Amor por Contrato escrita por pandorabox240


Capítulo 8
O amor custa caro (pt. 2)


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Há quanto tempo! Demorei um pouco mais a postar aqui por contas das postagens na comu Fanfics Twillight no orkut. Espero que gostem!^^



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Capítulo 8: O amor custa caro (pt. 2)

      Rosalie Cullen POV

      Estava reorganizando o meu guarda-roupa quando ouvi meu celular tocar. Era a vigésima quinta mensagem de voz que Emmett McCarthy me mandava no dia.

“Vai falar com eles ou não?”.

          Desde o início da semana, ele me incomodava com essas mensagens. O eles a quem Emmett se referia na mensagem eram os meus pais. E o assunto que McCarthy queria que eu falasse com eles era sobre o nosso relacionamento. Se é que posso chamar o que nós temos de relacionamento! Eu só o via às escondidas e quando estava totalmente entediada. Eu via o que tinha com aquele pobretão mais um passatempo do que uma relação propriamente dita.

“Presta atenção Rose: não tem a menor condição de continuar escondendo isso de todo mundo! Senão eu mesmo falo.”

         Desliguei o celular e continuei a tirar roupas do meu closet. Por que a Bella não aparecia para me ajudar?

         Estava resmungando por ter de fazer todo o trabalho sozinha, quando bateram na porta.

-Entra! – gritei.

-Com licença, lady Rosalie. – disse a senhora Maggie entrando – Vim perguntar se a senhora precisa de ajuda aqui.

-Mas é claro que estou precisando de ajuda aqui! É cega para não perceber isso? – perguntei irritada – Onde está a Isabella que não vem me ajudar? Ela sabe que todos os meses eu faço isso e sabe que é a única encarregada de me ajudar nessa tarefa!

-Isabella está limpando os outros cômodos com os outros empregados.

-Então peça para ela vir logo para cá! – exigi.

-Sim, senhorita Rosalie. – disse, derrubando os casacos e os livros que levava nas mãos – Meu Deus, como sou desastrada!

     Enquanto jogava os meus casacos em cima da cama, vi um dos livros que ela levava, caído no chão. O livro que tinha caído continha uma dedicatória com uma letra que me era muito familiar. Apanhei o livro do chão e comecei a ler a dedicatória que no final havia as iniciais: E.A.M. A letra era de Edward Anthony Masen...

-Onde encontrou isso? – perguntei a Margaret, apontando para o livro.

-No armário de Isabella quando estavam limpando o quarto onde ela dorme. – respondeu, pegando o livro da minha mão.

-Ah sim... Pode ir, senhora Margaret.

       Margaret saiu do meu quarto e vesti qualquer outra roupa. Peguei meu casaco cor de creme, as chaves do meu Audi e o meu celular. Saí de casa rapidamente e mandei uma mensagem de voz para Emmett dizendo para me encontrar logo após a sua aula de boxe na academia.

        Eu já tinha visto Edward e Isabella juntos uma vez em Londres, mas sequer acreditei. Não quis imaginar que eles estivessem juntos mesmo. “Edward ficando comigo e com a Isabella? Logo a Isabella!”, pensei quando os vi entrando no Volvo. Mas depois de um tempo e o fato de ter lido a dedicatória... A forma que ele escrevia, tão apaixonada...      

      Guiei o Audi até o clube onde Emmett treinava e estacionei na calçada em frente. Saí do carro e fiquei esperando Emmett sair da aula de boxe. Tempos depois, ele apareceu na frente do clube e veio até a minha direção; eu estava começando a tremer de frio, o casaco não tinha muita serventia.

-Olá, Rose! – disse ele tentando me beijar, mas desviei o rosto.

-Oi, Emmett. – cumprimentei-o sem ânimo.

-Sabia que você viria me ver pessoalmente. – comentou dando um sorriso galanteador.

-Então quer dizer que você só estava me mandando àquelas mensagens para eu vir aqui? Isso é um absurdo!

