Amor por Contrato escrita por pandorabox240


Capítulo 3
Entre a loira e a morena


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Há quanto tempo! Nesse capítulo vocês irão ver a versão do Edward sobre a festinha de aniversário da Rosalie. Verão que ele não é tão legal assim...



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Edward Masen POV

      “Esses pestinhas ainda me matam!”, pensei depois de dar aula de gramática para pré-adolescentes que insistiam em falar mais alto do que eu e fazer do auditório um mini aeródromo para aviões de papel. Agradeci mentalmente quando todos eles foram embora correndo e empurrando uns aos outros do auditório.

      “Logo, logo peço a aposentadoria!”, pensei mais uma vez enquanto guardava livros, papeis e meu notebook em minha pasta. No começo, eu achava que ficaria por pouco tempo ensinando na Eton. Tinha esse trabalho como um hobby. Meu pai, o barão Masen, era dono das maiores indústrias têxteis de todo o Reino Unido. A indústria era de nossa família há mais de 200 anos. No entanto, veio a crise econômica de 2008 e as indústrias de meu pai que tinham ações na Bolsa vieram à bancarrota. Não posso deixar de dizer que essa notícia o afetou muito e faleceu poucos dias depois. Com isso, minha família teve de cortar gastos nesses últimos dois anos e tivemos de vender quase todas as propriedades e morar em uma pequena mansão no Chelsea. Aí tive de trabalhar mesmo para me sustentar. Até hoje, eu me pergunto como o Conselho Acadêmico da Eton me deixou ensinar aqui. Ainda penso que a aposentadoria do ultrapassado senhor Banner e o fato de ser um aluno modelo fizeram com que pesasse na decisão dos velhos do Conselho.

          Saí do auditório, tirando meu BlackBerry do bolso da calça jeans e vendo inúmeras ligações de minha mãe no visor. Do jeito que ela liga somente quando ocorre algum tipo de catástrofe ou para me chatear, não imagino que ela ligou várias vezes somente para saber como foi o meu dia.

-Mãe, já disse mil vezes que o quer que aconteça, não ligue quando eu estiver dando aula! – falei.

-É claro que sei disso, Edward! Mas tenho de lhe falar algo muito importante! – Eu não avisei? Às vezes não tem nenhuma relevância para mim!

-E o que seria mãe? – perguntei destravando o Volvo e joguei minhas coisas no banco do carona, entrando no carro.

-Hoje é aniversário da filha dos barões de Hertford.

-Sim, mãe! O The Sun estampou isso em letras garrafais na primeira página. Mas o que eu tenho a ver com isso?

-Ora, Edward! Acaso não se lembra? Há mais de um mês que eu disse que fomos convidados a essa festa! – gritou.

-A senhora disse isso mesmo? Não me lembro de conversar sobre essa festa com a senhora! E por que não me avisou antes?

-Por que não deu atenção! Avisei várias vezes e deixei vários recados em seu celular nesses últimos dias. O que estava fazendo?

-Preparando aula. A senhora sabe disso. – bufei, enquanto saía do estacionamento do colégio. – Mas não tem problema. Eu acompanho a senhora e as meninas a essa festa.

-Ótimo! Venha logo para cá! Já mandei Charlotte passar o seu terno! – o grito foi tão alto que tive de afastar o celular do ouvido.

-Não se preocupa mãe... – falei, aborrecido – Já estou saindo da Eton...

         Desliguei o celular antes que ela me enchesse ainda mais. Elizabeth Masen ainda acha que o filho mais velho dela ainda é uma criança que precisa protegê-lo e vigiá-lo sempre. Obviamente, eu discordo disso. Meus amigos me chamam de “filhinho da mamãe”. Tenta imaginar como isso é extremamente patético! Em algumas ocasiões, ela chegou a definir tudo o que eu iria fazer sem me consultar nem nada. Por acaso, uma mãe deve decidir sempre o que o filho deve fazer em diversas situações de sua vida? Isso é considerado normal para uma mãe? Eu já cheguei a conversar com ela sobre isso, mas ela me ouviu? “Tudo que fiz e faço é para o bem dos meus filhos”, foi somente o que ela argumentou. O que me resta agora é tentar aceitar isso e ir a essa festa de aniversário. Grande noite a de hoje: acompanhar a estressada da minha mãe e as minhas irmãzinhas a festa de uma garota gorda, mimada e feiosa que sempre fazia birra por qualquer coisa em todos os eventos que a minha família era convidada a ir ao palácio de Windsor ou em festas realizadas por outros membros da aristocracia inglesa.

         Levei quase uma hora de Berkshire à pequena mansão que minha mãe e minhas irmãs moram no Chelsea. Eu moro sozinho em um apartamento em Berkshire para não ter de fazer uma viagem cansativa a Eton todos os dias. Perguntei a Lucy, uma das poucas empregadas que aceitaram trabalhar para nós mesmo recebendo pouco, onde minha mãe estava e ela me disse que esta se encontrava em seu quarto.

-Olá, mãe! – disse, enquanto entrava.

-Olá, querido! – disse ela repousando o livro no braço da poltrona em que estava – Que bom que você veio Edward!

