. Jacob nunca chamava Charlie de Chefe Swan, a não ser quando queria aterrorizar alguém. Comecei a rir. Jacob me olhou chocado. Edward estava se divertindo. “É que eu conheço o Charlie há muito tempo... Ele esperaria que eu dissesse algo assim... soaria mais natural vindo dele.” Jacob se explicou e suas bochechas ficaram estranhamente vermelhas.

                “Relaxe, Jacob. E realmente soou muito mais natural vindo de Charlie.” Edward falou sorrindo. Jacob relaxou.

                “Nós acabamos de vir de lá, Jake.” Eu disse para ele.

                “Você se apresentou oficialmente para o Chefe de Polícia de Forks como namorado de sua filha?!” perguntou, ainda chocado.

                Edward assentiu. Jake começou a rir. O vampiro ao meu lado mantinha um sorriso torto no rosto, só eu que não estava entendo nada.

                “É um homem de coragem. Gosto disso.” Jake disse e apertou a mão de Edward de novo. “Mas agora tenho que ir. Meus amigos estão me esperando com as cocas deles. Foi um prazer, Edward. Se deu bem, Bells!” ele riu e me deu um abraço. Dei um tapa nele de novo e ele saiu tropeçando com as cocas nos braços compridos.

                “Idiota.” Murmurei.

                “Eu o achei legal... Ele não alimenta nenhuma desavença com os Cullen e te trata como irmã. Parece-me ser um bom garoto.” Edward disse e eu o abracei, sentindo o cheiro delicioso que exalava de seu peito.

                “Fico tão feliz por vocês terem se entendido.” Sorri e ele riu em meu cabelo, depositando um beijo nele em seguida.

                “Senhorita...?” O moço do balcão me chamou e eu peguei as paradinhas, pagando em seguida.

                “Obrigada.” Agradeci, e eu e Edward fomos para a sala do cinema, a qual estava parcialmente vazia e ainda faltava cerca de 20 minutos para o filme começar. Aproveitei o momento, é claro, e ficamos namorando, curtindo a presença um do outro.           

Edward me ajudou a abrir o pacote com alcaçuz que eu sempre derrubava e enfiei um na boca dele. Ele não gostou – as caretas dele eram extremamente divertidas. Ele gostou mais do M&Ms. A sessão começou a encher uns dez minutos depois de entrarmos, mas nós apenas paramos de brincar quando começou o filme.

                O filme, obviamente, era extremamente assustador e eu levei susto direto. Aproveitei da situação e me mantive segura nos braços fortes de Edward. Ele respirava tranquilamente em meu cabelo e parecia extremamente à vontade, ao contrário de mim que me assustei inúmeras vezes e, em certos momentos, soltava sem querer um grito de susto – nessas cenas, Edward estreitava os seus braços a minha volta e dizia que era apenas um filme e eu voltava a respirar. Logo terminou e quando ele me levou para casa nem era oito da noite ainda.

                “Tem certeza que não quer entrar?” perguntei para ele assim que parou com o carro na frente de casa. A chuva tinha dado uma trégua e eu conseguia ver Charlie nos observando pela cortina da sala. “Aposto que Charlie não se importaria.” Olhei para nossos dedos entrelaçados sobre o banco.

                “Sei que não, mas eu preciso caçar. Garantir para a semana.” Murmurou com os lábios franzidos. “E quanto mais cedo eu sair mais cedo eu volto.” Acrescentou e olhou para mim.

                “Então posso esperá-lo no meu quarto?”

                Ele apenas sorriu torto. Ficamos um minuto em silêncio. Eu sabia que essa era a hora que eu tinha que ir.

                “Foi muito bom hoje, Eddie. Eu realmente me diverti. Obrigada!”

                “Eu que agradeço. Foi realmente divertido.” Ele disse e olhei para seu rosto.

                “Até daqui a pouco...?” murmurei em forma de pergunta. Ele abriu o seu melhor sorriso.

