Simplesmente Amor escrita por isinha potter


Capítulo 9
Capítulo 9 - Desentendimentos


Notas iniciais do capítulo

Gente, pra vocês não ficarem confusos, esse capítulo começa um pouco antes do atropelamento de Gina, só que dando mais destaque a Harry. Bom, espero que gostem, e não deixem de comentar (:



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Harry olhou para o quarto, que há poucos minutos atrás estava completamente vazio, e agora estava com uma parede completamente espelhada, no restante das paredes um papel de parede bege com desenhos florais brancos, uma cama de casal grande com grossos edredons cor de neve e alguns armários e escrivaninhas. Estava perfeito. Exatamente do jeito que ele queria. Ele olhou pra Samanta e se sentiu extremamente grato por ter encontrado sua velha amiga trouxa mas com bruxos na família.

- Samanta, o quarto ficou ótimo, não sei como agradecer pela ajuda que você me deu, estava querendo fazer alguma surpresa para a Gina.

- Não há de que. Se precisar de ajuda para decorar o resto da casa é só me ligar.

Harry imaginou ter ouvido um ruído no andar de baixo da casa, mas achou que era só isso, pura imaginação.

- Bem Harry, se não se importa, eu acho melhor eu ir pra casa, já está ficando tarde.

- Quer uma carona? – perguntou Harry, tentando ser educado, afinal a moça tinha decorado o seu quarto todo sem cobrar nada.

- Não precisa, esqueceu que eu vim de carro?

- Ah, tudo bem então. Muito obrigado, Samanta. Não sei o que seria de mim sem você, foi realmente uma sorte eu ter te encontrado hoje.

- Não há de que, Harry. Pode ligar pra mim sempre que quiser.

- Obrigado, espero que a Gina goste da surpresa.

- Tenho certeza que ela vai adorar.

Ele a abraçou afetuosamente, e de repente ouviu um barulho de alguém correndo, olhou para Samanta e percebeu que ela também ouvira. Ele saiu rápido do quarto, e ao olhar para o andar de baixo só teve como ver uma coisa antes da porta ser fechada violentamente: os cabelos ruivos e inconfundíveis de Gina.

Ela havia entendido tudo errado, disso ele tinha certeza. Antes de disparar em direção à porta, ele sussurrou apenas uma palavra:

- Gina.

Ele começou a correr o mais rápido que pôde em direção à porta. Ele precisava explicar tudo à Gina. Logo agora que tudo estava indo bem. Bem demais, pensou ele enquanto corria. A distância entre a escada e a porta parecia ter aumentado, mas finalmente ele conseguiu alcançar a tão desejada maçaneta.

Ele abriu a porta e entrou em desespero com a cena que viu. Gina corria, aparentemente perdida, como se não estivesse vendo para onde ia.

Mas o pior não foi isso.

O pior foi quando ele percebeu aonde ela estava indo: ela estava correndo em direção à pista, onde um carro passava. Ele queria gritar, mas foi como se tivesse perdido a voz. Então ele simplesmente correu em direção a ela, sabia que não daria tempo, mas precisava tentar, precisava arriscar. Ele havia aprendido isso com a própria vida: se não tentasse não haveria como saber se daria certo ou não. Então ele juntou todas as forças que conseguiu reunir, e disparou em direção a ela. Mas já era tarde, o carro já estava muito perto, e até tentou frear mas não teve tempo o suficiente para fazer isso totalmente. O carro bateu contra Gina, com uma certa força, e ela caiu no chão, com os olhos entreabertos. Quando seus olhos finalmente encontraram os olhos cheios de culpa de Harry, ela ficou inconsciente.

Ele não conseguia acreditar no que os seus olhos estavam vendo. Simplesmente não queria acreditar.

Mas precisava, e também precisava agir rápido, pois não sabia os efeitos que aquele acidente havia provocado em Gina. Ele se ajoelhou diante dela, e ficou feliz por saber que ela estava respirando, mas havia um ferimento horrível em sua cabeça, que não parava de sangrar, e outro em sua barriga, onde o carro tinha batido com força.

O homem que estava dirigindo o carro, desceu com uma expressão um pouco desesperada no rosto.

