Entre o ódio e o amor escrita por Teddie, Madu Alves


Capítulo 1
Quebra do cotidiano


Notas iniciais do capítulo

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Londres - Inglaterra

Tudo que Madeline mais queria era sair desse lugar. E ela finalmente havia conseguido isso, sair do lugar que te trazia más recordações. Era tudo que ela precisava.

Olhou-se mais uma vez no espelho. Estava satisfeita com seu mais novo estilo, os momentos mais legais nesses últimos seis meses, ela estava com ele. Aquele momento não foi um dos mais legais, mas ela superou, foi uma noite e ela nem se lembrava direito, mas estava arrependida, queria não estar bêbada.

Prendeu o cabelo num rabo de cavalo, deixando apenas sua franja solta e retocou a maquiagem escura, tão escura que quase não dava para reparar em seus olhos, azuis como uma tempestade, iguais aos dela Antes, ela amava a cor de seus olhos, agora ela queria apagar qualquer lembrança dela e do que aconteceu.

Ela ainda não havia esquecido, mas ela precisava. Sete meses haviam se passado, o estilo era novo. Por que ainda se lembrar?

Madeline desceu as escadas de sua casa e se deparou com seu pai, triste, na porta de sua casa, com as malas dela no chão.


― Você não precisa ir, filha. Há tantas faculdades boas aqui em Londres, por que Oxford, Maddie? ― ele perguntou.


― Pai, não me chame assim, por favor. É Madeline.


Ninguém a chamava de Maddie há um tempo, ela não gostava mais, trazia dor a ela.

― Desculpe filha. Se for pra lá, vá de trem pelo menos, vai demorar mais se for de carro.

― Não, eu gosto de dirigir, você sabe.

― É eu sei, promete que vai vir me visitar sempre?

― Pai, não me faça prometer algo que eu não posso cumprir. Londres me faz muito mal, não sei se posso voltar, não agora que estou livre daqui.

Pai e filha se olharam, o olhar que dizia tudo que queriam dizer, mas não tinham coragem. Por fim o pai disse:

― Você tem olhos tão bonitos, pena que os esconde com essa maquiagem toda.


― É melhor assim ― disse somente ― Pai, eu já vou, Até.

―Tchau, minha filha ― eles se abraçaram ― Eu te amo.

― Eu também ― Madeline sussurrou ― Tchau e me desculpe.

O pai não respondeu, sabia do que a filha se culpava e nunca concordara com isso.


Ela entrou em seu carro, deu a partida e foi embora para Oxford.


Madeline ia para longe para esquecer e ser livre ia morar com pessoas que ela nem conhecia, e isso era bom, pois ai não faria amizades e ninguém falaria para ela que isso não era vida. Ela gostava de sua vida.


Ela finalmente viveria livre, pelo menos ela achava isso. Lembrou-se do motivo de tudo isso, há sete meses, quando aconteceu e chorou. Depois de todo esse tempo que passou, Madeline chorou.


Pensou em voltar para casa, voltar para seu pai, voltar para sete meses antes quando sua vida ainda era normal, quando ela ainda estava viva. Mas ela não queria pensar nisso, já havia tomado sua decisão...

Liverpool - Inglaterra


― Nós podemos leva-la até Oxford, Kate, não precisa ir sozinha.


― Não precisa mãe, você e o papai podem ficar. Eu quero ir sozinha.

― Katherine abraçou seus pais mais uma vez e foi até seu namorado.

John, seu namorado, estava triste. Ele tinha cabelos castanhos e olhos verdes, era muito bonito, amava muito Kate e o sentimento era recíproco, pelo menos ela achava que era.

― Sabe que não precisa nem ir né, pode ir para uma faculdade em Liverpool, comigo ― ele insistiu.

― Sei que posso John, mas quero ir para Oxford, e o tempo que passaremos separados será bom, fortalecerá o nosso amor ― ela deu um singelo beijo nele.

