Amor por Contrato escrita por pandorabox240


Capítulo 22
(II) Mais uma vez Amor


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Há quanto tempo! Como estão? Espero que estejam bem! Depois de alguns dias lendo e tentando estudar para o meu pré-projeto de estudo de mestrado, finalmente terminei o capítulo. Espero que gostem. :)



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Isabella Swan POV

Havia dias que eu tinha terminado com Edward. A única coisa que eu conseguia fazer era me concentrar nos estudos. Era o melhor que eu podia fazer para não pensar no que havia acontecido ou nas manchetes dos tabloides especulando todo o tipo de barbaridade acerca do meu término com Edward.

Alice, Emmett e Jasper vieram me perguntar se eu tinha certeza da minha decisão. Certeza eu não tinha, mas era melhor que a situação em que nos encontrávamos. Nas três últimas vezes em que nos vimos, Edward e eu havíamos brigado. E havíamos brigado pelo mesmo motivo. Desconfiança. Ele achava que eu ficava com todos os homens que via e eu achava que ele queria tentar algo mais com Rosalie, mesmo Alice me garantindo que havia conversado com Rose, que dizia não sentir mais nada por Edward. Como se eu acreditasse também em Papai Noel, duendes, fadas e outras criaturas mágicas.

Estava estudando gramática quando Zafrina bateu a porta, dizendo que Rosalie estava na sala me esperando.

–O que quer aqui, Rosalie? – perguntei quando desci à sala.

–Tudo isso é injusto. – foi apenas o que ela respondeu.

–Desculpe-me, mas não entendi.

–Eu soube o que aconteceu com você e Edward.

–É... As notícias voam...

–Eu sei que acha que há algo entre Edward e eu, mas posso lhe garantir que não é verdade.

–E como vou saber?

–Edward te ama. Eu entendi isso desde aquela época, mas não queria admitir. E toda vez que Edward fala de você, ele fica diferente.

–Diferente?

–É... Só vendo para entender. Eu realmente estou chateada com essa situação. Eu não queria que isso acontecesse. Quero muito que vocês dois se resolvam.

–Não acho que isso vá acontecer novamente.

–Bom... O tempo dirá isso. Eu tenho de ir. Tenho aula de tênis agora.

–Até mais, Rosalie.

–Até!

Encaminhei-a até a porta e voltei para o meu quarto. Zafrina apareceu mais uma vez no meu quarto, perguntando se eu queria lanchar. Respondi que sim e continuei fazendo exercícios na gramática que Edward havia me dado.

De repente, ouvi uma música vindo lado de fora. Em um volume em que toda a vizinhança poderia ouvir. Quando fui para a janela ver o que era, vi Edward no meio da rua com uma caixa de som enorme e vários cartazes do lado. O que ele iria fazer?

Abri a janela e reconheci a música que estava tocando na caixa de som:

I'm not calling for a second chance,

I'm screaming at the top of my voice,

Give me reason, but don't give me choice,

Cause I'll just make the same mistake again,

Edward pegou os cartazes e pôs contra o peito. Em cada um deles, havia frases do tipo: “Era uma vez um panaca que tinha a garota mais linda do mundo ao seu lado”, “Mas ele era mesmo um mané: ele havia feito muita besteira”. Cada cartaz que ele mostrava, havia mais frases de pedido de perdão. Eu continuava olhando da janela.

–O que é essa barulheira toda, senhorita Isabella? – perguntou Zafrina, aparecendo do meu quarto.

–Vem ver, Zafrina. – falei.

Zafrina veio até a janela e riu comigo.

–É o senhor Edward! Ele te ama mesmo, senhorita Isabella.

As empregadas dos outros vizinhos se amontoavam na rua para ver o que estava acontecendo. Crianças e adolescentes que voltavam da escola também. No que parecia ser o último cartaz, havia a seguinte frase: “Isabella Marie Swan, casa comigo?”. Edward ficou me encarando e com o que parecia ser uma caixa de veludo na mão. Rapidamente saí do quarto e desci as escadas, correndo para abrir a porta. Edward saiu do meio da rua e veio até o portão da minha casa. Eu ouvia as pessoas falarem algo sobre o acontecido, mas quem disse que eu estava prestando atenção? Nem me importava se estava o tempo estava frio ou se tinha alguém filmando a cena com o celular.

