Amor por Contrato escrita por pandorabox240


Capítulo 21
(II) Amor à Segunda Vista


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Há quanto tempo! Sei que demorei um pouco mais, mas é que acabei arrumando uns trabalhos e não tive muito tempo. Mas aqui está o capítulo. Aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/151338/chapter/21

Isabella Swan POV

O mês de julho havia chegado e Londres estava ficando mais fria. Já fazia alguns dias que havia reatado com Edward. Naquele dia, fui à casa de Alice para contar a novidade. Emmett estava lá conversando Alice sobre a grife e também participou da conversa:

O que? – perguntou ela – Você voltou com Edward? Mas como assim?

–Então quer dizer que deu certo, Bella? – perguntou Jasper.

–Como é? Você sabia que ela ia falar com ele e nem me disse? – inquiriu Alice.

–Calma Alix! Eu nem sabia que Izzy ia falar com Edward tão rápido...

–Me deixa ver se entendi... – falou Emmett – Você reatou com Edward?

–Sim. E eu queria dizer isso logo para vocês antes. Melhor saber por mim do que pelos outros. – respondi.

–Eu ainda estou sem acreditar. – comentou Emmett.

–Muito menos eu. Como foi isso? – perguntou Alice.

–Simples. Marcamos de nos encontrar para conversar e acabamos fazendo as pazes.

–Credo, Izzy! Logo o Edward... – reclamou Emmett.

–Emmett, deixa de ser chato! – Alice também reclamou – Estamos aqui para te apoiar, Bella. Mesmo que você esteja usando drogas.

Alice e Emmett riram.

–Muito engraçados...

–Brincadeira, Bella. – continuou Alice – Eu sempre disse que Edward continuava gostando de você e você dizia que não era verdade.

–Ao que parece você estava certa.

–Pois é... Bom, o que eu posso te dizer agora? O que eu posso dizer é desejar que você seja feliz.

–Obrigada, Alice.

–Não vou mentir que isso não me agrada. – afirmou Emmett – Mas se isso te faz feliz... Eu fico feliz também.

–Obrigada, Emmett. – disse, abraçando-o.

–Também desejo que você seja feliz com Edward. – disse Jasper.

–Agradeço a todos vocês. É claro que eu não estaria feliz completamente se os meus amigos também não estivessem.

Desde esse dia até então, minha vida estava começando a ficar tranquila. Estava indo bem com as matérias e o francês. Estava começando a ter aulas de italiano e sempre fazia programas com Edward, conversar com ele na sala de estar, ir ao cinema, a restaurantes, à exposição de sua amiga, Vicky.

Foi depois dessa exposição que fomos à Tate Modern que o nosso relacionamento veio a público. Estávamos em um restaurante conversando. Melhor dizendo, eu tentava conversar com Edward quando este insistia em manter seus lábios em meu pescoço.

–Pare! – eu pedia, tentando afastá-lo – Estamos em um lugar público. Se continuarmos assim, você quer passar a noite em uma delegacia por atentado violento ao pudor?

–Acho que iria valer a pena. – afirmou, rindo.

–Mas eu não quero. Eu vim aqui para jantar.

–Tudo bem... – disse ele, pegando em minhas mãos – Gostei de ter te levado à exposição. Deveria ter sido um melhor namorado para você antes...

–Por favor, Edward. Não fale disso agora. Estamos tão bem...

–Eu sei... Ainda me sinto mal com tudo isso. Eu quero que o nosso relacionamento dê certo. Eu até já falei para a minha mãe que estamos juntos.

–Você já falou para a sua mãe?

–Já. Bom, eu não disse que era você por que ela iria te perturbar demais. Eu apenas dei um apelido... Izzy.

–Mas por quê? Izzy é como o Emmett me chama.

–Acredite. Quando eu te levar em casa, você vai entender. Ela vai te encher a paciência!

–Não seja exagerado... – comentei, rindo.

–Mas é sério que o Emmett te chama assim? De Izzy?

–Sim! Ele, a Alice e o Jasper também.

O garçom aparecera com os pratos e vi alguém pela janela com uma câmera fotográfica tirando fotos minhas e de Edward.

–Edward, estão nos fotografando. – comentei.

–Não, não estão. Não vi ninguém com câmera.

–Estão sim. Olha para a janela.

Edward olhou para a janela, ainda sem acreditar e viu o mesmo fotógrafo que vi.

–Era só o que me faltava... Acabou o sossego. Eu vou ter de dizer logo a minha mãe sobre você. – disse, bagunçando os cabelos.

–Não tem problema. Vai ficar tudo bem. – afirmei, sorrindo.

–Só você mesmo para continuar sorrindo diante de uma situação como essa.

–Não será tão ruim assim... Só vou sentir falta de ir ao parque com você sem ser incomodada. – falei, tentando tranquilizá-lo.

No dia seguinte, a notícia de que Edward e eu estávamos namorando havia se espalhado rápido. Estava tomando o meu café da manhã e vendo as notícias pelo iPad.

Colunista social e blogueiro de fofoca deveriam trabalhar com a dramaturgia e não publicando coisas que não existem. Inventavam cada uma... Uma das mentiras que inventaram foi que disseram que eu namorava Mike Newton e traí este com Edward... Para piorar, ainda colocaram uma matéria fazendo uma piadinha ridícula com o apelido que haviam me dado: Dama de Gelo. Isso era de acabar com a pouca paciência que eu tinha...

Meu celular começou a tocar em cima da mesa. Acho que já tinha ideia de quem poderia ligar para mim naquele momento.

–Bom dia, Edward! – não gostava de tratá-lo com aqueles apelidos melosos - Já viu as notícias?

Bom dia, Bella! Ainda não tive tempo, tive de ir cedo para o escritório. Mas Claire viu no blog de uma garota que ela segue e espalhou para todos aqui em casa.

–Ah... E o que disseram?

Nada demais: Kate disse que já sabia mesmo. Claire ficou me aporrinhando e a minha mãe brigou comigo por que eu não disse antes.

–Menos mal.

É... Mas você está intimada a jantar na minha casa no sábado.

–Sábado?! Já é amanhã e eu preciso arrumar tudo e...

Calma Bella! É apenas um jantar informal com a minha família. Não é nada demais.

–Eu sei, mas... Quero ir alinhada para poder conhecer a sua família realmente. Entenda que quero fazer uma boa impressão...

Eu entendi. Mas acho que não será tão ruim assim... Vou estar do seu lado. Vai ficar tudo bem.

–Assim espero! Nós nos vemos amanhã então?

Claro! Eu vou à sua casa lhe buscar. Eu te digo o horário mais tarde.

–Tudo bem. Até mais! – disse, desligando o celular.

Terminei com o café e fui me arrumar para a sessão de pilates. Antes de ir à academia, havia passado no apartamento de Alice para falar do evento que eu fui intimada a ir.

–Isso é sério? Edward quer te levar a casa dele como namorada? – perguntou Alice – Te apresentar a família dele assim? É uma mudança e tanto, hein?

–Exatamente. A mãe dele me convidou para jantar. Não que eu já não conheça a mãe e as irmãs dele, mas dessa vez é diferente.

–Hum...

–O que eu faço? Eu nunca estive em uma situação como essa! Eu nem sei qual a roupa apropriada para ir!

–Não é tão complicado assim... Bom... De certa forma é... Você estará envergonhada e não saberá o que dizer...

–Era o que eu estava imaginando... Mas como devo chegar? Tenho medo de dar errado! – falei ainda mais nervosa.

–Meu Deus, Bella! Calma! Vai dar tudo certo... O Edward estará ao seu lado!

–Assim espero... Edward disse que Elizabeth gosta de pegar no pé dele.

–Acho que entendi o seu temor. Mas não fica preocupada com isso; só piora a situação.

–É... Tem razão. Bom, eu tenho de ir logo a minha sessão de pilates. À tarde, eu tenho aula com o professor Stefano.

–E como está indo o italiano?

Si sta facendo molto bene a dire il contrario[1].

Alice riu e comentei:

–Mas acho que vou melhorar...

Despedi-me de Alice e fui à academia. À tarde, eu estava tendo dificuldades em aprender as conjugações de alguns dos verbos que ele escolheu. Francês parecia ser tão mais fácil e esse professor era muito exigente. Como tarefa de casa (ou castigo), ele pediu para que eu visse um filme da sua escolha para comentar na próxima aula.

No dia seguinte, estava tentando me concentrar para assistir Ladrões de Bicicletas, mas eu estava mais preocupada em saber como seria este jantar. Tentei não pensar muito e me preocupei em assistir apenas ao drama do pobre homem do filme que precisava recuperar a bicicleta roubada para poder trabalhar e assim, sustentar a família.

