A Marca escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 34
Verdade (James)


Notas iniciais do capítulo

Não me mate psicopata, tive meus motivos pra demorar e até te informei deles.
o maior capítulo até agora é "Amar é para perdedores" com 2,296 palavras.
enfim, leiam



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Tá amarrado que eu ia entregar o livro para aquele cara. Eu podia não ser a pessoa mais inteligente dali – considerando o nível de James no momento -, mas eu não era estúpida o suficiente pra entregar a foice pro ceifador.

Olhei para Marie, seus olhos suplicantes gritavam por ajuda.

Queria eu poder ajudar, mas eu não podia entregar o livro pro homem que estava tentando nos matar.

Marie entendia isso, eu sabia que ela entendia.

Tentei um acordo:

–Solte a Marie que eu entrego o livro. – eu disse, confiante. James olhou pra mim aparentemente confuso.

O careca de pele clara e olhos vermelhos que me fitavam assassinamente sorriu de maneira igualmente assassina.

–Me entregue o livro que eu solto a loira. – ele disse.

–Você precisa do livro, eu não preciso da garota. Acho que sou eu quem dita as regras aqui. – eu disse.

Ele me encarou por alguns segundos, reparei na marca em seu antebraço.

Era Charles, meu avô.

O assassino de minha mãe. Ou, pelo menos, o cara que ordenou sua morte.

Contive minha fúria.

–Certo então. – ele disse sorrindo – Victor, tire a garota daí, gaiolas são para pássaros.

Victor obedeceu seu líder, um tanto confuso. Desceu a gaiola onde Marie estava e a tirou de lá. Ela tentou correr até nós, mas ele a envolveu pela cintura, impedindo sua fuga. Ela lutou para se livrar de seus braços, mas estava fraca demais.

Charles sorriu de maneira psicopata.

–Vamos fazer o seguinte... – começou. O grito de Marie interrompeu-o, senti um arrepio – Você me entrega o livro agora, ou meu amigo ali vai quebrar cada osso do corpo daquela garota até você fazê-lo.

Hesitei.

Ele riu maniacamente.

–Você não precisa dela, certo? – perguntou irônico.

Marie gritou de novo. Olhei para ela, lágrimas escorriam de seus olhos. Ela não era imortal, nunca havia matado ninguém. Porém sobreviveria mais que um humano normal, pois sua transformação estava completa. Pude perceber isso pelo vermelho em sua íris que substituía o azul.

James olhou pra mim desesperado. Senti-me mal por ele se preocupar tanto com Marie.

Isso era ridículo! Eu não podia deixar um ciúme idiota me controlar num momento como aquele! Eu não podia deixar Victor quebrar seus ossos, começando dedo por dedo. Se eu permitisse que aquilo ocorresse, a Marie acabaria morta...

E tudo por minha causa...

Fechei os olhos, eu precisava pensar.

–O livro. – Charles sussurrou no meu ouvido, escorregando a mão pela minha cintura e parando-a em minha bolsa. Segurei sua mão e afastei-a de mim. Então corri na direção de Victor, seguindo um instinto que queimava dentro de mim. Empurrei-o para longe, livrando Marie de seus braços. Seu corpo, que há alguns minutos parecia para mim uma fonte inacabável de invencibilidade chocou-se contra a parede com força total, fazendo o ambiente tremer levemente. Sorri ao ouvir sua reação à dor. Virei para o lado, deparando-me com o olhar sádico de Katherine, seu sorriso mostrava que, no fundo, ela ria da fraqueza de seu companheiro.

Retribuí seu sorriso.

Agora a vadia pagaria pelo que fez com Annabeth.

James:

Apesar de esperar por isso, me surpreendi quando os olhos de Rebeca passaram do verde para o vermelho.

Num movimento rápido ela me entregou o livro e atravessou o ‘salão’, livrando Marie das mãos de Victor e lançando-o a alguns metros de distância. Seu corpo bateu na parede com força e ele gemeu de dor. Rebeca encarou Katherine e elas trocaram um sorriso cúmplice, as ameaças destacadas no olhar.

As duas pareciam cada vez mais... selvagens. E aquilo estava realmente assustando.

Katherine andou alguns passos até ficar bem em frente à Rebeca. Fechou o punho e deu-lhe um soco, mas acabou socando o ar, já que Rebeca havia desviado, se colocando atrás dela e agarrando seu braço em um golpe que nem ela parecia conhecer.

E aquilo pareceu irritar ainda mais Katherine, que partiu para cima da outra, iniciando uma luta feroz.

Os poderes da marca estavam ativos ali, já que a cada golpe a força excessiva era mostrada, causando danos em cada uma. E logo os ferimentos eram cicatrizados.

Katherine mostrava mais prática que Rebeca, imobilizando-a e fazendo-a gritar e soltar grunhidos de dor de vez em quando.

