Entre o ódio e o amor escrita por Teddie, Madu Alves


Capítulo 2
Chegada dos inquilinos


Notas iniciais do capítulo

enjoy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/152410/chapter/2

Madeline’s POV



O caminho até Oxford foi longo, não abri mão do som alto durante o percurso. Fiz poucas paradas, me restringindo a comprar café e as necessidades básicas.





Surpreendi-me ao ver a casa em que ficaria. Não imaginaria que além de linda seria grande. Com certeza a imagem que vi não fez jus ao imóvel. Maldita internet.





Surpreendi-me ainda mais ao entrar a casa. A decoração certamente não seria a escolhida por mim, mas me impressionou. Havia branco em quase todas as partes, alguns quadros coloridos, arranjos de flores e pequenos vasos com bonsai.





- Deus, essa casa é demais! Não fiz melhor escolha. - adentrou um homem falando alto e rindo, não percebendo a minha presença, ele estava com um outro cara que ria tanto quanto ele. Os dois eram bonitos porem diferentes.





Não queria falar com ninguém, por isso continuei carregando minhas malas até que um deles falou comigo.





- Oi, meu nome é Christopher. - disse ele. Ele tinha cabelos castanhos escuros e olhos da mesma cor. Ele me estendia a mão. Não a aceitei.





Pensei em falar “quem te perguntou”, mas seria indelicado. Ele recolheu a mão, envergonhado.





- Madeline - disse, enquanto tentava carregar minha mochila e outras duas malas.





- Quer ajuda? - perguntou o outro garoto. Ele era louro e tinha olhos castanhos. Era muito bonito.





Balancei a cabeça negativamente, em duvida se aceitava ou não. Mas ele me ignorou, pegou minhas malas e subiu. A única coisa que pude fazer foi segui-lo.





- Não vai se apresentar como seu amiguinho? - tentei parecer indiferente, mas no fundo estava curiosa para saber o nome dele.





- Não sou louco, vai que eu fico no vácuo como o Chris. Faço questão não - ele riu e eu me permiti sorrir um pouco - Mas, caso queira saber, sou Thomas. - havíamos chegado a um corredor que tinha varias portas - Quer ajuda para escolher o quarto?





- Não - Sorri, tentando parecer menos rude, o que obviamente não funcionou. - Obrigada.





- Não foi nada. - desceu as escadas praticamente correndo, será que eu pareci muito grossa? Depois eu me desculpo.





Abri a porta que estava ao meu lado. Estava vazio, decorado como o resto da casa quer dizer. As paredes brancas e os moveis. Não havia mais nada.





Arrastei minhas malas pra dentro e fui para a varanda, a vista dele era linda, dava para o jardim e para a piscina. Alguma coisa me dizia que tinha ficado com o melhor quarto.





Charllote’s POV





Eu fui umas das primeiras pessoas a chegar a casa. A casa que seria o meu lar durante anos. Ela era bem mais aconchegante do que o meu antigo lar, não houve rodeios apesar de ter ouvido vozes que vinham de trás da casa. Subi para ala que julgava ser a dos quartos e me apossei do ultimo, no fim do corredor.





Desfiz as malas, arrumei as coisas com um sorriso no rosto. Sim, eu estava adorando não ter que me preocupar com os problemas do meu pai ou com qualquer um que perguntasse como as coisas estavam em relação a ele. Apesar de no fundo amá-lo, eu não podia fingir que não estava livre. Não deixei de sorrir um só minuto.





Decidida a conhecer meus companheiros, desci.





- O que essas malas fazem aqui? - perguntei aos dois caras que estavam vendo tevê. Um moreno e um loiro.





- Não sabemos. - respondeu o loiro se virando para me ver - Quando percebemos, ela já estava aqui. - sorriu.





– Entendi. - sentei na poltrona mais perto da TV e mais longe do sofá em que os rapazes estavam.