                “Te vejo depois!” afirmou e me deu um beijo demorado na minha bochecha já corada.

                “Charlie?” chutei e ele apenas assentiu. Dei um beijo em sua bochecha lisa e agradeci novamente enquanto descia do carro. Ouvi o vidro da janela elétrica sendo abaixado quando estava na soleira da porta.

                “Durma bem, Bella.” Ele disse e sorriu. Acenei, sabendo que desejar o mesmo seria besteira.

                Charlie, como era de se esperar, estava acordado ‘assistindo’ a um programa de culinária. Aham... Sei. A cortina da janela ainda balançava.

                “Oi, pai.” Cumprimentei, vendo-o abrir um meio sorriso. Parecia meio malicioso meio divertido.

                “Como foi o cinema?”

                “Bom. Vimos o Jake lá...” murmurei, já na cozinha.

                “E ele também tinha uma namorada?” perguntou, sua voz era menos maliciosa, o que me irritou menos.

                “Não... Pelo que eu saiba, ele estava lá com uns amigos dele... ou algo assim.” Peguei um último croissant que tinha sobrado.

                “Bom garoto o Jacob... Ele te viu com o Edward?”

                “Sim... Ele até ameaçou tirar uma perna de Edward caso ele me magoasse ou algo parecido...” Acrescentei, ouvindo a risada de Charlie.

                “Mas não teve nenhum problema, né? Sei lá, sei como Billy é com esse preconceito com os Cullen...” ele disse e parecia preocupado.

                “Não... Eles se deram bem, na verdade. Jake nunca ligou para essas coisas...” Voltei à sala, com o croissant pela metade.

                “Onde você comprou isso?” Charlie perguntou, referindo-se ao croissant. “Nunca vi para comprar em lugar nenhum por aqui... É muito bom.” Parei para pensar no que deveria falar, aproveitando que estava com a boca cheia.

                “Alice... Irmã de Edward... Ela trouxe para mim ontem, pouco antes de você chegar.” Eu disse pausadamente, inventando enquanto falava.

                “E você perguntou onde ela comprou?”

                “Pelo que eu entendi foi Edward que fez...” Murmurei e vi Charlie erguer as sobrancelhas.

                “Uau...” Ele pareceu pensar se isso era bom ou não e sorriu. “Sua mãe ligou... estava meio estressada, alegando que você tinha desligado o celular na cara dela... Acho melhor falar com ela logo.” Deu de ombros. Suspirei.

                “Vou tomar banho... Ligo para ela em seguida. Obrigada, pai!” Falei e subi as escadas, indo para meu quarto.

                Meu celular começou a tocar antes que eu pegasse a toalha. Mas não era exatamente quem eu esperava.

                “Oi, Ang!” Sorri.

                “Bella! Eu liguei hoje mais cedo e seu pai disse que você tinha saído. E que não sabia que hora você ia voltar. Explique-se!”

                “Desculpe, Ang... Eu esqueci o celular em casa.” Desconversei.

                “Sério? Se você não me dissesse eu nunca iria adivinhar!” ela disse, o sarcasmo escorrendo da frase dela. “Isso eu já sei! Agora me diga... onde você foi?”

                “Ao cinema.” Disse simplesmente.        

                “Com quem?” perguntou. Fiz suspense por algum tempo e abri um sorriso depois.

                “Edward Cullen!”

                “Eu sabia!” ela sibilou, depois começou a rir. Eu ri com ela. “Pode começar a falar!”

                “Ele me chamou para ir ao cinema e eu aceitei.”

                “’Tem mais...” Argh! Por que as pessoas faziam isso comigo? Até do outro lado do telefone!

                “Ok... Ele me pediu em namoro.” Falei e ela riu.

                “Eu sabia... Você aceitou, né?”

                “Óbvio! Eu gosto muito dele... muito mesmo!”