-Claro mãe! A senhora estava quase me ameaçando de morte se eu não aparecesse aqui! Kate e Claire vão demorar muito a vir?

-Por que pergunta? Elas têm aula amanhã. Não poderão vir.

-Eu devia lembrar isso – disse caindo na cama dela – Então... Que desculpa devo dar aos barões por sua ausência?

-Como assim?

-Ora, mãe... A senhora não mandou buscar as meninas no colégio, sequer está se preocupando em se arrumar, então presumo que vou sozinho ao aniversário, assim como todos os outros eventos que fomos convidados. Não é assim ou estou errado? – perguntei, olhando fixamente para o teto do quarto.

-Diga que estou de descanso para o meu check-up anual.

-Entendi mãe. Digo que a senhora está com a sua costumeira enxaqueca.

-Assim está bom. Comprei um terno para você ir.

-Comprou um terno para mim? Mas eu já trouxe um quando passei em casa!

-Você não vai com aquelas velharias que você chama de roupas! Comprei um terno especialmente para hoje! Não quero que te vejam como um mendigo!

-Agradeço a sua preocupação, minha mãezinha querida. Mas acontece que, enquanto a senhora gasta mais de quatro mil libras em um terno que eu vou usar somente em uma noite, a Kate reclamou que não podia estudar direito por conta da internet do colégio onde estuda que é ruim. E até agora a senhora não fez nada a respeito!

-Eu disse a ela que iria falar com você antes. Você é quem entende mais disso que eu! – explicou, se fazendo de desentendida.

-Tudo bem. Na próxima semana, eu passo numa loja de informática e dou uma olhada. – suspirei, cansado.

       Custava a minha mãe incentivar os estudos da Kate comprando um simples notebook? Seria muito mais vantajoso do que comprar a porra de um terno que vou usar por uma noite somente para impressionar os outros convidados da festa. Se essa porcaria de festa não fosse uma obrigação, nem colocaria os pés em Hertford Palace.

       Fui para o meu antigo quarto e passei a fazer outras coisas ao invés de ir logo me arrumar para essa festinha de criança. Vesti o terno com o mesmo entusiasmo de um condenado à morte e travei uma luta horrível para arrumar meu cabelo, que insistiu em disparar para todas as direções, mesmo depois de eu ter aplicado uma porção enorme de pomada. Desisti de brigar com o cabelo, peguei meu casaco, os convites da festa e o presente que minha mãe insistiu que levasse a aniversariante. Não sei por que ela continuou gastando mais dinheiro com isso! Guiei meu Volvo até Hertford Palace durante quase uma hora. Que viagem cansativa! Se essa festa for um tremendo tédio, vou dar um jeito de sair voando daqui.

        Quando entrei no que seria o salão de festas de Hertford Palace, parecia que tinha acabado de entrar no desfile do carnaval de Veneza. A decoração da festa continha muita informação! Era muito colorido, muito extravagante! Mas tem gente que deve achar isso tudo uma coisa espetacular! E assim começa a falsidade e a hipocrisia nesses eventos sociais... Todos fingindo que são amigos de infância. Simplesmente odeio isso!

         Andei por todo o salão da festa, cumprimentando pessoas que mal as vi em toda minha vida e por convenção, fui forçado a perguntar como estavam suas vidas. O pior de tudo é fingir ser simpático para todas elas. Entediado, peguei uma taça de vinho e me deparei com uma mulher de cabelo marrom caramelado lembrava a baronesa Cullen. Quantas cirurgias plásticas e quantas aplicações de botox e colágeno essa mulher fez desde a última vez que a vi?

-Edward Masen, querido! – veio cumprimentando e me abraçando. Como se realmente me conhecesse para falar desse jeito comigo! – Como está?

-Vou muito bem, baronesa. E a senhora?

-Estou ótima! Obrigada por perguntar. O que está achando da festa? – perguntou, tomando-me o braço e me arrastando pelo salão.

-Magnífica! – fingi entusiasmo à mulher de sorriso Colgate.

        Poderia ter dito qualquer outra coisa, mas não. Só por causa do meu comentário, a mulher começou a falar de tudo da festa e especialmente de sua preciosa filha.

-E onde está Elizabeth, Edward? Pensei que ela e suas irmãs viriam...

-Infelizmente, minha mãe se sentiu indisposta hoje cedo e minhas irmãs não puderam sair da escola.

-É uma pena... Sua mãe me garantiu que viria. Mas olhe para você... Está um belo rapaz! Faz tempo que não o via...

-Tenho me ocupado mais com as aulas de gramática em Eton – respondi. Na verdade, eu queria responder algo do tipo: “É por que prefiro estar em algum pub bebendo até cair com meus amigos, Ben e Vicky, ao invés de estar nesses eventos da nobreza entediantes”! Enfim...

        A perua continuou o monólogo, dizendo que havia tempos que não me via e que eu estava muito bonito e todos aqueles elogios que deixariam muitas pessoas constrangidas... Como se eu não tivesse ouvido antes. Já fico exausto de tanto ouvir mulheres falando desse jeito de mim. Não vejo a hora de ir logo para minha casa.

-Olhe Rosie! Por acaso se lembra de Edward Masen? – perguntou quando paramos frente a uma beldade loira.