Um pouco mais tarde, eu passeava pelo meu closet procurando alguma roupa decente para ir a este jantar, mas não encontrava nada de bom para usar e faltavam poucas horas para Edward aparecer aqui em casa. Ah, se eu continuasse nessa demora, não sairia nunca! Peguei um vestido rendado branco, um cinto de cor marrom, um par de sapatos de cor verde-água e coloquei-os em cima da cama. Teriam de servir.

Algumas horas depois, eu já estava devidamente arrumada para este jantar. Retocava o gloss labial quando ouvi um carro se aproximar do portão. Desci as escadas e quando cheguei à sala vi Edward conversando com Zafrina. Ele percebeu a minha presença e falou:

–Nossa Bella! Você está... Está... Nossa!

–O que quer dizer com isso, Edward? – perguntei encabulada.

–Acho que ele quis dizer que a senhorita está deslumbrante, senhorita Isabella. – comentou Zafrina.

–É exatamente isso que eu quis dizer. Obrigado, Zafrina.

–Ah, isso é bom... – disse, tentando disfarçar – Obrigada.

–Vamos?

–Vamos!

Despedi-me de Zafrina, enquanto Edward descia as escadas para abrir o pequeno portão da entrada.

–As meninas querem logo te ver. – comentou Edward, quando me aproximei dele – Acho que elas já gostaram de você.

–Hum... Isso é bom. E a sua mãe?

–Também. Foi ela quem deu a ideia do jantar. – ele dizia, sorrindo.

Estávamos perto de seu carro. Agora que percebi que não era o Volvo que Edward tanto demonstrava gostar. O que ele havia feito?

–Eu não tive tempo... – falou, por fim.

–De que?

–De te elogiar como se deve... – afirmou, aproximando-se de mim.

–Ah...

–Tão Bella... – disse, beijando em cada canto do meu rosto.

Edward pressionou seus lábios nos meus e me empurrou para perto do carro, enquanto deslizava as mãos pelo meu vestido e pressionava ainda mais o seu corpo contra o meu.

–Hei! – protestei, empurrando-o.

–Desculpe-me, Bella, mas é que te ver assim... Desculpe-me.

Fiquei em silêncio enquanto entrava no carro. Edward entrou logo em seguida e pôs-se a guiar o carro em direção a sua casa.

–O que acontece? Por que está tão calada? – perguntou.

–Você sabe o motivo, Edward. Acho que é muito cedo para voltarmos a ter um relacionamento mais físico, digamos assim.

–Está com raiva pelo que fiz no portão da sua casa?

–É isso aí!

–Mas Bella... Eu já te pedi desculpas. O que mais tenho de fazer para não te ver desse jeito?

–Nada, Edward... Só quero que se contenha até eu achar que é a hora certa que será o dia em que decidirmos nos casar.

–Quer dizer que só vamos transar novamente na nossa noite de núpcias? – perguntou, chocado.

–Quero que seja especial para nós. – implorei – Por favor, entenda...

–Sabe o quanto te desejo, não sabe? – ele perguntou e eu assenti em resposta – E você sabe que isso que está pedindo será difícil cumprir.

–Sim...

–O que me pede é muito, mas eu vou cumprir.

–Obrigada. – disse, abraçando-o.

Pouco depois, nós chegávamos à entrada da casa de Edward e este abria o portão com o controle remoto. A casa era maior que a minha em termos de largura e número de cômodos.

–Espero que goste. – disse, abrindo a porta para mim – Ainda nervosa?

–Um pouco. Mas acho que dá para contornar a situação.

Caminhamos de mãos dadas até a entrada da casa e Edward abriu a porta. Ouvi risadas das duas garotas na sala e a mãe reclamando com elas. Ele foi me levando e eu estava começando a tremer. Edward percebeu e beijou a minha mão.

–Vai ficar tudo bem. – disse.

Entramos juntos na sala e vi as duas irmãs de Edward sentadas no sofá, vendo vídeos no Youtube. A mãe estava na poltrona vendo televisão. Foi quando Edward pigarreou e disse:

–Olá, pessoas! Olha só quem já chegou!

As três viraram o rosto para mim, ao mesmo tempo. Ai, meu Deus! Não gosto de toda essa exposição!

–Olá, minha querida! Seja bem-vinda. – Elizabeth veio falar comigo primeiro – Como vai?

–Bem. Obrigada por perguntar, senhora Masen. – disse, tentando não demonstrar o nervosismo.

–Boa noite, lady Swan! – falou a mais velha das garotas.

–Boa noite, Catherine. – cumprimentei-a, dando o meu melhor sorriso – Mas, por favor, me chame de Isabella apenas.

–Tudo bem... Então me chame de Kate apenas. Sinta-se à vontade.

–Olá, Isabella! – disse Claire.

–Olá, Claire! É bom ver vocês.

–Mas sente-se Isabella... – pediu Elizabeth – Eu vou ver como está indo a preparação da mesa para o jantar.

–Ah, claro. – falei.

Elizabeth foi à cozinha quando fiquei na sala com Edward e as irmãs dele.

–Como vocês se conheceram? – perguntou Catherine.

Fiquei chocada com a pergunta; o que eu iria responder?

–Bom... Foi... – tentei explicar.

–Nós nos conhecemos há um bom tempo. Separamo-nos, mas agora nós nos reencontramos. – afirmou Edward, me encarando.

–Ah, que bonito! – comentou Claire.

–Com certeza... Edward só nos fala bem de você, Isabella. – afirmou Kate – Parece outro...

–Isso é sério? Edward também me fala bem de vocês.

–Que bom! Se ele não falasse, se veria comigo. – comentou Claire – Mas falem de vocês, de como se conheceram...

–Vocês são muito curiosas! – reclamou Edward, rindo.

–Ah, Edward... Deixa... – pedi – Suas irmãs só querem saber como nós nos conhecemos.

–Exato. – confirmou Claire.

–Mas podemos deixar isso para outro dia... – sugeri – Por que não conversamos sobre outra coisa?

As duas garotas concordaram ao mesmo tempo e nós passamos a falar de assuntos diversos. Elas me comentaram que Edward havia ido à cozinha excepcionalmente para preparar o jantar. Edward já estava se aborrecendo por que eu estava dando mais atenção às suas irmãs e sua mãe do que a ele na hora do jantar. Eu apenas sorria com as tentativas de Edward de chamar a minha atenção. Tudo estava se saindo bem. Bem melhor do que imaginei e eu não estava mais nervosa com a situação.

–Eu adorei ter conhecido a sua família realmente. – disse, entrando em minha casa – Eu gostei de todas! Da sua mãe, das suas irmãs...

Edward me deixou em casa após o jantar e pedi que este ficasse mais um pouco conversando comigo.

–Que bom! Elas gostaram muito de você!

–Como sabe?

–Deu pra perceber. – disse ele, sentando-se na poltrona – Só não gostei por que você deu mais atenção a elas...

–Ah, Edward... Nem foi tanto assim...

Sentei em seu colo enquanto retirava os sapatos.

–Desse jeito não vou cumprir a promessa que fiz. – comentou.

–Contenha-se, Edward. É só o que peço.

–Mas como vou me conter se você está toda insinuante em cima de mim?

Puxei-o pela camisa e beijei-o, suavemente, enquanto Edward alisava as minhas pernas. Quando este tentou subir a barra do meu vestido novamente, saí de cima dele.

–Hey, vai me deixar assim mesmo? – perguntou, parecendo irritado – Nesse estado?

–Vou! – falei, divertida – E você me prometeu que iria cumprir...

–Mas que droga, Isabella! – disse, aproximando-se de mim – Você me paga por ter me aprontado essa!

Apenas ri e disse:

–Eu já vou dormir. Todos esses acontecimentos me deixaram cansada. Boa noite, Edward!

Acompanhei-o até a porta e dei um selinho nele.

–Você vai se ver comigo! – comentou, rindo.

–Tchau, Edward!

Vi Edward acenar para mim enquanto entrava no carro. Fechei a porta e fui para o quarto dormir.

No dia seguinte, Alice aparecia na minha casa para conversarmos e assistirmos comédias românticas. Eu contava a ela sobre o jantar na casa de Edward, enquanto assistíamos Como perder um homem em 10 dias.

–Foi muito tranquilo! – eu comentava – Nem sei o motivo de tanta ansiedade e receio... Conversar com as garotas e a senhora Elizabeth foi melhor do que imaginei. E Edward esteve ao meu lado sempre, apesar de demonstrar um completo ciumento.

–Edward, ciumento? Como assim? – Alice quis saber.

–Queria ficar perto de mim direto e se aborreceu quando dei mais atenção as suas irmãs do que a ele.

–Nossa!

–Edward é possessivo... Bem possessivo... Mas eu dou um jeito nisso.

–E o que mais?

–Bom... Ele veio me deixar aqui em casa e conversamos somente.

–Não me esconda nada! O que mais aconteceu ontem à noite?

–Bom... Fiz Edward prometer algo para mim.

