Vida de Semideusa escrita por Jkws


Capítulo 14
Ládon


Notas iniciais do capítulo

Ficou pequeno eu sei.



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Prendi os cabelos num rabo de cavalo para que eles não me atrapalhassem.

Andei em direção ao dragão. Luca foi para a direita e David para esquerda. Eu tinha que chamar a atenção dele.

- Hey! – Algumas cabeças de Ládon viraram para mim. – Você tem cabeças de mais. Vou arrancar umas pra você!

Cheguei mais perto. Tentei fazer parecer que eu queria pegar uma maçã, o que não foi difícil. Peguei o raio.

Metade das cabeças tentava me abocanhar agora, mas eu ainda não estava ao alcance. Umas vinte e cinco investiam contra Luca e outras vinte e cinco fitavam David, foi o que deu para calcular.

- Ei, espaguetti fedorento! - Um deles gritou.

Me esforcei para lançar um raio, não tinha aquela onda de raiva agora. Mas eu precisava de um raio.

Então lembrei de Misit.

Eu posso ir por cima. Falou ela.

É mesmo! Obrigada.

Então ela voou e umas dez cabeças do bicho se voltaram para ela.

Já que o raio não viria, apostei que aquele troço cortava.

Com medo, ataquei o dragão.

Arranhei uma cabeça, mas umas quinze me atacaram  e me pegaram e me lançaram para o alto, me arranhando toda. Elas pensaram que eu fosse cair direto na boca de uma delas. Mas eu tentei flutuar como no dia em que fui reclamada.

E deu certo. Eu não tinha muita prática, mas flutuei um pouco acima do alcance das cabeças. Ri e arranhei mais três delas com o raio. Estava tudo indo bem, até que tentei fazer uma manobra, mas acabei voando baixo de mais. Senti alguma coisa puxar meus cabelos bruscamente. Tentei me soltar, mas nada. Quanto mais eu puxava, mais doía, o dragão segurava forte meu rabo de cavalo com a  boca.

As outras cabeças investiram contra mim uma pegou meu braço esquerdo a outra a perna direita. Eu tentava me soltar, tentava bater nelas com o raio, era inútil. Minha cabeça doía. Outra pegou minha perna esquerda. E elas começaram a puxar, cada uma pro seu lado. Pelo visto, elas gostavam de brincar com a comida. O único membro que estava livre era a mão direitra, com a qual eu segurava o raio. Eu tinha que pensar, não conseguia acertar nenhuma das cabeças presa como estava. Mas era impossível pensar com aquela dor. Todo o meu corpo ardia.

Forcei-me a pensar, aquela coisa ia me rasgar totalmente. “Existem várias saídas, é só você procurar bem.” Minha mãe dizia.

O dragão puxava meus cabelos com força mas devagar. Torturador. Então em meio a dor, tive  uma ideia. Preparei o raio para cortar e desci a mão. Zap. Minha cabeça estava livre e vi muitos fios de meus próprios cabelos voarem ao meu redor. A cabeça que antes puxava minha cabeça, agora tinha um tufo de cabelos na boca, parecendo uma barba. Mas as outras ainda puxavam os meus outros membros.

Acertei o olho de uma, agora meus dois braços estavam soltos. Me equilibrar foi difícil, mas acabei conseguindo fazer com que uma cabeça soltasse minha perna direita, cortando-lhe a orelha. Como se já não bastasse as outras vinham para cima de mim como moscas no mel. Eu balançava o raio de um lado para o outro na tentativa de evita-las. Consegui cortar o focinho da cabeça que segurava minha perna esquerda e ela soltou tão repentinamente que eu voei de encontro á árvore dos pomos de ouro.

Minhas costas soltaram um estalo quando bati no tronco e depois no chão. Um monte de maçãs caíram em cima de mim. Tudo estava de apagando. A dor me consumia.

Vi Luca com a espada com um braço pendurado e sangrando e quase cortando uma das cabeças. Vi David mais perto do dragão do que antes. Acertava flechas em olhos e bocas loucamente, mas nenhuma passava da barreira de cabeças. Ele jogou uma das flechas pra cima, então ela traçou um arco a cima do bicho e quando desceu acertou bem uma das maçãs da árvore. A maçã caio ao meu lado com a flecha nela cravada. Mist tentava chegar até mim.

Um flashback de minutos atrás vieram á minha cabeça, dentes, cabeças, olhos, sangue, meus cabelos voando depois de eu tê-los cortado. Dor. Muita dor. Dor em todo lugar. Membros cortados. Dor.

Peguei a maçã não conseguia me ajeitar para pôr no bolso, então pus dentro da blusa mesmo. O dragão que antes pensava que eu estava morta, veio me atacar de novo. Preparei o raio. Eu precisava lancar-lhe um raio. Precisava. Minha mãe me disse uma vez: “Você pode. Mas só vai perceber isso, quando precisar do poder.” E eu precisava agora. Eu posso. Ziiiiip. Um raio acertou o corpo do dragão. Todo o resto de energia que eu tinha gastei naquele raio. Então apaguei. 


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