        Fiquei por segundos, estático, olhando para a loira alta e magra que parecia ser lady Rosalie Cullen. A mulher a minha frente não se parecia em nada com a menina gordinha mimada que fazia birra por tudo ou com a garota que aparecia nas fotos de jornais ingleses. Sempre achei que ela fosse bem menos bonita até então.

-Claro que lembro mamãe! Ele sempre encheu a paciência dos guardas do palácio da Rainha! – respondeu, me fazendo rir – Olá, Edward Masen! Há quanto tempo não nos víamos, não é?

-É verdade, Rosalie! – respondi, cumprimentando-a depois de um bom tempo – Meus parabéns!

-Obrigada, eu espero que esteja mesmo gostando dessa comemoração mais simples.

-Claro... Está perfeita! – disse, olhando ao redor.

         E foi aí que outra mulher me chamou a atenção. Era uma garota bem mais baixa do que Rosalie. Branca, magrela, de uns olhos castanhos que nunca vi tonalidade igual e cabelos da mesma cor. Não chegava a ser linda como as outras mulheres que estavam presentes, mas também não era feia. Era apenas bonita. E me pareceu mais bonita quando corou a me ver. Rosalie Cullen poderia ser uma deusa em comparação a essa garota, mas sempre tive uma maior predileção por morenas. Rosalie passou a falar com outras pessoas e fui tomado pelo braço pela baronesa mais uma vez, dizendo que precisava conversar com a mulher que estava ao lado da que tinha os olhos de cor castanho-chocolate.

       A baronesa cumprimentou as duas mulheres. A mais baixa se chamava Alice. Engraçado que me lembro de ter visto Alice em algum lugar, mas não lembro onde. Devo estar com a memória falhando. Sinal de que a velhice está chegando mais rápido... Mal acabei de completar 25 anos e já estou desse jeito, imagine quando eu estiver beirando na casa dos sessenta? Fui tirado da minha distração quando ouvi a baronesa enfim falar com a garota de olhos chocolate que se chamava Isabella.

-Meu Deus! Eu quase não estava reconhecendo você, Isabella. Está magnífica! – disse a baronesa. Está mesmo! Concordo plenamente!

-Muito obrigada, baronesa. É muita gentileza sua! – falou pela primeira vez em toda a conversa. Esme não estava sendo gentil, Bella... Estava dizendo somente a verdade.

-Sempre tão modesta Isabella. Ah, meu Deus! Perdoem a minha falta de elegância! Quase que me esqueço de lhes apresentar Edward Masen. Edward, estas são Alice Brandon e Isabella Swan.

          Alice Brandon pareceu ficar em transe quando a cumprimentei. É... Eu causo esse efeito nas mulheres. O que posso fazer? Quando fui cumprimentar Isabella, senti algo estranho. Não sei explicar o que aconteceu. Só sei que não pude deixar de olhar para aqueles olhos...

-Com licença. – foi somente o que ela disse antes de ir embora.

       Fiquei encarando-a enquanto saía com Alice Brandon do salão. Percebi que Rosalie Cullen estava com um olhar furioso na minha direção. Mas o que fiz? Foi errado cumprimentar as garotas? No mais, ela deve conhecer intimamente as duas e não gostar de nenhuma delas.

         Acabei reconhecendo um parceiro da equipe de rúgbi da Eton College conversando com vários gentlemen, Emmett McCarthy. Ele era considerado um dos alunos mais exemplares da Eton, ficando atrás somente dos netos da Rainha, apesar de ir sempre para a detenção por aprontar com outros alunos e fazer piadas com os professores. Lembro-me que ele sempre andava com um cara loiro que parecia estar constantemente drogado. Como era mesmo o nome dele? Gasper? Jasper Whitlock! Esse mesmo. Não era amigo deles realmente, mas sempre falava com eles. Se bem que esse Jasper poderia ser envolvido com drogas mesmo, sei lá... A Eton sempre soube abafar seus escândalos tão bem, que nem todos os alunos sabiam. Emmett me reconheceu e lhe dei um aceno com a cabeça. Algo dele me chamou a atenção: estava fitando Rosalie, como se quisesse tirar a roupa dela aqui mesmo. Depois eu é que sou o tarado...

          Eu aqui olhando para um marmanjo de quase dois metros, nem vi por onde Isabella Swan foi. Droga! Vai ser mais difícil encontrá-la... A única solução é procurá-la por todo o palácio. Talvez eu consiga conversar com ela. Eu realmente quero conhecê-la. E outras coisas...

          Procurei-a nos arredores do salão e as partes dos jardins que estavam iluminadas. Onde ela se meteu? E depois de percorrer quase todas as áreas que eram permitidas aos convidados da festa, eu a encontrei como se estivesse procurando alguém em uma das pistas de dança apinhada de casais dançando valsa. Fingi não vê-la e me choquei contra ela enquanto saía da pista de dança.

-Ai! Mil desculpas por isso! Está tudo bem?

-Não precisa se desculpar senhorita Isabella.

 -Tudo bem... Se me dá licença... - segurei seu antebraço para que não fosse embora - Ai! – gritou quando apertei seu antebraço com força.