–O que?! – perguntou Alice, ansiosa.

–Antes de irmos a casa dele, Edward tentou me agarrar aqui na frente da minha casa. Fazia tempo que não ficávamos juntos assim...

–Sério?!

–Sério... Desde...

–Ah, já entendi.

–Pois é... Ele tentou algo mais ontem e fiquei chateada, lógico.

–Sim, mas o que isso tem a ver com o que você prometeu?

–Edward não vai me tocar até nos casarmos. – disse, sorridente.

–O que?!

–É o que ele me prometeu. Quero que tudo esteja nos conformes. Além disso, minha noite de núpcias tem de ser especial...

–E você acredita que Edward cumprirá a promessa?

–Claro! Se isso não acontecer, eu dou um jeito de Edward cumprir a promessa.

–Sendo assim... Sabe com quem falei ontem?

–Com quem? – perguntei enquanto trocava o filme.

–Rosalie.

A menção deste nome me deixou mal. Mas não iria me abalar por conta disso.

–É mesmo?! E como foi a conversa de vocês?

–Rosie pediu para nos encontrarmos em um restaurante. Eu fui e conversamos sobre várias coisas. Inclusive o seu namoro com Edward.

–O que? Vocês falaram de mim?

–Sim. Rose viu no jornal a notícia do namoro de vocês e quis felicitá-los.

–Era só o que me faltava...

–Bella, eu não estou do lado de ninguém. Eu só falei o que ela me falou.

–Se você diz...

–Pela conversa que tive ontem com Rosalie, me pareceu que ela está disposta a mudar.

–Como se fosse verdade... Escuta Alice... Eu demorei a dar uma nova chance a Edward. E acredito que devo demorar a falar com Rosalie. Entenda que, para mim, não é uma tarefa fácil e eu devo fazer isso aos poucos... Vai demorar até que eu converse novamente com Rosalie por conta própria.

–Tudo bem... Eu entendi...

–Talvez eu a convide para almoçar... Desde que você esteja junto é claro.

Na semana seguinte, estava tendo aulas de Italiano com o professor Stefano. Ele estava me fazendo ler um conto do livro O tempo envelhece depressa. Estava tendo dificuldades com a leitura e até que o professor parecia mais disposto a me ensinar. Ele havia pegado uma cadeira e estava sentado do meu lado, enquanto eu lia o livro. Foi quando a porta se abriu e pensei que fosse Zafrina a entrar para oferecer um lanche para o professor. Mas não foi Zafrina quem entrou no escritório que pertencia ao meu avô e sim, Edward.

–Olá, Edward! – disse, sorrindo para ele.

–Olá, Isabella... – a maneira como a que ele falava não parecia demonstrar animação. Ele estava vestido como quem tinha acabado de chegar do trabalho.

Parecia até que ele não gostou de ver como o meu professor estava próximo a mim.

–Estou quase terminando... – comentei – Se quiser esperar na sala, faltam apenas vinte minutos para a aula acabar.

–Não, eu espero aqui mesmo. – disse, parecendo irritado – Você se incomoda?

–Nenhum pouco. Só espero que não ria de mim quando pronunciar as palavras. Tudo bem se ele acompanhar? A aula está quase acabando mesmo... – perguntei ao professor.

Non c'è nessun problema, signorina Isabella[2]. – respondeu.

Eu continuei com a minha leitura enquanto o professor dizia no que eu deveria melhorar. Edward continuava nos encarando quando a aula acabou. Eu fui acompanhar o professor Stefano até a porta. Voltei ao escritório quando vi Edward sentado no mesmo lugar, impassível.

–Agora pode me dizer o que houve para ficar assim? – perguntei, enquanto eu me sentava no chaise.

–Não é nada, só estou cansado do trabalho...

–Não acha que é melhor ir para casa descansar e vir mais tarde? – disse, lendo o livro de contos.

–Quis te fazer uma surpresa... Achei que gostasse de me ver.

–É claro que eu gosto, mas não queria ver você desse jeito. O que aconteceu?

–É esse seu professor! – explodiu – Porra Bella!

–Não fale nesse tom comigo... Eu não sou surda e não sou fã de suas explosões de ciúmes! – falei, irritada.

Vendo que havia errado, Edward veio para perto de mim e se ajoelhou, pedindo desculpas:

–Por favor, Bella, me desculpe... Eu não queria gritar com você daquele jeito... É que te ver com aquele professor... Tão próximos. Eu achei que ele fosse mais velho!

–E é mais velho. Mais velho que você. Tem trinta e cinco anos. É casado, a sua esposa se chama Hannah e tem duas filhas pequenas que se chamam Antonella e Cordelia. – expliquei indiferente.

–Eu não sabia...

–Está sabendo agora. – desviei o rosto.

–Tá Bella... Perdoe-me. O que eu posso fazer para mudar isso?

–Nada. Você desconfiou de mim e para piorar, gritou comigo na minha casa.

–Eu não queria fazer isso...

–Mas fez. Edward, eu quero que me diga algo... Toda vez que eu estiver perto de um homem você fará uma cena como essas?

–Não, Bella! Claro que não! Mas é que eu já te expliquei... Eu faço tudo errado não é? – perguntou, sentando-se ao meu lado.

–Não. – encarei-o – Só hoje... Promete que não vai fazer mais isso?

–Eu prometo... Vou dar um jeito de melhorar isso. – disse, abraçando-me.

–Tudo bem...

–Eu quero muito que o nosso relacionamento dê certo... Eu te amo tanto...

–Mesmo?

Edward assentiu, balançando a cabeça. Sorri em resposta. Aproximei-me dele e alisei o seu rosto com as mãos. Edward colocou os meus cabelos para trás da orelha e me beijou de forma intensa.

–Acho que deveríamos parar... – tentei dizer enquanto Edward se ocupava em arrumar uma posição confortável no chaise.

–Não, Bella... – dizia enquanto distribuía beijos molhados pelo meu pescoço – Assim está tão bom... Vamos aproveitar um pouco...

–Mas a Zafrina pode aparecer a qualquer momento e...

–Isso não é problema... – disse indo trancar a porta do quarto.

–Edward! – reclamei.

–O que foi? – perguntou, se deitando do meu lado – É só para ficarmos um pouco mais sozinhos... Nunca tivemos um tempo só para nós...

–Tudo bem... Mas daqui a pouco nós vamos para a sala.

Passamos a nos beijar; Edward se colocava por cima do meu corpo, alisando-o com uma das mãos, tocando-me. Sentia que ele roçava mais o seu corpo no meu e eu me sentia desfalecer de tanta vontade.

–Temos de parar... – pedi, ofegante.

–Não... – dizia, enquanto tentava subir a blusa que eu usava.

–Mas se continuarmos...

–Se esse é o problema... – afirmou, sentando-se – Case-se comigo.

–O que?! – perguntei, ainda com a respiração falha.

–Case-se comigo...


Edward Masen POV

Eu estava nas nuvens! Eu andava com um sorriso de orelha a orelha em tudo e qualquer lugar! Aquela sensação de plena felicidade estava me consumindo. Eu relevava os problemas diários da minha família e da fábrica e tentava não me estressar. Na verdade, eu sequer me estressava com nada... Até mimava a minha mãe e as minhas irmãs quando eu comprava presentinhos para Bella! O que foi algo que elas estranharam logo de cara. Kate não falou nada sobre o assunto, mas Claire e Elizabeth sempre me perguntavam o que estava acontecendo.

Era evidente que eu não iria contar para a minha família sobre o meu relacionamento com Bella agora, não queria ninguém se intrometendo, ainda mais no momento em que mais queria ficar sozinho com ela depois de tanto tempo separado. Bom, eu iria levar Bella à nova exposição de Vicky e, com certeza, Ben estaria lá e não precisaria contar para eles.

Fomos a Tate Modern em uma noite de quinta-feira ver a exposição. Victoria tinha duas salas reservadas ao trabalho dela. Isabella e eu estávamos na entrada de uma delas, esperando o momento certo de entrar.

–Está tudo bem? – perguntei, apertando mais a mão dela.

–Não há problema nenhum. Vicky é sua amiga e já nos conhecemos então... – falou, olhando ao redor.

–Tudo bem... Vai ser tranquilo.

Nós entramos na sala de mãos dadas. As pessoas que não olhavam para as telas cochichavam entre si, olhando para nós. Avistei Vicky dando entrevista para a repórter de um jornal que não reconheci. Acenei para a ruiva, que me deu um sorriso de orelha a orelha.

–É tudo tão bonito! – dizia Bella, olhando para as telas – Victoria é mesmo uma grande artista!

Vi alguns homens olhando para Isabella quando ela olhava os quadros. Parecia até que queriam tirar o vestido dela ali mesmo! Pervertidos!

–Também acho. – afirmei, passando o braço pela cintura dela.

