Um Intercâmbio Muito Louco escrita por Mariced


Capítulo 11
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Leem as notas finais, por favor! :3
~capítulo reescrito por conta da exclusão das categorias de histórias com pessoas reais~



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No capítulo anterior...

"Eu estava com um bom pressentimento para essa festa."


Capítulo XI

POV – Marina

- Marina, desce aqui rapidinho, por favor – ouvi Jace berrar.

- Um minuto – berrei, terminando de separar a roupa que eu iria usar na festa.


A semana depois daquele incidente foi divertida. Nati, Dulce, Dudu e Paul vieram aqui e fomos ao boliche.  Jace teve que ir disfarçado, já que não queríamos repetir a cena do shopping. Ele colocou uma peruca preta e um óculos escuros. Não estava muito diferente, mas foi o suficiente para ninguém reconhecê-lo.


O passeio estava indo bem até irmos a uma lanchonete que tinha uma garçonete dada...


Flashback On


- Nós humilhados – afirmou Nati, enquanto sentávamos em uma mesa afastada das outras.

- E nós deixamos – disse Dudu na defensiva, com Jace e Paul concordando.

- Não sei vocês, mas eu estou faminto – Paul acenou para uma garçonete. Seu olho já estava melhor, levemente esverdeado.

- Olá, meu nome é Kátia e servirei vocês está noite – disse a garçonete com um sorriso desnecessário para os garotos. Ela era ruiva e peituda – silicone diz oi – e usava uma roupa minúscula. Aquilo era o uniforme?!

- Bem, querida – Dulce disse em um tom frio. Não era para menos, a ruiva estava olhando diretamente para Dudu – Eu vou querer um X-salada com uma coca. E você, amor, o que vai querer? – ela perguntou e beijou o namorado. Beijou não, engoliu.

- Vou querer um X-tudo com uma sprite.


O sorriso da Karanha – Kátia + piranha, que havia sumido ao ver o beijo, voltou e ela anotou os pedidos.


- E o que eu posso trazer pra você? – perguntou maliciosa para Paul. Essa eu quero ver.

- Perdeu alguma coisa no meu namorado? – Nati perguntou furiosa quando Karanha ficou encarando Paul enquanto ele lia o cardápio – Tira o olho, sua vadia.

- Nati, por favor – pediu Paul, tentando evitar confusão.

- Por favor? Essa vadia fica dando em cima de você com esse “O que eu posso trazer para você?” – afinou a voz – cheio de segundas intenções e você me pede “por favor”?


Todos olhavam para nossa mesa. Jace, Dudu e Dulce riram, enquanto eu e Paul abaixamos a cabeça, tentando nos esconder. Nati respirou fundo e sorriu. E ent... Sorriu?


- Ah, eu vou querer vou querer um X- Bacon – disse com a voz mais doce do mundo, como se nada tivesse acontecido – E ele vai querer um hambúrguer, muito obrigada.


Karanha parecia surpresa com a mudança de humor, mas anotou os pedidos.


- E você? – olhou para o Jace, com um sorriso de puta. Algo dentro de mim ferveu e eu me vi falando:

- Você vai na igreja? Está precisando, queridinha. Todo domingo, bem cedinho. É normal por aqui ficar dando em cima dos clientes? Seu gerente está ai? Posso falar com ele?

- Olha aqui... – ela começou a falar com aquela voz de vadia.

- Olha aqui você, sua cadela de quinta! – Agora eu podia ver a utilidade de ouvir a Mariana dando show quando alguém dava em cima do Ian – Quem você pensa que é? Vai buscar nossos pedidos! Vou querer um X- Milho com coca-cola e ele também – apontei para Jace, que assistia aquela cena de boca aberta.

- Ah, e para você – eu queria jogar alguma bebida nela, mas não havia nenhuma. Então, peguei o sal e comecei a jogar no cabelo e no decote dela. Ela soltou um gritinho e saiu. Rá, eu sou má.

