Behind Your Soul escrita por Bia_Felix


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Galero, eu nem vou perguntar quem me matar pq eu sei que a fila é grande.
eu estou sem tempo nem para dormir direito e vim postar esse cap aqui pq ele já tá pronto a séculos e talz, mas o oitavo eu tinha começado a escrever,mas ae meu pen drive pegou virus e ai vcs já sabem...
Enfim, não me matem, curtam o cap e continuem aqui pq eu com certeza continuarei postando -Deus sabe como- e espero que vcs me entendam.
bjus



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Capítulo 7

Descer do carro nunca foi tão difícil. Tive que respirar profundamente duas vezes antes de soltar o cinto. Edward já dava a volta no carro, e abriu a porta para mim, estendendo a mão.

            “Eu estou aqui.” Ele disse, olhando em meus olhos. Segurei sua mão e me levantei, também o fitando.

            “Sei que sim.” Abracei-o fortemente pela cintura. Ele passou os braços fortes a minha volta, beijando meu cabelo em seguida.

            “Amo você.” Sorri em seu peito ao ouvi-lo. 

            “Eu também amo você.” Ele me apertou mais forte, mas sem me machucar e me soltou, olhando-me intensamente.

            “Vamos.” Murmurou, entrelaçando nossos dedos.

            “Vamos.” Suspirei de novo.

            Era exatamente como no primeiro dia de aula. Todos os pares de olhos de Forks High School estavam virados para nós, e, quando passávamos, o burburinho era audível até mesmo para mim.

            Suspirei raivosa e senti os dedos de Edward se apertar aos meus, em um gesto clássico de apoio. Estava com tanta saudade do fim de semana...

            Meu primeiro horário era Cálculo, aula essa que eu tinha com Angela – seria melhor que sentar com Jessica, por exemplo, mas eu sentiria a falta dele do meu lado.

            O sinal ainda não havia tocado e não tinha quase ninguém na sala. Edward me deixou na porta, encostando-se no beiral em seguida, suspirando ao pegar minhas mãos e beijá-las.

            “Vou sentir sua falta.” Ele sussurrou. Aquela imensidão dourada me fazia esquecer que estávamos no colégio e que provavelmente todos estariam olhando para nós naquele momento.

            “Que namorado grudento eu fui arranjar.” Brinquei, abrindo um meio sorriso – seu sorriso torto de resposta foi estonteante, e me perdi em pensamentos.

            “É verdade, mas ainda existe tempo para reembolso.” Ele disse, ainda sorrindo, me olhando nos olhos. Revirei os meus – um hábito que eu peguei dele –, sorrindo pelo pensamento.

            “Eu também vou sentir sua falta. Já estou com saudade do fim de semana.”

            “Por quê?” perguntou curioso, uma de suas sobrancelhas arqueadas, dando um charme a mais no seu sorriso torto – ele ainda me deixaria louca. Balancei a cabeça tentando voltar a pensar. “Vai me responder?” O sorriso perfeito se alargou.

            “Se você me deixar pensar...” disse, repreendendo-o. Seu sorriso se tornou mais aberto antes de ele recompor a expressão. Ergui meu corpo levemente e encostei os meus lábios nos dele rapidamente, dando um selinho. Os outros que fossem à merda! O namorado era meu afinal – o qual possuía a expressão confusa quando eu me afastei. Sorri abertamente para ele.

            “Pensei que quisesse pensar...”.

            “Não me importa. Eu não consigo com você tão perto, de qualquer jeito.” Dei de ombros. Ele riu baixinho.

            “Vai me contar, afinal, por que tem saudade do fim de semana?” ele perguntou novamente, no entanto, mal tinha acabado de fechar a boca e o sinal tocou. Olhei para os lados e vi o professor caminhando em nossa direção.

            “Depois. Na hora do almoço. Tenho aula.” Prometi, e me ergui novamente, dando outro selinho nele – mas dessa vez ele foi mais rápido, segurando minha cintura com firmeza, bem como seus lábios sobre os meus.

            “Você diz como se você se importasse.” Ele disse quando nos separou, me colocando no chão. Senti o rubor e ele riu, virando as costas enquanto eu tentava entrar na sala sem tropeçar.

            Angela já estava sentada na cadeira e sua expressão me-conte-tudo-agora! era clara. Ela tinha visto e sorria maliciosamente para mim. Suspirei antes me sentar na cadeira.

            “Conta tudo!” Exigiu, sem me dar tempo para respirar.

            “Argh, Ang! Bom dia para você também.” Eu disse rabugenta.

            “Bom dia! Agora conta!” ela falou e eu ri.

            “Você já sabe a história. Eu te contei ontem.”

            “Sim, mas eu quero detalhes.” O professor havia acabado de entrar na sala.

            “Eu fui à casa de Edward no sábado... Conhecer a família, e ontem ele foi falar com Charlie. E depois fomos ao cinema. Hoje de manhã ele passou para me pegar.” Murmurou baixinho enquanto pegava as minhas coisas dentro da bolsa.

            “Vocês combinaram ou foi uma surpresa?”

           “Uma surpresa. Mas não fiquei tão surpresa assim... Sei lá... É a cara dele fazer algo assim.” Abri meu caderno, revelando o dever que eu nem lembrara de ter feito.           

            “É, acho que sim... Mas quando foi que vocês se tornaram tão íntimos, hein? Eu sei que vocês conversavam e tal, mas desde quando saem juntos?” Sua expressão me fez rir baixinho.

            “Em Port Angeles, quando eu saí e acabei me perdendo na cidade e nos encontramos sem querer. Ficamos conversando um bom tempo, mas só isso... E foi quando ele me convidou para sair. Sábado.”

            “Ai, que belo. Eu sempre soube que você era afim dele. Ai, que belo!” Ela repetiu, suspirando. Eu ri de novo.

            “Relaxa, Ang! Não surta. Eu estou namorando ele agora, não é como se nós tivéssemos casados.” Falei e lembrei-me do meu sonho com nossos filhos – e um sorriso besta brotou nos meus lábios.

            “Não, mas é quase isso. Apenas o começo.” Ela disse baixo, concentrando-se nas próprias anotações. Sorri bobamente de novo, sabendo que Ang estava mais certa do que até eu mesma sabia.

            O restante das aulas passou mais lentamente do que eu imaginava ser possível. Eu não tinha aulas com Edward antes do almoço hoje e aquilo estava me matando. O pior foi durante a classe de Trigonometria, com Jessica – ela já estava sentada e com uma cara de poucos amigos. Sentei ao seu lado, achando tudo estranho.

            “Oi, Jess.”

            “Oi.” Respondeu simplesmente e começou a fingir que prestava atenção na aula. Fiz a mesma coisa. Eu não tinha nada contra a Jess – eu não gostava da Lauren –, mas, como elas andavam juntas, era de se esperar algo assim. No entanto, não consegui me importar. Eu sabia que depois daquela aula seria o almoço e, então, Biologia, e não conseguia assimilar o que o Prof. Vanner falava na frente.

            “Desde quando você é fura-olho, Bella?” Eu já estava acostumada com o silêncio de Jessica, por isso fiquei surpresa quando ouvi o que ela disse. Ouvi, não entendi.

            “O que disse, Jess?” perguntei, minha voz subindo algumas oitavas devido ao choque. A aula já estava no fim e o Sr. Vanner fazia suas anotações, deixando a turma conversar.

            “Eu disse, Isabella: desde quando você é uma fura-olhos? Pensei que fosse minha amiga.” Ela disse ultrajada. Minha cabeça já doía com o tamanho nó que ela havia dado, e balancei rapidamente para ver se conseguia raciocinar.

            “Como assim ‘fura-olho’, Jess? Eu nem sabia que você gostava dele!” Falei, tentando ser discreta. Ela me parecia alguém que gostava de um barraco.

            “Como assim não sabia? Por que acha que eu fui ao baile com ele ontem? Você sabe muito bem que eu sou afim dele desde sempre.” Ela disse e sua voz ficou mais alta.         “Calma! Espera aí! De quem você está falando, Jessica?”

            “Do Mike, obviamente. Eu fico com ele ontem e hoje chego atrasada na aula e a única coisa que se fala é sobre você estar de mãos dadas com um menino. Que obviamente é o Mike!” Eu olhei para ela e dei uma risada. Decidi parar porque ela parecia prestes a acertar a minha cara.

            “Jess, eu não estou com o Mike. Eu nem ao menos vi o Mike hoje. É claro que eu não ficaria com ele.” Reprimi a careta de nojo.

            “Não?” Ela parecia em choque. “Mas, se não é o Mike, quem é? Por que se for o Tyler eu tenho até dó de você. A Lauren é bem violenta quando quer...” Eu olhei para ela, esperando-a entender.

            E então ela percebeu.

            “MEU DEUS, VOCÊ ESTÁ PEGANDO EDWARD GATO CULLEN!” Sim, ela gritou! Corei fortemente – se ainda existia alguma possibilidade de alguém, em um raio de 100 km, não estar sabendo do novo casal de Forks essa, possibilidade sumiu agora.

            “Cala a boca, Jess!” eu sibilei. E ela parou. A sala toda olhava para nós – o Sr. Vanner apenas levantou o olhar e ela pediu desculpas.

            “Conte-me t-u-d-o!” ela separou a palavra e meu rubor ainda não havia passado.

            “Eu estou namorando ele. Fim!” Eu disse simplesmente.

            “Conte-me como fez essa façanha! Deve ter sido difícil... Ou você é muito boa de cama. Mas, se fosse isso, eu acho que a Lana teria feito primeiro... De acordo com os meninos, ela era muito boa. Até mesmo o Mike... Apenas o Edward não foi para a cama com ela. E os outros Cullen também... E por isso o boato que ele era gay, mas agora...” Ela parecia falar mais consigo mesma do que comigo.

            “Jess, pelo amor de Deus, eu não fui para cama com Edward! Eu estou namorando, apenas isso.” Enrubesci ainda mais. “Mas que história é essa aí? Quem é essa tal de Lana?” Reprimi outra careta de nojo. Não sabia quem era, mas não gostava dela.

            “Às vezes esqueço que você não é daqui... Lana era a garota mais disputada e rodada de Forks e redondezas. Ela era linda, tenho que admitir – morena de olhos azuis (mas era lente) e corpo escultural. Ela reinava por aqui desde os 14 anos, quando se mudou para cá. Bem, era Deus no céu e ela em Forks. Os meninos se excitavam só de vê-la passar e quando entrou na High School passou o rodo. Em Todos! Nem mesmo o Mike sobrou.

Quando os Cullen vieram para cá ano, no ano passado, ela meio que perdeu a realeza para a Hale, a Rosalie. Mas como ela estava com Emmett, e Alice com o Jasper, ela nem se deu o trabalho – Rosalie havia intimidado uma única vez. Foi Edward que sobrou. E ela o queria de qualquer forma. Mas ele não mostrava o mínimo interesse e isso a deixou irada. Então ela espalhou que ele era gay, e que não havia conseguido ‘levantar’ o brinquedo dele.

No ano passado, um mecânico de Seattle (muito gostoso) passou por aqui e, quando foi embora, a levou junto. Os meninos ainda suspiram de vez em quando.” Ela terminou e eu estava com o queixo caído.

Eu sentia certo ódio brotando em meu peito por aquela nojenta, sem ao menos conhecê-la. Quem, diabos, tinha dado a permissão para que ela tocasse no meu Eddie?

            “Ela ficou mesmo com ele?” questionei, tentando controlar um sentimento homicida que subia em meu peito.

            “Ninguém sabe. Há boatos, mas ninguém nunca chegou nele para perguntar.” Deu de ombros.

            Suspirei pesadamente e fiquei perdida em pensamentos. Jess agora contava sobre sua noite de ontem, e não era algo que eu realmente quisesse ouvir...

            Essa tal de Lana havia demonstrado interesse. Havia tocado em Edward. Será que ele havia correspondido? Talvez ele tivesse até gostado. Não. Edward não seria assim. Ele não faria nada sem sentimento... Será que ele gostava dela?

            Ele era lindo e tinha mais de 100 anos, afinal – era de se esperar que ele não fosse mais... Só por que eu era não significava que ele tinha que ser também. Suspirei outra vez.