–O que foi? – perguntou quando me viu tão próximo a ela.

–Nada demais.

–É mesmo? Estranho que o homem que estava do meu lado, tentando me flertar de forma ridícula, simplesmente se afastou!

–Eu não entendo...

–Se você diz...

–A verdade é que o homem deve ter se afastado quando viu que você era minha.

–Não sou objeto para ser propriedade de ninguém. – falou, sem ânimo.

A maneira com que Isabella falou me deixou assustado. Ela nunca falou comigo desse jeito, nem quando... Dito isso, Isabella se afastou e foi olhar as outras telas. Segui-a e disse:

–Desculpe-me. Não foi a minha intenção falar daquela maneira.

–O que disse? Não ouvi direito.

–Desculpe-me, Bella... Não foi a minha intenção te fazer pensar aquilo.

–Seu pensamento parece mais coisa de homem machista.

–Não queria dizer aquilo...

–Está tudo bem. – disse Isabella se afastando novamente.

–O que posso fazer para melhorar isso? – perguntei indo atrás dela.

–Não sei... O que quer fazer para melhorar a nossa situação?

–Confesso que estou tentado a te beijar... – afirmei, segurando seu rosto.

–Onde?

–Aqui. – disse, quando rocei as pontas dos meus dedos em seus lábios.

–Então beija. – disse, sem tirar os olhos dos meus.

–Aqui mesmo? No meio de todo mundo? – perguntei, olhando para os lados.

–Aqui mesmo...

Estava prestes a beijá-la quando ouvi uma voz conhecida me chamar:

–Edward, querido! Procurei vocês por todos os lugares. Não é muito grande, mas aqui está lotado.

–Olá, Vicky! – disse, recebendo um beijo na bochecha – Trouxe a Bella para prestigiar a sua nova exposição.

–Bella! Há quanto tempo! – disse Vicky abraçando a morena – Nossa! Como você está diferente! Adorei a franja!

–Olá, Victoria. – disse Bella – Faz tempo mesmo. Mas só agora pude vir. Está tudo muito lindo! É um trabalho fantástico!

–Obrigada! Sempre tento melhorar, eu nunca acho que o que faço está bom.

–Entendo...

–Vicky é perfeccionista. – comentei – Bem perfeccionista.

–Considero um grande defeito, mas isso tem me feito bem. Nossa! Vocês juntos parecem ter saído de uma campanha da Armani.

–Obrigada! – disse Bella parecendo encabulada.

–Você gosta mesmo de exagerar, não é Vicky? – comentei.

–Não é exagero.

–Onde está o Ben?

–Deve estar chegando... Sabe como é o chefe dele, não é?

–Compreendo.

–Bom, eu vou ter de continuar fazendo sala para mais alguns críticos. Depois falo com vocês. – disse, afastando-se – Volto logo.

–Victoria é uma boa amiga. – disse Isabella.

–É sim! Não sei como ela me aguenta.

–Dá para suportar... – falou, divertida.

–Ah é?

–É! – disse, indo olhar as telas.

–Olha só quem eu encontro aqui! – reconheci a voz de Ben quando olhava os quadros com Bella – Vocês juntos! Não é algo que eu fosse ficar surpreso! Olá, Isabella! Olá, Edward!

–Olá, Ben! – disse Bella, cumprimentando-o – Mas por que você não se mostrou surpreso quando nos viu juntos?

–É mesmo, Ben. – comentei – Por quê?

–Edward sempre me falou tanto de você que eu sempre soube que iriam ficar juntos de novo.

–Isso é verdade? – perguntou a garota olhando para mim.

–Lógico! – afirmei – Falei bem sempre.

–Se é assim...

Logo depois, Vicky reaparecera e estávamos os quatro conversando. Fiquei feliz por Bella ter uma boa interação com os meus melhores amigos. É... Eu gostava desses momentos que tinha com Isabella.

Depois da exposição, nós fomos a um restaurante próximo, onde estávamos sentados em uma das mesas, lado a lado, conversando e rindo de qualquer coisa. Eu tentava namorar Isabella, mas esta sempre se esquivava, dizendo que o local em que nós estávamos era público e poderiam nos prender, caso nos excedêssemos.

–Tudo bem... Gostei de ter te levado à exposição. Deveria ter sido um melhor namorado para você antes...

–Por favor, Edward. Não fale disso agora. Estamos tão bem... – pediu.

–Eu sei... Ainda me sinto mal com tudo isso. Eu quero que o nosso relacionamento dê certo. Eu até já falei para a minha mãe que estamos juntos. – afirmei hesitante.

–Você já falou para a sua mãe? – perguntou, parecendo assustada.

–Já. Bom, eu não disse que era você por que ela iria te perturbar demais. Eu apenas dei um apelido... Izzy.

–Mas por quê? Izzy é como o Emmett me chama.

–Acredite. Quando eu te levar em casa, você vai entender. Ela vai te encher a paciência!

–Não seja exagerado... – e riu.

–Mas é sério que o Emmett te chama assim?

–Sim! Ele, a Alice e o Jasper também. Não me pergunte o motivo. – disse, rindo novamente.

Eu gostava de ouvir Isabella rindo. Era o som que mais senti falta quando estive fora. Nem percebi quando Isabella me pedia para ver algo através da janela. Quando dei por conta, só pude ver um homem com uma câmera fotográfica na mão, nos fotografando.

–Era só o que me faltava... Acabou o sossego. Eu vou ter de dizer logo a minha mãe sobre você. – disse, bagunçando os cabelos.

–Não tem problema. Vai ficar tudo bem.

–Só você mesmo para continuar sorrindo diante de uma situação como essa.

–Não será tão ruim assim... Só vou sentir falta de ir ao parque com você sem ser incomodada.

–É mesmo?!

–É, nós ficávamos sozinhos sem ninguém nos incomodar...

–Conte-me mais sobre isso...

–Isso não é coisa para se contar na hora do jantar...

[...]

No dia seguinte, eu acordei cedo para ir ao trabalho, evitando os jornais do dia para não ver o que iriam falar de Isabella e eu. Fui à sala de jantar e vi minha mãe e minhas irmãs tomando o café tranquilamente.

–Bom dia! – disse, sentando-me a mesa.

–Bom dia, meu querido! – cumprimentou Elizabeth – Chegou tarde da exposição...

–Levei a Izzy para jantar depois...

–Edward e essa namoradinha misteriosa... Quem é? – perguntou Kate.

–Já disse: o nome dela é Isolda. – disse, enquanto enchia a xícara de café e pegava um pedaço de pão – O pai dela gostava de histórias celtas, então...

–Ah, sei...

–Claire, quer fazer o favor de largar este celular e comer? – pediu Elizabeth.

–Desculpe mãe. – respondeu a loira – Estou vendo as atualizações de um blog.

–Você pode fazer isso depois, Claire. – comentei.

–Só um instantinho...

Tratei de não me preocupar com a minha irmã ao lado. Mas, de repente, a garota se assustou com algo que viu na tela do celular.

–Edward, como pode? Mentiu para nós! – ela olhava para mim como se eu tivesse cometido algum tipo de crueldade.

–O que? O que eu fiz? – perguntei, sem entender nada.

–Você nos escondeu!

–O que ele escondeu, Claire? – perguntou Elizabeth.

–Isso! – disse, mostrando o celular para que a minha mãe e Kate vissem.

–Deixe-me ver isso. – pedi, tentando pegar o celular.

–Ah, isso eu já desconfiava. – afirmou Kate – Isolda e Isabella têm o mesmo começo e podem ter o mesmo apelido: Izzy.

–O que?! – fiquei surpreso.

–Edward, que formidável! Por que você não nos disse antes? – perguntou Elizabeth.

–Mãe, eu ia falar!

–Não mesmo! Ia nos esconder que está namorando a Isabella Swan. – Claire reclamou – Quero ver se vai continuar escondendo depois que eu vi vocês se agarrando nas fotos! Tenha vergonha, seu despudorado!

–Como é?! O que tem nesse blog?

–Geralmente o conteúdo é sobre moda, mas hoje decidiram colocar fotos pornográficas que foi o beijo de vocês! – disse Claire, mostrando-me as fotos pelo celular – Mas o vestido de Isabella está bonito.

–Ah, isso é ótimo... Terminem logo o café de vocês. Não posso me atrasar.

–Isabella deveria jantar aqui alguma noite dessas. – comentou Elizabeth.

–O que?! – quase me engasguei com o pão.

–Eu disse que você deveria trazer a Isabella para jantar aqui e nós nos conhecermos oficialmente. – disse, pausadamente.

–Vou pensar neste caso! É, pode ser...

–Neste sábado. – pediu.

–Neste sábado? – perguntei. Na verdade, eu tinha outros planos para o sábado.

–É, Edward... Bom que nós nos conhecemos logo. – comentou.

–Tudo bem... Eu vou falar com Bella a respeito.