-Lógico que não é. Absurdo é você querer resolver o nosso problema por mensagem de texto! Eu não sou homem de fazer uma coisa dessas! Isso parece ser mais o tipo daquele pederasta do Jonas Brothers que terminou com a namorada pelo Twitter!

-Nosso uma ova! Eu lhe falei desde o começo que não queria nada sério com você, Emmett! É você que ainda insiste nessa ideia de nosso! Você não consegue compreender isso?

-Pois sempre me pareceu o contrário. Quando estávamos juntos...

       Lembrei-me de tantas vezes em que nos vimos e o quanto gostava de ouvi-lo dizer que gostava de mim. Mas que piegas!

-Vamos resolver isso logo! Eu não quero mais te ver!

-Já disse isso tantas vezes... – comentou, recostando-se mais no capô do carro.

-Dessa vez é sério.

-Tudo bem... – disse Emmett sem me encarar, incrédulo.

-Não, Emmett... Dessa vez é pra valer. Eu arrumei outra pessoa. – mandei, sem pensar.

-O que você falou, Rosalie?!

-Eu não sou gravador para repetir sempre o que falo! Eu sei que você não é surdo e ouviu direito o que falei!

-Não estou com tempo para brincadeiras, Rosalie! É mesmo verdade o que disse? – perguntou, colérico.

-Sim! Eu sempre falei que o que nós temos não era sério. Você...

-Quem é?! – interrompeu, respirando irregularmente. Vi que Emmett já estava com os nós dos dedos das mãos brancos pela força que apertava os punhos e tremia.

-O quê?

-Quem é o felizardo? – perguntou irônico.

-Isso não lhe interessa.

-Interessa sim! Eu preciso saber! – gritou e todos na rua ouviram – Fala!

         O tom de voz de Emmett me estremeceu ainda mais, além do frio que eu estava sentindo. Entrei rapidamente no carro e logo dei a partida.

-Rosalie! Onde pensa que vai sem me explicar essa história direito? Rosalie espera! – gritou tentando me deter, batendo no vidro do carro – Rosalie! Volta aqui!

       Saí da rua, cantando os pneus, mas ainda pude ouvir Emmett gritar mais uma vez:

-Você vai me pagar, vadia! Você ainda me paga!

        Não vejo motivos para Emmett ficar tão furioso por conta da minha revelação! Ele sabia desde o começo que o que nós tínhamos era um relacionamento aberto. Eu poderia ficar com quantos caras quisesse e ele poderia sair com quantas garotas ele tivesse vontade. A não ser que Emmett... Esquece!  Aqueles comprimidos que tomei hoje pela manhã não estão me fazendo pensar com clareza.

       Durante a volta para Hertford, acabei me lembrando de uma conversa que tive com Alice, dias depois de Edward ter me chamado para jantar:

-Não acredito que você fez a Esme convidar os Masen para um brunch somente para ver o Edward!

-Mas eu fiz. Ele me ligou, avisando que nós vamos sair para jantar na quinta-feira.

-E você vai sair mesmo com o pé-rapado, Rosie? – perguntou Alice, deitando-se na minha cama.

-E o que tem? Edward é bonito, charmoso e é de família antiga...

-Ah, fala sério, Rosalie! Isso é tão démodé! Não entendo por que vocês ainda dão importância para esses títulos. Edward Masen é um pobretão que só não fica com uma mão na frente e a outra atrás por causa do emprego como professor da Eton! Fora que aquelas roupas dele podem ser Armani Exchange e Forum, mas elas estão duas temporadas ultrapassadas!

        Sinceridade era realmente o forte de Alice Brandon.

-E quem disse que eu me importo com as roupas de Edward Masen? O que quero fazer com ele não necessita de roupas!

-Sua pervertida!

-Alice, você só está falando isso por que a Isabella também se interessou por ele.

-Mas é lógico! Bella começa a gostar de um carinha bonito e você dá em cima dele! Parece que já estou presenciando tudo, como nos tempos que estudávamos juntas! Não acredito que você fará isso, Rosie! Já basta o Emmett, que gosta muito de você!

-Eu já disse que o meu negócio com o Emmett não é nada sério! Eu quero ficar com Edward Masen!