-Desculpe-me! Eu lhe asseguro que não foi a minha intenção. – Droga! Estou fazendo tudo errado!

-Acho que está tudo bem...

 -Gostaria de dançar comigo... ? – Essa garota me deixou nervoso, mas tão nervoso que nem consegui falar direito.

-Perdão. Mas o que o senhor perguntou?

-Perguntei se gostaria de dançar comigo.

         Ela afirmou que não dançava muito bem e disparou uma série de frases para comprovar seu argumento. O jeito que ela falava me fez rir.

-Não há problema nenhum; eu a conduzo. – garanti, dando um sorriso torto a ela.

- Tudo bem. – concordou, parecendo tranquilizada.

        Levei-a para a pista de dança e começamos a dançar a valsa. Enquanto dançávamos, eu não conseguia deixar de encará-la. Tive a impressão de que Isabella não estava sentindo confortável nessa situação. Resolvi falar algo para quebrar o gelo, mas ela se adiantou:

-O que o senhor está achando da festa?

         Senhor? Ser chamado de senhor? Era só o que me faltava, mas tudo bem... Não vou ficar com raiva dela.

         Ao invés disso:

-Por favor, não me chame de senhor. Faz-me sentir mais velho do que já sou.

          Ela se desculpou e passou a me chamar por você. Eu me senti bem melhor depois disso. Já bastava a suspeita de um mal de Alzheimer precocemente. Comentei que estava adorando a festa, mas não a festa em si; ela não deveria saber disso. Foi aí que ela passou a falar várias frases de uma vez como fez anteriormente. Deve ser alguma característica de seu nervosismo. Senti-a tremer.

-Desculpe-me por falar assim – afirmou – Como deve ter percebido, eu sou pouco tímida, mas quando começo a falar – e corou mais uma vez.

-Compreendo. Eu me sinto um pouco deslocado quando estou em um lugar diferente. Quando cheguei aqui, eu não sabia muito que fazer...

         Ela riu pela primeira vez em toda a conversa. Um riso bonito...·.

- Deslocado? Desculpe-me, mas você não parece nenhum pouco tímido... – e continuou com o riso.

       Sorri para Isabella e ela me pareceu mais nervosa.

-Podemos parar um pouco? Estou me sentindo cansada...

- Nós podemos ir aos jardins descansar. Mas só se você quiser ir... – Diz que aceita! Já não aguento mais ficar com essas pessoas olhando!

-Tudo bem... Vamos. – disse – estendendo a mão.

        Foi mais fácil do que pensei. Desse jeito, eu poderia ficar bem mais a vontade com ela. Essa festa estava ficando ótima! Passei a conversar com Isabella para saber como nunca a vi nessas festas antes. Resumindo, ela me contou pouco de sua vida e me disse que estudou no mesmo colégio que Rosalie estudava. Por que isso? Não estou parecendo confiável o suficiente? Quando estávamos quase chegando aos jardins, vimos Alice Brandon, a versão morena da fada Sininho. A garota não parava de falar e comentou divertida, o fato de eu estar acompanhando Isabella.

-Certo, eu já encontrei a Isabella! – disse com um sorriso amarelo – Eu tenho de ver Rosalie agora. Ainda não tive tempo de conversar direito com ela! Até mais!

          Isso, fadinha! Vai embora agora! É esperta, já percebeu que quero ficar sozinho com Isabella!

-Alice, espere... – disse Isabella.

-Nós não estávamos indo ao jardim?

-Sim! Estávamos indo para lá mesmo!

           Quando estávamos indo finalmente ao jardim, Rosalie apareceu. Como é que essa garota apareceu do nada bem na hora? Aposto que estava espreitando...

-Olá, Edward! – disse ela – Até que enfim eu o encontrei! Precisava muito falar com você...

-Ah, Rosalie! É sobre o quê mesmo? – nem percebi que tinha soltado a mão de Isabella.

-Já é a hora da aniversariante dançar a valsa e o escolhi para seu meu par. – Eu não prestava atenção em nada do que ela falava. De alguma forma, eu me sentia atraído por ela também...

-Não! Não há problema nenhum! – Poderia ser qualquer coisa, eu concordaria sem pestanejar!

-Então, vamos! Já estão nos esperando... – disse, ao me arrastar para a pista de dança. É mania das mulheres dessa família saírem arrastando todo mundo?

           Quando dei por falta de Isabella e tentei encontra-la para pedir desculpas, ela já tinha sumido. Só vi a fadinha tentando correr atrás de alguém.

             Chegamos à pista de dança, pude cumprimentar e falar um pouco com Carlisle, pai da anfitriã, antes de valsar com Rosalie. Assim que começamos a valsar, percebi todos olhando para nós. Por que tive a ideia de vir para cá com Rosalie? Devia ter ido logo com Isabella ao jardim! Era bem melhor do que ficar aqui, envergonhado com toda essa gente olhando. Até mesmo o pervertido do Emmett que não parecia gostar nada da situação. O que posso fazer?

Depois da valsa, tive de acompanhar Rosalie para todos os lados, só descansando quando ela me chamou para irmos ao jardim. Só espero que Isabella não esteja mais aqui.