–Vamos? – perguntou Kate – Eu já terminei.

–Vamos sim. Já terminou Claire?

–Já! Fiquei sem apetite depois que vi essa pornografia... – reclamou, levantando-se da mesa.

–Deixa de ser exagerada... Eu só estava conversando com a Bella.

–Não foi o que vi!

Já estava no escritório resolvi telefonar para Bella, marcando o jantar. Percebi que Isabella falava com um pouco de receio e tentei tranquilizá-la.

Na hora do almoço, havia em encontrado com Ben em um restaurante próximo ao escritório. Estávamos almoçando enquanto ouvia os comentários de Ben sobre o meu namoro com Bella:

–É claro que, depois do que Vicky me contou, sobre as suas investidas, eu achava que não iria dar certo.

–Mas acabou dando certo. – afirmei.

–É, e o mais surpreendente... Você namora essa garota como se fosse um adolescente.

–São as regras dela. O que posso fazer?

–Está certo. Estão no começo... Dou o maior apoio para continuarem juntos.

–Obrigado. No sábado, eu vou levar Isabella para jantar lá em casa.

–Sério? Já está assim?

–É, minha mãe deu a ideia. Todas se conhecem logo e Claire para de me encher a paciência. A garota foi até o colégio falando que eu era um pervertido por beijar Bella do jeito que estão nas fotos.

–Bem que você poderia ser um pouco mais pudico em lugares públicos... Um pouco mais e vocês seriam presos por atentado violento ao pudor! – comentou, rindo.

–Até você?

–Lógico! Não perco a oportunidade de fazer uma piada...

–Deveria ser um comediante ao invés de produtor. – falei, irritado.

–Talvez... Sabe em que eu estava pensando...?

–Em que?

–Poderíamos sair os casais juntos.

–Casais? Que casais?

–Ah... Você e Isabella... Vicky e eu. Garanto que poderíamos jantar em um restaurante mais refinado para jogar conversa fora.

–Restaurante mais refinado? Encontro de casais? Como assim? Que história é essa, Hardy?

–Nada demais... É por que eu acho que seria bom nós sairmos, não acha?

–Eu sei. Acho bom também. Mas que história é essa de você e Victoria serem um casal?

–Modo de falar...

–Se você diz... – disse, sem entender.

No dia seguinte, eu havia acordado mais cedo para escolher uma receita na internet e ir atrás dos ingredientes. Era um jantar para a Bella e queria que tudo saísse perfeito. Cathy e Claire se prontificaram a me ajudar e foram comigo a um mercado próximo a nossa casa para comprar o que precisava. Estava escolhendo camarões quando o celular tocou dentro do bolso. Era Vicky.

Quando Ben me falou sobre o jantar, eu simplesmente não acreditei! – disse.

–Bom dia para você também, Victoria! – falei, animado.

Bom dia, Edward! Desculpe-me! Este é um evento único! Ainda estou sem acreditar! Você levando a Isabella para jantar em sua casa? Inacreditável!

–Pois é... Esse tipo de coisa acaba acontecendo...

Mas isso é memorável, Edward! Estou orgulhosa de você!

–Também não é para tanto, Vicky. Mas estou fazendo tudo isso para agradar Bella.

Olha que fofo... Eu tenho de desligar. Minha companhia acabou de acordar. Tenho de dar atenção.

–Eu imagino. Mas quem é dessa vez? Desculpe por perguntar, a curiosidade falou mais alto.

Um americano belíssimo chamado Cameron. Veio para estudar História em Oxford.

–Tudo bem... Outra hora nós nos falamos.

Até mais!

–Até! – disse, desligando o celular.

Claire veio se aproximando de mim com duas embalagens de cream cheese.

–Achou o que pedi? – perguntei.

–Que nada! – respondeu - Só tem dessa e dessa marca aqui. – mostrou as embalagens – A que você quer está em falta.

–Não tem problema. Deve servir. Vamos atrás da Kate que quero logo ir para casa.

–Onde vocês estavam? – perguntou Kate quando a encontramos perto do caixa – Esse lugar é tão pequeno e consegui me perder de vocês! Mas eu já encontrei tudo!

–Ótimo! Obrigado mesmo, Kate. Vamos que eu quero começar isso logo.

–Nossa! Vendo o Edward assim tão dedicado, tão envolvido... Nem dá para acreditar. – comentou Kate – Você vê que ele está apaixonado mesmo!

Não entendia onde a minha irmã queria chegar com esse comentário, mas fiquei ouvindo.

–É verdade, Catherine. – comentou Claire – Parece que o Edward foi abduzido por extraterrestres ou algo do tipo. Aí o Edward bobão foi trocado por outro Edward bobão só que apaixonado.

–Vocês tinham de começar com a implicância... – comentei, aborrecido.

–Fazemos isso por que te amamos. – afirmou Kate, dando um sorriso de orelha a orelha.

–Sei...

Passei a tarde toda preparando tudo, com a ajuda da empregada, para logo no começo da noite, buscar Isabella em sua casa.

Estava conversando com Zafrina sobre um documentário da BBC, quando vi Isabella aparecer na sala. Nem sabia o que dizer para ela. Eu gaguejava e travava quando tentava falar algo coerente. Isabella apenas ria quando Zafrina explicou o que eu queria falar.

Quando saímos da casa, eu tentava tranquilizar Isabella quando senti que ela estava nervosa com o jantar. Estávamos próximos ao meu carro e pude observá-la melhor.

–Eu não tive tempo...

–De que? – perguntou, aproximando-se do carro.

–De te elogiar como se deve...

–Ah...

–Tão Bella... – disse, beijando-a.

Isabella reclamou, me empurrando. Tentei me desculpar, mas ela entrou logo no carro e tive de ficar o percurso até a minha casa sem conversar. Aquele silêncio era pior do que ficar brigando.

–O que acontece? Por que está tão calada? – perguntei.

–Você sabe o motivo, Edward. Acho que é muito cedo para voltarmos a ter um relacionamento mais físico, digamos assim.

–Está com raiva pelo que fiz no portão da sua casa? – perguntei, ainda com os olhos na rua.

–É isso aí!

–Mas Bella... Eu já te pedi desculpas. O que mais tenho de fazer para não te ver desse jeito?

–Nada, Edward... Só quero que se contenha até eu achar que é a hora certa que será o dia em que decidirmos nos casar.

Só quando nos casarmos? Eu já estou subindo pelas paredes por ficar tanto tempo sem sexo e ela me diz isso? Era só o que me faltava!

–Quer dizer que só vamos transar novamente na nossa noite de núpcias?

–Quero que seja especial para nós. – ela pediu fazendo beicinho – Por favor, entenda...

–Sabe o quanto te desejo, não sabe? E você sabe que isso que está pedindo será difícil cumprir.

–Sim...

–O que me pede é muito, mas eu vou cumprir.

–Obrigada. – disse, me abraçando.

Nós chegamos a minha casa um pouco depois. Enquanto entrávamos na casa, senti que Isabella ainda estava nervosa. Segurei a sua mão e entramos na sala de estar, onde vi minhas irmãs olhando vídeos no notebook de Kate e Elizabeth assistindo televisão.

Isabella observava a cena com interesse e, depois de alguns segundos, anunciei a nossa chegada. As três viraram para nós imediatamente e logo Elizabeth veio cumprimentar Isabella:

–Olá, minha querida! Seja bem-vinda. Como vai?

–Bem. Obrigada por perguntar, senhora Masen. – disse, parecendo nervosa ainda.

–Boa noite, lady Swan! – falou Catherine.

–Boa noite, Catherine. Mas, por favor, me chame de Isabella apenas. – pediu.

–Tudo bem... Então me chame de Kate apenas. Sinta-se à vontade.

–Olá, Isabella! – disse Claire.

–Olá, Claire! É bom ver vocês.

–Mas sente-se Isabella... – pediu Elizabeth – Eu vou ver como está indo a preparação da mesa para o jantar.

As meninas começaram a perguntar como nós nos conhecemos. Era óbvio que eu não iria contar tudo nem deixar de contar a história. Disse apenas que havíamos nos conhecido há algum tempo e alguns entraves fizeram com que nós nos separássemos. Mas como Claire e Kate eram extremamente curiosas insistiram na mesma pergunta.

–Ah, Edward... Deixa... – pediu Isabella – Suas irmãs só querem saber como nós nos conhecemos.

–Exato. – confirmou Claire.

–Mas podemos deixar isso para outro dia... – sugeriu – Por que não conversamos sobre outra coisa?

Minhas irmãs concordaram com a ideia e passaram a conversar sobre diversos assuntos com Isabella. E daí Isabella passou a dar mais atenção às garotas do que a mim. Só por que eu queria ficar um pouco mais sossegado com ela... Não que eu não gostasse de vê-la conversando com as minhas irmãs, mas é que planejei ficar bem mais tempo com Isabella do que vê-la de papo com as minhas irmãs e agora, a minha mãe.

