Um Intercâmbio Muito Louco escrita por Mariced


Capítulo 12
Capítulo XII




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No capítulo anterior...

"– Boa tentativa – lhe dei um selinho – Boa noite.

Só tive tempo de trocar de roupa antes de me jogar na cama e apagar."

Capítulo XII

POV – Marina

Sonho é uma coisa engraçada. Às vezes é tão real que você acha que ainda está acordada. Mesmo se for algo impossível. Em outras, no entanto, você percebe logo de cara que é apenas um sonho.

Eu estava parada no meio de um jardim. Flores de todos os tipos – orquídeas, tulipas, rosas, margarida, entre outras – me cercavam. Mais a frente, uma grande árvore se erguia. Era tão alta que eu não conseguia ver o topo. O lugar era maravilhoso. E eu estava sonhando. Como eu sabia? Ele estava parado a alguns metros de mim.

O rapaz moreno me olhava atentamente, com o mesmo olhar zombeteiro de sempre. Parecia que ele sabia de algo que eu desconhecia. Algo ruim.

Minutos se passaram e ficamos nos encarando, sem dizer uma palavra.

- O que você quer? – perguntei por fim.

Ele abriu um sorriso. Esse mesmo sorriso teria me feito arfar e sorrir que nem boba no passado, agora só sentia uma fúria gelada subir pela minha garganta.

- Nada – respondeu suavemente – Só estava com saudades.

- Saudades? – praticamente rosnei – Do que? De me fazer de boba? Eu te odeio – frisei a as últimas três palavras – Vá embora!

- Marina, Marina – murmurou, balançando levemente a cabeça – Você continua com esse ressentimento bobo? Que tal recomeçarmos?

- Vá embora – gritei dando alguns passos para trás.

Ele suspirou.

- Como quiser. Mas vou voltar – prometeu.

Dei meia volta e saí correndo, querendo ficar o mais longe possível daquele ser. Corri como nunca havia corrido na vida. Depois de alguns minutos, eu arfava desesperadamente, em busca de ar.

Fechei os olhos e rezei para que aquilo terminasse logo. Minutos depois, quando abri os olhos, estava deitada na minha cama. Esperei minha respiração se estabilizar e levantei, indo tomar um longo banho.

Limpa e trocada, desci as escadas. Depois de uma rápida olhada pela casa, percebi que Jace ainda estava dormindo. Não era para menos, eram oito e meia da manhã. Com a festa de ontem, ele acordaria só depois do almoço.

Voltei para o meu quarto. Assim que passei pela porta, meu celular começou a tocar.

“Eu vou dormir lá embaixo, na casa dos machos.

Pode ter certeza que lá eu me acho.

Verdadeiro cabaré, é só curtição.

Foi na casa dos machos que eu encontrei um patrão”

Bufei ao escutar o toque, lembrando da noite passada, quando Mari pegou meu celular para “procurar o número de uma antiga amiga nossa”.

Abri o guarda roupas, mas o som não vinha de lá. Procurei nas gavetas da cômoda, mas não encontrei. Deitei na cama e fiquei ouvindo a música que a Mariana pôs no meu celular, irritada. O som vinha de perto. Virei na cama de modo que minha cabeça ficou para fora e olhei debaixo da cama. E lá estava o pequeno aparelho prateado.

Peguei e atendi rapidamente, sem olhar o visor.

- Marina – minha mãe gritou do outro lado da linha – Minha filhinha linda! Tudo bem por aí? Mamãe está morrendo de saudades.

- Que novidade, hein mãe. Toda vez que você liga fala que está com saudades. Se bem me lembro, duas semanas antes de eu vim pra cá, você falou que mal podia esperar para se livrar de mim.

- Mas é diferente. Já faz tempo que eu não te vejo – murmurou tristonha. Minha mãe era uma figura. Normalmente ela parece uma senhora de idade, reclamando da vida e de como sou uma péssima filha. Mas, as vezes, dá um cinco minutos nela e ela fica uma mãe amorosa e carente, como agora.

- Em breve estarei de volta – a lembrei.

- Certo – suspirou – Mas tá tudo certo?

- Ah, tá ótimo – murmurei, lembrando do sonho.