- Voltando ao assunto, meu strike foi demais – afirmei, lembrando de quando todos os pinos caíram com força.

Eles me olhavam em choque. Isso é, menos Paul, que me olhava como se soubesse de algo que eu não sabia.


Flashback Off


- O que foi? – perguntei chegando na sala.


A sala estava pronta para tornar-se uma boate pequena. Vários móveis haviam sido tirados e, em um dos cantos da sala, perto da escada, havia um DJ com seu equipamento. Ele parecia estar escolhendo as músicas, já que olhava o notebook dele e alguns CDs.  Havia várias mesinhas encostadas nas paredes com alguns pufes. Também havia uma mesa longa, ainda vazia, mas parecia que iam colocar as comidas ali. E, é claro, luzes. Sabe aquelas luzes coloridas? Então.


- Você poderia me ajudar a levar tudo para a geladeira? – apontou para o corredor, onde havia mais de cem latas e garrafas.

- Claro – comecei a pegar algumas e fui levando para a cozinha, com Jace vindo atrás – Me responde uma coisa, quantas pessoas vêm?


Ele abriu a geladeira e colocou as bebidas dentro. Pelo que pude ver, já tinha mais lá dentro. Ainda bem que a geladeira era grande, porque se não...


- Ah, não sei – ele coçou a cabeça quando sua mão direita estava livre – Acho que umas cem, cento e pouco. Isso sem contar sua prima e o namorado dela – lembrou.


Era hoje o dia em que Mariana e Ian chegavam. Já deviam estar no hotel, onde insistiram ficar, mesmo Jace falando que eles podiam ficar aqui. Mari surtou quando soube que teria uma festa.


Ajudei a levar mais algumas garrafas e subi para me arrumar. Eu sei, faltavam duas horas para a festa, mas fazer o que se eu demorava?!


POV - Jace.


 Porque começar se arrumar duas horas antes da festa? Bufei, vendo a equipe do Buffet colocar a comida na mesa. Não era só tomar um banho e colocar a primeira roupa que encontrar?


- Jace – ouvi uma voz feminina e o baque da porta da frente sendo fechada.


Olhei para trás e vi Natalia entrando sorrindo, com um vestido branco. Seu cabelo castanho escura estava preso em um rabo de cavalo alto. Paul vinha logo atrás, com uma camiseta azul escura e calça jeans.


- Vocês já estão prontos? – perguntei com descrença.

- Mas é claro – Nati respondeu como se fosse obvio – E precisamos falar com você.

- Comigo?

- Está surdo? – ai, menina grossa – Paul me disse que você está apaixonado pela Marina e queremos te ajudar – continuou e sorriu.


Olhei para Paul, que apenas deu de ombros. Alternei meu olhar de um para outro, sem saber o que dizer.


- O plano é o seguinte – disse Nati empolgada. Plano? – Eu vou, como quem não quer nada, perguntar para a Marina que tipo de garotos ela gosta. Então, você vai se transformar nesse garoto. E ela vai te amar. Isso não é fantástico? – bateu palmas.

- Não.


Aquela foi a idéia mais idiota, mais estúpida, mais tola, que eu já tinha escutado em toda a minha vida. Marina iria, no mínimo, desconfiar de alguma coisa. E me transformar em alguém que ela gostasse?


- Como não?


Paul, aquele filho da puta, olhava tudo em silêncio e com um olhar divertido.


- Eu disse que não é fantástico – expliquei calmamente – E por isso que você não vai perguntar nada.

- Olha aqui, Jace Bellony – ela apontou o dedo para mim – , se eu disse que é fantástico, é porque é fantástico. Está me entendendo?


Ela parecia prestes a me matar. Mas como eu disse, não tenho medo de mulher. Fora Marina, é claro.


- Eu disse que não – repeti.

- A questão é que eu não pedi sua opinião – abriu um sorriso – E eu quero que a pegue e enfie onde o sol e a lua não podem bater.

- Mas...