-Espero que você não consiga. Eu espero que você arrume alguma coisa para se distrair, um esporte, como o tênis... Deixa a Isabella em paz ao menos uma vez!

-Vou pensar nisso... – menti. Uma promessa que não iria cumprir...

      Alice meneava a cabeça. Acho que ela previa o que iria acontecer. Isabella entrou no meu quarto, alegre, sem nem imaginar o que se passava.

      Voltei a Hertford tempos depois. Ao entrar em meu quarto, vi Isabella retirando as roupas do meu closet, como eu havia mandado.

-Ah... Olá, lady Rosalie! – cumprimentou-me assustada - A senhora Maggie me mandou vir aqui começar o trabalho, mas como você não se encontrava, então comecei a tirar o resto das roupas, mas me desculpe por ter feito isso sem a sua permissão. – a garota se atropelava ainda mais nas frases enquanto se explicava.

    Percebi que ela estava com os olhos vermelhos, provavelmente de tanto chorar. Eu que não estava interessada em saber o motivo.

-Isso não é problema, Isabella. – disse, jogando o meu casaco de qualquer jeito na cama – Deixe-me dizer o que vai dessa vez.

       Dias depois, eu havia ido me encontrar com Edward no mesmo hotel de sempre. Após uma tarde inteira juntos, Edward se mostrava ainda mais distante. Ele devia achar que eu não dava a mínima, mas percebia que este ficava calado quando “conversava” com ele. Ou melhor, quando recitava um monólogo sobre a minha vida. Eu teria que mudar isso logo. Fui me deitando na cama onde Edward estava deitado e comentei:

-Está calado desde cedo...

-Não é nada demais... – respondeu, encarando-me com seus olhos esmeraldas.

-Será que é pelo fato de estar pensando em Isabella? – falei baixo. Por sorte, Edward não ouviu nada.

-Uma amiga me deu dois convites para a exposição dela. Você quer ir comigo? Ela sempre me cobra, dizendo que não vejo nada do trabalho dela, mas eu não queria ir sozinho.

-Onde será? – perguntei.

-Na New Gallery. Bom... Minha amiga Victoria gosta de espaços mais alternativos.

-Ah, eu entendo... E quando começa?

-Na próxima semana.

- Hum... Alice me convidou para uma viagem. – disse, apoiando-me nos cotovelos.

- Então não vou. Vicky me cobrou demais, mas não queria ir sozinho. Deixa para outro dia.

     E se ele chamasse a outra?

- Não tem problema, Edward; eu posso adiar a viagem. Alice irá entender.

-Tudo bem.

     Dei um sorriso a Edward e ele me puxou para que eu me deitasse sobre o seu corpo. Lembrei-me de que não havia comido nada naquele dia. A verdade é que eu não comia direito há dias. As dietas que eu vinha fazendo não estavam surtindo efeito nenhum. Toda vez que olhava meu reflexo no espelho do closet, ainda via que tinha algo errado com o meu corpo. Eu ainda me via gorda, com o corpo deformado...

[...]

         Àquela noite, eu havia ido sozinha a Camberwell, encontrar-me com Edward na tal galeria de arte onde seria a exposição da amiga dele. Por que eu tinha aceitado ir para a exposição? Cheguei à galeria e vi Edward na entrada do lugar, já me esperando.

-Olá, Rose! – disse, dando-me um selinho.

-Oi, amorzinho! Demorei muito?

-Não, acabei de chegar. Vamos entrando?

       Assenti e entrei de mãos dadas com Edward na New Gallery. O lugar era pequeno e o espaço destinado a exposições de arte se dividia com um bar. Era bonito, mas bem simples. Simples até demais. Agora entendia por que a amiga de Edward pediu tanto e este não queria vir: ele sempre gostou de frequentar lugares requintados em nossos encontros, mesmo não tendo muito dinheiro. Mas sempre fez questão de pagar tudo...

        A amiga de Edward, Victoria Cooper, estava conversando com algumas pessoas, animadamente. Quando nos viu, veio andando a passos rápidos para abraçar Edward.