            Embora meus pensamentos fossem mais apaziguados e não imaginassem de que forma lenta e torturante eu poderia matar aquela piriguete, o ciúme não diminuía. Eu não sabia exatamente o que sentia, mas queria que eu fosse única, a primeira para ele, como ele seria para mim.

            Deus! Esses pensamentos pervertidos que estavam me rondando estavam tomando conta de minha mente também.

            Balancei a cabeça novamente.

            “Bella! Bella!” Jess me olhava como se eu fosse louca. “Vai ficar aí mesmo? O sinal já bateu faz 5 minutos.” Ela disse e eu pisquei duas vezes antes de assentir. Ela balançou a cabeça e saiu andando para o refeitório.

            Aff. O que ela queria? Que ela me jogaria uma bomba dessas e eu fingiria que estava tudo normal?

            “Senhorita Swan... Algum problema?” o Sr. Vanner perguntou e eu neguei com a cabeça. “Sugiro que se apresse. Não irá querer perder seu horário de almoço, não é mesmo?” Neguei novamente. Ele saiu da sala com as suas coisas embaixo do braço.

            É, eu deveria me levantar daqui e ir para o refeitório. Se bem que ficar aqui também não seria nada mal. Significaria menos olhares, menos comentários, menos cochichos e mais paciência de minha parte.

            Se já era ruim todos olhando para nós dois e comentando antes de eu saber da história da maldita piriguete, agora estava 50 vezes pior. Suspirei de novo. Eu sobreviveria sem o almoço.

            O problema com certeza era a falta que Edward estava me fazendo. Eu sabia muito bem que a culpa não era dele. Que era completamente normal pessoas de sua idade já terem ido para a cama com alguém. Na idade dele, era normal as pessoas já estarem enterradas.

            Meneei a cabeça. A minha crise de ciúme era sem sentido e agora eu estava sendo idiota ao ponto de perder meus 20 raros minutos com ele.

            Joguei minhas coisas dentro da minha mochila e saí pela porta, mas esbarrei com algo duro e quase caí no chão.

            Mãos frias me impediram de cair e seus olhos dourados – muito claros hoje, graças à caçada de ontem – estavam arregalados.

            “Bella!” Edward exclamou, e eu tentei sorrir enquanto ele me puxava para cima. “Estava te procurando. Vi na mente de Jessica que você estava meio perdida em pensamentos e pensei que pudesse ter se perdido e então...” eu o calei, abraçando fortemente sua cintura, quase fundindo meu rosto ao seu peito de mármore.

            “Bella! Algum problema?” perguntou mais assustado. Levantei meu rosto e colei sua boca a minha, pedindo passagem com a língua. Ele correspondeu confuso, mas correspondeu. Sentia meu peito se contraindo por causa da falta de ar e não me importei nem um pouco.

            Meus dedos se emaranhavam em seu cabelo e eu o puxava levemente, tentando segurá-lo ali para sempre. Sua mão, que estava em minha cintura, subiu, levantando minha blusa levemente.

            Meu peso estava se tornando maior do que eu podia suportar e ele percebeu, por que envolveu minha cintura com o braço e me ergueu pela sala, sua boca sem sair da minha. Uma de suas mãos enlaçou meu cabelo enquanto a outra envolvia minha bunda, e ele apertou – não forte, mas firme –, e eu gemi em sua boca. Joguei minhas pernas em volta de sua cintura para facilitar o transporte, e ouvi a porta se fechando e uma mesa embaixo de mim.

            Edward desceu seus beijos para meu pescoço e eu consegui respirar, mas parecia mais um ofegar louco. Seus lábios voltaram a minha boca e sua língua começou uma batalha com a minha, tirando-me o resto de sanidade que ainda tinha. Ele separou nossos lábios e vi seus olhos... Ofeguei novamente. Eram de um ouro puro, a chama branca que eu amava ardia por detrás de sua alma e vi ali o reflexo do meu amor por ele.

            A distância se tornou grande demais para nós dois e, aproveitando meus dedos em seu cabelo, puxei-o para mais perto, reiniciando a batalha de nossas línguas. Sua mão viajava por minha cintura, ora debaixo da blusa ora por cima, e aquilo estava me deixando louca. Seriamente louca.

Puxei sua cabeça para trás, desbravando seu pescoço com a minha língua. Ele estremeceu e eu sorri em seu pescoço, puxando o lóbulo de sua orelha com os meus dentes levemente. Ele grunhiu, fazendo-me rir. Edward me beijou novamente, urgente como antes, delicioso como nunca. Obriguei meus dedos a saírem de seu cabelo e irem para os botões de sua blusa social listrada.

Meus dedos não tremiam e eu não hesitei ao desabotoar três de seus botões, ainda beijando seu pescoço. Desabotoei os outros e deslizei minhas mãos por seu peito definido, sem conseguir controlar o suspiro que me tomava. Edward era tão lindo! Ele estremeceu ao sentir meus dedos quentes deslizando por seu peito gélido e logo começou a se afastar.

            Grunhi contrariada e olhei para ele.

            Seus cabelos estavam tão bagunçados quanto era possível, seus lábios estavam abertos e percebi que eu não era a única com dificuldade para respirar por ali. Seus olhos ainda continham a chama branca e vi, por detrás daquele lindo rosto, a excitação que estava tomando conta do corpo dele.  Sua blusa social branca estava aberta, mostrando seu peito definido e os ombros largos – subindo e descendo com a respiração pesada. E, então, percebi um volume no meio de suas pernas que nunca tinha estado lá antes.

Arregalei os olhos e o rubor veio forte e sem piedade, esquentando desde a base do meu pescoço até o ultimo fio de cabelo. Eu não conseguia desviar os olhos daquela parte de Edward que até então não tinha aparecido.

            Fechei os olhos e tentei fazer minha respiração se acalmar. Sentia uma coisa nova em mim. Ver Edward excitado foi a coisa mais... Estranha que já vi em toda a minha vida. Não que fosse feio – por que não era mesmo, nem nada do tipo –, mas era estranho imaginar que eu que causei aquilo nele. Que eu o deixei naquele estado.  Minhas bochechas queimaram ainda mais ao me lembrar da expressão maliciosa que tomou o seu rosto quando beijei seu pescoço.

            Aposto que se eu tivesse um pênis meu estado estaria igual ou pior que o de Edward.

            Abri os olhos, e Edward ainda estava tentando desanimar.  Seus olhos estavam fechados e ele balançou a cabeça como se quisesse tirar alguma coisa da mente. Ele levantou o olhar e vi que a chama branca tinha sumido dali. Ele veio ao meu lado e encostou-se à mesa, ainda sem olhar em meus olhos. Sua respiração estava mais calma e o volume no meio de suas pernas tinha sumido. Sim, eu tinha olhado, okay?

            “Eu deveria pedir desculpas, mas não vou.” Minha voz estava parcialmente rouca.

            “Eu que deveria pedir desculpas. Eu não deveria ter chegado tão longe... mas eu também não vou.” Sua voz também era rouca e me enviou calafrios.

            “Edward, foi eu que te ataquei. Eu que deveria pedir desculpas.”

            “Sim, mas eu não achei ruim. Não tem porque pedir desculpas.” Sua mão se entrelaçou com a minha.

            “Pedimos desculpas por algo que nos arrependemos. Definitivamente isso não foi uma delas.” Mordi o lábio, nervosa.

            “Quem diria... Isabella Swan seduzindo um vampiro.” Ele disse rindo. Eu o acompanhei.

            “Não, Isabella Swan seduzindo o meu vampiro.” Ele riu e de repente estava na minha frente, me abraçando – sua voz em meu ouvido.

            “Desculpe-me por aquilo. Você nem faz idéia de como mexe comigo, Bella.” Sorri para ele, embora sentisse minhas pernas ficando moles de novo.

            “Não tem problema. Foi até engraçada a sua cara.” Falei e ele riu. Na verdade, aquilo não foi engraçado. Foi sexy. Muito sexy.

            “Ainda temos que ir para a aula?” perguntei, meu rosto em seu peito.

            “Não. Na verdade, agora teremos tipagem sanguínea, e eu não iria para a aula de qualquer jeito. Pode ficar comigo se quiser.” Ele estava me dando opções.

            “Seria ótimo, mas Jessica espalhou para toda a escola que eu estava com você. Nosso sumiço já deve estar sendo alvo de fofoca, e agora eu e você matarmos aula seria completamente suspeito. Mas eu tenho uma idéia... Eu, com certeza, passarei mal graças ao sangue. Assim, quando eu sair da sala, eu vou para a enfermaria e aí podemos ficar juntos de novo. E eu ainda perco aula de Educação Física como bônus.” Disse e ele abriu um sorriso diabólico.

            “Perfeito. Mas já que estaremos saindo da aula eu posso ir com você.” Murmurou, ainda me abraçando.

            “Mas, Eddie, vai ter uns 30 alunos tirando sangue. E você é um vampiro – controlado, mas ainda sim um vampiro. Não seria demais para você?” inquiri preocupada. Sabia que, se algo acontecesse, ele se culparia pelo resto da eternidade.

            “Enquanto você estiver do meu lado, não me concentrarei em outra coisa. Desde que você não fure o seu dedo, por mim está tudo bem. Alice me garantiu que tudo ficaria bem.” Eu havia esquecido da existência de minha cunhada e de sua estranha capacidade de ver o futuro.  Mas Alice era confiável e, se ela tinha dito aquilo, eu confiaria a minha vida a ela.

            “Então tudo bem. Eu passo mal e você me leva para a enfermaria. Usa o seu charme contra a senhora Cope e tudo está resolvido.” Armei e sorri cúmplice para ele.

            “E depois você vai para a minha casa.” Completou.

            “Perfeito!”

            “Ótimo.” Disse e me beijou sem a urgência de um tempo atrás, mas ainda sim delicioso.

            O sinal tocou estridente e fugimos da sala correndo e rindo. Eu parei para ir ao banheiro e deixar meu cabelo em ordem enquanto ele esperava na porta.

            Olhei-me no espelho surpresa por meus lábios não estarem inchados. Mas pensando bem, Edward e seus lábios gélidos seriam como o gelo para diminuir o tamanho – o que era uma ótima coisa. Eu não estava de batom, o que significava sem borrões de maquiagem. Mas meu cabelo, esse sim estava um caos. Os dedos ágeis de Edward foram bem eficientes ali, formando um ninho de passarinho no meu cabelo. Arrumar não era uma opção, então fiz um coque bagunçado e sai do banheiro.

            Edward ainda me esperava e, ao me ver, abriu um sorriso doce – o sorriso que eu amava.

            “Pronta, madame?” perguntou galante, oferecendo-me o braço.

            “Sim, senhor.” Eu o imitei, aceitando o gesto.

            Entramos na sala antes de todos. Ele se sentou ao meu lado, ainda segurando minha mão.

            “Está com fome?” questionou ao mexer na mochila, a qual eu não havia reparado antes.

            “Não, obrigada.”

            “Que pena, trouxe um último croissant aqui para você. Mas acho que terei de jogar fora, uma vez que não está com fome.” Edward estava com uma expressão infantil – seu sorriso torto brincando em sua face enquanto meus olhos não se desviavam da vasilha que ele balançava na mão.

            “Eu quero!” Quase gritei e tentei pegar. Ele não deixou obviamente. Estreitei meus olhos, mas ele era rápido demais. Mesmo se movendo em velocidade humana.

            Reprimi um xingamento e me levantei da cadeira, tentando loucamente pegar a vasilha. Ele apenas ria e, mesmo sentado, não me deixava pegar.

            Estava tentando dar a volta em sua cadeira quando desequilibrei e caí em seu colo.  Seu sorriso torto se desfez e ele olhou em meus lábios. Estava realmente muito perto.

            “Eddie, me dê o croissant. Por favor.” Pedi e ele piscou, perdendo o fio da meada. Aproveitei que não havia ninguém na sala e beijei seu pescoço. Ele estremeceu. Subi pela linha do maxilar e seu braço abaixou, então, subi para sua orelha, beijando e mordendo o lóbulo, e sua mão ficou mole.