                “Você diz como se eu não soubesse disso!” ela riu. “Fico tão feliz por vocês! Edward sempre foi um cara legal e as meninas caíam matando em cima dele... mas ele sempre foi tão solitário. Fico feliz que tenha sido ele a pessoa que você decidiu gostar.” Suspirou feliz.

                “Não acho que tenha decidido nada não... nunca tive essa escolha. Eu tive foi sorte de ele gostar tanto de mim como eu gosto dele. Mas então... como foi o baile?” perguntei.

                “Não sei exatamente... estava meio imersa em uma bolha onde só existia o Ben e eu...” ela admitiu, suspirando apaixonadamente.

                “Ele te beijou.” Não era uma pergunta.

                “Sim!” assumiu feliz. “Como sabia?”

                “Fiquei exatamente do mesmo jeito que você quando Edward me beijou...”.

                “Edward te beijou? Como assim? E você não fala nada...”

                “Você não perguntou!” Dei de ombros.

                “Argh, Isabella Swan. Conte-me... como foi?” Eu lembrei de Edward me chamando pelo meu nome inteiro e sorri, demorando um pouco para responder.

                “Perfeito. Ele é perfeito!”

                “Está apaixonada.”

                “Olha quem está falando!” ela riu ao me ouvir dizer.

                “Mas isso não é segredo... Agora, não fuja do assunto...” ela disse. Estava parecendo minha mãe.

                “Estou perdidamente apaixonada por ele. Muito mesmo. Eu quase tenho um infarto toda vez que o vejo.” Admiti tudo de uma vez.

                “Uau! Pensei que só eu sentisse isso... quando vejo o Bem, é claro.” murmurou pensativa. “Que bom que as coisas estão dando certo para você...”.

                “Também acho!” eu disse e ela riu.

                “Agora eu vou desligar... Amanhã a gente se fala.”

                “Tchau, Ang. Dorme Ben... entendeu?” eu ri e ela desligou o telefone na minha cara, enquanto eu ainda ria.

                Continuei rindo enquanto tomava banho. Ang era uma ótima pessoa e eu gostava muito dela. Ben também era uma pessoa legal e gostava realmente de Angela. Eles ficavam muito fofos juntos.

                Quando terminei meu banho, Edward ainda não havia chegado. Enfiei-me em baixo das cobertas e peguei meu celular. Tinha cinco chamadas não atendidas de Renée e uma de Ang. Retornei a ligação para minha mãe.

                “Isabella Marie Swan, posso saber por que a senhorita não atendeu ao telefone?” Renée disse exaltada do outro lado da linha.

                “Boa noite para você também mãe! Eu fui ao cinema... Charlie tinha lhe dito isso!”

                “Sim! Ele tinha dito.” Ela estava pensativa. “Ahá. Mas porque a senhorita desligou o celular na minha cara ontem, hein? Esqueceu que eu sou sua mãe?” Sua fúria tinha retornado.

                “Mãããee...” Alonguei a palavra porque eu sabia que ela se acalmava com isso. “Eu não desliguei na sua cara. Claro que eu não esqueci! Minha bateria acabou e eu não tinha achado meu carregador. Só achei hoje de manhã. Eu fiquei esperando você ligar aqui no telefone fixo, mas você não ligou.” Eu estava manhosa agora. Ela suspirou.

                “Hum...” Ela pareceu pensar. “Tem razão, eu não liguei.” Suspirou.      

                “Mas então... o que você fez hoje?” ela perguntou.

                “Fui ao cinema.” Falei novamente.

                “Que filme você viu?”.

                “Atividade Paranormal 3”.        

                “Você não gosta de filme de terror.” Murmurou.

                “Não tinha outro filme legal...” eu disse evasiva.

                “Seeei.” Foi a vez dela de alongar a palavra. “E com quem você foi?” Estava sondando e eu sabia que ela já imaginava alguma coisa.