-Ainda bem que já cumpri todas as minhas obrigações! – comentou, se sentando em um banco.

-Imagino que tenha sido cansativo mesmo... – afirmei, sentando-me ao lado dela.

-E foi... Mas o que achou da minha “dama de companhia” Isabella?

         Eu estava tão distraído que tive de pedir para que ela repetisse a pergunta.

-Eu perguntei o que achou da minha “dama de companhia”, a Isabella. Você não dançou com ela?

-Claro, mas... Ela é sua dama de companhia? – Somente agora a ficha caiu – Eu nem imaginei.

-Sim, mas ela estava tão bonita que nem deu para notar, não é? Bom... Ela trabalha aqui há pouco...

           Enquanto Rosalie falava, os poucos momentos que estive ao lado de Isabella passaram como um filme em minha mente. Como não pude perceber? Tive interesse em uma garota da plebe... Que merda! Rosalie continuava falando e falando... Pelo amor de Deus! Todas essas mulheres falam demais! Por um impulso, agarrei Rosalie pelos pulsos e a beijei com vontade, ainda pensando em Isabella. Rosalie não parecia entender nada, mas logo começou a entrar no ritmo, me beijando loucamente; nossas línguas travavam uma guerra.  Coloquei-a em cima do meu colo, gemendo ao sentir a minha ereção. Rosalie devia acha que agi como um adolescente desesperado. Apertei seus quadris para encaixá-la melhor em meu colo. Abaixei seu vestido tomara-que-caia e vi o corpete branco que ela usava e beijei seus seios por cima da peça. Estava prestes a levantar a barra de seu vestido quando...

-Quando o quê? – perguntou Ben Hardy, enquanto bebia Heineken.

       Ben, Victoria Cooper e eu estávamos bebendo cerveja num pub perto da Biblioteca Britânica em uma sexta-feira à tarde. Era o único dia que podia ver meus amigos e jogar conversa fora.

-Quando aconteceram somente uns amassos e tivemos de voltar à festa. – bufei, bebendo a minha cerveja.

       Ben e Vicky se entreolharam, confusos.

-Fala sério, Edward! Só isso? – perguntou Vicky – É só isso que nos vai contar?

-Vocês são pervertidos. Isso sim! – disse seriamente enquanto os dois me olhavam com raiva.

         No entanto, eu adorava companhia dos dois. Eram meus amigos desde sempre. Benjamin Hardy estudou comigo na Eton como bolsista. Ele odiava os filhos de nobres elitistas e eu os odiava também mesmo sendo um deles.  Mas não era uma questão de ódio propriamente dito, e sim, falta de afinidade.

-Já vi que nós vamos ficar sem saber nada... – comentou Ben.

-Concordo plenamente com você – afirmou Vicky.

-Ah, gente! No único dia que temos pra nós, vocês querem saber dessa maldita festa?

-Mas que você gostou de ter ido, gostou. – disse Ben, divertido.

-Não vamos falar mais disso, ok? Devíamos aproveitar o fim de tarde para nós...

-Aham. E você, além de ter se agarrado com a loirona gostosa, ainda queria ficar com a morena com cara de anjo. – continuou - Eu já entendi... Você não falou de tudo por que não gostou de ficar com Rosalie. Preferiu à morena. Como ela se chama mesmo?

-Isabella. – disse impaciente.

        Vicky já olhava para nós como se dissesse: “Lá vem briga!”.

-Sinal de que você gostou dela. – disse, divertido.

-Por que diz isso? – perguntei, irritado.

-Por que é a verdade, ora. – e continuava bebendo – O único problema é a sua frescurinha de título de nobreza.

-Sabe que concordo com você, Ben? – comentou Vicky, sorrindo para mim – Acho que Edward gostou mesmo de Isabella.

-Querem parar de falar da minha vida? – explodi. Acho que todos no pub ouviram, mas não me importa – Já basta a minha mãe! Eu só senti desejo pelas duas! Nada demais! Agora que sabem de tudo, por que não ficam quietos?

-Calma, Edward! Precisa relaxar mais! – disse Ben, rindo. Desde sempre ele se divertia me provocando. Parece que tem prazer em ver os outros com raiva...

-Era isso que estava tentando fazer, mas só se falava em quê?

-Já chega meninos! Que droga! – disse Vicky - Não se fala mais nisso... Vamos aproveitar o nosso dia! E façam as pazes! Não quero ter de aturar vocês como dois velhos rabugentos!

-Tá... – comentei, olhando para minha garrafa de cerveja.

-Tudo bem, mãe. – Ben bufou – A senhora é quem manda.

               Vicky foi a única mulher a conseguir a conter as minhas brigas com Ben. Nunca entendi como ela faz isso. Nós nos conhecemos na faculdade. Ficamos juntos uma vez, mas não deu muito certo. Acabei descobrindo que ela tem uma preferência maior por meninas do que meninos. Desde então, ela sempre ouviu meus causos amorosos.

-O que acham de nos encontrarmos mais algumas vezes na semana? – a ruiva perguntou, animada.

-Se eu conseguisse ficar menos no jornal à noite... – comentou Ben, parecendo cansado.

