Thorny Roses escrita por Lirium-chan


Capítulo 8
O sangue daqueles que lutam pelo raiar do sol...


Notas iniciais do capítulo

Olá!~~ *levatiro*
Desculpe a demora, e sei que realmente faz muito tempo. Mas eu passei por um bloqueio mental e tinha a escola. E, de toda forma, eu também não acho que esse capítulo ficou bom. Porque eu tinha o objetivo de fazê-lo ficar maior e mais bem descrito também, de qualquer modo, sinto que os fiz esperar demais T-T Gomen~~
Boa leitura :)



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Dor. Batalha. Tristeza. Arrependimento. Honra. Alienação. Horror. Morte. Todas essas palavras se chocavam numa marcha muda dentro da cabeça de todas as pessoas que lutavam, armas se chocavam e olhos se fechavam para nunca acordar novamente. E apesar de lutarem até o final, ninguém os lembraria para todo o sempre, a luta seria em vão. Era por isso que Miku detestava guerras. Mas não era como se ela tivesse alguma escolha, nunca teve. Também não era a única pessoa no mundo a não gostas de guerrear, e duvidava que alguém realmente gostasse de entrar no campo de batalha.

A esverdeada fechou os olhos ao perceber um soldado perfurar sua espada no coração de um goblin inimigo, fazendo-o derramar sangue na grama verde de orvalho, a terra já estava completamente manchada de rubro. Não, não havia sequer um humano nas tropas inimigas, tampouco as sombras que atacaram o Reino de Amarelo se encontravam ali, ao menos até aquele momento. Haviam seres mágicos de toda espécie e tipo, mas a massiva parte do exército era composta por armaduras que mais pareciam mover-se sozinhas, era o que pensariam se não houvessem aqueles olhos vermelhos cintilantes e aquela pele cinzenta que se podia perceber por entre as frestas da armadura e do elmo; suas mãos brandiam espadas de metal num urro furioso. Miki lhes contou, com um termo complicado, que eram seres gerados a partir da terra, provavelmente criados com magia negra. Não possuíam alma ou coração, apenas marionetes controladas por alguém. Alguém que sequer teve coragem para mostrar o seu rosto ou o que planejava.

– Eles parecem perigosos, mas na verdade são bem fracos!- Reclamou Meiko ao socar o elmo de um dos Guerreiros Negros, fazendo seja lá o que estivesse dentro da armadura evaporar numa nuvem cinzenta de pó com cheiro de enxofre. A cena fez Luka, que estava próxima, fazer uma careta e usar uma mão para tapar o nariz, devido ao cheiro incômodo.

– Diga isso por você mesma! – Ralhou Gakupo, defendendo-se de um dor golpes pesados que um deles lhe lançou – Não são todos que tem essa tua força descomunal! – Completou, sorrindo e trespassando sua espada pelo pescoço do inimigo. O que surtiu um efeito parecido ao que o de Meiko provocou.

– Oh! Querido? Pode me ajudar aqui? – Chamou Luka, soando como se estivesse pedindo ajuda para carregar um objeto pesado, esquivando-se habilmente de três dos Cavaleiros – Sinceramente, é uma pena que esses seres não sejam afetados pelo meu poder!- Resmungou a rosada, desviando por pouco de um golpe que por certo lhe arrancaria o braço. Luka tinha o poder de adormecer profundamente qualquer um que seus dedos tocassem (por isso estava sempre a usar luvas). Mas as criaturas não possuíam alma e, portanto, afirmou ela, não poderiam ser afetados pelos seus toques de sono.

– Luka! – Clamou Rin, aparecendo subitamente ao lado da mais velha e abrindo uma barreira mágica em frente as duas – por favor, não se aproxime deles, pode ser perigoso! – Se preocupou a garota, esforçando-se para manter a barreira de ar em pé ao passo que Gakupo, Len e Kaito correram para derrotar os monstros odiosos.

– Onde está Miku? – Perguntou um tenso Kaito para a de cabelos loiros, que suposto estar acompanhando a esverdeada.

– Ela me disse para vir ajudar a Luka, acredito que correu para lá – respondeu, apontando para uma área do caos onde havia muitos soldados do Reino Azul, quase todos feridos – Disse-me que ia tentar curá-los.

– Já estou a retornar para lá! – Respondeu a garota, diante do semblante preocupado que o Chevalier Azul mostrou. – Você gostaria de vir comigo? – Perguntou a menor, arrependida por ter deixado a princesa mesmo que por pouco tempo.

– Não. Eu gostaria. Mas devo ajudar a Diva Vermelha no suporte aos seus soldados. – Respondeu mecanicamente, olhando a avermelhada derrotar vários monstros de uma única vez, com uma expressão sublime de concentração.

A garota assentiu, e Kaito fez sinal para que Len a seguisse, como reforço.