            Sequestrei rapidamente a caixinha e saí de seu colo mais do que depressa, correndo pela sala e tentando não tropeçar enquanto abria a tampa. Edward ainda estava sentado com cara de bobo e, depois que me viu rindo e balançando a caixinha na mão, arregalou os olhos e saiu correndo atrás de mim. Eu ria enquanto ele vinha atrás de mim com a velocidade humana rindo também. Parei ao lado de uma mesa e ele de outro lado. Seu sorriso era sacana e eu sabia que estava ferrada.

Edward riu de minha expressão e se moveu para a minha direita – me movi automaticamente para a esquerda em um jogo clássico de gato e rato. Ele se moveu para a esquerda e eu para a direita. Eu estava ofegante graças a minha corrida e ele saiu correndo em volta da mesa atrás de mim, me dando um belo susto. Tentei correr sem olhar para trás, mas braços gélidos e fortes fizeram uma prisão em volta de minha cintura que não me deixou fugir.

            “Eu ganhei.” Disse ofegante. Ainda com a caixinha na mão.

            “Não por muito tempo.” Ele tentou me tirar a caixinha, mas não era possível naquela posição.

            “É o que veremos.” Eu disse, ainda sem o deixar pegar a vasilha. Nós riamos enquanto ele tentava alcançá-la.

            Mas ele era um vampiro afinal, e tirou a caixinha de mim numa velocidade inumana.

            “Eu já peguei uma vez, posso pegar de novo.” Eu falei lhe mostrando a língua, embora ele ainda estivesse atrás de mim.

            “Aquilo foi maldoso. Eu não vi!” ele falou ultrajado.

Então, girou meu corpo, colocando-nos de frente um para o outro. O que foi maldade. Mordi o lábio enquanto ele chegava mais perto, finalmente encostando nossos bocas de forma doce, lenta, torturante, apaixonada e perfeita. E eu amava cada célula daquele vampiro metido.

Retribui o beijo e ele se deixou levar, esquecendo outra vez a caixinha em sua mão. Antes que eu pudesse me aproveitar daquela falta de atenção de Edward, ele separou nossos corpos, segurando minha mão em seguida e nos levando de volta para a nossa mesa. Olhei para ele, com a pergunta muda em meus olhos. Ele apenas apontou com a cabeça a porta da sala no mesmo momento que Mike, Tyler, Eric e Angela entravam por ela, conversando alto.            

            No momento em que nos olharam, o silêncio chegou a ser cômico. Angela estava com um sorriso imenso no rosto, Mike e Eric com uma expressão de raiva misturada com susto. Tyler tinha uma expressão de que não estava entendendo nada.

            “Então, meninos, vocês perderam algo por aqui?” perguntei, olhando diretamente para Mike e Eric, que estavam com cara de quem iria bater em Edward. Hahá. Como se isso fosse possível...

            “Concordo com a Bella, será que vocês esqueceram algo lá no banheiro?” Angela disse e foi os empurrando para fora da sala. Ela não era exatamente forte, mas o choque que os paralisava estava ao seu favor.

            Ela os empurrou porta a fora e sorriu quando virou seu corpo em nossa direção. Um sorriso estilo Jacob – quase machucando as bochechas. Sorri automaticamente para a minha amiga e Edward estava com um meio sorriso.

            “Obrigado por aquilo, Ang, estou te devendo uma.” Edward mantinha um sorriso agradável ao falar com ela e me lembrei que em um passado não muito distante eles eram amigos.

            Ela riu suavemente e se sentou na cadeira que estava na nossa frente, virando o seu corpo para que pudesse nos encarar.

            “Eu apenas retribuí. Ou acha que eu não sei que foi você quem deu um empurrãozinho para que Ben me convidasse para o baile?” ela disse e abriu um sorriso cúmplice para Edward que retribuiu prontamente.

            “Ele também gostava de você, só não tinha percebido antes.” Edward riu e Ang o acompanhou.

           “E para você, Bella, isso foi para agradecer por ter ido comigo a Port Angeles.” Ela piscou para mim, sorrindo.            

            “Obrigada, Ang, mas acha que só isso seria o suficiente para aguentar uma tarde inteirinha com Lauren no meu pé?” eu falei, brincando, e ela riu.

            “Vocês realmente fazem um belo casal. Cuide dela, Edward. E você, Bella, cuide dele.” Ela disse e levantou da cadeira.

            “Eu vou.” Eddie e eu falamos juntos e sorrimos um pro outro. Angela sorriu e nos deu as costas enquanto a classe enchia.

[...]

            A sala rodava e o cheiro de ferrugem e sal estava em todas as partes.

            “Senhorita Swan, algum problema?” Uma voz desconhecida emanava de algum lugar do além. Eu não sabia mais nada, a não ser que eu tinha que respirar. Merda de ideia idiota! Quem diabos iria querer passar mal? E o melhor foi que Edward me disse que era só eu avisar o professor que eu passaria mal e ele me liberaria. Mas eu mesma tinha dado a ideia de ficar na sala porque, se eu dissesse isso, Edward não sairia junto. Naquele momento me pareceu uma boa ideia. Mas agora, com a sala girando loucamente e algumas notas de uma música de elevador surgindo em minha mente, era difícil pensar.

            “Ela está passando mal, senhor.” A voz de Edward era a única definível entre todo aquele zumbido. Na verdade, eu definiria aquela voz banhada em veludo até mesmo morta.

            “A senhorita tem problemas com sangue, Isabella?” O professor murmurou ao longe.

            Apenas grunhi e acho que ele entendeu.

            “Isso daí é enjoo matinal, isso sim.” Escutei uma gralha ao fundo e imaginei que fosse Lauren. Nem me importei, eu estava realmente muito mal.

            “Ela parece prestes a vomitar.” Me parecia o Mike. Grunhi de novo para dar ênfase a sua frase.

            “Alguém leve-a para a enfermaria, por favor!” As vozes ficavam cada vez mais distante, e a musiquinha de elevador ainda mais alta.

            “Eu levo!” Mike deve ter gritado para que até eu escutasse.

            Mas foram braços fortes e gélidos que me ergueram da cadeira.

            “Eu sou o namorado dela, eu levo!” Edward disse de forma sinistra. Senti um arrepio, mas não foi de medo.

            Não ouvi mais muita coisa após isso, apenas os passos apressados de Edward pelo jardim em direção a enfermaria.

            “Bella... Pode parar agora, amor, ninguém está vendo.” Edward murmurou – seu hálito gelado banhava meu rosto e, junto com o ar frio de Forks, a tonteira diminuiu. Embora ele me carregasse respectivamente rápido por causa do vento, sua respiração era contínua e suave.

            “Eu não estou fingindo, Eddie.” Murmurei levemente.

            “Oh meu Deus! Por que não disse isso mais cedo?” Agora ele corria. Sentia o vento balançando meu cabelo que se soltou do coque e sorri bobamente para o nada. “Bella?! Eu já estou chegando. Não morra!” eu ri de seu exagero.

            “Ed, eu não estou morrendo, só estou tonta. Não precisa ter um derrame cerebral por isso, amor.” Disse fraquinho, ainda sorrindo e de olhos fechados.

            “Boa... Oh meu Deus! O que aconteceu com ela?” Ouvi a voz esganiçada da senhora Cope e segurei o riso, imaginando o que ela estaria pensando ao ver Edward entrar me carregando.

            “Ela passou mal na aula de Biologia, tipagem sanguínea.” Respondeu, sua voz era calma, mas o tom exigente.

            “Por aqui, querido.” Ela disse e, após alguns segundos, senti meu corpo sendo deixado gentilmente em cima de uma maca.

            “Irei pegar o gelo, um minuto.” Falou, saindo apressada da sala.

            “Estou tão horrível assim?” questionei fracamente, ainda sorrindo.

            “Não, você nunca estaria horrível para mim, Bella. Mas no sentido em que pensa... Sim, você está horrível! Já vi cadáveres com aparência melhor.” Ele disse e eu ri baixinho.

            “O que aconteceu? Não me preocupei porque pensei que estivesse fingindo...”.

            “Eu não seria capaz de fingir assim tão bem... Era para ser só fingimento, mas senti o cheiro de sangue.”

            “Ninguém sente cheiro de sangue, Bella.” Averiguou, e quase pude vê-lo revirando os olhos.

            “Eu sinto... Tem cheiro de ferrugem e sal. Tudo começa a rodar e uma musiquinha de elevador vai ficando alta até preencher toda a minha cabeça.” Murmurei suavemente, ainda de olhos fechados, ouvindo a musiquinha ir diminuindo.

            “Musiquinha, Bella?” Edward começou a rir. “De todas as histórias que já ouvi, essa é a mais besta.” Ele desatou a gargalhar.  Formei um bico mínimo em meus lábios. “Tem certeza que é sangue que te faz passar mal? Não é maconha, não?” ele continuou gargalhando e meu bico ficou maior.

            “Aproveite enquanto estou fraca, porque se, ainda tivesse forças, te daria um tapa agora.” Eu murmurei e ele continuou rindo.

            “Aqui, querida, isso acontece sempre?” A senhora Cope retornou e me entregou um saco com gelo, que coloquei na cabeça – teria sossegado com os dedos de Edward, mas isso seria estranho. Para a senhora Cope, é claro.

            “Sempre que tem sangue... sim!”

            “Está mesmo mal, querida.” Ela disse, e sua voz denunciava sua preocupação.

            “Sim, senhora, ela está. Não acho que aguente o horário de Educação Física com tudo no estômago.” Edward intrometeu – sua voz de veludo estava sendo persuasiva e, pelo modo como a respiração da senhora Cope acelerou, estava dando certo.

            “Tem razão, Edward, farei uma liberação agora mesmo.” Concordou, hiperventilando.

            “Acho também que ela precisa de uma carona para casa, se não se importa. Bella no volante e ainda passando mal é perigoso.” Ele falou e fiz uma careta. Idiota. Deixa. Quando eu me recuperar, o farei pagar por aquelas palavras.

            “Sim, Edward. Acha que precisará de uma liberação também?” A Sra. Cope estava sendo prestativa.

            “Não acho que a Sra. Morgan iria se importar. Eu só quero sair daqui o quanto antes – ela parece prestes vomitar.” Edward disse apressadamente e fiz uma careta, atuando conforme a peça.

            “Vá querido, vá!” Ela falou e senti braços me levantando de novo. Abri meus olhos e vi seu rosto de anjo perto, sorrindo torto só para mim.

            Fechei os olhos novamente, voltando a atuar enquanto ele me carregava para fora da secretaria. Uma súbita luz me fez abrir os olhos e senti pingos em meu rosto – a sensação das gotas geladas, tirando os vestígios de suor, era boa. 

            “Eu consigo andar, Edward.” Eu disse, mais alto agora que a tonteira havia passado e estávamos longe de testemunhas.

            “Sei que sim, mas gosto desse jeito.” Sorriu torto.

            “Bobo.” Murmurei e ele riu. Entramos rapidamente no Volvo. A chuva lá fora havia aumentado e ele ligou o aquecedor e o som. The Kill, do 30 Seconds To Mars tocava.

            “Adoro esse CD.” Comecei a cantar baixinho e ele me acompanhou com um meio sorriso. O Volvo já ia em alta velocidade pelas ruas de Forks.

            “Nunca te perguntei depois... Conseguiu comprar o CD daquele dia?” perguntei enquanto a bateria fazia o seu solo.

            “Quando cheguei em casa, o CD estava em cima de minha cama. Alice tinha visto que eu não conseguiria comprar.” Abriu um sorriso torto para mim enquanto trocava de álbum, colocando This is War – o  mesmo que ele havia me dado naquele dia da livraria. Ele colocou a musica King & Queens.

            “É uma de minhas preferidas.” Comentei.

            “Eu sei.”

            “Como sabe?”

            “Você murmurava ela enquanto dormia... antes de eu aparecer.” Murmurou e eu corei fortemente. “Já disse que não precisa ter vergonha de seus sonhos, Bella, são seus sonhos.”

            “Era um dos meus sonhos ir ao show deles enquanto cantam essa música.” Contei e ele sorriu.

            “Era?” uma de suas sobrancelhas perfeitas estava arqueada, questionando a palavra estar no passado.

            “Não pensei mais sobre isso desde algumas semanas... Sei lá... Apareceu um vampiro metido na minha vida, me fazendo esquecer algumas coisas... como respirar.” Brinquei, sorrindo para ele, que retribuiu maravilhosamente.

