Na segunda-feira acordei e eram 3:30 da manhã, não conseguia dormir não sei o porquê. Fiquei sentada enrolada nas cobertas pensando como tinha sido bom o dia em que conheci a primeira pessoa que aparentemente foi com a minha cara. Mas talvez ela nem queira mais falar comigo no colégio. Isso seria simplesmente desagradável, tinha gostado de conversar com ela.

Fiquei pensando e pensando sobre aquele dia até 4:45, até que tomei me banho, me arrumei e fui preparar meu café da manhã. Eu acordava muito cedo normalmente não gostava de dar de cara com a minha mãe, ela sempre tentava fazer um papel de mãe que se preocupa com a filha, mas eu sempre soube que era só pose.

Quando terminei de comer era mais ou menos cinco e meia da manhã, peguei meu material e fui para a estação. Estava já dentro do trêm chegando à escola e quando sai do vagão ouvi meu nome sendo dito por uma voz familiar, era Sany, ela veio correndo na minha direção nos abraçamos e seguimos.

- Por que está vindo tão cedo, já que agora sabe o horário da aula?

- Pra te fazer companhia. – Ela sorriu “daquele jeito’’ e não consegui olhá-la sem corar, ela era dona de um precioso sorriso que mechia com o meu coração. Ela me olhou e corou junto, quis me esconder dela naquele momento, que vergonha...

- Não estou a fim de ir para aula hoje... – Olhei para o lado.

- Também não quero ir, Vamos para outro lugar juntas? – Quando ouvi a palavra ‘juntas’ gelei, será que estava me apaixonando? Fiquei muda no momento até conseguir recuperar as palavras.

- Cla... Claro! – Dei um meio sorriso, o que não fazia há muito mais muito tempo.

- Que divertido! – Os olhos dela brilharam e então fomos para uma pracinha ali perto.

A praça estava vazia, literalmente, deveria ser o horário, oque não era ruim. Só agora percebi o quanto eu queria estar perto dela, era divertido e... Hesitante.

- Tá frio! – Disse ela esfregando as mãos nos braços para se aquecer.

- Quer que eu te esquente? – Corei totalmente, não acredito que eu disse aquilo!

- Q... Quero sim – Ela corou também se sentando ao meu lado, eu a abracei e ficamos lá por uns 20 minutos, foram perfeitos esses vinte minutos em que nos ficamos nos aquecendo, foi realmente perfeito.

Após esse ‘abraço’ nos olhamos por alguns segundos.

Parecia que estávamos no clima para um perfeito beijo de cinema, mas não teria a coragem de fazer nada sem que ela desse uma autorização prévia, nunca tinha achado ninguém atraente ou bonitinho, mas ela era linda. Ficamos naquela praça o resto do dia, e, após aquele dia maravilhoso que tive ao lado dela se passaram mais 2 semanas com lindos dias e...

Em um dia, quando estávamos voltando para casa.

- Quer ir lá na minha casa hoje? – Corei. Porra não acredito que pedi isso!

- Sua mãe não vai achar ruim?

- Não, ela viajou com o namorado dela, só volta semana que vem.

- E você fica em casa sozinha?

- Sim.

- Tá, então eu vou! – Ela sorrio.

Ligou para sua mãe e avisou do ‘ocorrido’, e então seguimos para minha casa. Chegando lá, apresentei minha casa para ela e então seguimos para o meu quarto.

- Você pode me emprestar uma roupa? – A percebi sem jeito.

- Claro! – Peguei um pijama para ela e então ela foi para o banheiro e se trocou enquanto eu me trocava ali mesmo.

- Oque quer fazer?

- Não sei você pode escolher.

- Vamos ver se tem algum filme bom aqui então, pode ser?

- Hai!

Escolhemos um filme fizemos pipoca e pegamos os refrigerantes, nos sentamos na minha cama e começamos a assistir ao filme, no momento em que a olhei ela também percebeu e me olhou ficamos nos olhando até que não resisti, a sua boca estava me chamando, fui me aproximando até que nossos lábios se tocaram, senti meu coração bater mais forte, ela estava imóvel, não sei se deveria ter feito aquilo, peguei em sua mão e senti-la apertando-a, parecia mais nervosa que eu (isso era incrível, pois estava super nervosa), coloquei uma mão em sua cintura puxando-a para mim, ela então deu o sinal de que não estava achando ruim, colocou uma de suas mãos em meus ombros, os dedos dela tremiam compassadamente, até que nossos lábios se desgrudaram, ficamos nos olhando por mais um tempo até que ela se deitou no meu colo, tentei continuar a vez o filme enquanto a acariciava e pensava como aquilo foi bom.

Após o filme acabar nos enrolamos nas cobertas e demos um selinho de boa noite, dormimos de mãos dadas, foi a melhor noite da minha vida.

Quando acordei, antes dela (lógico), E fui preparar nosso café da manhã. E enquanto estava preparando ela deceu.

- Ohayou! Quer ajuda?

- Bom dia, não obrigada, já terminei – Sorri

- Nunca te vi sorrindo antes Yunna! – Ela sorriu também

- Eu tenho motivos não tenho?

- Não sei, tem?

- Tenho.

- Por quê?

- Porque você está aqui comigo oras! – Me aproximei dela segurei sua mão e lhe dei outro beijo, após o beijo ela sorriu me abraçou e disse no meu ouvido.

- Eu te amo.

- Também te amo Sany.

Demos um selinho e fomos comer, depois do café, trocamos de roupas.

- Vai ter que ir embora agora?

- Sim.

- Por que não fica mais?

- Minha mãe me mandou ir embora cedo. – Ela fez um biquinho.

- Posso te levar?

- Não precisa Yunna!

- Claro que precisa!

- Não precisa!

- Então só até a estação!?

- Tá!

Meu coração palpitava de alegria, ela também gosta de mim! Seguimos então até a estação, demos mais um selinho bem discreto, e ela foi embora. Então voltei para casa, pensando nela a cada segundo, não conseguia parar de pensar nela e foi assim o resto do dia.