― Então antes de ir, quero te dar isto, para você sempre se lembrar de mim ― ele sorriu e entregou uma caixinha de veludo para ela.

Era um anel, o mais lindo que Katherine já tinha visto, e selava bem o compromisso dos dois, que já era bem longo.

John e Katherine se conhecem desde crianças, aquele típico relacionamento de melhores amigos que cresceu e virou algo mais. Clássico.

Mas Kate estava certa, ir para uma faculdade longe fortificaria o amor deles. Ou acabar de vez, já que nenhum teve uma experiência diferente deles mesmos.


― É lindo John, eu te amo ― ela o beijou ― Queria ficar aqui para sempre com você.


Ele colocou uma mecha do cabelo louro de Kate atrás da orelha da mesma.


― Você pode ficar não ir, você tem tudo aqui, por que ir para outra cidade, só para estudar e morar com pessoas que você nem conhece?


― Porque é o melhor para mim, e você no fundo sabe disso ― eles se abraçaram uma ultima vez ― Tchau mãe, pai, John, eu amo todos vocês, vejo vocês nas férias.


Katherine entrou no carro, deu a partida e seguiu rumo a Oxford...

Little Rock - Arkansas


A televisão na casa de Charllote estava alta, provavelmente seu pai estava bêbado. A mãe de Charlie? Havia fugido há treze anos com um homem mais jovem. Clássico.


Charllote trabalhava muito, já que seu pai não se importava de trabalhar, se entregou às bebidas depois que a mãe de Charlie se foi. E também não se importava com a pobre garota. Ela se parecia muito com a mãe.


Mas agora aquilo acabaria. Charlie estava de mudança, começaria uma vida, em outro país. E se desse sorte, nunca mais veria seu pai. O apagaria de todas as suas lembranças. Recomeçaria. Era tudo de que ela precisava.


Charllote foi para a sala se despedir, ele poderia ter todos os defeitos do mundo, mas ainda era seu pai, e no fundo ela o amava.


― Pai, estou in...


― Garota, me traz uma cerveja e me deixa ver o jogo ― ele a interrompeu.


Se fosse outro dia, Charlie pegaria a cerveja e sairia de perto de seu pai. Mas não hoje. Ela estava cheia de tudo isso.


― Não, seu bêbado inútil. ― ela disse alterada.


― O que você disse? ― seu pai perguntou, se levantando.


― O que você escutou! Eu sei que não se importa, mas eu já estou indo.


― Indo para onde, sem minha permissão?


― Para Inglaterra, você assinou o papel, está bêbado demais para se lembrar? Eu vou embora dessa casa, me esquecer de você, e se puder, peço que faça o mesmo. Não deve ser difícil para você ― Charllote disse friamente.

Seu pai se sentou bruscamente em sua poltrona, não queria dizer, mas estava triste por sua filha ir, ele a amava. Mas invés de dizer isso, ele disse:


― Ótimo, faça bom proveito dessa sua viagem. Esqueça que tem um pai.


― Um pai? Você? ― ela riu sem humor ― Você nunca foi um pai. Adeus.


Charllote foi embora daquela casa para nunca mais voltar. Ela deixou cair uma única lágrima, mas jurou que não choraria por ele. Seu pai não merecia.


Ela recomeçaria. Faria novos amigos na Inglaterra. Quem sabe até um amor...

Jersey City - New Jersey


A família Johnson estava no aeroporto. Os pais estavam deixando seu filho lá. Ele iria para Oxford. Os pais estavam muito orgulhosos dele.

― Filho, vá e estude muito. Visite-nos nas suas férias. Eu te amo ― disse sua mãe, ela estava ameaçando chorar.

― Christopher, nós estamos muito orgulhosos de você. Escute a sua mãe, estude, mas não se esqueça de se divertir.


O Sr. Johnson não fazia a menor idéia, muito menos a Sra. Johnson, mas o que Chris mais faria era se divertir.