                “Não posso ter ido sozinha?” perguntei.

                “Pode... mas você não foi.”

                “Como sabe disso?”

                “Sexto sentido de mãe... E seu pai me disse que tinham acabado de pegar você na hora que eu liguei.” Ela disse e eu ri. “Anda, menina, não me enrola. Com quem você foi?” Perguntou curiosa. Não adiantava protelar mais.

                “Com Edward Cullen.” Eu disse simplesmente. Minha mãe não respondeu em seguida e fiquei preocupada que tivesse assustado muito ela.  “Mãe?”

                “Quem é Edward Cullen?” Sua voz era estranhamente evasiva e fiquei com medo.

                “É um garoto... aqui de Forks... que eu estou namorando.”

                “COMO VOCÊ TEM A CAPACIDADE DE ESCONDER UMA COISA DESSAS DA SUA MÃE, ISABELLA MARIE SWAN?” Ela gritou do outro lado e afastei o ouvido do telefone.

                “Porque ele veio falar com Charlie hoje.”

                “Ele foi falar com Charlie? O chefe de polícia? Esse menino é louco?” perguntou, e graças a Deus, ela tinha parado de gritar.

                “Não, mãe... ele não é louco... só gosta de mim.”

                “Ele gosta mesmo de você. Sei que seu pai pode ser bem ameaçador quando quer. Desde quando você conhece esse rapaz?” Encostei minha cabeça no travesseiro.

                “Uma semana depois de você me ligar pela última vez. Quando perguntou sobre os garotos de Forks.” Eu comentei esse fato por que sabia que ela não havia esquecido.

                “Quando disse que o menino loiro era o mais bonito?”

                “Exatamente. Mas como disse, ele não estava indo para a escola ainda e sim aproveitando que o sol estava visitando Forks e ele e a família alongaram um pouco as férias.”

                “Então você quer dizer que esse Edward é mais bonito do que o menino loiro?” Eu suspirei.

                “Sim. Muito mais bonito. E mais inteligente. E charmoso. E divertido...” E perfeito, e interessante, e maravilhoso... Suspirei novamente.

                “Quero conhecer esse rapaz.” Ela disse e parecia sorrir.

                “E você vai, mamãe. Ele mesmo perguntou sobre você várias vezes...” Falei e acho que minha voz estava extremamente ‘boba apaixonada’.

                “Conte-me como isso começou.” E ela, como adorava romances, não me deixou passar.

                “Lembra aquele dia que você ligou? E o meu cd caiu da janela e quebrou?” ela murmurou que ‘sim’ do outro lado do telefone. “Eu fui com minha amiga, Angela, até Port Angeles comprar outro cd. O problema é que parecia que toda a população americana decidiu gostar de 30 Seconds To Mars e comprar justamente naquela loja. E Edward estava com o último álbum nas mãos. Eu resmunguei alguma coisa e ele ouviu e praticamente me obrigou a ficar com o cd. Segunda-feira ele estava na escola.” Eu terminei meu relato e minha mãe suspirou do outro lado.

                “Ele te obrigou a ficar com o cd? Como assim?”

                “Ele disse algo como que na cabeça dele ‘primeiro as damas’ vinha em primeiro lugar. E que ele poderia comprar em outra loja depois.” Esclareci, fazendo-a suspirar novamente.

                “Isso é incomum. Ele parece ser gentil... Como ele é com você?” ela questionou e foi a minha vez de suspirar.

                “Tem razão. Ele é gentil. E cuidadoso. E divertido, alegre. Seu sorriso me deixa tonta. Ele é perfeito, mãe.” Eu disse apaixonadamente.

                “E quantas décadas ele tem acima de você?” ela perguntou preocupada.  Entendi os motivos dos suspiros dela.

                “Nenhuma, mãe. Ele tem 17, assim como eu. Que pergunta foi essa?”