Mas por que estou reclamando? Eu deveria gostar de Isabella se dar bem com a minha família e não o contrário. Essa história de desejar ficar com Bella 24 horas por dia não era boa! Ela poderia achar que sou um ciumento inseguro que quer mantê-la trancafiada num quarto escuro a pão e água. Credo! Como pude imaginar tudo isso?

Quando fui deixar Isabella em casa, o clima entre nós estava mais tranquilo. Isabella comentava sobre as minhas irmãs e a minha mãe até quando me pediu para entrar em sua casa. Nós conversávamos enquanto Isabella se sentou no meu colo para tirar os sapatos que a incomodavam.

Como Isabella queria que eu cumprisse a tal promessa de não termos um relacionamento mais físico se ela estava toda insinuante e rebolando no meu colo? Ela queria me deixar louco isso sim! E como eu iria dormir depois do que ela me fez?

[...]

–Aquela bruxa! Fica se fazendo de santinha, depois fica me provocando! – eu reclamava quando tentava trabalhar na sala de estar no dia seguinte.

–Edward? Está falando sozinho... – comentou Catherine – Está tudo bem?

–Hã?

Nem percebi que Catherine estava estudando na mesma mesa.

–Estava falando sozinho... Está sofrendo algum tipo de perturbação?

–Não... Não é nada...

–Ah, tudo bem então... – disse, voltando a sua atenção para o livro enorme que estava na mesa.

Tentei me concentrar em ver qual máquina seria melhor para a produção dos tecidos, mas eu só conseguia pensar qual a melhor posição para transar com Bella naquela poltrona de sua sala de estar.

–Aquela garota vai se ver comigo por ter feito uma coisa dessas! Ela me paga! – continuei.

–Quem vai se ver contigo, Ed? – perguntou Cathy – Você não tem coragem de matar uma mosca!

–O que? O que você ouviu Catherine? – perguntei assustado.

–Ouvi você resmungar... Tem certeza de que está tudo bem?

–Sim, está! Eu vou para o quarto! – disse, carregando o notebook e os papeis que estavam na mesa.

Quando fui para o quarto, deitei-me na cama com o notebook e tentei me concentrar nos preços das máquinas. Mas quem disse que eu me concentrava? Parecia que era pior!

No dia seguinte, eu encontrei Ben depois do trabalho e eu reclamava com ele sobre a minha situação.

–Agora me responde: como vou suportar isso se já estou subindo pelas paredes? – perguntava, enquanto caminhávamos pela rua – E não me adianta dizer que eu posso encontrar isso em qualquer lugar, por que não é a mesma coisa. Eu quero a Bella!

–Bom... Eu iria falar isso, mas agora vou ficar calado. Se bem que você pode...

–Isso eu já tentei. Várias vezes. Não deu certo.

–Não?

–Não, deu mais vontade! Eu lhe disse! Eu estou subindo pelas paredes!

–Ah, cara... Não sei o que lhe dizer nessa situação!

–Pois é... O que eu faço?

–Simplesmente não sei...

A situação era pior do que eu imaginava. Passei a semana toda tentando não pensar nisso, tentando me ocupar com o trabalho ou outras coisas, mas não. A vontade era tão grande que dei um jeito de sair mais cedo do trabalho na sexta-feira e fui ver Isabella em sua casa naquela tarde.

Só não esperava que teria uma grande surpresa ao encontrá-la no escritório tão próxima a um homem que parecia ser o seu professor de Italiano. Confesso que não gostava da proximidade dos dois. Eles riam juntos e ele era mais jovem do que eu imaginava. Mas que porra era essa? Bella estava tendo aulas de como falar italiano ou estava pagando para um tarado dar em cima dela? A morena se mostrou surpresa quando entrei no cômodo. Também pudera... Eu abri a porta sem bater!

Isabella sorriu para mim e apresentou o tal professor de Italiano: moreno alto com os cabelos pretos caindo nos ombros. O típico amante latino. Apresentou-o como se fosse um qualquer e me pediu para esperar na sala, uma vez que ainda estava tendo aula. Eu que não iria esperar na sala enquanto este professor dava aulas de sabe-se-lá-o-quê para Isabella! Vou ficar aqui mesmo!

Depois de torturantes vinte minutos que passei tendo de observar essa “aula”, Isabella disse que iria deixar o tal professor Stefano até a porta da casa. Eu fiquei esperando no escritório em tempo de estragar a velha poltrona em que estava sentado. Isabella retornou depois de minutos, mais sorridente do que nunca. O que o tal professor havia feito para ela? Eu deveria ter seguido os dois!

–Agora pode me dizer o que houve para ficar assim? – perguntou enquanto se sentava elegantemente no chaise. Parecia uma gata.

Encarei-a, tentando disfarçar a irritação e garanti que era apenas o cansaço. Mas Bella continuava lendo o seu livro enquanto falava comigo. Porra! Eu achei que ela gostasse de me ter por perto...

–É claro que eu gosto, mas não queria ver você desse jeito. O que aconteceu?

Acho que ela já percebeu...

–É esse seu professor! – explodi, levantando-me da poltrona – Porra Bella!

–Não fale nesse tom comigo... Eu não sou surda e não sou fã de suas explosões de ciúmes! – falou irritada. O modo como ela falava parecia que tinha o controle da situação...

Senti-me envergonhado e me ajoelhei ao lado dela, tentando pedir desculpas. Eu nunca fui de reparar em detalhes e, com a raiva que eu estava sentindo, não iria reparar mesmo! Isabella me disse que o seu professor de Italiano era mais velho, um pouco mais velho do que eu, era casado e tinha duas filhas. Pelo jeito que Isabella falava dele, parecia que o tal professor sempre se ocupava em falar do casamento e das filhas ao invés de outra coisa.

E eu achando que ele era mais um tentando ficar com Isabella... Ah, eu só fazia merda mesmo!

–Eu não sabia... – disse, por fim.

–Está sabendo agora. – falou, sem me encarar.

–Tá Bella... Perdoe-me. O que eu posso fazer para mudar isso? – implorei.

–Nada. Você desconfiou de mim e, para piorar, gritou comigo na minha casa. – ela continuava a olhar pela janela.

–Eu não queria fazer isso...

–Mas fez. Edward, eu quero que me diga algo... Toda vez que eu estiver perto de um homem você fará uma cena como essas? – Isabella perguntou, voltando a me encarar; ela estava com os olhos marejados.

–Não, Bella! Claro que não! Mas é que eu já te expliquei... Eu faço tudo errado não é? – perguntei, sentando-me ao lado dela.

–Não. Só hoje... Promete que não vai fazer mais isso? – pediu.

–Eu prometo... Vou dar um jeito de melhorar isso.

–Tudo bem...

–Eu quero muito que o nosso relacionamento dê certo... Eu te amo tanto...

–Mesmo?

Ela nem precisava perguntar. Fechei os olhos, sentindo suas mãos macias pelo meu rosto. Abri os olhos novamente e vi Isabella me encarando, com um belo sorriso no rosto e os cabelos avermelhados espalhados pelo seu colo. Coloquei-os para trás da sua orelha enquanto eu me inclinava para beijá-la. Isabella ia me puxando para junto dela. Quanto mais eu a beijava, mais eu sentia vontade de ter Isabella em meus braços novamente. E quanto mais eu tocava a sua pele macia, mais tinha vontade de mandar aquela promessa que eu havia feito para o espaço.

–Acho que deveríamos parar... – tentou dizer

–Não, Bella... Assim está tão bom... Vamos aproveitar um pouco... – Logo que está ficando tão bom...

–Mas a Zafrina pode aparecer a qualquer momento e...

–Isso não é problema... – disse indo trancar a porta do quarto.

–Edward! – reclamou.

–O que foi? É só para ficarmos um pouco mais sozinhos... Nunca tivemos um tempo só para nós...

–Tudo bem... Mas daqui a pouco nós vamos para a sala. - pediu.

Fiquei por cima de Isabella beijando-a enquanto alisava as suas pernas.

–Temos de parar... – pediu, ofegante.

–Não... – dizia, enquanto passava as pontas dos dedos em sua barriga lisa.

–Mas se continuarmos...

Qual seria o problema se continuássemos com o que estávamos fazendo? Isabella tinha medo de que eu deixasse novamente...? Era isso?

–Se esse é o problema... Case-se comigo. – afirmei.

–O que?! – perguntou.

–Case-se comigo...

–Edward, você enlouqueceu? Tem ideia do que disse?

–Não, Isabella! Que ideia! Eu apenas acho que essa é a solução para os nossos problemas.

–Para um problema seu em particular. Edward, uma decisão como essa é demasiado precipitada. Nós estamos reconstruindo um relacionamento há pouco.