Dizem que as inglesas são bem gostosas, pensou ele.

― Sem problemas, pai e mãe, vou e voltarei com um diploma. Vou deixar vocês orgulhosos. ― e de quebra, pegarei umas inglesas, ele completou mentalmente.


― Mas se você engravidar alguém, nós cortamos seu pinto ― disse sua mãe, conhecendo a fama do filho único.


Christopher sempre foi o mais popular no colégio, mesmo sendo inteligente. Ele conseguia todas as garotas de sua escola. Era muito egoísta, pois sempre fora mimado pela mãe e pelo pai.


― Pode deixar, vou me comportar ― abraçou os pais mais uma vez e embarcou.


Ele moraria com umas garotas. Ele esperava que no futuro, elas não brigassem entre si por ele...


Montpellier - França


Mon bébé, não precisa ir para outro país ― disse dona Genevieve, no aeroporto, para seu filho, Josephe.


― É necessário, maman, a senhora sabe que ele não gosta de mim ― disse Josephe.


― Ele gosta meu filho, só não se acostuma, é que você é diferente. ― disse a mãe de Josephe


Eles se referiam ao pai de Josephe, que estava presente na despedida do filho, e se pronunciou pela primeira vez, desde que saíram de casa.


Laissez-lealle (deixe-o ir), Genevieve. É bom para ele aprender a ser um homem de verdade.


Isso sempre fora assim na vida de Josephe. Seu pai, Pierre, nunca aceitara que seu filho fosse mais estudioso do que namorador, então sempre achou que o filho fosse gay.


Il est un homme (ele é um homem), Pierre. Pare com isso. Au revoir Josephe. Eu te amo. Venha visitar-nos em suas ferias.


Dona Genevieve não sabia, mas Josephe não voltaria enquanto não se formasse. Ele odiava ficar no mesmo lugar que o pai. Ele sempre o pressionou muito.


Deram o ultimo aviso para o voô destino Oxford. Josephe tinha que se apressar.


Au revoir maman, Je t'aime.


Ele não se despediu do pai, e o mesmo não se importou de se despedir.


Se Deus quisesse, Josephe conseguiria esquecer de seu pai... E talvez nunca mais voltasse a França...

Sidney - Austrália

O clima na casa dos Benson era triste, o único filho já estava de partida. A menina já tinha ido para os Estados Unidos e agora o menino iria para Inglaterra.

Dona Susan estava deprimida, ficaria com a casa só para ela, sem seu filho para fazer piadas e alegrar seu dia.


Thomas estava feliz e triste. Deixar sua mãe era complicado, ele a amava muito, e ele era o “homem da casa”. Seu pai havia se divorciado e criado uma nova família em outro lugar, que Thomas nem fazia questão de saber onde ficava. Ele crescera muito bem sem o pai.


― Tom, meu filho, fique. Não precisa ir para outro país, só para ser advogado.


Esse era um dos sonhos de Thomas. Ser advogado e fazer justiça. O outro era dar um futuro melhor para sua mãe.


Entenda, os Benson nunca foram ricos. E Tom, sempre quis dar o melhor para sua mãe.


― Hey, mãe é só por um tempo, eu venho visitar a senhora sempre que for possível. Será melhor ― tentou se justificar.


― Filho, o melhor é ficar aqui comigo.


― Mãe, eu vou e volto, tudo bem?


A mãe se deu por vencida. Quando o filho cismava, ele geralmente conseguia.


― Me deixa pelo menos ir ao aeroporto com você.


― Não mãezinha, sabe que eu não gosto de despedidas.


― Thomas, a gente está se despedindo agora. ― disse a mãe incrédula.


― É verdade ― ele deu de ombros ― Mas realmente não precisa. Eu te amo mãe. Tchau.


― Tchau, meu filho e volte logo.

Thomas foi embora da casa de sua mãe com sonhos e ele esperava realiza-los. Ele faria tudo pela mãe...


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Notas finais do capítulo

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