As aulas se passaram e infelizmente bateu o sinal para o intervalo. Como eu iria fugir da conversa com o Percy? Simples, eu não iria fugir. Droga, droga, droga!

– Pensei que ia fugir da conversa com o Percy. – Disse Grover quando eu estava saindo da sala de física.

– Ta lendo minha mente? – Perguntei assustada.

– O que? – Disse ele confuso.

– Eu tava pensando nisso, em como fugir da conversa com o Percy. – Suspirei. – A sua terceira aula foi com ele, né? – Perguntei, mesmo sabendo a resposta. Já que a primeira aula eu estava com Percy e a segunda eu estava com o Grover, obviamente a terceira aula dele foi com o Percy, porque ele estava sabendo da conversa que eu ia ter com Percy.

– Sim. Por quê? – Perguntou ele estranhando tudo.

– Nada. – Disse suspirando.

– Ih, se ferrou. Olha quem esta vindo aí. – Disse Grover apontando com a cabeça na direção em que Percy andava até a gente.

– Droga! – Pensei em como fugir. – Tive uma idéia. Tchau! – Saí correndo.

– Hey, espera, a onde você vai? – Gritou Grover sem entender nada.

– Annabeth! – Gritou Percy. Parei de correr e todos olharam para a gente. Droga!

– O que você esta fazendo? – Perguntou Percy chegando perto de mim.

– Isso. – Disse e logo voltei a correr. Escutei Percy gritar meu nome algumas vezes, mas não parei, apenas corria. Parei de correr quando cheguei na biblioteca. Ótimo!

A biblioteca era gigante, com várias estantes, cadeiras, mesas e obviamente livros.

Além de livros fazerem eu esquecer Percy, eu poderia ficar escondida ali, sem ninguém me achar.

Peguei um livro qualquer que estava em cima de uma mesa, já que eu tinha esquecido o livro que estava lendo em casa, e fui direto para o último corredor da biblioteca. Me sentei no chão e abri o livro.

A história do livro era interessante, engraçada e muito legal. Estava me divertindo com o livro até alguém sentar ao meu lado.

– Percy esta bravo com você. – Disse Grover triste.

– Eu sei. – Abaixei o olhar. – Como me achou? – Perguntei desconfiando dele.

– Você ama ler. Não teria outro lugar melhor para se esconder do que esse. Tem vária estantes para ninguém ver você. – Disse ele, como se fosse óbvio.

– É, tem razão. – Sorri.

Ele não falou mais nada, apenas pegou um livro também e começou a ler, até bater o sinal para a quarta aula.

– Vamos? – Ele me estendeu a mão para eu levantar.

– Vou ficar. – Sorri.

– Ok. – Disse ele colocando o livro na prateleira. – E você livro, fica aí, que eu vou voltar para ler você. – Ele sorriu.

Eu não voltaria para a aula hoje, principalmente porque a quinta aula era com Percy novamente.

Apenas continuei lendo o livro. O livro era curto comparado com os livros que eu estou acostumada a ler, por isso li ele rápido.

Todas as aulas se passaram e bateu o sinal para ir embora.

Estava saindo da biblioteca quando vi Grover.

– E aí? – Perguntei para ver se ele sabia o que Percy iria fazer ou tinha feito.

– Eu falei com ele agora. Ele esta bravo com você, ele e a namorada estão brigados, ele ficou o dia inteiro de cara feia e... Só. – Disse ele pensativo.

– Vou correr para a minha casa, antes que ele me veja. Tchau! – Disse e saí andando.

Cheguei na frente do colégio e tinha poucas pessoas ali, então fui andando calma até chegar na rua da minha casa. Como estava perto de casa, resolvi correr, porque Percy poderia estar por ali, né?

Cheguei em casa e não tinha ninguém, meus pais trabalham e só chegam por volta das dezoito horas, então eu fico o dia inteiro sozinha.

Comi alguma coisa e fui assistir televisão, estava passando um programa sobre animais, como tinha que cuidar deles, e outras coisas. Eu amo animais, mas faz bastante tempo que eu não tenho nenhum, já que meu último cachorro morreu de velhice, eu fiquei muito triste e nunca mais adotei nenhum cãozinho.

Depois de assistir aquele programa me deu vontade de ter um cachorro novamente. Desliguei a TV e subi para meu quarto.

Peguei o livro que estava lendo e voltei a ler, até alguém tocar a campainha. Logo agora que eu estava lendo?

Desci as escadas com pressa e abri a porta, e para a minha surpresa, era Percy. Ótimo!

– Oi! – Ele não sorriu como ele sempre sorri quando me da ‘Oi’. Fiquei com medo.

– Ér... Oi? – Foi mais uma pergunta do que um ‘Oi’ normal.

– Precisamos conversar. – Disse ele... Triste? Ele estava triste? Mas por quê?

– Ta. Vamos para o meu quarto. – Disse abaixando o olhar.

Fomos para o meu quarto, e ele pegou a cadeira que tinha um monte de coisas empilhadas e colou em frente à cama, enquanto eu sentei na cama.

– O que deu em você? – Disse ele sem entender.

– Nada. – Sorri fraco.

– Seus olhos. – Disse ele. Como eu ia mentir para ele? Era impossível.

– Ok! Vou dizer o que esta acontecendo. – Suspirei. Eu não ia contar tudo, mas ia resumir o que envolvia ele, mas na verdade tudo isso era por culpa dele, sem ele saber. Então vou resumir tudo, sem colocar o nome dele na história que eu ia contar.

– Eu me apaixonei. – Suspirei, sem olhá-lo.

Eu vi que ele ficou surpreso, e depois fez uma cara de quem estava confuso, mas na verdade eu não sei exatamente a cara que ele estava fazendo. Parecia que ele estava surpreso misturado como se ele estivesse confuso e triste. Não consigo nem definir. Era uma expressão desconhecida como se ele estivesse triste, mas com mais algumas coisas. Agora eu estava confusa.

– Por quem? – Ele perguntou. Que ótimo! O que eu ia dizer? Não podia falar que era ele, mas eu também não ia falar o nome de ninguém que ele conheça, se não ele ia falar coisas que não devia. Mas tive uma ideia.

– Não vou falar. – Abaixei o olhar.

– Ok! Mas você esta sofrendo por ele? – Perguntou ele bravo.

– Sim. – Respondi triste.

– Se me disser quem é o idiota eu posso ter uma conversa com ele. – E foi aí que ele deu o primeiro sorriso depois de tudo o que eu fiz hoje.

Mas como ele teria uma conversinha com ele mesmo? Ele iria brigar com ele mesmo?

Apenas o olhei e sorri.