-É... Se aqueles moleques pestilentos não me fizessem ficar mais ocupado preparando aula...

-Ih, lá vem Edward e suas reclamações! – comentou Ben rindo.

-Mas se eu não reclamo, eu deixo de ser o Edward reclamão que vocês riem tanto!

             Nós três rimos e continuamos bebendo nossas cervejas. Saí do pub um tempo depois, indo para um estacionamento privativo próximo para pegar meu carro e ir logo para casa. Enquanto andava para o estacionamento, pensei na conversa que tive há pouco com meus amigos. Talvez eu esteja mesmo interessado em Isabella. Mas ela, como Rosalie disse, trabalha para os barões. Eu não deveria me importar tanto com isso, já que o título de nobreza da família não tem serventia nenhuma. Pelo menos, não para mim.

        E foi andando na rua que reconheci uma garota de olhos chocolates e cabelos avermelhados revoltos cruzando meu caminho.  Não pude deixar de ir atrás dela.

-Isabella! – gritei, correndo.

        Ela parou, olhando para os lados, mas continuou andando. Ela andava apressada; tive de correr ainda mais.

-Isabella! – gritei e ela se virou para mim. Parecendo não me reconhecer, ela se virou e tropeçou ao tentar se afastar de mim.

-Toma cuidado, garota! – disse ao segurá-la para não cair.

-Obrigada. – disse, sem me encarar – Até mais!

          Isabella continuou andando em direção ao metrô.

-Hey! Espera aí! – corri mais uma vez atrás dela – Onde vai?

-Para a minha casa.

-Por favor, eu queria realmente conversar com você, mas deve conhecer melhor a Rosalie do que eu e entende como é...

-Aham. Perfeitamente. – disse indiferente.

-Olha, Isabella, eu sei que não começamos bem... Bom... Há um restaurante aqui perto. É um bistrô. Lá podemos conversar melhor. Isso se você sentir vontade...

            Ela pensou por uns instantes, olhando para o nada e por fim disse:

-Ah... Tudo bem, podemos ir. Mas não posso demorar muito.

-Tudo bem, não se preocupe. Não vamos demorar. É logo ali.

              Eu não iria levá-la para o lugar onde estava com meus amigos. Pretendia deixá-la mais a vontade para conversarmos e quem sabe...

-Chegamos! – disse ela se sentando a mesa e tirando sua touca roxa de crochê que deixava seus cabelos bagunçados – O que quer conversar comigo?  - perguntou um pouco aborrecida.

      Logo percebi que ela parecia chateada. Droga!

-É... Eu... Eu queria lhe pedir desculpas pelo que aconteceu naquele dia – Quando eu estava com ela, era tudo mais difícil – Eu sei que aquilo não foi bom, mas acredite que estou sendo sincero ao dizer que estou arrependido.

-Tudo bem... – ela começou a falar sem me encarar – Eu já estou acostumada a isso mesmo...

-Como assim?

-Não é nada... – respondeu me encarando. Aquele olhar tão penetrante... – É besteira... – disse, sorrindo.

- De qualquer forma, gostei que tenha aceitado meu convite.

-É, mas não posso demorar muito. Hoje é minha folga e minha mãe não gosta que eu passe muito tempo fora de casa.

-Folga? Por quê? – Preferi fingir não saber.

-É... Eu trabalho para os pais de Rosalie.

-Bom... Eu não sabia...  

-Pois é... Minha mãe e eu trabalhamos como empregadas lá em Hertford. – afirmou, sem ânimo.

                  Eu devia me mostrar mais interessado nela, mas estava sendo difícil. Porra, com tantas mulheres que eu já vi se fazendo de inocentes pra cima de mim, por que com ela não consigo fazer nada de “decente”? Antes que eu pudesse falar algo, uma garçonete veio anotar nossos pedidos.

-Por hora eu não quero nada, mas traga um suco de laranja para ela, por favor. – falei a garçonete. A mulher não parava de olhar para mim sorrindo, pensando que eu iria dar atenção a ela. Vai esperando sentada...

-Não se preocupe, eu faço questão de pagar já que você é a minha convidada. – disse quando fez menção de pegar dinheiro em sua bolsa tiracolo.

-Ah... Tudo bem...

           Depois disso, ficou somente aquele silêncio constrangedor entre nós e o barulho das conversas animadas dos outros frequentadores do bistrô. Como pode isso? Eu ficar sem palavras diante dessa garota... Antes era tudo mais fácil, era como se eu já soubesse o que fazer... Agora é isso... Eu aqui tamborilando os dedos na mesa e ela olhando para a rua.

-Por que faz isso? – perguntou depois de tempos sem falar nada.

-Isso o quê?

-Por que me chamou para vir com você? Por que me pagou um suco? – perguntou, desconfiada. Credo, ela não gosta desse tipo de gentileza?

-É... Eu não sei bem... Acho que, quando a vi na festa, eu gostei de você. – Se Ben acha mesmo que eu gosto dela, por que não usar isso a meu favor?

-Não pode ser verdade... – afirmou cética – Como pode achar isso? Você é um homem rico, enquanto eu...