- Me desculpe! – suplicou ele. – Eu juro que fiz o possível para parar o carro, mas tudo aconteceu muito rápido...

Harry percebeu que ele realmente estava muito nervoso e arrependido, e decidiu interrompê-lo:

- Não se preocupe, não foi culpa sua.

O homem olhou para Harry e sorriu ao ver a varinha na mão dele.

- Então o senhor é bruxo? – perguntou o homem a Harry.

- Sou. O senhor também?

- Sim – o homem respondeu. – eu sou casado com uma trouxa, por isso estava com o carro. Eu sou curandeiro do hospital St. Mungos, e posso lhe assegurar que cuidarei muito bem desta moça. A propósito, Meu nome é Brian.

- Bem muito obrigado, Brian. Meu nome é Harry Potter, mas acho melhor deixarmos as apresentações para mais tarde. Como vamos levar Gina até o hospital? Aparatando?

- Não. - respondeu Brian. - Ela está muito fraca, e aparatar agora só iria piorar as coisas. Vamos de carro, é melhor. Vou colocar um feitiço de extensão no banco traseiro, pra ficar mais confortável pra você ir com ela.

- Certo, muito obrigado Brian.

Brian colocou o feitiço de extensão no banco traseiro, que agora parecia duas vezes maior. Harry pegou Gina no colo, tomando o máximo de cuidado que conseguia com a cabeça e as partes que estavam feridas, e entrou no carro. Ele deitou Gina no banco, apoiando com cuidado, a cabeça dela em sua perna. Ele estava tentando se manter calmo, mas estava cada vez mais difícil.

Quando finalmente chegaram ao hospital, Brian ajudou Harry a retirar ela do carro e levar para o andar de cima. Quando chegaram no quarto onde ela iria ficar, Harry a deitou cuidadosamente na cama e olhou para Brian.

- Sr. Brian, o que ela tem é sério?

- Olhe Harry, vou ser sincero com você. Todo ferimento na cabeça podem ter conseqüências graves. Mas os curandeiros daqui são muito experientes, e vão fazer o possível para curá-la. Agora precisamos agir rápido. Desculpe, mas você não poderá ficar no quarto, certo?

- Certo, mas por favor, façam o possível, e até o impossível se for preciso, para curá-la.

- Pode ficar tranqüilo. - respondeu Brian.

Tranqüilo? Como conseguiria ficar tranqüilo com sua noiva deitada numa cama de hospital?

Ele se retirou do quarto, e se lembrou que tinha que avisar aos Weasleys, e mandou um patrono para avisá-los. Ele sentou em uma cadeira perto da recepção e esperou os Weasleys chegarem, o que não demorou muito, pois tinham ficado loucos de preocupação com Gina. A Sra. Weasley, Rony e Hermione chegaram e foram em direção a Harry.

- Harry, querido, me conte como isso foi acontecer. Ela está bem? - perguntou Molly.

- Eles estão cuidando dela, não me deixaram ficar no quarto.

Ele explicou como tudo tinha acontecido e Molly começou a chorar silenciosamente.

- Onde estão os outros? - perguntou Harry para Rony.

- Estão no trabalho. Virão o mais rápido que puder. Pelas barbas de Merlin, a Gina não poderia simplesmente ter entrado no quarto e tirado satisfações, ao invés de sair correndo em direção à rua? 

- Rony, deixa de ser cabeça dura. - disse Hermione. - Por mais que seria impossível o Harry trair a Gina, na hora que ela o viu com uma mulher, tirou as próprias conclusões e ficou desesperada. Eu teria feito o mesmo no lugar dela.

Depois de passarem algum tempo discutindo, a ficha de Rony finalmente caiu: a irmã dele estava com ferimentos graves em uma cama de hospital.

Eles passaram algum tempo sentados esperando alguma notícia do estado dela. Até que finalmente o Sr. Brian apareceu.

- Vocês são a família da moça certo? - perguntou ele dirigindo-se aos Weasley.

- É Doutor. Eu sou a mãe dela. Minha filha está bem? - perguntou Molly.