–E então...? – perguntou Edward, quando me aproximei dele.

–Então...

Edward abriu a caixa de veludo e tirou de dentro um anel claddagh[1] e disse:

–Meu coração é seu. Somente seu.

De repente, comecei a chorar. Chorar de alegria.

–Sim, Edward! – falei – Eu aceito!

Todos na rua gritaram e assobiaram quando Edward e eu nos beijamos.

[...]

Edward e eu estávamos no meu quarto, deitados na minha cama, abraçados, enquanto olhava o bonito anel que estava no meu anelar direito.

–Eu queria ficar assim contigo, para sempre. – falou Edward.

–Para sempre é muito tempo e eu fiquei com fome.

Edward riu e disse:

–Tudo bem. Eu vou fazer um jantar para você. É melhor dar um descanso à Zafrina.

–Por mim, tudo bem.

Nós descemos à cozinha e conversávamos enquanto Edward fazia o jantar. Senti meu celular vibrando no bolso da calça e fui ver quem estava me ligando.

–Oi, Alice! – falei.

Bella, foi lindo! Eu amei! – a garota praticamente gritava no celular – Diz ao Edward que a ideia de imitar o clipe do Bob Dylan foi tudo! Simplesmente tudo de bom!

–O que foi? – perguntou Edward.

–Eu não sei. – falei - Alice, explica o que você viu?

Ai, Bella! Para de se fazer de besta! Eu vi o vídeo do pedido de casamento do Edward no Youtube! É um dos mais vistos! Tipo 50 mil visualizações até agora!

–O que?

–O que foi agora, Isabella? – perguntou Edward, curioso.

–Tem um vídeo nosso no Youtube! Do que aconteceu hoje à tarde!

Bella, você está aí?

–Sim!

Alguém deve ter filmado com o celular e posto na hora na rede.

–Só pode. Enfim... Obrigada mesmo, Alice!

Por nada. Jasper também está mandando felicitações a vocês. Tchau!

–Tchau! Até mais!

Desliguei o celular e me aproximei de Edward.

–Então quer dizer que o episódio de hoje a tarde já está na Internet? – perguntou.

–Ao que parece, sim.

–Todos já estão sabendo então...

–É... Uma pena. Eu queria dizer a todos. Pelo menos, aos meus amigos mais próximos.

–Não tem problema. Gastamos esse tempo com outras coisas. – disse, dando aquele sorriso torto que eu tanto gostava.

–Com o que, por exemplo?

–Isso. – disse, dando-me um beijo na bochecha – Isso também... – disse, dando um selinho, fazendo-me rir.

[...]

Dias se passaram. Alice, Emmett e Jasper apareceram na minha casa para me dar os parabéns. A fadinha insistia em dizer que quem faria o meu vestido de casamento seria ela. Depois, Alice e Emmett perguntaram se o casamento seria em breve. Sinceramente eu nem pensava em marcar logo uma data. Queria realizar todos os preparativos com calma.

Em um sábado, estava almoçando com a família de Edward. A cada dia em que nos víamos, me sentia bem estando ao lado daquelas mulheres. Percebi que Elizabeth se mostrava sempre uma mãe zelosa com os filhos, mesmo que de forma exagerada. Catherine era uma garota inteligente que sempre encontrava uma maneira de implicar com os irmãos e me fazer rir e Claire, parecia ser mimada, mas era uma boa pessoa. Sempre via as coisas sob uma percepção otimista.

Eu estava na sala de estar vendo Edward e as irmãs brincando com cartas de UNO, quando Elizabeth veio conversar comigo, trazendo uma caixa nas mãos.

–Não quis se juntar a eles, querida? – perguntou.

–Não sou muito boa jogando UNO. – respondi.