–Eu sei, mulher. Falei isso apenas... Falei isso no calor da emoção. É claro que a ideia de ficarmos juntos para sempre me agrada. Confesso que, não esperaria nem mais um segundo para nos casarmos e passarmos um mês em Pula longe de tudo e de todos.

–Pula?!

–É, Bella. É uma cidadezinha que fica na Croácia que pertenceu ao Império Romano... Tem características da época na arquitetura... tem um anfiteatro tal qual o Coliseu.

–Deve ser lindo! – disse, dando o seu melhor sorriso.

–E é. Digo isso por que meus pais passaram uma de suas luas-de-mel lá uma vez e... Bom, eu quero que você viaje comigo para Pula um dia.

Isabella deu-me abraço e falou:

–Iremos quando a fábrica estiver em boas condições. Por hora, nós fomos convidados ao aniversário de casamento dos McCarthy.

–Aniversário de casamento dos pais do Emmett?

–Sim. Algum problema?

–Bom... Não acho que seus amigos vão ficar felizes em me ver.

Eles já sabem de nós. – enfatizou.

–Eu sei, Bella. Mas é que... No passado, nós todos tivemos desavenças e...

–Eu entendi. Bom... Será um pouco complicado, mas dará tudo certo.

Sorri para Isabella e a abracei. Eu era mesmo um homem de sorte por tê-la ao meu lado.

[...]

Na semana seguinte, Isabella e eu estávamos no hall de entrada da mansão dos McCarthy. Era a primeira vez que nós encontraríamos Alice, Jasper e Emmett nessa nova condição.

–Está tudo bem, Edward? – perguntou Isabella, enquanto éramos encaminhados pelo mordomo até o cômodo onde estavam todos – Parece nervoso.

–Impressão sua, Bella... Isso nós tiramos de letra.

–Se você diz...

Ao chegarmos juntos e de mãos dadas, todos a nossa volta nos olharam. Bem, foi exagero o que eu disse, mas alguns da festa ficaram olhando mesmo. Só não entendi o motivo de um homem falar: “Que homem sortudo é esse Masen!”. Por algum acaso, ele conhecia a Bella e tentou algo com ela? Eu iria descobrir isso depois...

Os anfitriões da festa, Neil e Georgina, nos viram e vieram nos cumprimentar.

–Minha querida Isabella! – falou Georgina – Que bom que você veio! Está belíssima! E trouxe o seu namoradinho! Sabia que formavam um belo par!

–Olá, senhora Georgina! – disse ela – Olá, senhor Neil! É um prazer estar aqui hoje!

–Também é o nosso prazer, Isabella. – comentou o senhor McCarthy – Como vai Edward?

–Vou bem, senhor McCarthy. – respondi - Parabéns aos dois!

–E onde está o Emmett, senhora Georgina? – perguntou Bella.

–Já deve estar vindo. Aquele menino se ocupa com tanto trabalho...

–Eu imagino o motivo... – Isabella comentou.

E que motivo era esse? Isabella era tão íntima de Emmett assim? Isso era meio estranho...

Minhas divagações sobre a amizade de Isabella e Emmett foram interrompidas quando este veio cumprimentar a morena.

–Izzy! – disse Emmett abraçando Isabella.

–Emmett! Como vai?

–Até que enfim você apareceu, filho! – comentou Georgina.

–Eu vou bem. Olá, Edward! – cumprimentou-me de forma amistosa.

–Olá, Emmett!

–Eu acabei de chegar. Vocês viram a Alice e o Jasper?

–Não. Acabamos de chegar também.

–Ah... Então é mesmo verdade o que a Izzy disse.

–O que? – Isabella e eu perguntamos ao mesmo tempo.

–Vocês namorando. Ainda estou sem acreditar desde o dia que Izzy nos contou. Passei a crer quando vi a foto de vocês no jornal se agarrando.

–Credo, Emmett! – Isabella o repreendeu enquanto eu ria – Tinha de lembrar isso?

–Releva Isabella... – comentei – O que o Emmett falou não foi nada demais. Até hoje eu tenho de aturar as piadinhas da Claire. O que é bem pior!

Nós três rimos e passamos a conversar sobre qualquer coisa. Emmett mostrava ser uma pessoa divertida e me tratava de modo cortês. Menos mal.

Pouco tempo depois, Alice e Jasper apareciam para se juntar a nós. Tudo parecia estar tranquilo. Eu estava me dando bem com os amigos de Isabella até quando os Cullen chegaram. Era a primeira vez que via e teria de falar com Rosalie depois de cancelarmos o noivado.

–E eu achando que Rosalie não iria aparecer. – comentou Alice.

–Mas ela está aqui. – falou Emmett, demonstrando irritação.

Carlisle e Esme conversavam com os McCarthy, enquanto Rosalie olhava para nossa direção. Para quem ela olhava? Foi aí que Rosie veio falar conosco. Emmett se mostrava impassível ao falar com a loira ao passo que Alice, Isabella e Jasper eram diplomáticos. Agora eu...

–Como vai, Rosalie?

–Vou bem. Obrigada por perguntar. Você e a Bella devem ter ouvido muito isso, mas vou falar de novo.

–O que? – Isabella perguntou empolgada.

–Vocês formam um belíssimo casal. Até comentei com Alice uma vez.

–E foi mesmo. – comentou Alice.

–Vocês duas, como sempre, são tão gentis... – comentou Isabella.

Rosalie me encarava de uma forma estranha. E quanto mais ela me observava, mais eu dava um jeito de ficar mais próximo de Isabella, que não percebia nada. Bom... Pelo menos eu percebi isso. Depois, a festa correu de forma tranquila. Exceto por uma coisa: Isabella conversava com Emmett. Mas de um jeito que eu não gostava. Eles estavam próximos! Próximos até demais! Isabella tocava e abraçava Emmett como se fossem íntimos! Como Isabella queria que eu reagisse normalmente quando a visse com outro homem? Ainda mais do jeito que ela estava com Emmett?

–Oi, Edward! – falou Alice, aproximando-se de mim e interrompendo as minhas ideias de como matar Emmett.

–Oi, Alice! – falei, tentando ser simpático. Quase eu quebrava a taça que estava segurando.

–Fico feliz por você e Isabella. Ela me parece mais feliz do que antes e mais radiante quando fala com você.

–Você acha isso mesmo, Alix? – perguntei. Na verdade, estava pensando se um taco de críquete faria mais estragos na cabeça de Emmett do que um taco de polo.

–Mas é claro. Dou total apoio a vocês!

–Isso é bom! Obrigado mesmo, Alice!

–De nada, mas se fizer algo de ruim com ela, você vai se ver comigo!

–Tudo bem... Entendi o recado. – falei, assustado.

–Ótimo!

Alice foi conversar com o namorado, enquanto eu via Isabella conversar com Emmett e outro homem que apareceu para falar com os dois. Não me lembro deste de lugar algum. Eu já estava começando a ficar irritado com aquilo e resolvi ir até a varanda para espairecer. Prometi a Isabella que iria não iria me zangar na frente dela, então resolvi sair do local.

Quando cheguei à varanda, vi Rosalie olhando para algo em seu smartphone.

–Olá, Rose! – falei – Há quanto tempo.

Ela se assustou quando me viu e guardou o aparelho na bolsa-carteira.

–É bom te ver. – disse, aproximando-se – Como está?

–Bem, obrigado.

–Faz tempo desde a última vez em que nos falamos.

–É verdade. Desde o ano passado. Está mais bonita.

–Obrigada. Fico feliz que estejam juntos...

–O que disse?

–Fico feliz por você e Isabella. Deve ser o destino de vocês.

–Obrigado. – falei, constrangido.

–Eu estive pensando...

–No que? – perguntei. O que ela iria falar?

–Eu queria lhe pedir algo. Se não for incômodo para você, é claro.

–Pode falar...

–Queria conversar com você.

–Já estamos conversando. – disse, tentando fugir da conversa. Estou arrependido de ter vindo para cá.

–Queria conversar com você em outra ocasião, Edward... Em outro lugar.

–Como é?!

–Não pense que quero tentar reatar com você, Edward! Longe de mim! Não quero fazer isso! Você já tem a Isabella e eu o... Enfim... Eu quero tentar uma vida nova, mas para isso quero resolver o meu passado. Você está incluso nele. Acho que precisamos conversar para que possamos seguir com as nossas vidas.

–Ah, entendi...

–Podemos marcar em qualquer horário, desde que esteja disponível, é claro.

–Tudo bem... Por mim, tudo bem. Eu marco para nós almoçarmos juntos. Ando atarefado com a fábrica e...

–Entendi. Ainda tem a Isabella. Ela é prioridade.

–Claro que sim! – falei, rindo.

Nós estávamos voltando a casa quando vi Isabella nos encarando.

–Que história é essa de almoçar juntos? – perguntou.

–Bella é o seguinte... – tentei falar.