            “Eu já fui a um show deles... em NY. Alice me deu de aniversário. O próximo que eu for, levarei um acompanhante.” Seu sorriso torto brincava em seu rosto de anjo.

            “E eu posso saber quem vai ser a sortuda?” perguntei de brincadeira.

            “Uma bela morena de olhos chocolate e sorriso convencido... conhece?” ele continuou brincalhão.

            “Não... mas, caso apareça, irei informá-la que certo cavalheiro muito bonito de cabelos cor de cobre e olhos dourados está procurando por ela. Mas se, mesmo assim não achá-la, será um prazer acompanhá-lo, senhor.”

            “Fico feliz com isso, senhorita. Mas o seu namorado não irá se importar com isso?”

            “Ah, imagino eu que não. Parece que ele está andando com uma morena descoordenada por aí. Não seria justo se eu andasse com você?”

            “Seria, mas digo que seu namorado seria um louco caso largasse você para ficar com qualquer outra mulher.” ele disse, olhando em meus olhos por alguns segundos. “Mas caso o faça, saiba que eu sempre terei um ombro amigo para consolá-la, moça bonita.” Sorriu.

            Ri mais alto enquanto Hurricane passava no som.

            “Que namorado besta que eu fui arranjar, meu Deus!” falei com espanto fingido “Amo você, seu bobo.” Passei a mão em seu rosto e beijei seu braço.

            “Também amo você, Bella. Muito!” ele disse e começou a cantar o último refrão da canção. Quando acabou, lembrei sobre minha crise de ciúmes de mais cedo.

Estávamos fora de Forks agora – as árvores se tornando maiores e mais próximas do carro. A chuva forte deixava quase impossível ver além de um metro na frente, mas poderia dizer que já estávamos perto da ponte para o rio.

            “Não me contou por que estava na sala até àquela hora.” Ele relembrou, quase lendo meus pensamentos.

            “Eu não estava com fome.”

            “O café da manha não te fez bem?” perguntou preocupado e balancei a cabeça, negando.

            “Não é isso. Só foi algo que a Jess disse que não me desceu muito bem. E me tirou o apetite, só isso.” Expliquei rapidamente, olhando para o painel luxuoso do Volvo.

            Edward abaixou o volume do som e segurou minha mão com a dele que estava desocupada.

            “Gostaria de conversar sobre isso?”

            “Se eu não lhe falasse, você ficaria chateado?” perguntei.

            “Não, Bella, é claro que não. Eu não ficaria chateado com você por nada nesse mundo. Só estou curioso. Não precisa me contar, caso não queira.” Esclareceu, apertando meus dedos em sua palma.

           “Não é que eu não queira contar, mas você conhece a Jessica... Ela falava mais do que a boca, e é sobre você... Não sei se é algo sobre o qual queira conversar.” Expliquei e ele sorriu.

            “Você é minha vida, Bella. Coisas que aconteceram antes são parte de quem eu sou e, caso queira saber, eu irei te contar, porque as coisas que acontecerão daqui para a frente, serão todas divididas com você.” Ele disse docemente e beijou meus dedos.

            Logo, Edward estacionou o carro na frente da casa e não tinha nada a vista, então correu na velocidade vampiresca e abriu a porta para mim, estendendo a mão, na qual segurei firme e saí do carro. Ali, entre as árvores, a chuva quase não chegava até nós, parando nas copas.

            “Não tem ninguém em casa – Carlisle está no hospital e Esme na floricultura de Seattle. Os outros estão caçando e só voltam mais tarde.” Avisou, levando-nos para a casa e me guiando até seu quarto, no último andar. Sentou-me na cama, encostada na cabeceira, enquanto ele sentava na minha frente, sem nunca soltar minha mão.

            “Pode me contar agora, por favor, o que tanto a incomodava?” sua voz solene e calma se fez presente em meu ouvido.

            “Ed... eu... argh.” Murmurei desconexamente.

            “Apenas diga, Bella.” Seus olhos me deixavam tonta e aquilo era injusto.

            “A aula de Trigonometria estava acabando e a Jess estava emburrada ao meu lado. Quando ela decidiu contar o que lhe aborrecia ela veio com um papo louco sobre eu estar ficando com o Mike...” pude revirar os olhos agora. “Até que eu a fiz perceber que não era com o Mike que eu estava namorando e ela quase me bateu.” Sua expressão passou de homicida para divertida. Ou quase isso.

            “Então ela começou a dizer que eu era muito boa de cama ou você nunca ficaria comigo. Que havia uma tal de Lana...” proferi o nome com a maior quantidade de nojo que pude. “... que era a rainha rodada da cidade, mas nem com ela você quis ficar e, então, surgiram os boatos sobre que ela tinha levado você para cama, mas você era gay, por que ela não tinha conseguido levantar o seu instrumento e espalhou essa notícia por toda Forks e redondeza.” Eu disse tudo de uma vez. Ele não me interrompeu nem parou de me olhar nos olhos.

            “E isso fez a senhorita ficar sem fome?” Ed disse, sua voz era sem emoção, calculada e eu poderia dizer que tinha algo por detrás daquela máscara de calmaria que ele cuidadosamente compôs.

            “Eu... eu... Deus, eu quase morri de ciúmes! Eu nem sabia quem era ela, mas o sentimento era homicida contra essa piriguete que triscou no meu vampiro sem ao menos pedir... e depois veio aquele sentimento de descoberta, de como eu sou ridícula, por que com a sua idade é normal vocês... você sabe. E depois teve a dúvida se ela tinha realmente ido para a cama com você. Que ela tivesse tido você antes de mim. Depois eu passei dessa parte e o ciúme me deixou pensar de novo, e eu estava saindo para encontrar você.” Falei tudo tão rapidamente que ele teve de se concentrar em me entender.

            “Espere, deixe-me pensar. A Jessica te falou sobre a Lana, depois você estava se corroendo de ciúmes por conta de boatos, e, então, achou que eu realmente tinha ido dormido com ela e só depois você pensou e percebeu que eu sou só seu e que eu nunca iria te trocar por nenhuma outra... E aí você me atropelou na porta... É isso mesmo?” ele tinha as sobrancelhas erguidas.

            “Não exatamente nessa ordem, mas, em suma, é isso aí mesmo.” Disse corando. Pela forma como ele colocou minha reação, ficou cada vez mais ridícula.

            “Bella, meu amor... Tudo o que ela te disse não passou de um boato ridículo feito por uma garota ridícula. Essa Lana, desde a primeira vez que nos viu, se jogava descaradamente em cima de nós – parecia uma cadela no cio. Rose se estressou bastante com ela. Na última semana da escola, a do baile, eu fui por insistência de Alice e Emmett, que não queriam que eu ficasse em casa sozinho. Eu fui e aí essa tal de Lana não saiu do meu pé, mas ela nem chegou a triscar em mim. Quando era mais à noite, eu saí do baile e, pelo que eu sei, ela saiu no mesmo momento, indo para uma sala de aula com o Professor de Educação Física.” Ele dizia tudo olhando em meus olhos, vendo-os se revirando descrentes de vez em quando, e caretas de nojo quase sempre. “Pelo jeito sua noite foi um desastre porque ela estava de mau humor no dia seguinte e subiu em cima da mesa do refeitório, gritando para todo o universo que Edward Cullen era gay e que seu instrumento não levantava.” Ele revirou os olhos novamente.

            “Isso quer dizer que ela não... não esteve você... não... argh, você sabe.” Eu disse e ele riu.

            “Isso era tudo ciúme?”

            “E só agora que você percebeu?!”

             “Isso é tão... humano!” ele riu e eu suspirei aliviada.

            “Desculpe se eu não sou imortal!” Fiz uma careta.

            “Bella, não seja ridícula, ok? Eu posso ser mais velho que você um bilhão de anos, mas fui criado com o ensinamento que sexo é só com amor. E antes de conhecer você não existia amor.”

            “Quer dizer que você não... não... dormiu com nenhuma garota até hoje?” meus olhos estavam arregalados e mordi meu lábio inferior, ansiosa sobre a sua resposta.

            “Na verdade, Bella... Eu nem poderia dormir... nem se eu quisesse.”

            “Bobo.” murmurei, mas um sorriso besta brotou em meu rosto – meu sorriso era feliz, aliviado.

            “Fui criado em um tempo, Bella, onde dormir com uma garota só era feito quando havia amor, e depois do casamento. Eu conservo essa cultura e, como disse, antes de você não existia amor.” Seus olhos estavam extremamente dourados e estilhaçavam minha concentração. Sua expressão entristeceu e ele apertou seus dedos nos meus. “Mas eu também sei sobre as inovações e caso você já tenha... eu não irei me importar... muito.” Fez uma careta adorável e o sangue fez uma viagem completa por todo o meu rosto.  Balancei a cabeça, negando, mas o sorriso ainda se mantinha em meu rosto.

           “Eu nunca fiz nada disso com ninguém, Edward, e eu concordo com você – apenas com amor.” Sorri para ele.

            “Posso saber o motivo desse sorriso tão grande?” perguntou com a expressão confusa.

            “Apenas estou feliz por ela não ter tocado em você. Acho que seria capaz de ir até Seattle para acertar a minha mão na cara dela.” Edward riu mais alto e me puxou para os seus braços.

            “Amo você, Bella. Minha ciumenta.” Ele disse rindo, beijando meu cabelo.

            “Também amo você, seu bobo.” Levantei minha cabeça e ofereci meus lábios para ele que instantaneamente os tomou para si em um beijo doce e suave.

           “FAMÍLIA, CHEGUEI!” a voz de Emmett foi ouvida no andar de baixo, imitando o Fred, de os Flintstones. 

            Edward riu e me puxou para fora da cama, seus dedos nos meus. Encontramo-nos na sala, junto do restante de seus irmãos.

            “Ooops. Não sabia que estava atrapalhando.” Emmett disse, sorrindo zombeteiro e mostrando suas covinhas.

            “Não atrapalhou nada, Emm, nós estávamos apenas conversando.” Esclareci para aquele urso gigante.

            “Que pena para você hein, Bella? Aposto que você iria adorar se eu estivesse interrompendo algo.” Seu sorriso se tornou malicioso.

            “Não mudaria nada, Emm. Eu continuaria achando um saco você ficar nos enchendo a paciência.” Fiz uma careta para ele.

            “Ai! Doeu! Magoou meus sentimentos, Bella!” Ele colocou a mão no coração.

            “Não ligue para ele, Bella. Com o tempo você se acostuma com as idiotices de Emmett.” Jasper falou, sentando no tapete branco e felpudo da sala dos Cullen.

            “Mas me conte, sobre o que conversavam?” Alice questionou, sentando no sofá, atrás da cabeça de Jasper, fazendo carinho no seu cabelo cor de mel.

            “Você diz como se não soubesse.” Edward murmurou para a irmã, sorrindo para a mesma. Ela lhe mostrou a língua.

            “Estou apenas tentando interagir com a família.”

            “Você falará de qualquer jeito, Sininho. Sei que irá.”

            “Hmmm... Era sobre algo pornográfico?!” Emmett resolveu abrir a boca de novo.

            “Você pode, por favor, manter a sua boca fechada?” Edward disse para o seu irmão mais velho, que riu estrondosamente. “Rose?!” Chamou em tom de ameaça. A loira escultural envolveu a boca de Emm com a mão e disse algo no ouvido do mesmo, que fez com que ele estremecesse.

            “Parei.” ele murmurou, e Rose destampou a boca dele, sorrindo vitoriosa.

            “Então, Bella, qual era o assunto?” Alice voltou a perguntar.

            “É... me contaram algo sobre uma tal de Lana hoje na escola e estava conversando com Edward sobre isso.”

            “Nossa! Eu lembro como se eu tivesse memória de vampiro!” Emmett disse e começou a rir da própria piada.

            “Emm?!” Rose apenas murmurou e ele nem sorrir mais sorriu. Hahá. Ele poderia ser grande o quanto fosse, Rosalie sempre o teria nas mãos.

            “Aquela garota conseguiu nos tirar do sério.” Jasper disse, sua voz, tranquila, estava agora irritada.

            “Rose que o diga, não é?” Alice sorriu para a loira que tinha uma carranca no rosto.

            “É, Alice. Eu que o diga.”