- Eu te carreguei por nove meses no ventre, Marina, sei quando está mentindo.

- Sonhei com ele hoje – ela suspirou.

- Filha, você tem que esquecer aquele garoto. O que ele fez não foi certo e eu o odeio pela dor que causou a você. Mas temos que seguir em frente. Ninguém mais lembra daquilo e ele é insignificante – falou como se fosse obvio.

Ri, já me sentindo bem melhor.

- Bom, tenho que ir – disse ela – Seu pai e seu tio estão fazendo churrasco. A família toda vai vir. Uma pena que você e a Mariana não estão aqui. Mande um beijo para ela por mim. Te amo e tente seguir em frente – aconselhou.

- Tudo bem. Mande um beijo pro pessoal. Também te amo – desliguei.

[...]

- O que você está fazendo? – ouvi a voz de Jace e levantei os olhos, sentindo-me tonta pelo tempo que fiquei de cabeça para baixo.

Eu estava deitada na cama, debruçada, procurando minha bolsa prata debaixo da cama há quinze minutos. Com a quantidade de coisas que estavam lá embaixo, ficava difícil encontrar algo.

- Procurando minha bolsa prata – resmunguei e voltei a procurar.

- É essa aqui? – levantei a cabeça rapidamente, sentindo uma forte tontura. Praguejei. Jace estava segurando a maldita bolsa.

- É – bufei, levantando e passando as mãos na roupa, tentando desamassar.

- Vamos, a Mariana está quase subindo aqui para te arrastar – disse Jace ao mesmo tempo que Mari gritava: – Marina, sua vaca, desce logo. 

Dulce e Natalia ficaram super animadas quando souberam do nosso namoro. Mari ficou lançando olhares fulminantes na minha direção por um dia inteiro – afinal, eu roubei o “gostoso dela” –, mas sempre quando achava que eu não estava olhando, ela sorria olhando para nós. Desde então ficaram nos enchendo o saco para sairmos em casais. Eis que o grande dia chegou.

A única coisa que me preocupava era as fãs de Jace. Eu comecei a entendê-las e a odiá-las. Jace era maravilhoso, sem dúvidas, mas isso não era motivo para ficarem se esfregando nele como cadelas no cio. Quando falei pra ele o que achava, ontem, Jace apenas gargalhou e falou “Está com ciúmes, Marina?”. Antes que eu respondesse – uma resposta raivosa, é claro – ele continuou “Sou só seu, certo? Só seu!”. Depois disso não consegui continuar a discussão. Vai entender...

- Vamos? – perguntei já no andar debaixo, segurando a mão de Jace. Ele usava um óculos escuro e seu cabelo estava levemente arrepiado, deixando-o mais novo.

- Já estava na hora, ô noivinha – Mari resmugou, sendo abraçada por um Ian sorridente – Não ri não, idiota – disse baixinho, mas todos ouviram.

Decidimos ir no carro do Dudu para não chamarmos atenção com o de Jace. No caminho, Dudu imitou diversas vezes a Lady Gaga, cantando suas músicas. Dulce, provando ser uma ótima pugilista, o socou todas as vezes que fez as imitações.

Jace sorria de lado, me abraçando. Como não sou boba e nem nada, me aconcheguei nele, feliz.

Chegamos e fomos direto ao cinema. Um programa normal, disse Dulce. Na fila, Nati e Dulce disputavam para ver quem falava mais alto. Cada uma queria um filme e nenhuma queria dar o braço a torcer.

- Mas Natalia, você mesma disse que queria assistir Dezesseis Luas – Dulce praticamente suplicava.

- Eu sei, mas as críticas desse filme são péssimas. Quero assistir João e Maria – respondeu irritada.

- Eu quero ver Amanhecer – Parte II – murmurou Mari, chorosa, pela vigésima vez.

- Pela última vez, Mariana, NÃO TEM ESSA BOSTA – berrou Natalia.

- Como ousa chamar o filme mais perfeito dos tempos de bosta? – rosnou Mari, avançando na nova amiga. Ian a segurou pela cintura, arrastando-a para longe.

- Escolham qualquer um – gritou.

Com Mari fora da jogada, Nati voltou-se para a antiga inimiga: Dulce.