-Não acredita em mim? – perguntei e ela balançou a cabeça, negativamente – Pode não parecer, mas é a mais pura verdade. Quando a vi naquela festa, eu realmente tive vontade de conhecê-la melhor. Eu juro que, quando a chamei para ir ao jardim comigo, foi somente para conversarmos mais a vontade. Sabe como aquela gente é curiosa até demais. Aí Rosalie apareceu do nada e estragou tudo... Pensei que não a veria mais e acabei te encontrando hoje... Eu até entenderia se não quisesse falar comigo.

-Bom... Eu queria muito ver você novamente, mas pensei que isso não aconteceria nunca devido as nossas diferenças.

-Eu não me importo com isso. – disse, no mesmo instante.

-Por que não?

-Por que não.

                  Ela deu um meio sorriso, sem me encarar. A garçonete veio com o suco de laranja que pedi para Isabella e continuou a dar em cima de mim. Isso me deixa cansado.

-Então... O que estava fazendo nesse fim de tarde? – perguntei.

-Lendo na Biblioteca Britânica. Eu só vim ler na Biblioteca por que não tenho acesso aos livros que têm no palácio. Eu gosto muito de ler, então...

-Eu tenho uma coleção de livros em meu apartamento. Se quiser dar uma olhada, podemos ir. É só meia hora de carro.

-Seu apartamento? - perguntou depois de quase se engasgar com o suco.

-É... Eu tenho uma coleção grande de livros. Eu os uso para o meu trabalho.

-E no que você trabalha?

-Eu ensino gramática na Eton.

-Professor da Eton College? – perguntou, surpresa.

-É... Ainda não tenho ideia de como me aceitaram para ser professor. – respondi, dando um sorriso torto – Então... Você quer ir comigo?

-Não sei se devo... Eu tenho de voltar logo para casa.

-Não se preocupa. Eu te dou uma carona até Hertford.

-NÃO! – o jeito que ela falou até me assustou. Espero que não tenham ouvido – Não posso demorar muito aqui.

-Isabella, não se preocupe. Nós passaremos pouco tempo lá. Eu mostro alguns dos meus livros e empresto-os a você. Prometo que te deixo em casa.

-Não acho que isso seja uma boa ideia, já está tarde... De qualquer forma, eu agradeço pelo seu convite.

           Merda! Estava mais difícil de convencê-la. Tenho de pensar em alguma outra coisa.

-Até entendo que não queira ir comigo, mas eu só queria que ficasse um pouco mais comigo... Nem sei se poderemos nos ver novamente... – disse, sem encará-la, parecendo desolado.

-Tudo bem... Eu vou com você. Nós vamos a sua casa e você me mostra os livros que tem. Mas tenho de voltar logo.

-Sem problema nenhum. – dei um sorriso de orelha a orelha para ela. Perfeito! Parte do meu plano já estava se executando.

-Terminei. – disse, enquanto limpava a boca com um guardanapo – Já podemos ir?

-Claro! – respondi, chamando a garçonete para pagar a conta – Vamos lá!

          Saímos do bistrô e fomos em direção ao estacionamento onde tinha deixado o Volvo. A garota parecia mais acanhada durante a viagem até o meu apartamento e não parava de olhar a rua pela janela. Para não ficar entediado, passei a perguntar trivialidades para Isabella, que me dava respostas monossilábicas. Nem se comparava às outras garotas que eu levava para o meu apartamento: falavam demais até quando não deviam e mexiam em minhas coisas. Prefiro que ela seja assim mesmo calada.

-Já chegamos Isabella. – disse, quando parei o carro em frente a um pequeno condomínio de apartamentos – É aqui onde moro.

-Já chegamos? Fiquei tão distraída olhando as paisagens que nem percebi... – respondeu, sorrindo.

- Vamos subindo; eu moro no último andar.

-Tudo bem...

               Ela continuou sem falar muito enquanto subíamos seis lances de escadas. Ao entrarmos no apartamento, Isabella parecia bem nervosa.

-Pode entrar, sinta-se a vontade. – falei, retirando o casaco e colocando as chaves em cima da mesa da sala – Senta aí no sofá. Não vai ficar o tempo todo em pé?

-Não... É que... Eu fico meio envergonhada em situações assim. – respondeu parada em pé no meio da sala.

-Mas não se acanhe... Fique a vontade. – falei tentando tranquilizá-la – Enquanto isso, eu vou à cozinha. Quer que eu prepare algo para você?

-Ah... Não, obrigada. Edward, eu tenho de ir logo para casa...

-Tudo bem. Espere aqui e volto logo.

       Ela concordou, balançando a cabeça e praticamente corri até a cozinha e ao meu quarto para verificar se o lugar não estava caótico como eu costumava deixar sempre. Estava tudo limpo e agradeci mentalmente por isso.

-Apartamento bonito o seu. Você mora aqui sozinho? – perguntou ela, enquanto eu voltava para a sala.

-Sim, me mudei para Berkshire desde que comecei a lecionar na Eton há dois anos... Eu morava em outro apartamento que meu pai havia me dado no tempo das vacas gordas. – respondi, me sentando ao lado dela.

-E sua família?

- Minha mãe e minhas irmãs moram em uma casa no Chelsea. Eu prefiro morar sozinho por que gosto de mais liberdade, entende?