- Veja bem, sua filha acabou de passar por um processo de cura muito delicado. O ferimento da barriga dela já está curado, o problema maior foi o da cabeça. Nós conseguimos curar, mas ela está muito frágil, e qualquer emoção muito forte pode prejudicá-la. 

- Ela está acordada? Nós podemos ir vê-La? - perguntou Molly.

- Sim, ela está acordada. Mas só vou poder permitir que entre um de cada vez para vê-la, certo?

- Certo. Eu vou primeiro. - respondeu Molly.

- Tudo bem, vamos.

Harry viu Molly desaparecer com Brian pelo corredor. Ele queria ter ido ver Gina primeiro, mas se convenceu de que Molly  era a mãe, e não sossegaria até ver se a sua filha estava bem. 

- Harry, fique calmo, ela vai melhorar e vocês vão se resolver. Você vai ver. - disse Hermione tentando acalmá-lo.

- Eu fui o culpado por tudo isso. Gina nunca mais vais querer olhar pra mim.

Hermione desistiu, sabia que seria uma luta já perdida tentar acalmá-lo. Harry continuou apreensivo, com medo de que algo ruim acontecesse com Gina. 

Ele quase pulou da cadeira ao ver Molly voltando. 

- Sra. Weasley, ela está bem? - perguntou ele desesperado.

- Está. Mas, sinto muito Harry, ela disse que não queria lhe ver.

Isso foi pior do que se ela tivesse gritado com ele.

- Por favor Sra. Weasley, eu preciso explicar tudo pra ela. Eu amo a sua filha, e não vou suportar perde-la também. 

Molly hesitou mas acabou concordando.

- Tudo bem, Harry. Pode ir, mas ela está muito fraca. Faça de tudo para não a deixar nervosa.

Harry seguiu Brian até o quarto. Ele não sabia nem o que iria dizer a ela, parecia que tinha esquecido tudo. Ele bateu na porta antes de abrir, não houve resposta. Mesmo assim ele decidiu que deveria entrar. Ele abriu a porta, e viu que Gina percebeu que era ele e tinha virado o rosto para o outro lado, evitando o olhar nos olhos. Esse gesto o magoou bastante, mas ele sabia que deveria continuar.

- Oi Gina. Como você está se sentindo?

Ela não respondeu, simplesmente continuou parada olhando para o nada. Ele percebeu algo dourado em cima do pequeno armário ao lado da cama dela. Se aproximou para poder ver direito, e viu que era a corrente e o anel que ele havia dado a ela.

- Gina, por favor fale comigo. Você entendeu tudo errado.

- Não, Harry. - disse ela com a voz trêmula. - Quem entendeu errado foi você. Você achou que podia brincar comigo. Que podia simplesmente me pedir em casamento, e no dia seguinte levar outra mulher para a casa em que íamos morar quando nos casássemos. Mas você se enganou. Eu não sou um brinquedo que você pode brincar, e quando cansar me colocar de volta na caixa e me trocar por outro.

- Gina, eu não fiz nada disso. Aquela mulher, é uma antiga amiga minha que eu encontrei, e pedi para me ajudar a decorar o nosso quarto.

Ele viu que ela estava começando a ficar nervosa, pois seus olhos estavam se enchendo de lágrimas, e decidiu que era melhor parar.

- Eu não consigo acreditar em você. - disse ela. - Eu preciso ficar sozinha. Pode levar o anel e a corrente com você.

- Não Gina, foi um presente. É seu.

Ela não falou nada. Na verdade, ela tinha medo de falar alguma coisa e começar a chorar.

- Eu te amo Gina, jamais magoaria você.

Ele viu Gina inclinando um pouco a cabeça em direção a ele, mas achou que fosse sua imaginação. Então saiu  do quarto, e teve uma idéia. Precisava ligar pra Samanta.

Ele aparatou em uma avenida trouxa onde sabia que haveria telefone, e pegou o cartão que ela havia lhe dado. Depois de chamar três vezes ela atendeu.

- Alô?

- Samanta, aqui é Harry. 

- Oi Harry. Ficou tudo bem com a sua noiva?