–Não é nada demais. Eu chamei o Edward para conversarmos sobre...

–Rose, querida! Você está aqui! – disse Esme. De onde essa mulher apareceu? – Eu te procurei por toda a casa.

–O que é mãe?

–Vem comigo. Tenho algo a lhe mostrar... Garanto que é do seu interesse...

–Imagino... Pessoas eu sinto muito. – disse Rosalie sendo rebocada pela mãe.

–Vai me falar que história era aquela? – perguntou Isabella, de braços cruzados.

–Ela pediu para nós conversarmos. Só isso.

–Ah é? Como vou saber que ela não quer um flashback com você?

–Por que ela não quer. Ela disse para mim.

–Aham. – falou descrente – E o meu closet é um portal para Nárnia.

–Bella, por favor... Acredita em mim.

–Não. O jeito que conversavam... Não dá para acreditar.

–Como se eu aguentasse ver você e o Emmett ou qualquer outro homem juntos.

–Não tem nada demais conversar com o Emmett. Sabe que devo muito a ele.

–“Não tem nada demais conversar com o Emmett”! – imitei-a – E não tem nada demais conversar com a Rosalie! Ela me garantiu que só quer conversar comigo. Não sei por que você faz essa tempestade em um copo de água!

–Ao mesmo tempo em que você acha que fico com todos os homens que vejo pela frente como uma cadela no cio! No quesito confiança, nós estamos bem mal.

–Sabe que nem percebi? – perguntei em tom de ironia - Mas quando te vi conversando com o McCarthy e outro que não reconheci me deu raiva também. A forma como vocês falavam...

–Ah tá. Se você não confia em mim, então não confio em você também. Estamos quites no quesito desconfiança.

–Que seja.

Isabella me encarou irritada e disse:

–Eu vou para casa.

–Tudo bem. Eu tenho de ir com você mesmo. Meu carro está na sua casa.

Isabella foi à frente e eu segui. Nós cumprimentamos os anfitriões da festa e fomos embora. Ninguém percebeu que tínhamos brigado. Durante a viagem de volta a Notting Hill, nem Isabella nem eu falou algo. É claro que eu estava bravo com ela, afinal Isabella não acreditava nem um pouco na história. Mas por outro lado, eu surtava se a visse conversando com outro homem. E havia prometido a ela que tentaria não ter mais essa atitude. A verdade é que eu tinha medo de perdê-la novamente, por isso acreditava que esse ciúme era uma forma de zelo. Que é praticamente a mesma coisa, só que mais exagerado.

Quando chegamos a Notting Hill, Isabella saltou do carro sem falar nada comigo. Fui até a garagem e tirei o carro de lá para voltar para casa apenas depois de ver a sua silhueta na janela.

Na semana seguinte, tentei me focar mais no trabalho para não pensar muito no que aconteceu. Isabella não me telefonou nem mandou mensagem de texto. E eu estava sendo orgulhoso demais para tentar algum contato com ela. Por outro lado, Rosalie me mandava mensagens perguntando quando seria o nosso almoço.

–Isso era só o que me faltava... – comentei com Vicky enquanto almoçava com ela – Eu expliquei para Bella que não era nada demais!

–Ao passo que você vira um leão se você vir Isabella apenas conversando com outro homem. Ela não já disse que considera o McCarthy o irmão que ela nunca teve? – Vicky falou enfadada.

–Já, mas...

–Mas o que? O ciúme distorce tudo, Edward. Você viu o que achou que viu. É resultado da sua mente paranoica. Sua e a da Bella também. Pelo que me disse, ela ouviu apenas uma parte da conversa.

–Deve ser isso mesmo...

–Converse de novo com ela. Espere mais alguns dias. Talvez até lá os ânimos estejam menos exaltados.

–Vou pensar nisso... E quanto a Rosalie?

–Fale com ela também. Se ela quer resolver a situação de vocês, que resolvam.

–Tudo bem. Vou mandar uma mensagem de texto para ela. Vou marcar logo para essa semana.

Naquela semana, eu havia marcado um almoço com Rosalie em um restaurante perto do escritório da fábrica. Ela estava vestida casualmente e lia um livro enquanto ouvia música. Demorei a chamar a sua atenção.

–Desculpe. – disse ela, retirando os fones de ouvido – Stieg Larsson sabe mesmo prender o leitor.

–Tudo bem. – disse, sentando-me – Eu te entendo. Mas então... Quer pedir logo o almoço? Eu não tenho muito tempo.

–Tudo bem... – disse, chamando o garçom.

O garçom trouxe os cardápios e Rosalie começou a conversa:

–Bom... Como você já sabe... Pedi para conversar com você sobre o que aconteceu conosco.

–É... A última conversa que tivemos não foi muito boa.

–Eu realmente fiquei magoada com o que você me disse Edward. Mas depois do que me aconteceu, eu entendi melhor. Entendi que nossa relação foi um erro... Nós enganamos outras pessoas e nos enganamos também. É claro que se tivéssemos continuado juntos, essa relação estaria fadada ao fracasso.

–Achei que você seria mais feliz com alguém que gostasse de você de verdade.

–Também quero acreditar nisso. Mas eu tenho estima por você, Edward. Quero manter contato com você. Foi o único que conseguiu me aguentar quando eu falava muita besteira. – isso me fez rir – Acredite. Isso é para poucos.

–Então está me pedindo para que sejamos amigos?

–É. Acredito que seja melhor assim.

–Tudo bem. Podemos tentar.

Acho que não haveria problema se eu me tornasse amigo de Rosalie. O problema agora era resolver a minha situação com a Bella.

Naquela noite, eu havia resolvido ir até a casa de Isabella para conversar. Zafrina me deixou na sala esperando por uma resposta de sua patroa. A demora me deixou ainda mais nervoso.

–A senhorita Isabella disse que vai falar com o senhor. – disse Zafrina – Aceita alguma bebida?

–Não. Estou bem assim mesmo.

Então quer dizer que ela vai me deixar esperando ainda mais? Tudo bem... Eu mereço...

Minutos depois, Isabella aparecia na sala. Pela sua expressão, ainda ela estava chateada comigo.

–Olá, Edward. – disse, sentando-se no sofá.

–Isabella... Obrigado por ter vindo falar comigo.

–Você veio até aqui. É o mínimo que posso fazer. Agora fale que estou estudando.

–Tudo bem. Eu fui hoje falar com a Rosalie.

–E veio me dizer que os dois ficaram de romance e reataram? – perguntou, ácida.

–Não, Isabella! Não foi nada disso!

–E o que foi? Acha mesmo que não vou falar o que penso enquanto você ainda acha que correspondo às investidas de todos os homens que me cortejam?

–Isabella, não é bem assim... Eu queria você me deixasse explicar o que aconteceu. Rosalie...

–E por algum acaso você me deixa explicar?

Engoli em seco.

–Isabella... Eu te amo. O fato de eu ter ido conversar com Rosalie serviu apenas para confirmar que você é a única pessoa que quero na vida!

–Olha, essa conversa não vai dar certo...

–O que?!

–Isso... Essa nossa desconfiança... – disse, se levantando do sofá – Não leva a lugar nenhum. Aliás, leva. Leva apenas a um caminho.

–Que história é essa?

–Devemos acabar com esse namoro.

–Eu não quero ouvir isso, Bella... Por favor, me escuta... – disse, aproximando-me dela – Não fala assim... Nós podemos consertar isso.

–Não, Edward! Eu te pedi para não desconfiar de mim, mesmo dando mil provas que sempre fui honesta com você e acredita que eu estava me jogando para cima do diretor de marketing que o Emmett sugeriu para a fábrica! Ele estava falando comigo normalmente e acho que ele estava se jogando para o Emmett!

–Eu não sabia...

–Mas é claro! Você não sabe! Você nunca sabe de nada! Você projeta situações na sua mente e se envenena pensando nessas coisas absurdas que nunca existiram! Para piorar, tem a Rosalie que se interfere no nosso caminho... Eu tenho ciúmes de ver vocês dois conversando! Não suporto a ideia! – quanto mais ela gritava, mais ela tentava me bater – Eu não suporto!

Segurei-a pelos pulsos, enquanto Isabella tentava me dar socos e chorava.

–Eu não suporto... – disse, quando a abracei – Vá embora...

–Mas Bella...

–Vá embora... – falou, tentando se afastar de mim.

–Isabella, vamos resolver isso! Eu te amo tanto! Não quero te perder de novo!

–Só amor não basta... Vá embora... Por favor.

Fui embora sem falar alguma coisa ou esboçar alguma reação. O que eu estava temendo, enfim se concretizou. Isabella havia saído da minha vida novamente.

FIM DO CAPÍTULO 7


[1] Trad.: Está indo muito bem para não dizer o contrário.

[2] Não há nenhum problema, senhorita Isabella.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!