–Compreendo... – disse, sorrindo – Enfim... As meninas e eu fizemos um presente para você.

–Um presente? Senhora Masen, não precisava...

–Não é nada demais, mas aceite. É de coração. – disse-me, estendendo a caixa.

–Sendo assim... Mas não precisava mesmo. – disse, abrindo a caixa.

Quando retirei a tampa, vi um colar de ouro envelhecido com um camafeu bordô como pingente.

–É lindo, senhora Masen! Obrigada!

–O camafeu foi um presente que o pai do Edward me deu. As garotas também têm um. E como você entrar para a família em breve, acho que ficaria melhor em você.

–É lindo mesmo! Obrigada, senhora Masen! – disse, colocando em meu pescoço.

–Ah, agora eu quero ver como fica em você! – disse Claire, se levantando da mesa – Fui eu quem fez os laços!

–É mesmo?! – perguntei.

–Como se isso fosse difícil... – Catherine implicou.

–Deixa de ser chata, Kate!

Enquanto as duas brigavam, eu olhava para Edward, que ria com a situação. Elizabeth tentava acalmar os ânimos das duas e Edward ria ainda mais. Eu gostava de estar com os Masen.

[...]

Um pouco mais tarde, quando eu já estava em casa, pensei em uma maneira de retribuir às mulheres Masen: resolvi comprar presentes para elas. Para isso, pedi a ajuda de Alice com as compras. No dia seguinte, as compras chegaram à casa de Edward, que apareceu em minha casa cedo naquele domingo.

–Oi, Edward! – disse, quando fui falar com ele.

Edward parecia nervoso; andava de um lado para outro da sala.

–Oi, Bella! Foi você quem mandou presentes para minha mãe e minhas irmãs? – perguntou.

–Ah... Foi. Não entenda mal, Edward, eu apenas quis retribuir o presente que elas me deram.

–Mas foi muita coisa! Nem meu pai nos tempos das vacas gordas da minha família deu tanto presente assim para elas em um só dia!

–Não se chateie por isso... Eu só quis retribuir o presente e deixá-las alegres.

–Mas acho que essa atitude vai acostumá-las mal e, além disso... – comentou, sentando-se no sofá.

–Além disso, o que?

–É como se estivesse tentando comprá-las com o dinheiro... Não precisa fazer esse tipo de coisa, Isabella. Catherine e Claire já gostam de você. Minha mãe mais ainda.

–Não me acuse de algo assim. Machuca-me ouvir isso de você, Edward. – sentei-me ao lado dele.

–Eu não quero te acusar disso, Bella. Perdoe-me por ter dito isso. Juro que não foi a minha intenção. Eu só achei isso estranho.

–Tudo bem... Eu achei que não teria nada demais. Afinal, em breve, nós seremos da mesma família mesmo, não é?

Edward sorriu para mim, pegando em minhas mãos:

–Quero que esse em breve seja em breve mesmo.

–É o que mais quero também.

–Então vamos logo marcar uma data!

–Edward, não! É muito cedo!

–O que tem? Se o problema são os preparativos e a festa, fazemos algo mais simples. Os gastos ficam apenas com a viagem a Croácia.

–Não Edward! Eu sempre sonhei me casar em uma cerimônia na igreja, com um belo vestido branco que tenha véu e grinalda. Minha mãe iria pensar a mesma coisa. Por isso que, acho que devemos esperar um pouco mais.

–Eu entendo...

–Mas se quiser... Podemos ter uma cerimônia mais simples. Podemos marcar para o mês de setembro. Estamos no final de julho... Dará tempo.

–Tem certeza?

–Claro! Eu contrato pessoas que possam me ajudar com os preparativos. Garanto que você não vai se aborrecer com nenhum detalhe.

–Eu te amo tanto! – disse, me abraçando apertado – Eu vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo!

–Nós seremos felizes, Edward.