            “Vocês podem, por favor, me explicar? Estou perdida.” Murmurei, olhando diretamente para Rosalie. Edward estava sentado no sofá ao meu lado, mexendo em meu cabelo.

            “Ela aprontou algumas para cima de mim, Bella, mas eu resolvi isso.” Rosalie disse sombriamente. Emmett começou a gargalhar.

            “Me desculpe, ursinha, mas não tem como não rir.” Ele conseguiu dizer entre as gargalhadas. Rose deu um tapa em seu braço e o barulho que fez me pareceu doer. Mas ele não parou.

            “Emmett, estou falando sério! Se você não parar com isso é sem sexo durante o resto da semana!” Rosalie ameaçou com seu olhar homicida e Emmett calou na hora. Eu bem imaginava que a ameaça, antes secreta, teria a ver com isso. “Continuando... Essa tal de Lana estava nos encarando desde o momento em que entramos na sala de aula. Seu olhar para Emmett era quase como: Ai, grandão, me come!” Com essa eu tive que rir.

            “Até você, Bella? Estou tentando te contar a história... Me ajuda, por favor!” Ela disse e revirou os olhos. Parei de rir. “Obrigada! Então, como estava dizendo... A guria estava encarando descaradamente Emmett e eu estava me controlando loucamente para não voar no pescoço daquela nojenta. A tarde todinha foi assim. Eu já não aguentava mais. Estávamos no último horário, Educação Física, e ela estava na turma de Emmett. Eu não deixaria que ela ficasse sozinha com ele e matei aula, indo para o vestiário feminino.” Ela parou e suspirou, como se lembrar daquilo acabasse com a sua pouca paciência.

            “Ela estava com um uniforme que, pelo tamanho, era da irmã de 6 anos dela. Pelo decote, que ela mesma cortou, dava para ver até o útero.” Ela disse e eu ri de novo.

            “Me desculpe, Rose, mas foi engraçado. Continue.”

            “A aula tinha acabado e Emmett estava enrolado em uma toalha, pois tinha acabado de sair do chuveiro e estava suado.”

            “Vampiros suam?” intrometi de novo. Tinha a leve impressão que se fizesse isso de novo ela mesma arrumaria um jeito de me fazer calar a boca.

            “Claro que suam, Bella. Não exatamente como os humanos, é claro, mas suamos. É o nosso veneno que usamos como energia, então quando gastamos muita energia, o veneno é transformado em uma espécie de líquido transparente, bem parecido com o suor humano.” Jasper explicou.

            “Mas não fedemos.” Emmett complementou.

            “Sim, nós não fedemos, mas suamos.” Jasper terminou.

            “Então... então vocês... fazem... as outras necessidades também?” Eu perguntei corando. Nunca tinha parado para pensar sobre isso.

            “Não, Bella. Não ingerimos nada sólido para que isso chegue a acontecer... Mas quando fazemos, a comida volta pelo mesmo buraco que entrou.” Jasper explicou novamente.

            “Mas e o sangue... não vira... xixi?” Bem, se está no inferno abrace o Diabo, não é o que dizem?

            “Não. Ele vira veneno.”

            “Então, a aula sobre anatomia de vampiros vai continuar ou será que eu poderia terminar minha história?!” Rose nos interrompeu com uma careta.

            “Continue, Rose.” Eu e Jasper dissemos no mesmo tempo.

            “Então... Ela entrou no vestiário masculino, onde Emmett estava só de toalha e o agarrou por trás.

            “Eu fiquei surpreso obviamente. Não havia percebido que tinha outra pessoa naquele vestiário.” Emmett explicou, fazendo Rosalie suspirar.

            “Será que um dia eu conseguirei terminar essa história?” ela nos olhou e, como não dissemos nada, ela prosseguiu. “A vadia deslizava as mãos pelo peito do meu urso e tentava tirar a toalha dele. Emm disse que ela era louca e que não queria nada com ela, que ele tinha namorada e que me amava.” Ela sorriu para Emmett com cara de apaixonada. “E ela disse: Sem problema, grandão. Eu não sou ciumenta. Você acredita nisso Bella? Ela tocava no meu homem, de forma descarada. Então ela puxou a toalha para baixo.”

            “Para deixar bem claro, eu não deixei a toalha abaixar.” Emmett comentou de novo, seus olhos dourados pareciam com uma quase vergonha.

            “Sim, ele não deixou, mas o que vale é intenção. Eu a peguei pelos cabelos e a levei para a privada. NÃO­ – enfia a cabeça da égua na privada­ – TOQUE ­– enfia­ – NO – enfia­ – MEU – enfia – HOMEM – enfia – SUA – enfia – VADIA – enfia e demora mais um pouco. E se, por um acaso, alguém fique sabendo o que eu fiz isso com você, sua nojenta, eu mesma trato de arrancar esse silicone fudido que você tem nos seus peitos. Sem bisturi.” Rose terminou o relato com o peito ofegante e olhar homicida em seus olhos – ela tinha feito da almofada como se fosse a cabeça da Lana. Depois ela respirou fundo e sorriu belamente, como se não tivesse acabado de explodir uma almofada.

“Ela nunca mais olhou na direção de Emmett. Nem na minha.” Eu comecei a rir escandalosamente. Ed ria em minha orelha e aquilo me provocava arrepios. Alice também ria no sofá e Jasper estava com um meio sorriso no rosto. Apenas Emmett se manteve sério.

            “O que foi, Emmett? Não entendeu a piada?” perguntei, zoando com a cara do meu cunhadinho.

            “Não quero ficar sem sexo, okay, Bella? Você pode até não saber como isso é bom, mas eu sei. E não quero ficar sem.” Respondeu com um biquinho. Se não fosse o Emmett seria fofinho.

            “Oh, meu ursinho de pelúcia, não precisa ficar assim não bebê. A mamãe aqui não vai deixar o meu meninão na seca não!” Rose disse e distribuiu beijos pelo rosto de Emmett, tirando o bico com a sua própria boca.

            “Emm, Rose, por favor. Pornografia só à noite.” Edward revirou os olhos ao dizer. Beijei sua bochecha.

            “Não era para vocês estarem na escola?” questionei, lembrando-me de repente.   

            “Era... mas estava muito chato hoje.” Emmett disse, ainda com Rose em seu colo.

            “E eu vi que o sol iria abrir e não estávamos a fim de ficar depois da escola.” Alice brincou com o cabelo de Jasper.

            “E eles não iram perceber?” Referia-me ao resto da escola toda.

            “Não, Bella. Não sei se percebeu, mas a maioria não presta atenção em nós. Antes, é claro, de um Cullen namorar a garota nova da cidade. Mas nós já havíamos saído, então não fará muita diferença.” Edward comentou. Seus dedos brincavam com os meus.

            “Entendi. Sinto muito por isso. Não queria chamar atenção para vocês. Sinto muito.” Falei a todos – Edward beijou nossos dedos.

            “Não tem problema, Bella.” Jasper sorriu e mandou uma onda de calma e tranquilidade. Ainda tinha que me acostumar com aquela sua estranha capacidade de me deixar calma sem ao menos um beijo de Edward.

            “Que mané desculpa o quê? Você deixou nossa vida na escola animada de novo, Bells, era um saco antes de ficar observando você tropeçar o nada.” Emmett disse e sorri para ele, agradecendo pelo apoio – era um apoio meio torto, mas vindo dele era incrível.

            “Hey, eu não tenho culpa se eu domino a arte de tropeçar nas pedras invisíveis!” eu disse e Emm puxou a gargalhada, sendo acompanhado por todos. 

Aquele fim de tarde estava sendo muito divertido. Conversamos sobre tudo e era incrível como Emmett sempre tinha uma pérola para contar – uma vez que ele se enfiou em um buraco gigante e rasgou as roupas, ou outra quando ele quis dar uma de Tarzan e arrebentou a árvore, dando de cara nela, balançando no cipó e etc.

Nunca havia dado tanta risada em toda a minha vida. E tinha Edward também, sempre tão fofo e lindo ao meu lado, sempre com beijos doces e gentis, mas sabia tirar o fôlego quando queria. E ultimamente ele estava querendo bastante.

            Agora os meninos estavam na sala, assistindo a algum jogo de basquete na TV à cabo e nós, meninas, estávamos na cozinha. Rose estava fazendo a unha e Alice fazia a minha, já que a sua estava impecável.

“Você gostaria de comer alguma coisa, Bella?” Rose perguntou para mim.

            “Não, Rose, não estou com fome.” Eu menti descaradamente. Era cerca de 6 da tarde e eu não havia almoçado, então o meu estômago já gritava de fome.

            “Não é o que seu estômago diz.” Rosalie falou, sem desviar os olhos de seu esmalte vermelho sangue.

            Corei e ela riu.

            Senti dedos gélidos deslizando pela base de meu pescoço e pela clavícula, fazendo uma massagem leve e relaxante.

            “Desculpe-me, amor, eu me desliguei com o jogo. E ainda te deixei de refém com a minha irmã louca e minha cunhada psicopata. E você nem almoçou ainda, me perdoe.” Ele dizia sinceramente. Suspirei de prazer com a massagem.

            “Não tem problema, Ed, não quero que se sinta obrigado a sempre ter que cuidar de mim. Você também tem que se divertir. Mas não sei se te perdoo por me deixar aqui com a sua irmã maluca e sua cunhada psicopata.” Provoquei, rindo. Rosalie mostrou a língua e Alice fingiu que não ouviu.

            “Me desculpe mesmo.” Ele disse, sua boca no meu pescoço.

            “Espero que saiba que isso que você está fazendo não é justo.” Sussurrei.

            “Sei que não, o que torna as coisas ainda melhores.” Seu sorriso era torto e esqueci que tinha mais duas pessoas no cômodo, beijando-o com vontade, sendo retribuída da mesma forma. Quando estava levando minha mão para a sua nuca foi que lembrei de Alice.

            “Vocês podem se agarrar o quanto quiserem, mas não atrapalhe o meu trabalho. E você, Edward, vai arrumar alguma coisa para a sua mulher comer.” Ela ordenou, ainda olhando para minha mão. O sorriso de Edward se alargou quando a Sininho disse ‘sua mulher’ e ele saiu para a sala procurando por algo.

            “Gosta mesmo dele, não é?” Foi a voz de Rosalie que me tirou dos meus devaneios. Pisquei. Isso me lembrou de algo que eu tinha que perguntar a ela. Ou para Alice, tanto faz.

            “Sim, Rose, eu gosto muito de Edward. Como nunca pensei que fosse gostar de alguém em toda a minha vida.” Eu disse sinceramente, olhando para ela.

            “Sabe, Bella, no começo eu não gostava de você. Não achava que uma humana fosse ser capaz de fazer o Edward feliz. Se nem ao menos eu fui capaz disso, uma humana? Nunca! Você abe da história que Carlisle me criou para ser a parceira do Edward, mas ele me rejeitou e isso me deixou abalada por um tempo. E quando ele escolheu você... Eu lhe odiava completamente porque, além de humana, ainda era melhor que eu. Eu realmente odiava você. Mas com o passar do tempo, Edward sorria mais, brincava mais, falava mais e todo dia saía para ver você... Antes mesmo de você conhecê-lo. E teve outra visão de Alice, uma que você e Edward vivem juntos e para sempre, e trazem tanta felicidade para essa família, Bella.

Então, notei que te odiar seria a mais pura burrice.  Percebi que você não era aquela humana que eu estava pronta para odiar, e que, mesmo sendo tão nova, você tem total capacidade de fazer o meu irmão feliz.” Quando ela terminou eu estava boquiaberta. Não sabia o quanto eu estava envolvida com aquela família até aquele momento.

            “Pronto aqui, Bella, mas nem pense em usar essas mãos durante algum tempo okay?”

            “Obrigada, Sininho.” Agradeci sorrindo.

“Disponha, Bella! Agora eu vou ficar com o meu marido. Tchau.” Alice se levantou, enquanto Edward entrava na cozinha com a caixinha de Croissant de hoje mais cedo, e saiu andando... Ou melhor, dançando, indo para a sala.

            “E eu vou sair daqui porque eu não sou do tipo que gosta de ficar segurando vela.” Rosalie avisou e, desfilando para a sala também, me deixando sozinha com Edward.