- Jace, ela vai fazer mesmo você querendo ou não – disse Paul.

- Ótimo – falei entre os dentes, irritado – Ótimo. Façam o que quiserem.

- Agora, você vai ter que ir lá em cima e... – Nati começou a explicar.


POV – Marina


É, eu estava bonita.


Meu cabelo estava solto, só a franja presa, e muito liso – chapinha diz oi. Meu vestido verde escuro batia na coxa e tinha um decote razoável. Terminei de passar meu gloss e voilà. Estava pronta.

Sai do quarto e no corredor encontrei Jace. Ele parecia nervoso, como se estivesse para fazer algo extremamente difícil. Assim que me viu, ele parou de andar e disse:

- Marina, tenho que ir comprar um negócio que está faltando.

- Agora? – eu não podia acreditar – Mas bem na hora da festa?

- É – deu de ombros.

- E o que eu digo para quem chegar? “Oi, o Jace saiu, fique à vontade”.

- Isso mesmo – ele continuou antes que eu pudesse falar algo – De qualquer modo, Nati e Paul já estão lá embaixo e vão te ajudar.

- Tudo bem – suspirei.

- Além do mais, sua prima já está lá embaixo com o namorado – ele sorriu.

- Sério? – perguntei animada já esquecendo que ele iria sair.

- Sim, e eu acho que... – ele hesitou – ela apertou minha bunda.

Olhei para ele sem acreditar. Mariana não faria isso. Ou faria?

- Eu já estou indo – dei um sorriso sem graça e desci as escadas.


A música já estava tocando e já havia algumas pessoas. Sentados nos pufes estavam Mariana, com um vestido roxo, Ian, Nati e Paul conversando. Assim que me viu, minha prima saiu correndo na minha direção que nem uma maluca. Não preciso dizer que ela estava gritando o meu nome, não é?


- Ah, eu estava morrendo de saudades – ela me abraçou forte.

- Eu também – soltei um pouco sem ar.

- Essa festa está maravilhosa – ela comentou – Eu já conheci o Jace, sabia? Ele é muito simpático e gostoso. Muito gostoso, na verdade. E aquela bunda?

- Por falar em bunda – a interrompi – É verdade que você apertou a bunda dele? – perguntei brava.

- Eu? – ela desviou o olhar – Cara, o Ian estava morrendo de saudades de você. Ficou perguntando todo santo dia se você estava bem e quando ia voltar, não é amor?

- Hein? – Ian perguntou vindo na nossa direção, com os outros dois atrás – Não.

- Não? Tudo bem, irei me lembrar disso – soquei o braço dele.

- Sabe que eu te amo, não sabe? – gargalhou, vindo me abraçar.

- Podem ir parando com essa putaria – Mari exclamou – “Sabe que eu te amo” – murmurou para si mesma.

- Ciumenta – ele comentou.


Mari me contou tudo o que aconteceu no Brasil enquanto eu estive fora e depois explicou como ele era para Nati, que escutava com atenção. Ian e Paul ficaram conversando animadamente sobre futebol.


Depois de um tempo, Dulce e Dudu chegaram. Assim que acabaram as apresentações, Dulce entrou na nossa conversa e Dudu na dos garotos. Mas nada do Jace chegar.


Uma música começou e Dulce nos puxou para a pista de dança. Logo os garotos vieram dançar com suas respectivas namoradas, ou seja, fiquei dançando sozinha. Depois de um tempo, voltamos a sentar. Paul perguntou onde havia bebidas e, quando fui apontar para a mesa, vi que já tinha acabado. Nati falou que ia pegar mais e me arrastou junto.


- Então – começou quando entramos na cozinha –, teve muitos namorados lá no Brasil? – perguntou, abrindo a geladeira.


Olhei para ela confusa pelo o assunto, mas respondi:


- Poucos. Só três, na verdade.

- Hmmm – murmurou, tirando algumas latinhas lá de dentro e colocando sobre a pia – E que tipo você gosta?

- Como? – perguntei sem entender.