- Não a vi chegar... - começou a falar o cara moreno, tão bonito quanto o loiro. - Quando chegou?





- Quando cheguei vocês estavam atrás da casa e eu não quis incomodar... A propósito meu nome é Charllote. - sorri.




– O meu é Christopher e o do meu camarada é Thomas. - disse o moreno.




- Vocês são de onde? - Perguntei.




- Eu sou de New Jersey. - disse Christopher cheio de orgulho, o que nos fez rir.



- Eu sou de Sidney e você? - Thomas perguntou acanhado.




- Eu sou de Arkansas. - Não disse o local exato.



Thomas pareceu ser tímido, ele parecia prestar muita atenção no jogo que passava na tevê, diferente do Christopher que eu podia jurar que estava dando em cima de mim.





Até que o Christopher estava sendo muito amigável ele parecia ser legal o bom e que pelo menos um amigo eu teria aqui.





Katherine’s POV




Ao meu modo de ver, cheguei cedo a casa em que moraria durante os anos na faculdade. Ao vê-la tão vazia achei que os empregados não haviam chegado. Deixei as malas no meio da sala e subi saltitando para o segundo andar. Escolhi o quarto que, para mim, era o melhor e com certeza o maior.


Liguei para John, depois para meus pais, fiquei na pequena varanda e andei para todos os lados sem ter nada pra fazer. Esperar pelas minhas malas estava cansando a minha beleza.



Extremamente irritada, saí do quarto batendo porta e desci batendo os pés como se estivesse em casa, ao encontrar o “grupo” de pessoas na sala rindo, me estressei. Mais ainda.





- Qual de vocês está encarregado de levar minhas malas para o meu quarto? - perguntei autoritária.




A única mulher presente, tirando eu, riu ainda mais enquanto um dos homens segurava o riso e o outro me olhava incrédulo. O que eu tinha dito de errado? Empregados idiotas.


- Como é? - perguntou o homem loiro que ainda segurava o riso.


- Estou esperando a horas que levem as minhas malas e vocês ficam aqui sem fazer nada? Olha tenho certeza que vocês têm trabalho a ser feito. – disse como se fosse a rainha da casa.



- Querida, não somos seus empregados e se você quiser ter as suas malas no seu quarto leve-as. - disse a menina que não parava de rir.




- Ela tem razão. - Concordou o loirinho. Franzi o cenho, fiz bico e os encarei.



Como é possível que eu não tenha empregados? Como eu vou sobreviver? Isso não pode ser verdade.




- Então será que algum de vocês pode me ajudar? - os encarei esperançosa.



O menino loiro suspirou, levantou e veio ao meu encontro. Sorri para ele, peguei uma mala de mão e o deixei com as outras três. O menino demorou um pouco para subir e foi um pouco rebelde não querendo deixá-las em meu quarto, logo depois saiu furioso.





E eu já estava fazendo amizades logo no primeiro dia. Eu era mesmo cativante.




Thomas’ s POV



Como pode existir alguém tão mimado quanto à menina das malas? Ela podia ser um pouco educada, mas não. Nem um obrigado ela me disse. No meio do corredor quis saber qual quarto Madeline havia escolhido queria poder conversar com ela. Ela era uma pessoa muito intrigante.


Desci ainda um pouco irritado e lá encontrei o ultimo integrante do grupo que eles seriam, era um menino com uns óculos um pouco maiores que o rosto. Christopher e Charllote estavam se confraternizando com ele.


- Ninguém vai me apresentar a ele? - perguntei indo em direção a eles.


- Thomas, este é o Josephe. - disse Charllote.


- Porque demorou a chegar? - talvez eu estivesse sendo um pouco indelicado, mas quem se importa? Eu não.



- Eu quis passar no Campus antes do primeiro dia de aula. – Josephe realmente parecia ser tímido, com um sotaque francês que provavelmente me tirará do serio.