            “Da primeira vez eles foram mais discretos.” Comentei rindo enquanto Edward sentava na cadeira que Alice estava antes e a puxava para mais perto.

            “Eles já passaram a primeira impressão, que era para ser a que fica, de uma forma gentil e educada. Agora você vai conhecer quem realmente são os Cullen.” Murmurou, cheirando meu pescoço. Um arrepio levantou até os cabelos da alma quando ele mordeu levemente minha orelha.

            “Estou ansiosa por isso.” Mordi os lábios.

            “Sei que sim... Mas agora você está com fome, então não me provoque.” Ele falou afastando sua boca de meu pescoço. Suspirei pela falta de contato.

            Ele abriu a vasilha e me mostrou o último dos croissants, balançando-o em suas mãos. Meus olhos brilharam e minha barriga roncou. Ele levantou, provocando-me e abriu a geladeira, abaixando para pegar o que eu descobriria ser uma coca cola, mas agora a única coisa que eu via e conseguia prestar atenção era naquela bunda de Edward. Gente! Isso é crime. Ele virado de costas para mim, com a sua bunda deliciosa em minha direção. Mordi o lábio novamente e corei ao perceber o que eu estava pensando.

            Ele me serviu a coca e balançou o croissant em suas mãos. Ergui meus dedos ávidos querendo pegar aquele pedaço do céu.

            “Vai estragar suas unhas.” Ele murmurou, balançando o croissant há milímetros dos meus dedos, que se fechavam em torno do ar, sem pegar nada.

            “E daí?!” ainda tentava inutilmente pegar a porcaria do doce. “Vamos, Eddie, eu estou com fome. Alice não precisa saber. Vamos, me dê isso.” Tentei ser persuasiva, mas ele era controlado.

            “Na-na-ni-na não! Nem pense nisso, senhorita... Alice pode ser baixinha, mas sabe matar um quando quer. E eu pretendo viver mais um tempo.” Ele disse e desfez o meu bico com um beijo.

            “Como pretende que eu coma sem usar as mãos?” perguntei exaltada. Fazia um bom tempo que ele me provocava com aquele croissant.

            “Simples, vou te dar na boquinha.”

            Comecei a rir.

            “Tipo aviãozinho? Não estou meio velha para isso, não, Edward?” Questionei rindo.

            “Não estava pensando em usar uma colher.” Ele tirou um pedaço pequeno do croissant com os dedos longos e brancos, colocando o pedaço entre seus lábios. Arfei. “Vem pegar, vem.” Falou com o doce parcialmente sua boca. Sorri largo. Eu acho que iria gostar desse jogo.

            Ergui meu tronco em direção ao dele e peguei o doce com os dentes, tendo o cuidado de não deixar os meus lábios encostarem-se aos dele, tirando-o de sua boca. Voltei para trás, mastigando com os olhos fechados em seguida.

            “Argh, Bella! Você não sabe brincar!” Reclamou e me puxou para sua boca, quase sem me deixar engolir, me beijando sofregamente – seus dedos em minha nuca, me impedindo de sair de perto, enquanto os outros se entranhavam em meu cabelo.

            Eu ri em sua boca e, quando ele se afastou, dei-lhe um selinho.

            “Bobo!” Sussurrei. Ele sorriu e pegou outro pedaço do croissant, colocando em sua boca.

            “Faça direto dessa vez!” ele disse sorrindo enquanto colocava o pedaço na boca. Sorri para ele e fui em sua direção novamente.  Coloquei meus lábios em cima dos dele e dei um pequeno selinho enquanto pegava a comida com os dentes. Quando ela já estava em minha boca dei outro selinho, mastigando o doce em seguida.

            “Fiz direito?” perguntei sorrindo.

            “Não. Eu vou te ensinar como se faz.” Murmurou e pegou outro pedaço do croissant, ainda menor dessa vez, colocando entre os meus lábios. “Não engula nem deixe cair.” avisou. Assenti apenas. Ele abriu um sorriso malicioso e tremi.

            Sua boca subiu lentamente pelo meu pescoço, chegando ao meu maxilar com beijos leves e molhados. Senti sua língua quando ele beijou o cantinho de minha boca, me fazendo suspirar. Edward sugou meu lábio inferior e quase deixei aquele doce cair, louca para puxar aqueles lábios provocantes e fazê-los meus. A ponta de sua língua deslizou sobre meu lábio superior. O meu juízo já estava há quilômetros de distância e eu tentei segurar seu cabelo para mantê-lo ali. Suas mãos formaram algemas em meus pulsos, sem apertar, mas mantendo-os firmemente longe de seu cabelo.

            “Tsc, tsc, tsc. Sem as mãos, Bella.” ele disse em minha boca. E então FINALMENTE beijou meus lábios. Sua boca se encaixou a minha, mas eu não pude retribuir, pois, caso o fizesse, o doce cairia. Edward adentrou sua língua na minha boca e tirou o doce, empurrando-o com a língua para dentro da própria boca, separando-nos em seguida.

            Ele se afastou e seu sorriso era torto e o maldito pedaço do doce estava entre seus lábios. Pisquei algumas vezes e ele continuava com aquele sorriso provocante nos lábios.

            Joguei-me em seu colo, com uma perna de cada lado de sua cintura, abraçando-o fortemente com as pernas. Mordi o lábio inferior, provocando-o enquanto colocava meus braços em volta de seu pescoço, mas sem as mãos. Argh! Eu adorava entrelaçar os meus dedos em seu cabelo e puxá-lo para mais perto, como se fosse forte o suficiente para mantê-lo ali para sempre.

            Beijei sua testa lisa, sua têmpora, sua bochecha macia, seu queixo quadrado, o cantinho de sua boca – demorando-me um tempo a mais ali –, seu nariz fino, seus olhos perfeitos que estavam fechados, suas sobrancelhas grossas, voltando para a testa. Encostei meus lábios naquela superfície reta e perfeita, inspirando seu cheiro delicioso. Suspirei de satisfação. Tirei o croissant de sua boca com os dedos, não queria nada me impedindo de beijá-lo como eu queria. Seus olhos não se abriram e ele parecia compartilhar o meu desejo. Beijei seus olhos novamente, seu nariz e o canto de sua boca.

            “E a sua fome?” Edward perguntou de olhos fechados enquanto eu distribuía beijos molhados pelo canto de sua boca.

            “Passou.” Respondi simplesmente, encaixando finalmente minha boca na sua. Seus braços formaram correntes em minha cintura, seus dedos brincando com a minha pele debaixo do pano fino que era a minha blusa. Sem aguentar a falta de contato com o seu cabelo, meus dedos puxaram seus fios levemente – suspirei de satisfação entre o beijo.

            “Bella, suas unhas...” Ele disse, descendo para beijar meu pescoço.

            “Foda-se!” falei, puxando sua boca para a minha também enquanto ele ria de meu desespero. Minha língua adentrou sua boca, sentindo a sua, fria, batalhar com a minha. Seu gosto – ah, seu gosto! – era a coisa mais deliciosa que eu já provei, e sabia que, mesmo que rodasse todo o Universo, nunca acharia um sabor tão perfeito quanto o do meu vampiro.

Sua boca, sempre gentil na minha, envolvia também meu coração, que agora batia mais rápido que as asas de um colibri. Meus pulmões protestavam pela falta de ar e Edward me deixou respirar, beijando meu pescoço e lóbulo de minha orelha. A respiração era rápida e superficial demais.

            “Alice irá me matar.” Suspirou em meu ouvido me fazendo rir. Eu já tinha esquecido sobre aquele assunto. Eu já tinha esquecido onde estava e quem era Alice.

            “Ela não será capaz de tamanha crueldade.” Eu falei em seu ouvido.

            “Ah, serei sim! Não duvide, cunhadinha. E vocês dois, parem de se atracar na cozinha. É para isso que existem os quartos.” Alice disse da sala, sua voz vibrante acabando com o clima. Suspirei, nem um pouco feliz com aquilo, revirando os olhos.

            “Mas no quarto no tem graça, baixinha. Na mesa da cozinha é sempre inesquecível.” A voz de trovão de Emmett ecoou da sala, seguido por um tapa seco, que eu poderia jurar ter sido da Rose. Edward tinha um olhar malicioso e corei fortemente. Ele gargalhou.

            “Pare de me olhar desse jeito.” Disse, ainda corada até a ponta do fio de cabelo.

            “Estou brincando, sua boba, estou apenas brincando...” Murmurou e me abraçou, colocando-me em seu colo, encostando minha cabeça em seu peito.  “Amo você, Bella. Amo muito.” Ele falou em meu cabelo, como se falasse consigo mesmo.

            “Eu também te amo, Eddie, amo muito mesmo.” Eu disse, sorrindo para o meu vampiro. Ele piscou e se levantou, me colocando no chão em seguida. “Tenho que ir para casa. Charlie já deve estar chegando.” Ajeitei meu cabelo, que Edward havia bagunçado.

            “Vamos.” Ele entrelaçou nossos dedos. “Tchau, família. Até depois.” Edward se despediu, me arrastando pela sala.

            “Tchau, Alice... Jazz... Emm e Rose...” Eu tentava dizer enquanto ele me puxava para fora. Ouvi a risada de todos enquanto já entravamos no carro. “Isso foi tudo para evitar os comentários de Emmett?” perguntei sorrindo enquanto ele acelerava pela estrada. Percebi, com um susto, que continuava chovendo forte ao sairmos pelas árvores. A água deixava tudo quase impossível de se enxergar, mas Edward não parecia preocupado.

            “Também... Quanto mais cedo chegarmos na sua casa, mais cedo a terei em meus braços.” Explicou e sorriu docemente para mim. Sorri de volta, apaixonada.

[...]

            “Voltei, para a sua alegria.” Eu disse, descendo as escadas. Charlie havia ligado, dizendo que demoraria para chegar em casa, mas que estava faminto. Avisei-o sobre o quase incidente na aula de Biologia e que Edward havia me deixado em casa, e que eu o havia convidado para jantar – Charlie não se admirou e disse que estava tudo bem, que logo vinha nos fazer companhia.

Fui fazer a comida de Charlie e Edward me ajudou, na verdade, fez a maior parte, enquanto eu observava abobalhada a sua habilidade na cozinha. Quando estava quase anoitecendo e a chuva havia dado uma folga, o macarrão já estava no forno, esperando gratinar, a mesa servida – essa parte eu que fiz – e o suco de laranja pronto, resolvi tomar banho, pois, além de ser um ato de higiene que iria me tirar esse odor de cebola, me deixava mais calma. Era a primeira vez – de muitas, eu espero – que Edward vinha jantar em minha casa e eu estava nervosa.

            Agora estava com a única saia caqui que eu tinha e um suéter vermelho justinho em meu corpo, o cabelo em um coque bagunçado.

            “Uau! Está linda.” Edward elogiou. Ele estava sem camisa de novo – dessa vez eu que insisti, porque, já que ele faria a comida, eu não queria meu namorado fedendo a cebola e molho de tomate. Então ele tirou a camisa e eu o entreguei um avental preto. E agora Edward estava sem camisa, com apenas um avental por cima da calça jeans, o cabelo bagunçado como sempre e o meu sorriso favorito em seu rosto.

            “Você está seminu em minha cozinha e eu que estou linda?!” ri em suas costas, o abraçando por trás enquanto ele mexia no doce de banana – o favorito de Charlie – que estava no fogo.

            “Boba. Estou terminando aqui e logo irei colocar a minha camisa.” Ele disse, não pude ver sua expressão, mas eu sabia que ele estava sorrindo.

            “Não! Fica assim. Eu adoro.” Beijei suas costas nuas.

            “Eu sei que sim. Mas seu pai pode não aprovar o fato de seu novo genro estar sem camisa, fazendo a comida em sua própria casa.

            “Seu ÚNICO genro estar sem camisa, fazendo o seu jantar e o seu doce favorito. Acho que ele supera.” Sorri em suas costas. Ele girou o seu corpo ficando de frente para mim, enlaçando minha cintura com os braços.

            “Amo você, minha princesa.”

            “Amo você, meu príncipe.” Falei sorrindo e beijando seus lábios em seguida. Edward se afastou cedo demais e fiz um biquinho com os lábios.

            “Não queremos que o suborno de seu pai queime, não é mesmo?” começou a mexer no doce de novo enquanto eu ria. O telefone tocou, dando-me um susto.