Os soldados enviados pelo Reino Vermelho eram extremamente habilidosos, sendo os mesmos conhecidos por possuírem um exército imbatível. Mas, não só os soldados do Reino Vermelho como a resistência geral, estavam liquidados. Poucos homens se encontravam de pé em comparação a oposição, mas mesmo assim a mulher não parava de derrotar um inimigo atrás do outro, a maioria das vezes usando de combate corpo a corpo e nas outras usando sua espada como apoio. O azulado se juntou à morena, fornecendo algum apoio enquanto sinalizava para que Gakupo E Luka eliminassem as criaturas mágicas que corriam por entre as pessoas no campo, ora pilhando, ora matando. Não eram tão fortes e numerosos quanto os guerreiros enegrecidos, mas não havia nada que pudesse fazer quanto ao fato de que Luka não podia derrotar os mesmos e Gakupo não parecia querer separar-se da mesma. Tentava não notar os corpos caídos e rostos mortificados, alguns até mesmo poderia reconhecer pela face. Se ousasse distrair-se por um segundo sua vida poderia ser o preço pago. Só esperava com fervor que sua princesa estivesse bem.

– Miku! –Gritou a loira, ao passo que Len tentava distrair o grupo de monstros que a menina atraiu correndo atrás da azulada – Pare com isso agora mesmo! Você vai acabar consumindo toda a sua energia!

Miku estava debruçada sobre um corpo, ao mesmo tempo em que concentrava quase toda a sua energia em tentar curar as feridas do rapaz semi-consciente, haviam inúmeros outros corpos caídos, mas a azulada fixava seus orbes desesperados apenas no corpo do jovem que murmurava coisas desconexas. Rin assistiu a cena paralisada. O garoto fechou os olhos e respirou sua cota restante de ar, ao passo que Miku engoliu o choro e um grito entalou-se em sua garganta. O mesmo pareceu murmurar que finalmente chegaria a Avalon.A garota levantou-se cambaleante, dirigindo-se com um ar moribundo para outro dos vários corpos que cobriam o chão, abaixou-se no mais próximo deles e recomeçou o processo de cura, concentrando tanta força fúria em uma única descarga de energia que seu corpo passou a ter espasmos. Ela não conseguira salvar ninguém.

– Len! Ajude-me com a Miku! Ela vai acabar desmaiando se continuar assim! – Gritou a loira, pouco antes de ir até a azulada e tentar segurar seus braços com certa dificuldade.

Trespassando a espada pelo tórax de um troll, Len deu um passo pra trás, com um sorriso cansado e vitorioso. Moveu o olhar para onde pensara ter ouvido Rin chamar seu nome, correu até onde vira a Diva Amarela tentar forçar a princesa de cima de um corpo que a mesma tentava curar, e que pelo que pudera ver, já estava morto. O loiro correu até a direção das duas,visto que Rin andava cada vez mais enfraquecida pela queda de seu reino. Apressou-se em chegar ao lado delas e finalmente separar Miku do corpo moribundo, enquanto a mesma irrompia em lágrimas. Ficou confuso com a reação da garota, tentou oferecer um abraço mudo enquanto a Diva murmurava palavras de conforto - apesar de não ter a exata certeza do real motivo para o desespero da garota. Enquanto a loira parecia oferecer um consolo muito mais eficiente que o seu (ou não) Len correu os olhos pelo campo de batalha, aquilo estava uma verdadeira chacina. E o mesmo dizia-se da cidade, a qual não demoraria a que os inimigos alcançassem. Não havia dúvidas da repetição da tragédia do Reino Amarelo, e ele já perdia as esperanças de algum dia conseguir parar a ameaça iminente. O cheiro de enxofre pairava no ar. Porém, esse não era o momento para se preocupar com isso. Não poderia se descuidar, não enquanto Rin ainda estivesse ao seu lado.

A jovem Diva olhou de soslaio para o corpo o qual vira a amiga tentar curar pouco antes de entrar em uma espécie de desespero, não parecia ser um rapaz muito mais velho que as duas. Mas quem seria esse jovem? Não se recordava de tê-lo visto uma vez sequer no tempo que passou dentro do palácio. Era um mistério para a curiosa garota, mas precisaria tentar resolvê-lo depois.

Um homem em armadura reluzente evaporou ao lado dos três; Len posicionou a azulada atrás do próprio corpo, enquanto buscava a loira com os olhos a fim de assegurar sua proteção, apesar de que a mesma já havia, agilmente, sacado um punhal de dentro das vestes e o apontava friamente para a figura estranha.

– Apenas porque a Srta. Meiko lhe ensinou a apontar uma arma, isso não significa que você deveria sair apontando essa faquinha para tudo e todos! – Disse uma voz zombeteira, e ao passo que retirava o elmo, não passava de Mikuo vestindo uma armadura pesada - que nenhum deles sabia dizer como o seu corpo a suportava - apesar das circunstâncias, havia um pequeno sorriso cansado desenhado em seus lábios. Sorriso que se desfez ao notar o estado em que a sua irmã se encontrava.

– O que aconteceu com ela? – Perguntou num tom de preocupação aguda. Em resposta, a azulada soluçou.