Não fiquei muito tempo conversando com eles, não que eu não quisesse fazer amizade, é que eu preciso pensar nas minhas prioridades, que no momento são estudar e me dedicar 100% na faculdade para dar a minha mãe a vida que ela merece e nada vai estragar isso.





Faria o melhor e seria o melhor para cumprir os meus objetivos e é por isso que estava aqui. Deitei-me na grama próximo à piscina. Eu precisava pensar em tudo agora por que depois seria tarde demais, não queris me apegar a esse lugar e muito menos a essas pessoas, eu sabia que elas eram legais. Mas eu vim aqui por um motivo e vou cumpri-lo.




Abri os olhos lentamente e vi a Madeline sentada em uma das cadeiras lendo um livro.



- Posso ficar aqui? - perguntei me sentando em uma cadeira, a do lado dela para ser mais preciso.




- Sim. - ela respondeu sem tirar os olhos do livro.



Ficamos em silencio durante muito tempo, mas eu não conseguia pensar em nada. Por mais que eu tentasse, a presença dela de certa forma me perturbava mesmo sem fazer nada, havia algo nela que me obrigava a prestar atenção apenas nela. Ela ainda estava com a mesma roupa que chegou. A maquiagem era muito forte, acho eu ela era meio roqueira.




- Por que usa tanta maquiagem na luz do dia? - perguntei, logo me arrependendo, fui rude com ela.


- Eu gosto - a garota me cortou legal, mas eu ainda vou descobrir o real motivo. Algo nos seus olhos me dizia que não era somente isso.



Minha mãe costumava dizer que sou inconveniente e incrivelmente curioso quando queria. Em minha opinião não era verdade.




Christopher’s POV




Dei um jeito de despachar o nerd francês e finalmente fiquei sozinho com a delicia da Charllote. Estávamos vendo tevê, mas ela mantinha distancia de mim sentada na poltrona que ficava mais longe. A fitei cheio de curiosidade.


- Tem medo de mim? - mandei na lata, ela me olhou confusa.


- Não, por quê?


-Você se mantém afastada. Eu acho que você tem sim.


- Não, não tenho. - Charllote fez exatamente o que eu esperava, sentou-se grudada a mim. - Acredita agora?


- Um pouco. - mostrei-lhe o sorriso mais sedutor que possuía. - Estava pensando... É o nosso primeiro dia aqui, podíamos juntar a galera e chutar o balde.


- Não sei... Quem sabe se eles concordarem. - ela estava na duvida, já vi que terei que ter paciência com essa.


- É, quem sabe. - passou uma baleia na tevê e é claro não perdi a chance. - Olha Charllote é você. - apontei para tevê e comecei a rir, ela por sua vez bateu-me com uma almofada.


- Não vejo graça. - me fitou séria.


- É mesmo? - me inclinei para perto dela e comecei a fazer cócegas naquela barriga sarada, Charllote ria como uma hiena, só que uma hiena linda.


– P... Paaa... raa. - mal conseguiu falar, eu caí na gargalhada.


Ela se debatia como uma louca. Acabamos caindo no chão e ela engatinhou pra longe.



A peguei pela cintura e bati de leve a almofada nela. Charllote pegou uma também e bateu com tudo na minha cabeça.



- Doeu. - ela começou a rir. - Agora você está rindo, né? - comecei a me aproximar dela.


- NÃO... - gritou em meio aos risos logo a sequência de cócegas recomeçaram e é lógico aproveitei para pegar em algumas partes do corpo dela. - Eu... Vou... Fazer... XIXI. - ela não conseguia parar de rir era até engraçado vê-la assim. - CHRIS... PAAAAAARA. - os olhos dela já estavam cheios de lagrimas de tanto rir, a garota do nada me empurrou com uma força que eu caí deitado.



Ela pulou em cima de mim e de repente eu não via mais nada a não ser as almofadas que voavam da minha cara. Eu não sabia se ria ou se pedia socorro, não havia força para me mover era tão divertido acho que a risada dela estava tão alta quanto a minha.