-Edward, até que enfim você veio! – disse a ruiva.

-Eu prometi que estaria aqui, não prometi?

-Claro que sim! Pelo menos dessa vez você cumpriu a sua promessa! Ah, desculpe a minha indelicadeza! Não falei com você antes. – disse, referindo-se a mim – Você é a Rosalie, não é?

      Victoria Cooper era mulher bonita e muito bem-vestida. O estilo hippie chique que ela adotou não era nada cafona. Ao contrário, estava bem elegante.

-Sim, sou eu mesma. – disse, cumprimentando-a para parecer educada – Muito prazer, Victoria. Pelo que pude ver lá do lado de fora, você fez um ótimo trabalho!

-Obrigada! Você é tão gentil... Eu ainda tenho de manter um bate-papo entediante com os donos do lugar. Podem começar olhando as telas a partir do lado direito.

-Tudo bem... – disse Edward, levando-me pelo braço – Vamos, Rosalie!

        Edward e eu começamos a olhar uma fileira de telas afixadas na parede junto com outras pessoas. A mulher realmente era talentosa, precisava somente de um pouco mais de criatividade para a composição dos seus quadros. Vi um homem moreno e cabelos negros e lisos aproximar-se de Edward e conversarem. Eu já estava ficando enfadada e Edward ainda me fazia o favor de me colocar no canto para conversar com o amigo. Não sei por que ainda tive vontade de acompanhar Edward nisso.

-Ben, eu quero que conheça a Rosalie Cullen. – disse Edward, aproximando-se de mim com o amigo – Rose, este é um grande amigo meu, Benjamin Hardy.

-Olá, como vai? – perguntei, cumprimentando-o. Esse negócio de ser educada já estava me irritando.

-Então você é a famosa Rosalie que o Edward tanto fala? Edward é um homem de sorte por ficar com você! – comentou Ben, dando um sorriso que parecia ser forçado para Edward.

-Ah... Muito obrigada pelo elogio!

      Limitei-me a dar um sorriso gentil para aquele homem e me sentir entediada logo depois que Edward e esse tal de Benjamin Hardy ficaram conversando. Sequer prestei atenção no assunto. Continuei a olhar as telas, numa tentativa vã de me distrair. Alguns minutos depois, Edward veio falar comigo:

-O que achou? Está gostando?

-Quer que eu fale a verdade?

-Claro!

-Estou achando tudo isso um tédio... Podemos ir?

-Mas ficamos tão pouco aqui... Nem conversei direito com...

-Eu sei, mas já quero ir embora... Além disso, você passou mais de meia hora conversando com aquele seu amigo.

-Tudo bem... Vamos nos despedir da Vicky então...

        Despedimo-nos da Victoria Cooper, que reclamou pelo fato do amigo não ficar mais tempo que o necessário apreciando o seu trabalho. Deu até vontade de dizer: “Querida, você não acha que foi o suficiente nós termos ficado aqui? Afinal, você cobrou várias vezes para que ele aparecesse!”. É claro que eu não iria dizer isso, tive de manter a pose de garota educada que era.

-Então...? O que nós vamos fazer agora? – perguntei, enquanto me aproximava mais de Edward no banco do motorista de seu carro.

          Havíamos acabado de sair da New Gallery e estávamos rodando pelas ruas de Camberwell sem destino certo.

-Não sei Rosalie... Estou pensando em lhe deixar em casa e dormir na casa da minha mãe. – disse, sem tirar os olhos da rua. Ah não! Quem ele pensa que é para me deixar sozinha e ir para a casa da mamãe? Como se fosse dormir lá mesmo...

-Ah, Edward... Por que não ficamos mais um pouco juntos? Podemos ir a outro lugar daqui...

-É? E onde podemos ir? – disse sem ânimo algum. Por que ele estava assim?

-Tenho de dar pistas para facilitar a sua compreensão ou tenho de ir direto ao ponto? – inquiri, tentando fazer com que ele olhasse para mim.