            “Alô!” atendi, tentando parar de babar na visão de Edward de costas para mim.

            “Oi, Bella.” Essa voz não me era estranha, mas não consegui lembrar de onde era...

            “Mike?!” minha voz expressou minha surpresa e Edward se virou tão rapidamente com um olhar homicida que chegava a ser engraçado.

            “Oi, Bella... Eu liguei para... para... perguntar... Como você está? Depois da aula de biologia...” ele estava se remoendo com as palavras e eu sabia que não era isso que ele queria falar.

            “Bem, Mike, obrigada. Eu estou acostumada a passar mal por causa de sangue. Coisas de uma infância desastrosa e sangrenta.” Murmurei, minha voz era vaga. Observava a expressão de Edward, seus olhos estavam com um brilho homicida e em sua mente ele imaginava as formas de matar Mike Newton.

            “Que bom... fico feliz... Eu queria ter ido te fazer companhia na enfermaria, mas o Cullen saiu quase correndo com você nos braços...” a forma como ele disse Cullen me irritou.  “E depois você não apareceu na aula de Educação Física...”.

            “É, eu passei mal. E foi graças ao Edward que eu não vomitei. E eu não estava em condições de assistir aula, mas eu tinha uma liberação formal, assinada pela Sra. Cope.” Disse acidamente, destacando bem o Edward.

            “Ah... Bella, eu gostaria de fazer uma pergunta... um convite, na verdade.” Ele balbuciou. Arregalei meus olhos e o brilho homicida no olhar do meu Eddie aumentou.

            “Eu gostaria de saber se você aceitaria ir jantar comigo... amanhã. E depois tem um... hotel... novo em Port Angeles... aceita?” minha boca se entreabriu e observei Edward brotar do meu lado de repente. Ele parecia prestes a teletransportar para o outro lado da linha. Toquei seu peito e balancei levemente a cabeça, corada da raiz dos cabelos aos pés. Sua expressão se transformou de homicida para altamente divertida. Ele foi para o outro lado da cozinha de novo, um sorriso grande em seu rosto, piscando para mim.

            “Bella, você ainda está aí?” Mike perguntou, meneei a cabeça, assustada com a expressão de Edward. Ele indicou que eu continuasse falando com o imbecil do outro lado.

            “Sim, Mike, eu estou... Você não estava com a Jessica?” inquiri, fazendo uma careta.

            “Sim... mais ou menos... mas eu trocaria ela e qualquer uma por você, baby.” Quase  vomitei. Engoli em seco, empurrando o bile de volta para dentro. “Isso é um sim, baby?” perguntou, a voz maliciosa. Ao contrário de Edward, aquilo não o deixava sexy, apenas o fazia ainda mais ridículo.

            “Mike...” comecei, pronta para chutar a bunda daquele porco mal parido.

            “Beellaaaaa, vem para a cama, amor! Ainda não terminamos...” Edward praticamente gemeu do outro lado da cozinha. Senti um arrepio extremamente forte se apossar de minha coluna, me arrepiando. “Vem, amor. Você sabe que é covardia quando me faz ficar todo animado e depois sai assim! Vem logo. Quem é o filho de uma puta mal comida que está te importunando agora, hein? Desliga isso, depois eu resolvo para você. Vem, Bella!” Edward continuava com o tom manhoso e malicioso, alto o suficiente para que Mike escutasse do outro lado.

            “O CULLEN TÁ AI?!” Mike quase gritou.

            “Já estou indo, Eddie, deixe o seu amigão animado para mim, já estou chegando para cuidar dele.” Eu disse maliciosamente, tirando Deus sabe de onde, coragem para dizer aquilo, mordendo o lábio em seguida para Eddie, provocando-o. Ele abafou o rosto com o pano de prato enquanto ria. “Mike, você ainda está aí?” perguntei, quase rindo junto.

            “Sim!” ele foi seco, sorri para Edward.

            “Então... Não, Mike, eu não quero sair com você, amanhã à noite estarei ocupada. E na noite seguinte, e na seguinte... enfim, você entendeu. O Cullen é o meu namorado, que agora deve estar bem bravo, porque você nos atrapalhou em uma péssima hora. Se não se importar, agora eu irei voltar para ele. Tchau, Mike.” Falei e desliguei, gargalhando estrondosamente em seguida.

Edward já não tampava a boca e o som de sua gargalhada me deixava besta – sua cabeça estava jogada para trás, o seu riso tomando conta da cozinha. Rimos durante algum tempo. Ele colocou o doce, agora pronto, em uma tigela, ainda rindo sozinho.

            “Aquilo foi maldade, sabe disso.” Eu falei, abraçada a sua cintura, enquanto ele estava encostado na pia me observando, ainda rindo. “Eu adorei!”

            “Sei que sim, eu também adorei. Quem sabe assim ele finalmente percebe a quem você pertence.” Murmurou, seus olhos brilhando para mim.         

            “E a quem eu pertenço, Sr. Cullen?” provoquei.

            “A mim, é claro. A quem mais?” Ele perguntou, seu rosto se mantinha perto demais do meu. Sorri para ele.

            “Só a você, é claro.” fiquei na ponta dos pés e enlacei seu pescoço, meus dedos em seu cabelo novamente, puxando-o para mim, enquanto ele enlaçava minha cintura e eu apertava minha boca na sua.

            Ouvimos o barulho de carro na garagem e me separei.

            “Acho que é melhor você se arrumar. Charlie te ama, mas não abuse da boa vontade do Chefe de Polícia de Forks.” Apressei, empurrando-o. Edward tirou o avental e colocou sua camisa branca. Sorri para ele enquanto, enquanto tirava do forno o macarrão.

            “Hey, garoto. Que bom vê-lo novamente.” Charlie passou pela porta, tirando o cinto com a arma, apertando a mão de Edward em seguida.

            “O prazer é meu, Chefe Swan.” Edward sorriu de volta, apertando a mão de meu pai.

            “Hey, Bella! O cheiro está ótimo.” Charlie veio e beijou minha cabeça.

            “Créditos ao Edward, pai. Eu só mostrei onde as coisas ficavam, ele fez o resto.”

            “Bom saber. Já sei que terei onde almoçar nos domingos depois da pescaria.” Charlie riu.

            “Meus pais ficariam extremamente felizes em recebê-lo em nossa casa, senhor. Eles mesmos comentaram isso comigo, seria um prazer marcar o dia.” Edward disse, sorrindo enquanto eu colocava minha comida, seguida por Charlie.

            “Está divino, rapaz. Pretende seguir carreira na cozinha?” Charlie elogiou após comer seu terceiro prato.

            “Obrigado. Eu gosto de cozinhar... principalmente depois que conheci a Bella, é difícil fazer comida em uma casa com tantas dietas especiais.” Edward sorriu, e piscou de lado para mim. “Mas acho que não. Tenho a intenção de fazer Medicina. Por ver meu pai trabalhar tanto tempo com isso, acho que me apaixonei por isso também.” Edward sorria para Charlie, que comia tudo assentindo.

            “Já sabe para qual universidade irá?” Charlie mantinha a conversa casual, enquanto eu observava, fascinada, cada mínimo sorriso de Edward.

            “Não, na verdade não. Mas ainda está muito distante o tempo para irmos para a faculdade... Mas provavelmente a mesma que sua filha, senhor.” Edward sorriu diretamente para mim, gastando todo o meu autocontrole para não babar ao olhar para seu rosto tão lindo.

            “Não precisa me chamar de senhor, Edward. Sou apenas Charlie.” Eles riram.

            “Como andam as coisas na delegacia, pai?” perguntei, enquanto Charlie se fartava de doce de banana.

            “Tranquilo... A situação piora no verão. Um monte de turistas sem mapas que não conhecem as florestas daqui e acabam se perdendo. O pior é que nós mandamos os recrutas se enfiarem nas florestas, mas ultimamente eu e Mark temos que entrar lá para tirar os turistas e os recrutas.” Charlie disse e eu ri, tirando a mesa, colocando tudo para lavar. Edward levantou e veio me ajudar.

            “Essa é a parte que eu saio de cena.” Charlie disse foi para a sala.

            Lavamos a louça rapidamente, sempre rindo e falando alguma coisa. Charlie dormiu no sofá e eu aproveitei para namorar um pouco na cozinha. Estava encostada no balcão com Edward ao meu lado, brincando com os meus dedos.

            “Seu pai já está acordando. Tenho que ir agora.” Falou, abrindo um sorriso lindo e doce para mim.

            “Não precisa. Você vai para o meu quarto. Eu digo a ele que você já foi, ele vai para a cama e eu vou para o meu quarto.” Não gostava de ficar longe dele, nem que fosse por 10 minutos.

            “Já que insiste...” Beijou minha bochecha, disparando escada a cima.

            “Pai... Pai, acorde. Você vai acabar com a sua coluna dormindo nesse sofá. Vamos para cama.” Chamei, tentando gentilmente tirá-lo de lá.

            “Cadê o Edward?” perguntou grogue.

            “Já foi, pai. Ele pediu para dizer tchau, você estava dormindo ele não quis incomodar.” Expliquei, ajudando-o a se levantar.

            “Ah!” Ele coçou os olhos.

            “Pai, estou com sono, amanhã tem aula... Vamos para cama.” Eu disse, empurrando-o em direção ao seu quarto.

            “Tem razão... Boa noite.” Falou ao se jogar na cama.

            “Boa noite, pai.” Esperei ele puxar o primeiro ronco e fechei a porta de seu quarto. Corri até meu quarto, fechando a porta em seguida. 

            Edward estava deitado em minha cama com os braços atrás da cabeça, os pés balançando na ponta – a pura imagem do conforto. Sorri para ele, que sorriu de volta, abrindo os braços. Joguei-me neles, abraçando sua cintura e enfurnando meu rosto em seu peito. Eu não conseguia me acostumar com a sensação de conforto e proteção que ele me passava sempre que me envolvia com os seus braços e me apertava em seu peito.

            “Está com sono?” seus lábios estavam em meu cabelo – seu hálito se espalhando por meus fios.

            “Não.” disse simplesmente.

            “Acordou cedo, deveria estar com sono.”

            “Você está aqui, não devo estar com sono.” Expliquei.

            “Quer que eu vá embora?” Sua voz era... triste?

            “Não! Claro que não. Só não estou com sono.” Beijei seu peito.

            “Quer que eu cante para você dormir? Canto a noite toda para você.” Suspirei em seu peito. Embora a idéia de ter sua voz de veludo cantando em meu ouvido a noite toda fosse muito convidativa, eu tinha algumas coisas para perguntar.

            “Não, Eddie, obrigada. Não quero dormir agora.”

            “Se não quer dormir, o que quer fazer?”

            “Bem... teve uma coisa que Rosalie disse hoje que me deixou... pensativa.”

            “Imaginei que isso fosse acontecer. Quer falar sobre isso agora?”

            “Sim... eu acho que sim... Foi algo sobre você me visitar antes mesmo de eu conhecer você. Fiquei curiosa sobre isso.”

            “Sim, imaginei que ficaria. Eu estava no Alaska, com os Denali, o único clã que conhecemos que compartilha o nosso modo de caçar.” Ele começou o relato.

            “Diga-me, você se importa se eu interromper em alguns pontos? É que tudo isso, sua vida, é uma novidade muito grande para mim, e tenho algumas duvidas. Você se importa?”

            “Não, Bella, está tudo bem. Interrompa quando quiser.”

            “Ok...”

            “Estava lá passando uma temporada...”

            “Como são os Denali?” interrompi. Ele riu em meu cabelo.

            “São como nós, uma família. Embora sejam menores em quantidade.”

            “São casais assim como vocês?”

            “Não, na verdade não.” sua voz era vaga. “São três mulheres: Kate, Tanya e Irina. E um casal: Carmen e Eleazar.” Ele disse.

            Espera! Três mulheres? E ele estava morando numa casa com as três mulheres lindas e solteiras? Minha respiração ficou presa na garganta.

            “E alguma das três... mostrou interesse particular em... você?” perguntei temerosa de sua resposta. O clima no quarto mudou, não era mais confortável como sempre e sim nervoso. 