                “Nossa. Do jeito que você falou, imaginei que ele tivesse uns 35 anos. Ou mais. Uma pessoa assim tão... perfeita... não fica assim em apenas 17 anos.” Ela falou e sua guarda, que estava levantada há um bom tempo, abaixou.

                “Não, mãe. Ele só tem 17. Apenas seus costumes que são da velha guarda.” Eu disse. Sua pergunta havia sido estranha, embora ela estivesse mais certa do que imaginava. Suspirei mais tranquila.

                “Fico tão feliz, minha filha. Parece que você finalmente encontrou outra alma velha. Espero que ele te faça feliz.” Isso me fez sorrir.

                “Obrigada mãe. E ele já está fazendo.” Murmurei e ela riu.

                “Estou vendo. Mas, por favor, não me faça avó cedo demais, okay?”

                Eu a acompanhei na risada. “Credo, mãe. Até parece que você não me conhece.”

                “É claro que conheço. Mas também conheço o poder dos hormônios adolescentes. Apenas prometa-me que irá tomar precauções.”

                “Dizer que nós não fizemos isso não irá adiantar de nada. Então... sim, mãe. Eu prometo.” Revirei os olhos para o telefone.

                Foi com a minha visão periférica que o vi entrando pela janela. Edward estava lindo, de blusa pólo vermelha e calça caqui. Ele sorriu e meu coração perdeu uma batida – como ele conseguia ser tão lindo assim? Sorri de volta, tentando não babar enquanto ele se posicionava do meu lado, beijando minha cabeça em seguida. Sorri diretamente para ele, que logo deitou ao meu lado por cima das cobertas, segurando minha mão que estava livre.

                “Bella? Você ainda está ai? Ouviu o que eu disse?” Lembrei que minha mãe ainda estava falando comigo e corei. Edward riu silenciosamente afagando minha bochecha vermelha.

                “Oi, mãe. Desculpe, eu viajei alto aqui agora.” Eu disse com vergonha, olhando para Edward que mantinha o meu sorriso no rosto.

                “Vejo que esse garoto mexeu mesmo com você. Mas, Deus, Bella você é tão nova...” Ela falou e reconheci o tom razoável, porém firme das conversas que tive com ela sobre homens. Eu sabia o que viria em seguida, então cortei logo.

                “Sei disso, mãe. Não se preocupe. É só uma paixonite.” Eu a tranquilizei e olhei para Edward, mas ele evitava meus olhos propositalmente.  

                “Está bem.” Concordou, sua voz era satisfeita. “Agora tenho que ir, querida, Phil terá uma entrevista amanhã e temos que sair super cedo.”

                “Tudo bem, mãe. Boa noite. E boa sorte.”

                “Obrigada, filha. Boa noite.” Despediu e, então, desligou. Ela devia estar mesmo com pressa – ela sempre enrolava para desligar o telefone.

                Coloquei o celular no criado mudo e olhei para Edward. Ele roçava seu dedo nas costas da minha mão e a encarava.

                “Edward?” Ele não olhou para mim. Franzi o cenho. “Edward... olhe para mim... O que aconteceu?” eu perguntei, embora já tivesse uma ideia do que fosse.

                “Pensei que estivesse melhorando... ficar aqui, no meio desse verde. Pensei que estivesse melhorando... principalmente depois de... bem, depois que eu cheguei.” Ele disse e deu de ombros. As palavras não saíram rápidas como era comum dele. Nunca ele tinha hesitado assim, e nunca foi tão humano. Edward ainda não olhava em meus olhos e essa relutância estava me deixando estranha, como se a falta de seus olhos nos meus arrancasse uma parte de meu peito.