-Rose, eu estou cansado... Trabalhei demais nos últimos dias; hoje não dá. – disse, aborrecido.

-Mas Edward, nós mal nos falamos e ficamos juntos hoje! Não é possível que eu tenha um encontro decente com você hoje!

-Tudo bem, Rosalie... Aonde você quer ir?

     Dei um beijo estalado em sua bochecha antes de dizer o destino.

[...]

    Alguns dias depois, eu tinha viajado com Alice a Paris conseguir mais indicações para que esta alavancasse o seu projeto. Havia acabado de chegar da casa de uma amiga, quando Alice me chamou para ir ao seu quarto. Pelo tom de voz que ela havia usado, dava para perceber que ela estava irritada. Extremamente irritada.

-Mal chego aqui e já quer brigar comigo? – perguntei, entrando em seu quarto – O que houve dessa vez?

         Alice estava deitada na cama, olhando para o seu notebook.

-Pode me explicar isso? – perguntou, virando a tela para o meu campo de visão.

        A página estava aberta no site da revista sensacionalista Star e nela havia uma matéria com várias fotografias minhas e de Edward na última vez em que saímos. Achei que sempre nos escondemos de tudo e de todos, como nos descobriram dessa vez?

   Edward Masen POV

         Fazia um frio desgraçado naquele dia; Isabella e eu estávamos em meu quarto, debaixo das cobertas, assistindo a uma maratona de filmes antigos na televisão. Confesso que eu gostava de assistir filmes com Isabella, mas ver Giant já estava me entediando. Quase que não ouvia ela me perguntando várias vezes...

-O que foi que disse?

-Você sequer prestou atenção no que eu perguntei... – Isabella comentou, ajoelhando-se a minha frente na cama.

-Desculpe-me, Bella. Eu estava pensando em outra coisa. O que você perguntou?

-Perguntei se nós vamos à exposição da sua amiga, a Victoria.

       Nem havia me lembrado. Depois daquele fatídico dia no restaurante, não tinha falado com Vicky nem com Ben.

-Ah sim... A exposição da Vicky! Com tanta coisa que fiz nessa semana, acabei me esquecendo. Não tenho muita vontade de ir...

-Hum... Tudo bem. – disse, deitando-se do meu lado mais uma vez.

-Você queria ir comigo?

-Até queria, mas... Não tem a menor condição de ficar até mais tarde fora de casa nem tenho roupas decentes para ir a um evento assim. – disse, sem me encarar. Percebi que não havia ânimo nenhum pela maneira que ela falava. – Então, não é necessário...

-Ah, Bella... Queria poder te levar a outros lugares. Ficar sempre aqui em casa é um tédio!

-Uma droga! – ela disse. A maneira que Isabella falou me fez rir – Se bem que é bom ficar assim do seu lado, mas eu queria sair mais com você, fazer outras coisas que namorados fazem, sabe? Ficar sempre aqui, enfurnada nesse apartamento, não é legal...

-Eu entendo... Eu vou ver o que posso fazer por nós, Bella. Vou dar um jeito de fazermos outras coisas. – falei, virando-me na cama para olhar seus olhos negros.

-É sério?!

       Afirmei, assentindo com a cabeça. Não gostava muito de ver Isabella reclamando. Melhor dizendo, não gostava de ver mulher nenhuma reclamando. Segurei o rosto dela com as duas mãos e a beijei.

-Eu gosto de você, Edward.

-Eu também gosto... – disse, simplesmente. Espera aí! Eu disse isso mesmo?

-Se bem que, com o frio que está fazendo neste final de mês, é bom ficar nessa cama com você. Além disso, o próximo filme que será exibido é do Carlitos! Eu adoro os filmes dele! – falou mais contente do que uma criança quando ganha um presente.

       Sorri para Isabella e continuamos a ver os filmes juntos.

      Mas por que eu havia falado aquilo? Bom... Não foi a mesma coisa que dizer: “Eu te amo, Isabella!”, no entanto, eu acabei concordando com o que ela disse. É claro que gosto da Isabella, mas quanto ao fato disso tornar-se um sentimento verdadeiro, um amor incondicional, isso está fora de cogitação.