- O QUE SIGNIFICA ISSO?


Charllote saiu de cima de mim, tirei as almofadas de cima de mim, mas não levantei. Charllote estava deitada ao meu lado acho que a barriga dela estava doendo tanto quanto a minha. Olhei para cima e vi a maluca das malas de pijama e o resto do pessoal ao lado dela.


- Eu estava tentando dormir. - disse seria, Charllote levantou e me puxou para eu levantar também.


- E o que a gente tem com isso? - perguntei e ela quase me fuzilou com o olhar, o Thomas segurava o riso e a Madeline encarava a cena com uma das sobrancelhas arqueada. O Josephe não ficou para ver o circo pegar fogo.


- Vocês não param de fazer barulho. - nunca vi alguém tão vermelho quanto ela estava.



Com isso, Madeline revirou os olhos e foi embora e Thomas começou a rir.




- Ninguém disse que era proibido - Charllote deu um passo a frente a encarando. - E quem dorme a essa hora do dia?



- Eu preciso do meu sono de beleza - a garota falou e saiu rebolando.



- Acho que não está fazendo efeito - Charllote disse alto o suficiente para que ela ouvisse.




Eu achei que a menina das malas fosse voar no pescoço da Charllote, mas ela só deu um olhar fuzilador e subiu. Os outros voltaram a fazer o que estavam fazendo e eu me joguei no sofá.




- Achei que ela fosse voar em você - disse cutucando a perna da Charllote.


- Aquela ali não faz mal nem pra um mosquito - sorriu - Agora chega pra lá que eu também quero sentar.


- Ló pode sentar eu não me importo. - Passei as mãos no cabelo e sorri pra ela.


- Do que você me chamou? - Ela perguntou confusa.


- De Ló. - respondi orgulhoso.



- Merda de apelido hein, me chame de Charlie. - sorriu e puxou a minha perna para poder sentar.



- Charlie me parece melhor - ela sorriu e voltou a ver televisão.





Essa já estava no papo.





Josephe’s POV





Eu estava impressionado com a faculdade e também com a casa em que iria morar.





Não me importei com os companheiros brincando na sala e nem com a discussão entre as duas meninas, isso era certamente infantilidade. Mas não me importava.





Estava no quarto terminando de arrumar os livros na estante quando a menina que reclamou da brincadeira na sala entrou no meu quarto sem nem ao menos bater.



- Olá, meu nome é Katherine e o seu? - disse sorridente e sem seu pijama.


- Mon nom est (meu nome é) Josephe. - não sorri e não parei de arrumar meus livros.


- Como é a sua cidade?


- Incrivelmente linda. - não queria dar continuidade a essa conversa. Ela era meio chatinha.


-Posso imaginar, eu sempre quis ir à França. - Katherine deitou na cama dele como se fosse a dela.


- Quem sabe um dia não vá. - derá que ela não percebeu que estava abusando de mim? Entra no meu quarto sem bater e ainda deita na minha cama. São todos mal educados.


- Você podia me ensinar a falar francês, o que acha?


- Qui sait (quem sabe) - falei em francês, quem sabe assim ela não iria embora.


- O que está fazendo? - perguntou se levantando e mexendo na pequena pilha de livros que restava.


- Arrumando meus livros. - ela era meio burra?



- Que legal, quer ajuda? - me olhou esperançosa.



- Já estou acabando não precisa se preocupar. - sorri tentando ser simpático.


-Ah claro, então eu vou para o meu quarto, se precisar de ajuda... - murmurou e se dirigiu a porta. Eu poderia ter ficado quieto, mas ela parecia triste.


- Amanhã depois do café posso te ensinar - Katherine saiu do quarto saltitando, sentei na cama e suspirei.


Oh mon Dieu! Aonde eu havia me metido?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!