A notícia de que havíamos decidido uma data para o nosso casamento se espalhou rapidamente. Eu havia marcado um jantar com a família de Edward, Ben e Victoria e meus amigos para oficializar a ocasião. A data escolhida para a cerimônia seria dois dias antes do meu aniversário de 18 anos.

Durante o jantar, Alice dizia que meu vestido de casamento seria belíssimo e que todos teriam inveja. Só ela mesma para pensar essas coisas... Emmett me dizia que eu deveria determinar um acordo pré-nupcial e conversar com Edward sobre isso. Mas quem disse que eu estava me importando com tudo aquilo? Eu queria mais aproveitar aquela ocasião para me divertir, não para refletir o que iria fazer. Eu teria tempo para isso.

Em certo momento, Rosalie chegara ao jantar em minha casa com os pais. Edward havia me perguntado se teria algum problema em chamá-la. Eu não via problema nenhum. Queria que todos vissem o quanto eu estava feliz.

Edward Masen POV

Já se fazia vários dias que Isabella havia me dado um belo pé na bunda. Pela maneira com que ela falou comigo, parecia que a decisão era definitiva. Era uma situação muito pior do que a que nos encontrávamos antes de nos reatar. Eu a tinha perdido novamente.

A minha situação no trabalho estava piorando. Quase havia perdido o contrato com um distribuidor de fios, apenas pelo fato de estar desatento. O representante da distribuidora estava me explicando os processos da distribuição, mas eu só conseguia pensar em Isabella.

Para piorar, Ben e Victoria estavam ocupados demais em seus trabalhos para sair comigo. Isso estava me sufocando e não conseguia viver nesta situação. Precisava ver Isabella e conversar direito com ela. Eu que havia prometido fazê-la feliz e nesse pouco tempo em que ficamos juntos só brigamos. Não podíamos terminar assim. Eu tinha de fazer algo.

–Faça alguma prova de amor, sei lá... – sugeriu Rosalie.

Estávamos em um clube em Londres, onde Rosalie tinha aulas de tênis. Ao que parece, era a única pessoa que não estava ocupada para me ouvir.

–Prova de amor? – perguntei, enquanto andávamos pela quadra.

–É... Tente chamar a atenção dela de alguma forma.

–Já fiz isso uma vez.

–Quando?

–Quando nós reatamos o namoro. Eu mandava flores para Isabella quase todas as horas. Victoria é quem me sugeriu mandar astromélias, flores do campo...

–Significa que a pessoa quer pedir desculpas. Eu acho que deveria ser algo grande.

–Como assim?!

–Eu li algo na internet sobre um garoto que pediu uma garota em namoro por meio de cartazes. Isso dentro de um shopping.

–Cartazes?

–É... Eu achei bonito.

–Vou ver o que posso fazer... Não acredito muito que Isabella queira me ver.

–A culpa é toda minha. Eu deveria falar com ela. Isso não é justo.

–Acho melhor não. Eu consegui falar com Alice. Ela disse que Isabella não quer ver ninguém.

–Tudo bem... Mas se precisar de algo para esta empreitada, estamos aqui.

–Obrigado, Rosalie.

Depois que saí do clube, fiquei com a ideia dos cartazes na mente. Obviamente que não iria fazer igual, mas...

Cheguei à noite em casa, indo logo para o quarto escrever frases aleatórias em um bloco de notas.

–Podem me ajudar em uma coisa? – perguntei às minhas irmãs quando fui ao quarto delas.

–Com o que? – perguntou Cathy.

–Quero que me ajudem a escrever essas frases nesses cartazes aqui.

Claire pegou algumas folhas do bloco de notas e leu, sorrindo:

–Vai fazer isso para a Isabella ver?

–Essa é a intenção.

–Deixe-me ver isso também. – pediu Cathy – Já entendi... Vai apenas mostrar os cartazes?

–Ainda estou planejando isso... Vão me ajudar ou não?

–Claro! – respondeu Cathy – Acho que uma boa música ajuda também. Mas vamos logo escrever essas frases. Depois eu vou atrás de uma música decente para a ocasião.