                “Hey, Edward... Edward, olhe para mim... por favor.” Sussurrei e ele continuou encarando minhas mãos. Saí de seu lado apenas para me sentar no seu colo, alinhando-me em seu peito, inspirando em seguida.  “Eddie... é claro... óbvio até, que eu melhorei. Meu Deus, eu nunca estive tão bem como estou desde que você chegou. Você é perfeito e eu te quero ao meu lado para sempre.” Eu disse e o fiz olhar meus olhos. “Eu amo você. E aqui em seus braços é o lugar que eu sei que devo ficar. Porque eu me sinto completa. Eu amo você. O que disse para Renée foi a mentira mais deslavada que já contei em toda a minha vida. Não sei como ela acreditou... mas você conhece a verdade. O que sinto por você não é passageiro.” Eu repeti. Eu não era do tipo que sabia expressar os sentimentos, mas ele era a pessoa mais importante de toda a minha vida e eu não podia deixar aquele olhar triste em seus lindos olhos.

                Seus braços me rodearam finalmente e suspirei de satisfação. Senti seu cheiro e beijei seu peito.

                “Está falando de para sempre... sabe disso, né?” Ele repetiu o que eu disse e sorri em seu peito. “Eu amo você, Isabella. O que sinto por você não é, e nunca vai ser, passageiro. E quero você ao meu lado para sempre. Só você.” Ele disse e me deu um beijo no cabelo, mas não era só isso que eu queria.

Olhei em seus olhos e senti que a parte do meu peito retornava. Coloquei meus braços ao redor do seu pescoço e o puxei para mim. Senti sua mão ao redor de minha cintura. Seus lábios frios encaixavam perfeitamente nos meus e não pude deixar de sorrir com isso – era como se fôssemos feitos exatamente um para o outro. O beijo foi calmo e longo e também não pude deixar de sugar seu lábio inferior, fazendo-o suspirar quando nos separamos.

Encostei minha cabeça em seu peito novamente. Ele me deitou na cama e ficamos conversando – eu encostada ao seu peito enquanto ele brincava no meu cabelo. Ficamos conversando e namorando silenciosamente.

E naquela noite eu dormi tranquila com a voz de Edward ressoando em meus ouvidos a minha canção de ninar.

[...]

                Acordei de manhã, sentindo uma mão gelada em meus cabelos. Eu estava deitada com metade do meu corpo sobre o peito de Edward – meu braço e perna direita se posicionavam em cima dele e ele fazia carinho em meu cabelo despreocupadamente.

                “Bom dia, dorminhoca.” Ele disse divertido. Levantei meu rosto e ele estava com a mesma roupa de antes. Seu cabelo estava extremamente bagunçado e sexy. Corei ao perceber que provavelmente fui eu quem fez isso ontem à noite. Sorri para ele e murmurei ‘bom dia’, fechando os olhos em seguida.

                “Sabe... ficar aqui é realmente muito bom... mas, segundo as minhas contas, hoje é segunda-feira. E nós temos aula.” Falou e eu suspirei, ainda de olhos fechados. Seu carinho era tranquilo e sentia meus olhos querendo se fechar novamente. “Bella? Amor, já são 8:30. E você ainda nem tomou café.” Ele murmurou perto do meu ouvido.

                “Argh. Está tão bom aqui.” Eu resmunguei em seu peito e senti-o rindo embaixo de mim. Senti seus lábios em meu cabelo e aquilo me provocou calafrios, até que abri meus olhos finalmente e levantei minha cabeça para olhá-lo.

Ele sorriu torto e meu coração perdeu uma batida, o que o fez sorrir ainda mais largo. Distribuí beijos em seu peito até chegar a sua boca, hesitando de propósito. Seus olhos arderam e perdi o fio da meada. Sua mão se firmou em minha cintura e Edward sorriu torto e sorri bobamente para ele. Sua mão, que estava desocupada, foi para a minha nuca e me aproximou mais dele. Seus lábios finalmente se encontraram com os meus e o aperto em meu peito sumiu. Seus lábios macios e gelados estavam por toda parte e o ar se fez necessário.