- Vamos assistir João e Maria e ponto final.

- De jeito nenhum – cruzou os braços.

Nati gritou, chamando a atenção de todos na fila. Dudu e Jace se afastaram com medo, mas Paul já parecia acostumado.

- E você, Marina, o que quer assistir? Dezesseis Luas ou João e Maria? – a ruiva me perguntou. Dei um passo para trás, incomodada pela atenção de todos. Nati me olhava esperançosa.

- Para falar a verdade, eu queria assistir O Lado Bom da Vida – dei de ombros.

- PUTA QUE PARIU – Natalia gritou e se jogou no chão, chamando novamente a atenção das pessoas.

Maldita hora que decidimos ir ao cinema.

- Que tal fizermos um sorteio? – perguntei, tentando amenizar a situação – Aí o filme que ganhar iremos assistir.

- Ótima ideia! Finalmente alguém que pensa – corei pelo elogio e Jace me deu um selinho.

Peguei uma folha do bloquinho que sempre carrego na bolsa e escrevi os títulos dos filmes. Lembrando de Mari, escrevi Amanhecer – Parte II também. Se ele ganhasse, outro seria sorteado. No entanto, ela ficaria feliz com isso.

Coloquei os quatro papéis na mão e sacudi.

- Quem vai escolher? – perguntei.

- Eu – disse Mari, sendo seguida por Ian. Os olhos dela estavam levemente vermelhos e ela evitava olhar para Nati.

- Ah – murmurou assim que viu o título e lançou um sorriso maldoso na direção de Nati – Dezesseis Luas.

- Isso, isso – comemorou Dulce, fazendo uma dança esquisita.

- Não é justo – resmungou Nati.

- Está tudo bem, amor – garantiu Paul, abraçando-a.

Depois dos ingressos, partimos para a pipoca e refrigerantes. No balcão, tinha três caras fazendo pedido. Eles eram lindos. Dois morenos e um loiro.

- Bonitos, não? – Jace perguntou com ironia. Olhei para ele e vi que indicava os três homens.

- Ah, eu não acho, mas se você acha... – brinquei e ele me olhou com desdém.

- Vamos, o filme já vai começar – chamou Dulce, animada.

[...]

- A propósito – disse Jace enquanto saímos da seção – Meu nome é Ethan Wate – piscou.

- Oh, meu Deus – exclamei, entrando na brincadeira – Você é Ethan Wate? Eu não acredito! Ethan Wate me trouxe para casa!

- Já ouviu falar de mim? – sorriu, arregalando os olhos numa falsa surpresa.

- Não – respondi seca, fazendo todos rirem.

Dulce estava radiante por ter visto o filme que queria. Sinceramente, eu não gostei. A história é boa e tudo mais, mas Ethan foi muito forçado. No entanto, não sei eu quem diria isso pra Dulce. Por sorte, eu tinha Nati para dizer por mim.

- Esse filme é uma porcaria.

- Não é não. Você só tá irritada porque não assistimos o que você queria – Dulce mostrou a língua.

- Pelo amor de Deus, o tal do Ethan tem quantos anos? 30? – levantou as mãos, exasperada.

- Pode parar. O Ethan é... – ela foi interrompida.

- Docinho? Paul, meu docinho, é você?

Olhei para trás e vi uma garota loira. Ela era bonita, mas muito magra. Provavelmente uma modelo.

Nati virou-se lentamente, lançando um olhar assassino para a loira. Paul estava com os olhos arregalados e parecia não saber o que fazer. Dulce, Dudu e Jace se olharam, pouco a vontade.

Provavelmente por conta da interrogação enorme em nossos rostos – meu, da Mari e do Ian –, Jace sussurrou:

- É a ex do Paul.

Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Sei que demorei meses para postar, mas estou mega ocupada nesse começo de ano. Sem falar que não tenho mais capítulos prontos.
Como puderam ver, mudei os nomes dos personagens (a nova regra do Nyah não permite fics com pessoas reais). O que acharam? Gostaram? Jace Bellony, Katy, Jacob, Juliett...
Comentem bastante (até vocês que nunca comentam) para que o próximo capítulo saia mais rápido hahahahah
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http://mundo-da-noite.blogspot.com.br/
Até a próxima,



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