[...]

       Dias depois, Rosalie me mandou uma mensagem de texto, confirmando que iria comigo à exposição de Victoria. Sinceramente, eu não tinha muita vontade de ir, mas já que Rosalie insistiu que queria sair comigo, por que não? No dia do início da exposição, eu havia chegado à New Gallery um pouco antes a fim de esperar Rosalie e não ficar muito tempo na galeria. Estava cansado realmente.

        Uma meia hora depois ter chegado, Rosalie apareceu na galeria com um vestido de inverno cinza e meia-calça preta. Até que ela estava bonita, comparado à última vez em que nos vimos. Cumprimentamo-nos e entramos na galeria, onde logo vi Vicky conversando com os que seriam os donos do espaço. Ela nos viu e veio correndo para me abraçar.

-Até que enfim você veio! – exclamou Vicky me esmagando.

-Eu prometi que estaria aqui, não prometi?

-Claro que sim! Pelo menos dessa vez você cumpriu a sua promessa! Ah, desculpe a minha indelicadeza! Não falei com você antes. – disse olhando sorridente para Rosalie - Você é a Rosalie, não é?

-Sim, sou eu mesma. Muito prazer, Victoria. Pelo que pude ver lá do lado de fora, você fez um ótimo trabalho!

       Rosalie cumprimentou, apertando a mão que Vicky que estendeu. Quem não conhecesse Rosalie direito, iria achar que ela estava sendo cortês. Mas logo vi que ela estava odiando fazer aquilo. Custava tentar ser legal ao menos uma vez? Não morreria por causa disso.

-Obrigada! Você é tão gentil... – comentou. Não acredito que ela ainda acreditou nisso! - Eu ainda tenho de manter um bate-papo entediante com os donos do lugar. Podem começar olhando as telas a partir do lado direito.

-Tudo bem... Vamos, Rosalie! – falei, arrastando-a pelo braço.

        Rosalie e eu passamos a olhar os trabalhos de Vicky em lados opostos do espaço. Eu não podia entender muita coisa de arte e afins, mas Victoria pintava muito bem. Acho que precisava somente melhorar um pouco mais.

-Olha só quem finalmente apareceu! – um homem comentou e reconheci a voz de Ben.

-Diz aí, Ben! – disse, dando um aperto de mão – Eu disse que viria, só não disse quando!

-Pelo menos veio! Hey, depois disso tudo podemos chamar a Vicky e irmos a um pub!

-Não dá... Olha quem veio comigo. – disse mostrando onde Rosalie estava.

-A patricinha Rosalie Cullen?! – exclamou.

-Fala mais baixo, cara!

-Tá bom... Foi mal... E a Vicky achando mesmo que você traria a Bella.

-Vicky pirou de vez, foi? De onde ela achou que eu poderia trazer a Bella para cá?

-Vai entender essa mulher...

-É, eu iria muito trazer a Bella para cá. Iria pedir permissão aos pais da Rosalie e a mãe dela para trazê-la, sem falar que ela teria de vir com outro tipo de roupa. Além disso, Isabella tem uma mentalidade muito limitada, sabe? Ela pode ser muito inteligente para algumas coisas, mas para outras...

      Ben olhou para mim, espantado, e disse:

-Minha Nossa, cara! Como você é otário! Fica falando essas coisas da garota...

-Ah, Ben, não enche! Porra!

-Não enche? Você zomba da garota gratuitamente e não quer que eu não diga nada?!

-Vamos lá falar com a Rosalie. – falei aborrecido.

       Fui com Ben até Rosalie estava, olhando as telas, atentamente. Ela já parecia estafada com a atividade.

-Ben, eu quero que conheça a Rosalie Cullen. Rose, este é um grande amigo meu, Benjamin Hardy.

-Olá, como vai? – Rosalie cumprimentou-o irritada.

-Então você é a famosa Rosalie que o Edward tanto fala? Edward é um homem de sorte por ficar com você! – disse, dando um sorriso forçado para mim.