Edward aprofundou o beijo e sua língua encontrou-se com a minha – era como se filhotes de dragões estivessem fazendo uma festa dentro do meu estômago. Ele separou nossas bocas e consegui respirar novamente, soltando um suspiro involuntário, fazendo-o rur r beijar meu cabelo novamente.

                “Não me importaria em acordar todos os dias assim.” Eu murmurei mais para mim mesma do que para ele, que acabou ouvindo.

                “Casa-se comigo e eu resolvo isso para você.” Ele disse simplesmente. Olhei incrédula para o seu rosto e ele sorriu torto. Se ele continuasse me deixando tonta desse jeito por mais tempo eu não responderia pelos meus atos. Arfei.

                “Está falando sério?” perguntei. Ele sorriu mais largo, mostrando todos os seus dentes perfeitos.

                “Nunca falei mais sério em toda a minha existência, mas não precisa me responder agora. Eu tenho toda a eternidade.” Piscou. Meu queixo caiu e ele aproximou-se rapidamente me dando um beijo que deveria ser crime.  Seu sorriso torto, quando nos separamos, era extremamente tentador.

                “Ainda temos que ir para a aula?” perguntei com o cenho franzido.

                “Sim. Seu café da manhã te espera na mesa. Eu vou em casa rapidinho trocar de roupa e pegar o carro...” ele disse suavemente e passou a mão nos cabelos, bagunçando-os mais ainda. Senti a saliva se acumular no canto da boca. “E arrumar o cabelo também.” Acrescentou divertido, sorrindo torto para mim.

                “Por quê?” Eu adorava o cabelo dele revoltado como estava. Principalmente se formos considerar o fato que a culpa era minha.

                “Imagine o que os vizinhos iriam pensar.”

“Que você tem estilo...?” chutei.

“E que acabei de fazer um sexo selvagem.” Ele disse gargalhando em seguida. Corei fortemente.  Só eu que percebi essa perseguição com esse assunto?

Edward deu aquele sorriso matador e puxei o ar com força tentando a todo custo não babar. Ele se aproximou e me beijou lentamente.  E, então, sumiu, voando sem me dar tempo para despedidas. Suspirei.

                Fiz a minha higiene matinal e troquei de roupa, ficando com uma calça jeans skinny clarinha, uma camiseta branca e uma blusa xadrez meio aberta. All Star branco meio cano.

                Como Edward disse, o meu café da manhã estava mesmo na mesa. Uma xícara com leite frio e bolo de maçã com canela. O bolo ainda estava morno, o que denunciava que Edward havia feito. Suspirei, balançando a cabeça com um sorriso bobo nos lábios. O que eu havia feito para merecer alguém tão perfeito? O bolo estava ótimo e, após guardar as coisas na geladeira, subi para escovar os dentes rapidamente. Peguei minha mochila e desci e, antes de abrir a porta, ouvi o ronco baixo do Volvo. Sorri bobamente enquanto fechava a porta.

                Uma mão fria segurou minha cintura e tirou a mochila de minhas mãos enquanto beijava meu pescoço. Estremeci dos pés à cabeça.

                “Sentiu minha falta?” perguntou, ainda com os lábios no meu pescoço.

                “Desde o momento que saiu voando pela minha janela.” Eu disse suspirando. Ele riu e subiu com os beijos para o meu maxilar, sugando o lóbulo de minha orelha logo depois. Estremeci e ele riu.

                “Vamos?” ele perguntou, dando-me espaço para que eu pudesse respirar.

                “Tem certeza? Aposto que seria mais legal se ficássemos aqui.” Persuadi e ele riu outra vez, guinchando-me para o seu carro.

                “Quem é você e o que diabos fez com a Bella responsável que conheço?” inquiriu, rindo após se sentar ao meu lado, já acelerando no carro.

                “Olha só quem fala! Quem era que estava me agarrando na porta da minha casa agora mesmo?” perguntei, o que o fez rir – seu humor intacto.

                “Se isso lhe irrita não faço mais...”