E aquilo me causou uma raiva estranha. Eu tinha vontade de entrar ali, imobilizar Katherine e a prender na gaiola onde Marie estava momentos antes. Mas eu sabia que, se fizesse isso, as coisas ficariam, no mínimo, triplamente mais complicadas. Então mantive-me onde estava enquanto segurava protetoramente o livro para que Charles não o pegasse. Porém Charles parecia ter esquecido o livro, naquele momento exato, estava muito ocupado observando com um sorriso sádico no rosto a luta entre Katherine e Rebeca.

Por um momento olhei para Marie, fraca, caída ao meu lado. Seu braço direito estava completamente quebrado, desde os ombros até os dedos, pude perceber em seus olhos que ela sofria de dor, uma lágrima escorreu deles. Senti-me mal por sua situação. Apesar de tudo ela era minha amiga...

Foi o impacto do corpo de Katherine contra o meu que me fez voltar a realidade. Por um segundo achei que ela fosse me usar para derrotar Rebeca, usando-me como refém, ameaçando me matar, mas ela parecia tão envolvida em sua luta que simplesmente correu em direção a Rebeca, mirando um soco em seu rosto, do qual ela desviou, mas não hesitou em retribuir.

Rebeca parecia muito mais forte a cada momento igualando-se à Katherine em nível de habilidade. Eu estava certo de que ela iria matá-la se Katherine não fosse imortal.

Meu coração saltou quando a mulher cortou o braço de Rebeca com uma pedra pontiaguda.

–Desista, Katherine! Minha transformação está completa! Você não vai me matar! - gritou Rebeca. Elas estavam a alguns metros de distância uma da outra.

A mulher riu.

–Eu sei disso, queridinha. Assim como eu sei que a transformação de Annabeth estava completa há anos, mas a matei.

Seu corpo ficou tenso.

–Não. - disse Rebeca, sua voz falhou por conta do choro que ela continha - Não! É impossível! Ela...

Victor, que só agora se levantava, riu do desespero de Rebeca. Percebi que ele estava tranformado na versão ruiva dele. A versão mais bonita que eu.

–Parece que o tal Hanaggan não foi muito sincero, gata. - ele disse, com um sorriso perverso nos lábios.

Vi que Rebeca estava confusa e desesperada ao mesmo tempo.

Então Hanaggan entrou no local por uma segunda entrada que eu ainda não havia visto. A ferida que eu pressionara ainda estava aberta. Ele parecia fraco. Um homem, uma espécie de vassalo dos Killster, supus, guiava-o para dentro, apontando uma pedra pontiaguda para a nuca dele.

–Colby... - eu tinha muito o que dizer, mas pouco o que falar. A minha mente vieram várias palavras furiosas que eu poderia pronunciar para Colby a qualquer momento, porém meus lábios impediam-me de dizer qualquer coisa.

Victor transformou-se então no motorista do carro que atropelara Colby.

–Ele estava do nosso lado, disposto a nos ajudar até pouco tempo. Aliás, desde o dia que invadi a igreja, ele se revelou como um de nós e revelou saber como obter o livro. Nos convenceu de que o diário que Richard lhe entregou era o verdadeiro livro, enquanto o anterior era apenas um diário de Pablo, e nos fez perder dias perseguindo-os. Ele matou aquele casal brasileiro que estava lhe ajudando, gata. Katherine descobriu que ele estava mentindo e roubou seu livro, usando-o para matar Annabeth. Alguns dias depois, provavelmente enquanto vocês visitavam Enzo, ele pegou o livro de volta. - a maneira como eles sabiam tudo, como se nos rastreassem, me assustava um pouco - Provavelmente achando que estava seguro, voltou para a igreja, onde encontrou vocês. Depois eu fui atrás do livro novamente, mas infelizmente seu namoradinho não é nenhum idiota e percebeu que havia algo de errado comigo... - então ele voltou a assumir a forma de Thomas.

–E como vocês fazem isso? - perguntou Marie - Como fazem para nos matar?

–É fácil. - disse Katherine. Então, num movimento rápido, ela segurou o pulso marcado de Rebeca e cortou-o com a pedra pontiaguda.

Meu mundo despencou no momento em que o corpo de Rebeca atingiu o chão, morto.



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Notas finais do capítulo

vocês vão me matar :)
agora todos estão no lado negro da força, imagino.
ah, então, se alguma coisa tiver ficado confusa em relação a traição do Colby, me digam, pra eu explicar no próximo.
vou reler a fic toda pra explicar tudo que eu possa ter deixado em aberto, então talvez eu demore de novo.
créditos à Alice (Makenna) que narrou a lutinha, e à Lorena (LoreKuchiki) que ia narrar a lutinha mas não teve tempo e mesmo assim merece agradecimentos.
psé, bjos, eu ainda amo vocês, levem isso em consideração antes de me crucificarem