            “Sim... Tanya mostrou interesse em mim. E eu a fiz entender, como um cavalheiro, que não retribuía o interesse.” Edward completou – seu tom nervoso era estranho. Não era comum dele transmitir esse sentimento, sempre calmo e tranquilo.

            “Hmm.” Murmurei, preocupada com a minha rival imortal que eu nunca imaginei que tivesse.

            “Estava passando uma temporada por lá, não estava animado para passar mais dois anos sendo o ‘segura vela’ na escola. Estava tentando pensar, descansar de tudo, quando Alice me ligou dizendo que se eu não voltasse, ela mesma vinha me pegar.”

            “Diga-me... como é Tanya?” interrompi de novo, sem prestar muita atenção sobre o que ele dizia.

            “Prestou alguma atenção no que eu disse depois que mencionei o nome de Tanya?” perguntou rindo. Sorri minimamente, corada.

            “Muito pouco, na verdade.” Admiti completamente corada agora. O clima estava tenso de novo. “É muito ruim, não é mesmo?” perguntei ainda mais temerosa.

            “Como todos nós, pálida, olhos dourados, olheiras...”.

            “E incrivelmente bonita, obviamente.” Murmurei derrotada.          

            “Talvez, para os olhos humanos. Mas, se quer saber, eu prefiro as morenas.” Ele disse, sua voz voltava ao tom normal. Poderia dizer que estava levemente divertida.

            “Ela é loira! Já era de se imaginar.” Minha voz ácida no nível extremo.

            “Loira arruivada. Não faz meu gênero.” Podia jurar que ele estava se divertindo.

            “Não tem graça!” falei, corando.

            “Tem sim. Você com ciúme é linda. E, Bella, quantas vezes terei que repetir que não importa o quão linda ela seja, ela nunca, nem que tivesse 50 bilhões de anos, não teria um milésimo do que eu sinto por você. Por favor, acredite em mim. Eu amo você, minha pequena, amo. Sabe o que isso significa? Significa que eu não te trocaria por nada nem por ninguém. Que eu quero só você do meu lado. Só você.” Ele disse, senti uma lágrima escapando por meus olhos, caindo em sua camisa branca.

            “Está chorando?!” ele estava assustado.

            Neguei com a cabeça, limpando os olhos com os dedos, tirando as provas de lá.

            “Hey, Bella, não fica assim, por favor. Não chora. Hey!” Ele me puxou para seus braços, colocando meu rosto escondido no vão de seu pescoço.

            “Desculpe-me. Não sei o que me deu.” Murmurei, escondida em seu pescoço.

            “Não tem por que pedir desculpas. Estou com você agora, não precisa chorar.”

            “Promete que será sempre assim? Que você sempre estará aqui comigo, ouvindo minhas lamúrias e meus ciúmes bobos? Até que a morte nos separe?” questionei, levantando meu rosto para observá-lo. Uma dor extrema passou em seu rosto e me odiei por fazer aquilo com ele.

            “Não sei se estarei preparado quando essa hora chegar... Estou viciado em você.”

            “Não precisa ter um fim, sabe disso.”

            “Sei. E é por isso que lhe prometo, Isabella Marie Swan, estar contigo, ouvindo suas lamúrias e ciúmes bobos para sempre, pois nem a morte será capaz de me separar de você.” Meus olhos se encheram de lágrimas novamente. O que estava acontecendo comigo?

            “Obrigada! Por tudo. Você é a melhor pessoa que eu já conheci em toda a minha vida. Obrigada mesmo.” Disse, olhando em seus olhos. Ele sorriu de volta e senti meu coração disparar.

            “Obrigado você. Por existir.” Ele colou seus lábios nos meus em um beijo doce e fechei meus olhos, apreciando o contato. “Agora... ainda quer saber a história?” ele abriu o seu melhor sorriso.

            “Sim!” falei, animada de novo, dando um selinho em sua boca, fazendo-o rir.

            “Como estava dizendo, eu estava tentando descansar quando a Sininho me ligou, dizendo ser importante e que era bom que eu voltasse o quanto antes. Era importante! Quando cheguei à Forks, Alice estava quase voando de empolgação, então ela me mostrou uma visão, onde uma garota de olhos em um tom de chocolate e sorriso lindo entrava tropeçando na livraria. E quando você sorriu, Bella, mesmo na visão, nada ao redor me importava.

Eu estava perdido na sensação que aquele seu sorriso me provocava. Quando suas bochechas coraram, eu sentia minhas pernas bambearem, e um sorriso idiota brotar. Droga, eu não sabia o que estava sentindo. Por Deus, você era uma humana. E seu cheiro. Ah, seu cheiro... Mesmo em uma visão você conseguia despertar em mim os meus sentimentos mais ocultos, que nem eu sabia que ainda existiam. Eu queria matá-la, Bella, sentir seu sangue deslizando por minha garganta já seca.

Então Alice me teve outra visão, uma que tinha o seu corpo lívido, sem cor, sem brilho – naquela visão eu havia matado você. Eu não queria aquilo, não queria seu corpo imóvel e lívido. Queria seu sorriso de volta. Queria vê-la corar novamente. Não podia deixar que aquilo acontecesse com você. Não a conhecia, mas já a amava.

Claro que... que no começo eu não queria aquilo para mim, não queria condená-la a uma vida como a minha. ‘Você a ama Edward. Não adianta lutar contra isso. Seja qual for o caminho que escolher, ela sempre estará nele. Vocês dois juntos são o futuro. Por favor, facilite as coisas, sim?’” Ele imitou a voz de Alice tão bem que por um momento imaginei que ela tivesse invadido meu quarto pela janela.

 “Ela me mostrou o que dizia e em todos os futuros possíveis você estava nele. Sempre. Ela tinha razão: não adiantava fugir. Você estava por todo lado. E eu sabia que não seria forte o suficiente para fugir de você. Mais ainda assim, eu não queria fugir. Estava fascinado por aquelas sensações que só você era capaz de me fazer sentir. Eu estava desistindo, eu queria você na minha vida sem nem ao menos conhecê-la. E esse foi o ato mais egoísta de toda a minha existência. Sinto muito.”

            “Quando você chegou a minha vida se tornou incrível. Não sinta muito por fazê-la valer a pena.” Eu falei, olhando em seus incríveis olhos dourados.

            “Fiquei tão feliz ao entrar no seu quarto. No segundo dia que você estava aqui, estranhamente inquieta. Quando entrei no seu quarto e cheguei perto de ti, lutando contra o desejo de matá-la, passei o dedo por seu rosto e você sorriu. Sabia que você não sabia que eu estava aqui, mas me convenci que aquele sorriso era para mim, só para mim. Aquele momento foi como o toque final para me mostrar que eu amava você. Que eu nunca conseguiria viver sem você novamente.” Seu sorriso foi doce. Sorri de volta.

“Após aquele dia, eu vinha ao seu quarto toda noite, vê-la dormir e sorrir, sempre que eu fazia isso.” Ele afagou minha bochecha sorrindo. “E finalmente, finalmente, chegou o dia que nos encontrávamos na livraria. Eu nunca me senti mais estranho e incrível. E quando você me aceitou em sua vida, me tornou o homem mais feliz da face da Terra. Agradeço por isso.” Subi em cima dele, meu rosto há centímetros. Coloquei meus dedos ao redor de seu rosto, afagando-o com carinho. Deslizei meus dedos por seu rosto de anjo, parando ao tocar seus lábios.

            “Estamos trocando de lugar, quem deveria estar agradecendo aqui sou eu.” Continuei com a carícia, apreciando cada toque. “Eddie, vamos parar com isso, sim? Talvez um dia possamos entender por que entrei na sua vida e por que você apareceu para mim. O importante é que estamos juntos agora e nada seria forte o suficiente para nos separar. Sem essa de me olhar como se eu fosse o prêmio e não a ganhadora afrontosamente sortuda, porque o prêmio aqui é você.” Ri baixo, escondendo meu rosto em seu pescoço, erguendo-o novamente, olhando nos olhos dourados de Edward.

            “Para mim, você é meu anjo, meu príncipe, não o amor de minha vida – pois pretendo amá-lo por muito mais que isso –, mas o amor de minha existência. Meu lindo, meu bobo, meu vampiro. E eu amo muito você. Não é como se eu fosse a caridosa que decidiu amar você, por que eu nunca escolhi, você tomou meu coração para ti no momento em que abriu esse seu sorriso torto. Então...”

            “Shhh...” Ele me calou com a sua boca na minha – era como se tudo ao meu redor explodisse, era como se fôssemos levados a uma dimensão paralela onde nós éramos apenas nós. Juntos. Sua língua passeou em minha boca, mas não era um beijo urgente. Era doce. Muito doce. Sua mão estava na minha cintura e a outra em minha nuca, puxando-me para perto. Meus dedos já navegavam em seu mar de cobre, sempre tão macio e cheiroso.

            Quando nos separou, Edward beijou todo o meu rosto, passando pelos olhos, nariz, bochechas, testa e boca – seu hálito doce me deixando tonta.

            “Podia fazer isso mais vezes...” Comentei, descendo para me aconchegar em seu peito.  Ele riu baixinho.

            “Está com sono?” perguntou, seus lábios em meu cabelo.

            “Não...” fui interrompida por um longo bocejo. Ele riu novamente.           

            “Ainda bem.” Brincou, ainda rindo. Abri um sorriso, já fechando os olhos. “Posso fazer uma pergunta?” questionou.

            “Alem dessa que acabou de fazer?” murmurei sorrindo, levantando meu rosto para olhá-lo.

            “Sim, além dessa. É por que você, até agora, não me contou por que estava com saudade do fim de semana.” Ele disse e lembrei que eu havia prometido contar.

            “É que esse fim de semana foi... quase... mágico. A campina, você no sol, o piquenique, a corrida, o cinema. Foi tudo tão perfeito que eu queria que nunca acabasse. E ainda mais a partir de hoje, indo para a escola e tendo que aturar todos os olhares... E agora tem o negócio do Mike. Será que vai dar algo errado?” perguntei, abraçando forte a cintura dele, pensando como seria ruim se Charlie ouvisse sobre o telefonema na versão do Mike.

            “Nada vai dar errado. Ele não iria querer espalhar que acabou de levar um pé na bunda da garota mais bonita de Forks.” Beijou minha cabeça. “E pior, que atrapalhou Edward Cullen em um momento particular.” Ele estava sorrindo. “Farei que cada dia seja especial, quero que se sinta bem a cada segundo que estivermos juntos.” Ele falou. Sorri largo para ele, sabendo que, enquanto ele estivesse perto, eu estaria feliz. O sono estava se tornando ainda mais presente, fazendo com que eu fechasse meus olhos, satisfeita por tê-lo ali, me abraçando. “Agora está na hora de dormir. Boa noite, Bella. Eu amo você, minha pequena.” Sussurrou, seus lábios em minha bochecha.

            “Boa noite, Edward, eu também amo você, meu vampiro bobo.” Eu disse sorrindo, já de olhos fechados, mas não sem antes encostar meus lábios nos seus pela última vez nessa noite.


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Notas finais do capítulo

Eae? o que acharam?
espero que tenham gostado e espero vcs nos comentários
juro que vou tentar começar a escrever o oitavo nessa semana agora
enfim, bjus e até depois
N/B: OMG! Que capítulo? Peraí que eu vou ali morrer e já volto...
Caralho, Bia... Eu aqui, toda carente e necessitando de um namorado, e você me faz um cap desse, cheio de romance, beijos e pegações *O*
QUERO UM NAMORADO FOFO E COM PEGADA ASSIM!
A fic está cada vez melhor e não vejo a hora do próximo cap u.u
E não esqueçam dos reviews!
Toodles honey
ps.: Deixando beem claro, que esse cap é antigo, então a nota da Rapha tbm... digamos que a nossa Beta não está tããããão carente de homem assim, né não marida?! UHASHUSAHUSAHUSAUHSA tá parei, antes que ela me bata U.U
BJUS
PS²: Quem foi lá ler Respiro Me?!?! o/ quem foi, meus parabens, espero que vc ainda esteja vivo depois do ultimo cap YASHUASHUSA... e quem não foi não sabe o que está perdendo U.U mas fique ai mesmo, pq corações fracos não conseguem sobreviver a muito tempo de RM não U_U
(https://www.fanfiction.com.br/historia/113959/Respiro_Me)
bjus