-Ah... Muito obrigada pelo elogio! – respondeu Rosalie dando um sorriso gentil para Ben. Parecia mais um sorriso de quem estava com gases.

    E foi somente isso que Rosalie fez. Continuou a olhar as telas, ainda entediada e eu fiquei conversando com Ben.

-O que achou? Está gostando? – perguntei a Rosalie, depois de o Ben ter dito que ia ao banheiro. Acho que ele foi paquerar alguma garota que deve ter visto.

-Quer que eu fale a verdade?

-Claro!

-Estou achando tudo isso um tédio... Podemos ir? – respondeu. Até estava torcendo para que ela dissesse isso. Se bem que eu queria ficar um pouco mais com os meus amigos.

-Mas ficamos tão pouco aqui... Nem conversei direito com...  

-Eu sei, mas já quero ir embora... Além disso, você passou mais de meia hora conversando com aquele seu amigo.

-Tudo bem... Vamos nos despedir da Vicky então... – fingi desapontamento.

           Nós nos despedimo-nos de Vicky e logo saímos da New Gallery. Estava tão cansado que até queria dormir na casa da minha mãe em Londres. Mas os meus planos de uma boa noite de sono e livre de Rosalie foram por água abaixo quando ela perguntou:

-Então...? O que nós vamos fazer agora?

-Não sei Rosalie... Estou pensando em lhe deixar em casa e dormir na casa da minha mãe. – disse sem olhar para ela.

-Ah, Edward... Por que não ficamos mais um pouco juntos? Podemos ir a outro lugar daqui... – suplicou.

-É? E onde podemos ir? – perguntei desanimado.

-Tenho de dar pistas para facilitar a sua compreensão ou tenho de ir direto ao ponto?

       Ela queria mesmo que eu fosse a um hotel passar a noite com ela? Rosalie não vê que estou acabado?

-Rose, eu estou cansado... Trabalhei demais nos últimos dias; hoje não dá.

-Mas Edward, nós mal nos falamos e ficamos juntos hoje! Não é possível que eu tenha um encontro decente com você hoje! – falou irritada.

-Tudo bem, Rosalie... Aonde você quer ir? – perguntei, dando-me por vencido.

-Podemos ir ao lugar de sempre, Edward. – respondeu contente.

  [...]

        Estava em casa, vendo a um dos jogos da Premier League*: Arsenal contra o Manchester City. Eu, como grande torcedor do Arsenal, estava xingando e brigando com o juiz ladrão que não havia marcado falta quando um dos jogadores do City só faltou quebrar as costelas de um dos zagueiros.

-Deixa de ser burro! – gritava – Não vê que carrinho é falta? Juiz filho da puta!

      Nessa briga com a televisão, nem percebi que o meu celular havia tocado várias vezes. Depois de tanto procurá-lo pelo criado-mudo, acabei encontrando o BlackBerry debaixo dos travesseiros. No visor, havia uma mensagem de Ben que dizia mais ou menos assim:

“Se fudeu, cara!”

      De início, eu não havia entendido nada, mas quando vi o link em anexo, fiquei em choque. O link nada mais era que uma matéria da Star falando que haviam descoberto que Rosalie Cullen e eu estávamos nos encontrando escondidos. As fotos eram do último encontro que nós tivemos: o hotel em que nos hospedamos depois que saímos da exposição de Vicky.

-Mas o que é isso? – falei, com o celular na mão e olhando as fotos – O que eu faço? Agora ferrou tudo de vez!

     Logo depois, a campainha tocou e eu fui atender, normalmente. A pessoa tocava a campainha insistente e eu gritava, dizendo que já estava indo. Vi Isabella perto da porta pelo olho-mágico. O que ela estava fazendo aqui? E logo hoje que nem era o dia de sua folga? Será que ela viu...?

      Não tive tempo de dizer nada! Isabella veio para cima de mim, acertando um soco bem no meio do meu peito e gritando de dor logo em seguida!

FIM DO CAPÍTULO 8


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Notas finais do capítulo

*Premier League: campeonato de futebol inglês equivalente a série A do Brasileirão.