- Sim, ela está bem. Mas ela entendeu tudo errado quando me viu com você. Eu preciso que você me encontre o mais depressa possível lá em frente à casa. Você tem como fazer isso?

- Tenho Harry. Estarei lá o mais rápido possível.

- Obrigada.

Harry desligou o telefone e aparatou em frente à casa. Ele esperou durante 15 minutos, e viu um carro aparecendo no fim da rua. Samanta veio de encontro a ele e perguntou:

- O que tem de tanto urgente assim, Harry?

- Gina não quer mais me ver, e está realmente magoada comigo. Eu preciso que você conte o que aconteceu hoje. Só assim ela vai me perdoar.

- Certo. Onde ela está?

- No Hospital St. Mungos. Dá pra ir de carro, só que tem que parar a uma certa distância.

- Tudo bem, vamos.

Eles chagaram no Hospital e subiram as escadas apressadamente. Quando chegaram no andar em que estava o quarto de Gina, eles encontraram os Weasleys sentados em um círculo de cadeiras. Harry andou até eles, com Samanta atrás dele.

- Sra. Weasley, a Gina não me perdoou então eu decidi que era melhor trazer Samanta aqui para explicar tudo a ela. Ela está acordada?

- Está. - respondeu a Sra. Weasley. - Mas, de novo peço que tome cuidado, pois ela está muito fraca.

- Tudo bem. - respondeu Harry. - Sr. Brian, o Sr. poderia levar agente até o quarto de Gina? Eu sei que só pode entrar um de cada vez, mas é uma emergência.

- Certo, mas só desta vez.

Ele os levou até o quarto de Gina. Harry bateu na porta, mas de novo ela não respondeu. Mesmo assim, ele entrou, com Samanta atrás dele. Dessa vez, ela não desviou o olhar.

- Gina, já que você não quis acreditar em mim eu resolvi trazer a pessoa que estava comigo pra te contar o que aconteceu. - disse Harry.

Ela não respondeu, mas olhou para Samanta, que entendeu como um gesto para que continuasse.

- Oi Gina, meu nome é Samanta. Eu conheço o Harry há muito tempo. Ele estudou comigo quando era pequeno. Só que eu não sou bruxa, então eu fiz um curso para fazer decorações, que se chama arquitetura. Bom, hoje o Harry estava voltando com um amigo de algum lugar que eu esqueci o nome, então eu fui cumprimentá-lo e lhe contei que eu tinha virado arquiteta. Então, ele me disse que estava noivo de você e que tinha comprado uma casa nova para morar quando vocês se casassem, e me pediu para eu decorar o quarto de vocês. Ele adorou a decoração e disse que faria uma surpresa pra você, e que tinha certeza que você iria adorar. Foi só isso que aconteceu.

Gina estava pasma. Ela estava numa cama de hospital porque tirou sua próprias horríveis conclusões.

- Bem, eu vou deixar vocês conversarem. - disse Samanta. - Até logo.

E saiu, deixando Harry com uma Gina extremamente surpresa e pasma.

- Agora você acredita em mim? - perguntou Harry.

- Acredito. - respondeu Gina. - Mas aquela era a nossa casa, e você poderia ao menos ter me avisado que eu iria me deparar com uma mulher abraçando você.

- Então eu peço desculpas. Você me perdoa, Gina?

- Eu não sei. - respondeu ela com os olhos se enchendo de lágrimas.

Harry então andou até a cama dela, se aproximando ao máximo dela. Então ele segurou o rosto dela nas mãos e aproximou o seu rosto do dela. Fazendo com que ela fosse obrigada a olhar nos olhos dele.

- Você ainda me ama? - perguntou ele, sem tirar os olhos dos dela.Ela demorou um pouco pra responder, mas ao olhar dentro  daqueles olhos verdes, acabou cedendo.

- Sim, mas...

Harry a interrompeu.

- Não tem “mas”, isso basta.

E antes que ela pudesse sequer respirar de novo, ele a beijou, tentando transmitir tudo o que sentia, todo o amor e respeito por ela, toda a admiração e desejo, para que ela nunca mais duvidasse do que ele sentia por ela: amor.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Por favor, comentem ! *--*