- Garotos – esclareceu – Que tipos de garotos você gosta? Alto ou baixo, moreno ou loiro, engraçado ou tímido...


Sorri. Para falar a verdade, nunca pensei nisso. Então, porque não brincar um pouquinho com Nati?


- Ah, eu gosto de garotos com bigode. Sabe, aquele bigode estilo Charlie Swan? – ela me olhou sem entender – Alô, Crepúsculo! – Ela franziu o cenho e negou – Esquece. Continuando, já viu aquele cabelo Black Power? Eu adoro. E se tiver aquela barba estilo Alvo Dumbledore, é melhor ainda. E, é claro, tem sempre que me chamar de gatinha safada – sorri para ela.

- Está falando sério? – sua voz estava carregada de descrença.

- Claro – tentei prender o riso. – Mas porque a pergunta?

- Por nada. Curiosidade, apenas – deu de ombros.


Ela virou e saiu carregando as latinhas de modo desajeitado. Pude ouvir ela murmurando “Não quero nem saber como eram os ex namorados dela”.


Gargalhei, voltando para a sala, onde a festa bombava.


[...]


- Não , é sério – Ian tentava convencer as garotas que no Brasil existia as mulheres frutas.

- Mas elas se vestem de frutas? – Dulce perguntou parecendo intrigada. Pelo que pude entender, não existia mulheres frutas nos Estados Unidos.

- Não – Mari riu.

- Então porque recebem esse nome? –Nati ficou irritada.

 - Ah, aí você tem que ver ... – Ian deu um sorriso malicioso e recebeu um tapa na nuca de Mariana. Os garotos gargalharam, provavelmente, imaginando como elas eram.


Peguei o meu copo de vodka com coca que estava em cima da mesinha, e levei aos lábios. Quando estava virando, a porta abriu e, é claro, eu cuspi todo o líquido. Só podia ser brincadeira. 


Entrando na sala, estava um cara com um cabelo Black Power, com um bigode la Charlie Swan e uma barba la Dumbledore. Ele não parecia muito alto. E, por algum motivo bizarro, vinha na nossa direção. Olhei para os meus amigos. Mari, Dulce, Dudu e Ian olhavam com os olhos arregalados, enquanto Paul e Nati tomavam suas bebidas. E, por algum motivo completamente bizarro, ele parou na minha frente.


- Quer dançar, gatinha safada? – perguntou e eu engasguei com minha própria saliva. Que putaria era aquela?


Lancei um olhar furioso para Natalia, que olhou para mim como se dissesse “Vamos, aceite. Não seja indelicada”.


- Claro – forcei um sorriso e peguei sua mão estendida.


A medida que íamos para a pista, os convidados nos lançavam olhares chocados.  Ele começou a dançar de um modo estranho e eu só balançava o meu corpo. Olhei atentamente pra ele e perguntei:


- Nos conhecemos de algum lugar?

- Oi? Como? Hã, claro que não – desviou o olhar. Eu conhecia aquela voz.


Eu já tinha visto aqueles olhos antes, mas onde?


- Qual é o seu nome? – perguntei, tentando puxar assunto.

- Jac... – se interrompeu.

- Jac...?

- Jacinta – sorriu.

- Jacinta? – perguntei com receio – Mas... Jacinta não é nome de mulher?

- Bem, sim. Mas é que minha mãe sempre falou que a filha dela iria se chamar Jacinta. Aí, quando eu nasci, ela não se importou que eu era homem e me colocou esse nome.

- História comovente – comentei.

- Pois é.


Depois de alguns minutos dançando, aquela maldita barba já estava me irritado. Ela ficava balançando de um lado para outro. Bufei.


- Algum problema? – ele perguntou.

- Ah, a sua barba está, ã, me incomodando um pouquinho – tentei não ofender ele e sua barba.

- Sem problemas – disse ele e, com um puxão, tirou a barba, jogando-a para longe. Olhei para aquilo com os olhos arregalados. Ele realmente havia tirado a barba?


