Mundo dos Sonhos escrita por Trezee


Capítulo 46
Changes 1


Notas iniciais do capítulo

Surpresaaaaaaaaa!



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Continuei andando por uns três... Não, uns cinco minutos, até que eu esperasse que ela não me visse mais. A partir daí eu não pude mais aguentar. Comecei a correr como se a força que eu imprimia a cada passada fosse a última que meus músculos fossem capazes de suportar. Fui sem rumo. Sem rumo mesmo. Corri pelo acostamento, mas logo decidi entrar mata adentro. Era o momento.

                       Senti os galhos das árvores batendo no meu rosto, arranhando-me, deixando gotas de sangue espalhadas como um rastro. Mas e daí? Sangue de um corpo que não me pertence. De uma alma que não é minha.
                      Merda.
                      Um corpo e uma alma que não são meus.
                      A cada vez que me lembro deste pequeno detalhe eu penso em nunca mais coexistir entre esses dois mundos. É cada vez mais insuportável ser um Arauto. 

                      Principalmente agora que Melinda foi Apagada.

                      Essas palavras não conseguiam se infiltrar na minha cabeça. A Mel está A-PA-GA-DA. Aqueles miseráveis conseguiram apagar a única pessoa que conseguia me manter são até o momento. A única que, mesmo sem me entender, me entendia. Meu suporte, minha conselheira. Minha amiga.
                      Neste momento eu já estava parado no meio de uma clareira. Dane-se se eu estava perdido ou não. Era ali que eu ia ficar até conseguir encontrar uma solução.                      

                       Bem, é hora de sonhar.
                       Olhei em volta e a grama estava um tanto que úmida, mas não me importei. Tirei minha camiseta e deitei por ali mesmo, sentindo o gelado se apoderando dos meus músculos. Fechei os olhos. Eu já conseguia sonhar de olho aberto. Estava até me adaptando a sonhar enquanto caminhava. Mas este momento pedia todo o meu esforço e concentração. A entrada no Mundo dos Sonhos é um pouco complexa. Arautos Natos são muito habilidosos e conseguem entrar e sair com muita facilidade. Mas eu, um Arauto Secundário, desprendo muito esforço a cada vez que eu entro. Dói. E não é pouco.

                        Senti como se meu corpo todo se desfizesse em migalhas. Era sempre assim. Minha cabeça latejava insuportavelmente como se enfincassem alfinetes nos meus olhos. Sabia que ia passar em um segundo e que o negrume logo seria luz. Mas mesmo assim era respeitosamente temível.
                         Entrei.

                         Era um sonho bem normal para o que, uma menina de uns cinco anos? Rosa de mais. Olhei para meus pés e parecia que eu caminhava sobre algodão doce. Não passei vontade em me certificar e pegar um tufo de ‘algodão’ sob meus pés. Morango. Tão previsível.

                           Comecei a andar tentando imaginar porque eles estariam naquele tipo de sonho. Não parecia um sonho que se transformaria em um pesadelo. Talvez nem fosse se transformar. Era bem possível que eles estivessem usando aquela imensidão cor de rosa só como uma parada. Ou um refúgio, sei lá. Mas não importava o que eles estavam fazendo ou planejando. Meu pensamento era fixo e bem formado. Iria fazer uma proposta.

                           Não era qualquer proposta.
                           Mal ou bem nós procuramos pela mesma pessoa ou ser. Enfim. Eu, como sempre, estou um passo a frente deles. É um dever estar a frente deles. Mas estou bem disposto a ignorar as regras e deixá-los a se igualarem a mim. Isso se eles aceitarem o que eu quero.
                           A Mel de volta.




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Notas finais do capítulo

Espero que gostem dessa minha nova ideia