Catherine, Claire e eu passamos a noite toda escrevendo nos cartazes. Esperava mesmo que esse plano desse certo.

No dia seguinte, havia marcado de ir com Ben a uma joalheria no horário de almoço.

–Só você mesmo para me fazer trocar fettuccine all’alfredo por compras em uma joalheria. – disse Ben, quando me encontrei com ele em uma joalheria perto do meu trabalho – Veio comprar as nossas alianças de casamento, amor?

–Menos, Benjamin. – respondi – Bem menos.

–Então nós viemos com qual finalidade?

–Vamos entrar logo.

Entramos na loja e a clientela, em sua maioria composta de mulheres, nos encarou.

–Posso ajudá-lo, senhor? – perguntou uma atendente. Acho que ela estava se mostrando solícita demais.

–Sim. Quero me ajude a escolher o anel de noivado para a minha namorada.

–Edward, isso é sério? – perguntou Ben – Se ela não te aceitar de volta...

–Tenho de me arriscar. Como vou saber se nem tentei?

–Se você pensa assim, tudo bem...

–Acompanhem-me, por favor. Temos estes aqui...

Quanto mais a atendente falava, menos paciência eu tinha. Na verdade, quem estava conversando com a atendente era Ben, quem me mostrava as opções.

–Só tem anéis feios. – comentei, emburrado – Eu não vou dar qualquer porcaria para Isabella.

–Isso eu percebi, mas se você não escolher logo, vou aproveitar os vinte minutos que faltam do meu horário de almoço para comer um sanduíche enquanto você fica de birra com a atendente.

–Tudo bem...

Estava olhando o mostruário quando vi um anel prateado diferente. No anel havia duas mãos que seguravam um coração e em cima deste, havia uma coroa.

–E que anel é este? – perguntei à atendente.

–Ah, este é lindo! Chama-se claddagh.

Claddagh? – indaguei.

–É, Edward. – comentou Ben - Vai me dizer que não conhece a lenda do anel claddagh?

–Que história é essa?

–Era uma vez um cara que estava noivo de uma mulher e acabou sendo raptado por um navio de piratas, eu acho. Daí ele foi vendido como escravo para um joalheiro turco e começou a trabalhar como ourives. Anos se passaram e ele não havia esquecido a mulher. Acabou fazendo um anel destes para ela e conseguiu se libertar, voltando para onde ele morava e para a noiva, vivendo felizes para sempre.

–História bonita, mas o que tem?

–Cada elemento tem um significado... As mãos representam a amizade, a coroa, a lealdade e o coração, é claro, representa o amor. Garanto que dará certo.

–Será?

–Sem a menor sombra de dúvida. – disse a atendente.

–Eu vou levar esse. Coloque uma esmeralda na parte do coração. Isabella gosta muito de verde.

–Para quem estava reclamando de dinheiro, você está muito bem! – comentou Ben.

–Continuo reclamando, mas eu faço esse esforço por Isabella. Apenas por ela.

–Pois me deixe pagar uma parte. Como padrinho do casamento, vou lhe ajudar.

–E quem disse que vou lhe chamar?

–Já estou até vendo a cena.

–Se você diz... – falei, rindo.

–Ficará pronto em dez dias. – disse a atendente.

–Não tem problema. É bom que tenho mais tempo para o plano.

–E como será isso? – perguntou Ben.

–Catherine deu a ideia de usar música, mas não sei como.

–Victoria ainda deve ter uma caixa de som dos tempos em que tocava guitarra.

–Será que dá para ligar ao meu notebook?

–Para tudo há um jeito. Deixe comigo.

Enquanto o anel não ficava pronto, meus amigos e eu tentávamos melhorar o que já tinha, como os cartazes, a caixa de som que Victoria havia me cedido, a música que pudesse chamar a atenção de Isabella...

[...]

Quando o anel ficou pronto, arrumei uma maneira de sair mais cedo do trabalho e ir até Notting Hill. Estava estacionando o carro quando vi Rosalie sair da casa de Isabella. O que ela tinha ido fazer lá?