O Jacinta olhou para algo atrás de mim e fez uma careta. Olhei para trás e vi Nati sacudindo os braços na direção da escada. Quando ela viu que eu estava olhando, fingiu que estava dançando.


- Já volto, beleza, gatinha safada? – ele perguntou.


Eu assenti e fui sentar junto com Dulce e Dudu, já que minha prima e o Ian foram dançar. Perguntei sobre a Nati e o Paul, mas os dois deram de ombros e resolveram dançar também. E me deu um vontade enorme de ir ao banheiro. É, sabia que não tinha que ter bebido tanto.


Subi as escadas lentamente, tentando segurar o xixi. Andei pelo corredor parecendo um homem que havia acabado de levar uma joelhada no amiguinho. Entrei no banheiro toda torta e sai pulando de alegria.


Estava quase descendo as escadas quando percebi que eu não era a única no segundo andar. A porta do quarto do Jace estava entreaberta e ouvi vozes de lá. Fiz o mínimo de barulho e fiquei olhando pela fresta. Jace e Paul estavam sentados na cama e Nati se olhando no espelho.


- Eu falei que essa merda não ia dar certo – disse Jace lançando um olhar irritado para Natalia.

- E que culpa eu tenho? – ela rebateu, virando-se – Como eu ia saber que ela tem um gosto um tanto... peculiar?


E bufou e jogou algo que estava em cima da cama no chão. Era um negócio branco, parecia algodão. Estreitei os olhos. Aquilo, além de algodão, parecia uma barba.


- O que vamos fazer agora? – Paul perguntou.

- Não sei – Nati sacudiu a cabeça – Seu amigo vai ter que ir falar com ela.

- O amigo dele está aqui, obrigado – Jace murmurou olhando friamente para a garota.

- Que tal você virar homem, hein Jace Bellony? – ela aumentou a voz, brava – Que porra, vá até ela e diga que está apaixonado. Simples – Jace apaixonado?


Senti o meu sangue ferver e fiquei confusa com isso. Porque eu me importo tanto? Se Jace está apaixonado, ótimo, pensei voltando a ficar irritada com aquela situação.


- Claro – fui tirada dos meus devaneios – sem pé e nem cabeça, diga-se de passagem – pela voz de Jace. Ele estava dando um sorriso sarcástico – O que você quer que eu diga? “Ei, Marina, estou apaixonado por você. Aliás, nem sei se posso chamar assim. Nunca estive apaixonado, então fica um pouquinho difícil dizer – arregalei os olhos e ele continou : – Mas você gostaria de ser minha namorada? Ou se quiser, só ficante mesmo. A propósito, eu gosto de azeitonas e você?”


Ofeguei e sai correndo, sem me importar com o barulho. Desci rapidamente as escadas e fui para a cozinha.


Ei, Marina, estou apaixonado por você

Ei, Marina, estou apaixonado por você

Ei, Marina, estou apaixonado por você

Senti como se minha cabeça fosse explodir. Aquelas palavras ficavam se repetindo. Aquilo não era possível, era? O próprio Jace falou que não tem certeza sobre isso. Então... Então...


- Que confusão – gemi e coloquei as mãos na cabeça.


Então era isso. Eu não irei fazer nada em relação ao Jace. Se for verdade o que ele disse, tudo bem. Se não for, tudo bem, também.


Voltei para a sala, onde a festa continuava. Sem animação para dançar, sentei novamente no pufe. A minha noite estava arruinada.


Embora não quisesse pensar sobre o assunto, eu não conseguia. E se Jace quisesse mesmo me namorar? Eu iria aceitar? Franzi o cenho.


- Marina – dei um pulo ao ver Jace do meu lado. Que merda!

- Hum?

- Podemos conversar? – engoli em seco. E agora?

- Sim? – a resposta saiu com tom de pergunta.


Ele me levou para fora, sentando do lado de fora. Jace olhava para a rua, vendo os carros passar e eu mordia a unha do dedão, nervosa.


