Remendo escrita por juvsandrade


Capítulo 11
Adorável


Notas iniciais do capítulo

Leia escutando She's so lovely - Scouting For Girls.



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Ronald coçou a cabeça um tanto quanto contrariado. Jorge, como poucas vezes, encontrava-se em silêncio, com uma pena pendurada sobre a sua (única) orelha e com os lábios frisados, enquanto tentava chegar ao total de gastos e lucros do mês.

Ronald odiava o dia de fazer as contas.

Tentando focar-se nos números, coisa que parecia impossível, ele cerrou os olhos azuis, esperando que, por milagre ou coisa do tipo, os resultados pulassem de qualquer lugar e aparecessem ali, na folha que estava em suas mãos. Como num passe de mágica. Bufou ao ver que nada aconteceria.

Ronald realmente odiava fazer contas.

Jorge tossiu e coçou a cabeça, da mesma forma que ele fizera há pouco, para depois se perder com números novamente. O estômago de Ron roncou. Ele olhou para o lado, para procurar algo que o distraísse, mas como a loja já se encontrava fechada, não havia um cliente ou algo "pegando fogo". Entediou-se. Pelo menos ele não tinha nenhum professor para lhe puxar à orelha por não estar prestando atenção no que deveria estar fazendo. E Jorge parecia entretido demais para lhe dar bola. Bufou mais uma vez e deitou o corpo na cadeira, esticando os braços por detrás da cabeça e respirando fundo.

Quase caiu da cadeira quando a porta do escritório abriu com força, de forma que o chão tremeu levemente. Pegou a varinha com pressa, como de costume, mas não fez uso dela ao notar que sua esposa adentrara pela porta segurando algumas sacolas.

Jorge ergueu uma sobrancelha.

— Olá! — Hermione anunciou, ruborizada graças à tempestade de neve que caia do lado de fora e com um sorriso maroto nos lábios. — Espero não estar atrapalhando nada... — parou de falar, assim que viu um monte de folhas esparramadas pela mesa e algumas contas jogadas ao vento.

— Você chegou na hora certa, cunhada. — Jorge abriu um dos maiores sorrisos do universo e puxou-a pelo braço de imediato. — Agradeço por ter trago o seu cérebro com você. — Hermione piscou os olhos vagarosamente, já desconfiada, e Ron afundou um pouco mais na cadeira. — Quer dar uma mãozinha aqui?

— Jorge, a Hermione deve estar cansada. — Ron resmungou. Não gostava de ver outra pessoa, mesmo sendo o seu irmão, aproveitando-se da inteligência de sua mulher...

... Só ele podia fazer aquilo.

— Não tem problema nenhum. Isso é simples. — os dois ruivos negaram com a cabeça, perguntando através do olhar como ela poderia considerar aquele caos uma coisa fácil de se resolver. — Ah, antes que eu me esqueça... Trouxe comida para vocês jantarem. Se bem os conheço, aposto que vocês estão prestes a praticar canibalismo. — viu que o seu marido e cunhado entreabriam a boca, prontos para perguntar o que era canibalismo e suspirou alto, esquecendo-se outra vez de que não deveria falar certas "coisas trouxas".

Poderia dar um dicionário de Natal para cada Weasley.

O Sr. (Arthur) Weasley – já que Ron agora também era Sr. Weasley... E Gui, e Percy... – provavelmente adoraria.

— Ah, enfim, eu trouxe comida. — ela colocou as sacolas em cima da mesa e retirou com delicadeza as folhas da mão de Jorge. Sentou-se entre os dois e, em questão de um piscar de olhos, devolveu. — A loja está indo muito bem. — sorriu para eles, que ainda a encaravam sem dizer nada. — Eu trouxe *****, espero que vocês não se importem.

Foi Jorge que saiu do transe primeiro.

— Ron, vamos fazer uma troca? — Ron deixou de mirar a esposa para encarar o irmão. — Eu troco a loja e a Angelina pela Hermione. — as bochechas de Hermione avermelharam e o outro ruivo quase caiu da cadeira outra vez. — Não, espera, ainda é pouco... Eu troco a loja, a Angelina e a minha vassoura pela Hermione.

— Jorge, cale a boca. — parecendo um pimentão, Ronald retorquiu. — Antes que eu cale por você.

— Calma Roniquinho! Eu queria dizer que é brincadeira, mas não é. — Jorge piscou o olho de forma charmosa para a cunhada, que quase voou da cadeira para os braços do marido quando ele a puxou rapidamente. — É, não foi hoje. — ele balançou a cabeça, lamentando-se com um sorriso divertido nos lábios. — Mas você sabe onde me encontrar, Hermione querida.

Em seguida a gargalhada de Jorge soou pelo escritório e Hermione precisou prensar os dedos em um braço de Ron para impedi-lo de cometer alguma burrada. Dando uma risada também, como sempre graciosa, ela apoiou-se no contorno do pescoço do marido e sentiu-o amansar aos poucos. O cunhado começou a comer, ainda risonho, e antes mesmo de terminarem a refeição, tornou a erguer a cabeça e a falar:

— Última oferta: a loja, a Angelina, a minha vassoura e as figurinhas da Agripa e do Ptolomeu.

— Jorge...

— Está bem, está bem! Como é difícil negociar com você!

Ronald bufou.

Como se Hermione fosse negociável!

Nem por todos os galeões, vassouras e sabe-se lá Merlin o que mais era precioso naquele mundo.

Hermione não tinha preço.


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