– Oh, bem… - ouviu uma voz doce por trás do garoto, a dona dela saiu das costas do mesmo e relevou-se Miki – Eu posso lhe explicar a respeito querido. Mas você sabe da visão que acabei de ter; prefere que eu lhe conte a estória ou prefere salvar o Reino da total desgraça e ruína? – Perguntou, olhando-o como se fosse espancá-lo caso ele resolvesse responder de fato a indagação. O esverdeado bufou em resposta.

– O que ela quer dizer? Por que você não está tomando a frente de batalha, Vossa Majestade? -Perguntou o loiro, estranhando enquanto a de cabelos róseos fazia inúmeras gravuras desconhecidas em um círculo ao redor deles. Ele talvez quisesse perguntar o que raios ela estava fazendo.

– Não há tempo para explicações… Oh, lá vem eles!- Saudou o soberano, confirmando que as suas mensagens haviam sido recebidas e que Meiko, Kaito, Luka e Gakupo viam em sua direção, os dois últimos mais próximos. Observou curiosamente Luka passar as mãos macias na face de um Slizard, fazendo o pesado corpo coberto de escamas cair estrondosamente no chão. Kaito e Meiko corriam, quase alcançando o casal na frente, Meiko espancava dolorosamente os que se punham em seu caminho, Kaito parecendo mais preocupado com Miku, que ele pensou ver chorando. Bem, ele não estava errado.

– Mas o que vocês querem conosco? Eu precisei abandonar meu posto ao lado dos meus homens! – Esbravejou Meiko, apontando para o nariz de Miku acusadoramente. O rapaz não pareceu ligar para os surtos da mais velha. Kaito correu até a desesperada Miku, imensamente angustiado.

– Como eu posso explicar isso? É que… - Ia explicando o Rei, quando foi interrompido por uma Luka fascinada.

– Isso é um círculo de teleportação de quarta classe? É necessário um grande poder mágico! – Soltou a rosada, observando o círculo mágico que Miki desenhava ao redor deles, com certa urgência nos movimentos.

– O que? – Exclamou todo o resto ao mesmo tempo, excerto por Mikuo, Gakupo, Luka e, é claro, Miki.

– Eu… Me interesso por magia… - Murmurou Luka, como quem achava que as exaltações de surpresa eram devidas ao fato de ela saber exatamente o que eram todos os riscos que a feiticeira fazia.

– Miku, eu preciso que você seja forte. Não se preocupe, vamos segurar as pontas por aqui o máximo que for possível, os Reinos de Rosa e Vermelho também enviarão mais reforços. Kaito, cuide dela para mim, certo? – Disse Mikuo em palavras firmes, lançando um olhar meio triste aos seus queridos ‘irmãos’. Miki levantou-se do chão, afirmando que terminara.

– Eu não quero fugir! – Gritou Miku, chorando ainda mais ao passo que Rin e Len apenas se aproximaram mais um do outro. Fugir estava se tornando um hábito para eles. Gakupo e Luka pareceram não se importar, remoendo juntos a ideia de que simplesmente seria muito arriscado lutar uma batalha perdida. E eles tinham razão.

– O QUE HÁ DE ERRADO COM VOCÊ, MOLEQUE? EU NÃO VOU ABANDONAR MEUS HOMENS AQUI! ISSO APENAS A ESCÓRIA FAZ! - Meiko apertou a gola da camisa que o rapaz usava por baixo da armadura, suspendendo-o no ar como quem preferiria matá-lo de uma vez. Recebeu um olhar cansado de retorno.

– Infelizmente, você precisa entender. Não desejo que Miku e Kaito morram. Tampouco posso desfazer minha promessa de que não deixaria nenhuma das Divas morrer e, pela previsão de Miki, isso certamente é o que acontecerá se vocês não fugirem agora mesmo. – Declarou, por fim, desvencilhando das mãos de Meiko e deixando o círculo ao lado de Miki.

– Levem isso. E boa sorte. – Desejou, atirando uma pequena sacola de pano a Kaito, que a pegou no ar; ao mesmo tempo em que mantia Miku dentro do círculo. Gakupo e Len faziam o mesmo tentando conter Meiko, a mesma parecia tão desesperada em deixar o círculo mágico que nem ao mesmo parecia notar que estava socando furiosamente o vento em meio a sua fúria descontrolada.

– Eu sinto muito, espero que um dia vocês consigam entender que o que eu faço é pelo bem de tempos futuros. Sua jornada não será fácil, apenas peço que não desistam em meio a ela! – Falou Miku, como se sentisse o peso da culpa sobre si.

Transportatio! – Proferiu a feiticeira, fazendo as gravuras se iluminarem em feixes de luz rosa.

As flores foram arrancadas do campo de sangue, sangue glorioso daqueles que tem suas vidas drenadas pela terra…

Continua…



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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Se alguém tiver alguma dúvida sobre alguma palavra que eu usei pra falar sobre um animal fantástico, é só perguntar (apesar de que até agora eu só usei os mais famosos) Também me desculpo se não teve tanto sangue quanto prometi, mas é...
E quanto aos leitores fantasma, fiquem sabendo que eu tenho medo de fantasma-q então, se não for incômodo, apareçam e_e
O que será que acontece a seguir? ;D
Sugestões? Críticas?Reviews?



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