- Eu gosto de você – ele disse de repente.

- E-eu tam-também gosto de você – gaguejei.

- Não como amiga – suspirou – Acho que estou apaixonado por você.


Fiquei em silêncio, sem saber o que dizer. Droga, eu pensei que ele iria demorar para vim falar isso. Isto é, se viesse falar.


- Olha, tudo bem se você não sente o mesmo – continuou – Eu sei que parece loucura, mas sempre que eu te vejo, sinto meu coração acelerar e falo coisas idiotas. Fico pensando em você o tempo todo – ele riu – Que coisa de viado.


Eu ri, tapando o meu rosto com as mãos. Ele me olhava, ainda rindo também.  Ficamos daquele jeito por alguns minutos, sorrindo um para o outro.


- Eu não sei – murmurei, desviando o olhar – Tenho medo que nossa amizade acabe, caso não dê certo.

- Mas primeiro precisamos tentar – ele sussurrou, chegando mais perto.


Prendi a respiração. Ele alternava o olhar dos meus olhos à minha boca e, sem perceber, fiz o mesmo. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Jace me beijou.


Mantive minha boca fechada até que ele pediu passagem com a língua. Dei e ficamos ali, sem pressa, só curtindo. Começamos a conversar sobre nada importante, com ele me abraçando.


Precisamos voltar quando os convidados começaram a sair, nos olhando com curiosidade. Quando entramos, tinha pouquíssimas pessoas. Mari veio se despedir de mim, enquanto Jace estava conversando com uns amigos.


- Priminha, da próxima vez quem vem fazer intercâmbio sou eu. Mas também quero parar na casa de um gost... – se interrompeu e deu um sorriso amarelo para Ian, que revirou os olhos – Enfim, a festa foi ótima.

- Foi mesmo – concordei.

- Temos que ir mesmo, já está tarde – Ian murmurou – Até logo, Marina – me abraçou.

- Pois é, temos que ir – Mari deu um sorriso triste – Mas podemos sair um dia desses, né? Digo, você, Jace, Natalia, Paul, Dulce e Dudu.

- É, podemos sair em casais – abri um sorriso malicioso ao ver seus olhos se arregalarem.

- Você... Ele... Mentira – gritou – Sua vadia! – gargalhou, chamando a atenção de todos os presentes. Jace olhou para nós e, pela cara que fez, sabia do que estávamos falando.

- Vocês têm que ir – apontei para a porta, rindo.

- Você vai me contar tudo amanhã. Está me ouvindo?

- Addio, priminha – acenei enquanto ela era rebocada por Ian.


Quando todos finalmente foram embora já tinha passado das quatro. Eu estava estirada no sofá e Jace no chão.


- Aleluia, senhor, obrigado por ter terminado – Jace murmurava.

- Ué, você não queria a festa? – perguntei divertida.

- Eu sei, não foi tão ruim – abriu um meio sorriso – Você tem que admitir que tiveram bons momentos.


Corei e soltei uma risadinha.


- Nisso eu tenho que concordar – ele se levantou, vindo na minha direção com segundas intenções – Bem, é uma pena que temos que ir dormir – levantei rapidamente.

- Boa idéia!

- Cada um no seu quarto – seu sorriso desmoronou e deu até pena.

- Mas eu sou de Deus – ele fez bico – Não se preocupe, não vou te atacar.

- Boa tentativa – lhe dei um selinho – Boa noite.


Só tive tempo de trocar de roupa antes de me jogar na cama e apagar.


Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero que tenham dado risadas com toda a festa hahhahaha
Vou começar a arrumar a fic para que vire um originial, mudando o nome de alguns personagens. Se alguém tiver uma ideia para o nome do protagonista, aceito sugestões. Não prometo usá-la, mas... hahahahah
Beijoos,
@MariihGoomes
http://mundo-da-noite.blogspot.com.br/
PS.: Esse capítulo ficou maior que os outros, repararam?



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