-Eu entendo... Quem não quer ficar só por uns momentos?

-Não que eu gosto de morar sozinho, mas é que a minha mãe me aborrece demais com os palpites dela. E minhas irmãs... Claire é a mais elétrica e Kate gosta de se intrometer um pouco na minha vida também.

-Mas elas fazem isso por que devem gostar muito de você.

-Espero que seja isso mesmo. – comentei rindo, fazendo Isabella rir também.

          E mais uma vez veio aquele silêncio constrangedor.

-Quer dar uma olhada nos livros? – perguntei.

-Lógico! Onde você os guarda?

-Tenho um cômodo que serve de escritório. Lá tem uma estante enorme cheia de livros. – disse, levantando-me do sofá – Vem que eu te mostro!

-Tudo bem...

-Olha, eu não sou muito organizado... – disse, enquanto acendia a lâmpada do cômodo e jogava alguns papeis amassados na lixeira – Eu não tenho muita paciência para arrumar e... Enfim... Espero que não se importe muito com isso.

-Ah... Não tem problema... A casa é sua. Quem sou eu para opinar?

-Tem razão... Mas você já pode olhar os livros.

         Isabella caminhou até a estante e olhava os livros, título por título.

-Se eu tivesse mais tempos para ler os livros que pego da Biblioteca, acho que já teria lido vários. Pena que o trabalho me ocupa bastante...

-Eu entendo... Mas se quiser pegar alguns dos meus livros emprestados. – comentei.

-É sério?

-É... Não vou usar todos eles agora.

-Você dá aulas de gramática usando Charles Dickens? – perguntou, com o livro Oliver Twist nas mãos.

-É a única maneira de eles lerem os livros passados pelo professor de literatura. Foi um acordo que nós fizemos.

-Hum... Entendi...

       Eu estava tão perto de Isabella, sentindo aquele cheiro característico dela, tão delicioso. Eu não estava mais conseguindo ficar perto sem poder tocá-la, beijá-la... Estava ficando realmente difícil. Tinha de fazer algo rápido. O problema é que ela continuava com sua atenção voltada para os livros.

-Edward, eu tenho de ir logo... Já está ficando tarde... – o jeito que ela falava meu nome era tão despretensiosamente sexy – Eu prometi a minha mãe que voltaria cedo.

-Não, fique mais um pouco... – disse, aproximando-me mais dela – Só mais um pouco.

-Edward, eu...

        Ambos estávamos próximos, tão próximos que não resisti em beijá-la. Inicialmente, o beijo fora calmo. Ela estava nervosa e tremendo e não sabia muito que fazer. Até que foi bom. Ao aprofundarmos o beijo, ela quase mordeu a minha língua! Essa garota nunca ficou com um cara antes? Vagarosamente, eu a empurrei para a mesa do computador que eu usava. Isabella reprimiu um gemido em minha boca quando debrucei o meu corpo sobre o dela. Meu membro começou a se animar dentro da calça... Faz tempo que eu estou sem fazer sexo. Faz tempo que estou sem foder uma mulher e agora... Não conseguia me controlar. Isabella estava arfando quando beijei e mordisquei seu pescoço e clavícula. Eu a queria tanto...

         Quando fiz menção de levantar sua blusa, ela segurou nos meus pulsos.

-NÃO! – gritou, se afastando – Não chegue perto de mim!

-Mas Isabella... O que...? Estávamos ótimos juntos... Por que isso?

-Você me trouxe para cá, dizendo que só queria me mostrar livros!

-Isabella, eu sei disso! Mas é que, desde a primeira vez que a vi, eu estava querendo você. Pensei que você sentisse o mesmo...

-Não, eu só vim para cá pensando realmente que iríamos ler os livros que você tem.

-Espera aí! – comecei a rir – Você acreditou mesmo nisso? – perguntei sério.

-Sim...  – respondeu, sem me encarar.

        E foi aí que percebi que fiz a maior merda. De tanto me deparar com garotas que se faziam de inocentes para mim, achei que todas fossem iguais. Mas Isabella me provou o contrário...

-Olha Isabella, me desculpa... Eu...

-Me leva pra casa... – disse olhando para o chão – Eu não posso demorar mais aqui.

-Tudo bem... Vamos.

          Que merda! Agora fodeu tudo! Nunca mais ela vai falar comigo... Sequer olhar na minha cara. Droga! Durante a viagem a Hertford, ela olhava apenas para as próprias mãos e a paisagem. Eu pensei em vários modos de como pedir desculpas e dar um jeito de nos vermos novamente, mas me pareceu mais complicado. Quando chegarmos perto da propriedade dos Cullen, ela continuou sem falar comigo.

-Isabella, eu só queria dizer que... – tentei falar, mas ela me cortou.

-Por favor, destrave a porta. Vou descer aqui mesmo. É perto... – afirmou, sem me encarar.

-Tudo bem... – disse, destravando a porta do carro.

          Ela saiu do carro, batendo a porta com força. Com raiva, dei um soco tão forte no volante que fez a mão doer. Era só o que me faltava...

FIM DO CAPÍTULO 3


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Notas finais do capítulo

Enjoy!

XOXO