                “Não!” eu disse rápido demais, quase sem deixá-lo terminar a frase.

                Ele riu novamente e pegou minha mão.

                “Onde está a sua família?” Percebi assustada que eles não estavam no banco detrás como era comum.

                “Vieram com Rosalie.” Ele disse simplesmente e eu apenas assenti.

                E, então, já estávamos na frente da escola. Olhei para Edward que sorriu torto.

                “Pronta?” perguntou, olhando-me nos olhos.

                “Você estará do meu lado?”

                “Sempre.” Ele disse e me deu um beijo suave nos lábios.

                Respirei fundo antes de descer do carro.


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Notas finais do capítulo

eae galera?
o que acharam?
please esperando reviews aqui viu?!
N/B: U.A.U
My God, como essa fic consegue ficar mais perfeita a cada cap? Dude, tenho que admitir que estou amando esse casal todo quente e cheio de amassos (66
HUAHAUHAUAHUAHUAHUAHA
Muito fofo esses dois indo ao cinema... E a conversa com o Charlie? Ah, dei trela! Edward e Bella foram tão meigos e cheios de trocas de olhares! Charlie ficou babando na personalidade impecável do genro perfeito *suspira*
E esse Jake todo amigo? É assim que tem que ser *guarda o pé de cabra*
KAOKAOPKAOPAKOPAKAOPKAP
E fiquei sabendo que o próximo cap terá uma cena... er... picante! É, eu fiz uma chantagem básica com a Bia e ela me soltou vários spoilers do próximo cap, então, se eu fosse vocês, comentava muito pra ela terminar de escrever e me mandar pra betar! Assim vocês verão com seus próprios olhos! Muahaha!
Beijos, seus lindos!
Toodles honey
ps.: gente, chantagem basica nada! a Rapha quase engole meu figado qnd eu disse q tinhas novidades e q ela iria adorar, como sabemos nossa Beta gata demais mora em GO e eu em Bsb então é só por isso q eu ainda tenho um figado. juro!
e tbm ela me disse q se eu passasse spoilers ela me dava spoilers de Respiro Me e quem conhece sabe que spoiler dessa fic é sempre indispensável e quem não conhece deveria conhecer então então propaganda básica, pq eu sou uma amiga muito legal u.u
Respiro Me Sinopse: Edward se foi após a desastrosa festa de aniversário de sua frágil humana, e uma carta foi tudo o que deixou para se explicar. Sem despedidas, sem mentiras. Apenas as palavras supriram sua dor.
Bella viu sua alma beirar o desespero ao saber da partida dos Cullen, ao encontrar uma carta de Edward em sua cama, no meio da noite.
Quinze anos se passaram... E as vidas de ambos tomaram proporções nunca imaginadas.
Edward se casou com uma híbrida, e agora é pai de uma doce garotinha.
Bella, agora, também é casada e mãe de um lindo casal de gêmeos. O intrigante é que ela se tornou uma bela imortal, mas de uma linhagem diferente - Da mesma espécie de seu marido.
E um curso desenfreado do destino coloca as vidas de Edward Cullen e Bella Salvatore juntas outra vez. E eles podem sentir um laço os unindo por um sentimento ainda avassalador.
Seriam eles capazes de resistirem a essa paixão?
(https://www.fanfiction.com.br/historia/113959/Respiro_Me)
sério. vão lá ler, pq vale muito a pena. juro.
gente lembrando que minhas aulas voltaram e eu entrei no primeiro ano do ensino medio agora (sim, eu sou uma criança) então o tempo que era curto ficou inexistente, meu pc fudeo de vez, e eu to sem net pelo cel, então nem ler mais eu to conseguido ç.ç
mas eu to escrevendo no meu inseparavel caderno de redação do ano passado e a historia tá ficando cada vez melhor.
agora eu vou embora pq eu já falei demais.
amo vcs
bjus até depois.
Bia Felix



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