Mia acordou, estava em uma sala toda branca, um fio de plástico como via em filmes e novelas, entrava pelo seu nariz. Ao meu lado adormecido, estava o menino da aula de matemática. Ela o observou por muito tempo. Queria saber o porquê de ele ter a salvado. Mal a conhecia. Queria saber o porquê de ele ter ficado aqui, se preocupado tanto com ela. Isso a deixava maluca. Ele estava acordando, ela fingiu dormir.  Ele se levantou, e ficou olhando-a. Ela fingiu despertar.

- Quem é você? – Mia perguntou com um tom de medo na voz. Ela sempre foi boa em disfarçar.

- Meu nome é Jack. Você está em um hospital. Porque tentou se matar.  

- Eu não entendo.  – Ela disse pensativa.

- O que você não entende? – ele perguntou sentando-se em uma pequena poltrona.

- Não entendo. Porque você me salvou. Você não me conhece, muito menos sabe o meu nome. Não sabe onde moro, não é meu amigo, muito menos colega. Porque você me salvou?

- Porque senti que deveria. Porque eu tinha que te salvar. Faria isso com qualquer outra pessoa. – ela sentiu um tom indiferente na voz do tal Jack – Não... Não quero dizer que você é qualquer uma... eu quero dizer que... – Por algum motivo Mia se divertiu com a confusão dele.

- Relaxa, entendi o que você quer dizer – ela deu um meio sorriso. E caiu em si. Porque tinha sorrido? Porque tinha se divertido com o tal Jack? Ele era apenas o cara que o salvou.  – Bom... já que você me salvou, com certeza vai querer uma recompensa. – ela esperava, que ele se desculpa-se, esperava que ele recusasse.

- Sim. Na verdade eu quero sim.

Mia soltou uma gargalhada.

- Desculpe mas não tenho dinheiro.

- Quem te disse que é isso que eu quero Senhorita desconhecida? – ele debochou. Mia se surpreendeu.

- Então... o que quer?

- Quero te conhecer.

- Haha, está dando em cima de mim, Senhor Jack? – ela retribuiu o deboche.

- Tenho namorada. – ele não parecia estar de brincadeira.

- Hm.. – ela coçou a garganta. – é só isso?  Me conhecer?

- É. É muito para você Senhorita desconhecida? – ele sorriu. Mia  percebeu que seu sorriso era deslumbrante e se perdeu ao olhar para ele.

- Bom... é lindo... quer dizer, não, não é muito. O que você quer saber primeiro?

- Seu nome?

- Jenkins. Mia Jenkins.

- Bom... – Jack sorriu.

- Bom o que? O que você está pensando? Que mesmo tendo namorada pode dar em cima de mim? – Mia explodiu sem motivo.

- E se eu desse em cima de você? O que você faria ?

- Eu? Eu te dava um... um... uma...uma..uma surra. Bem dada. – Jack estourou na gargalhada.

- Pode acreditar não estou dando em cima de você. – Jack sorriu. Alguma coisa naquele garoto estava chamando a atenção de Mia. O jeito como ele a enfrentara, o jeito que ele se importava. Que se importava em conhecê-la. E nenhum momento, soltou apelidinhos, ou tentou conversa com ela dos cortes. Ele não queria pressioná-la. Ela gostava disso.   Ele começou a fazer várias perguntas. Como: Onde você mora? Como é a sua família? Mora aqui desde quando? Qual é a sua cor preferida? Seu filme preferido? E diversas outras perguntas.  E a tarde foi passando. Eles conversando. Mia, ainda dava uns foras. Ainda permanecia fria. Mas, parecia que ele não ligava, contornava a situação ou pagava na mesma moeda. Algo forte estava crescendo dentro de Mia. Ela só não sabia o que era.