–Rosalie? – perguntei, quando me aproximei dela – O que faz aqui?

–Edward? Não pensei que aparecesse aqui... Eu vim tentar falar com a Isabella, mas não deu muito certo. O que veio fazer aqui?

–Eu vou tentar algo grande.

–Bom... Espero que dê certo... Tenho de ir a minha aula de tênis.

–Obrigado.

Peguei o celular dentro do bolso da calça e telefonei para Ben, que atendeu logo:

Já estou quase chegando, cara! Houve um problema lá na BTN.

–Tudo bem. Só quero ajuda com a caixa de som. É pesada.

Certo... Já estou te vendo.

Olhei para o outro lado da rua e vi Ben correndo na minha direção. Olhei para os dois seguranças que estavam na frente da casa e pedi para que não falassem nada.

Ben me ajudou a tirar a caixa de som do carro e conectá-la com o meu laptop para reproduzir a música em um volume que Isabella pudesse ouvir.

–Agora é só colocar a música para tocar. – disse Ben – Eu vou indo. Quero saber do resultado disso apenas quando você me contar.

–Tudo bem então. Já ajudou muito.

Ben se despediu de mim e coloquei a música para reproduzir no programa do laptop. Fiquei de frente a janela do quarto de Isabella e esperei ela aparecer enquanto a música começava a tocar.

No entanto, a música chamou mais a atenção dos vizinhos e comecei a ficar com medo, achando que passaria por um vexame. Foi aí que vi Isabella se aproximar da janela e afastar as cortinas. Ela me encarava sem esboçar nenhuma reação, enquanto eu passava os cartazes com as frases de pedido de desculpas que havia feito.

De repente, vi Zafrina se juntando a Isabella na janela e as duas riram. Agora Isabella sorria para mim enquanto passava os cartazes com frases que confirmavam o meu amor por ela. Eu nem me importava com as pessoas saindo de suas casas para ver o que estava acontecendo, nem se estavam filmando a cena com o celular para postar no Youtube depois. Parecia que o momento era apenas meu e de Isabella.

Chegou a hora em que eu mostrei o último cartaz, que continha a frase: “Isabella Marie Swan, casa comigo?”. Vi Isabella rir e se afastar da janela. E agora? Eu estava na frente de todos da rua, com um cartaz enorme e uma caixa de veludos nas mãos. O que Isabella iria fazer?

Quando pensei que Isabella não viria, vi-a sair correndo da casa, abrir o pequeno portão e se aproximar de mim.

–E então...? – perguntei.

–Então...

–Meu coração é seu. Somente seu. – disse, estendendo-lhe o anel que estava na caixa.

–Sim, Edward! – respondeu, emocionada – Eu aceito!

Larguei o cartaz no chão e a beijei-a, enquanto as pessoas que estavam na rua assobiavam e batiam palmas por causa da cena.

[...]

No dia seguinte, havia combinado de me encontrar com Ben e Vicky para conversar. Havia marcado o encontro com os dois após o expediente no escritório, mas eles estavam demorando.

–Sua Graça! – disse Ben chegando com Vicky no restaurante.

–Que porra é essa?! – perguntei, sem entender.

–Sua nova forma de tratamento. – respondeu Victoria.

Ben me cumprimentou como se fosse o Duque de Edimburgo ou algo parecido.

–Não está sabendo? – comentou Ben – Você pediu lady Isabella Swan em casamento. Com o casamento, vocês terão direito ao palácio em Surrey, bem como outras propriedades, as ações do Arsenal e o título de Conde e Condessa de Surrey, uma vez que Isabella é a única herdeira do avô dela.

–Isso é sério?

–Segundo o que estão divulgando na imprensa, sim. – falou Victoria.

–Eu nem tinha me lembrado disso. E, sinceramente, isso não me importa. Vou me casar com Isabella, não com o que ela tem. Era só o que me faltava.

–Ninguém pensa assim. – falou Ben – Estão falando que você quer dar o golpe do baú nela.

–Que falem! Eu não me importo! Eu estou feliz por que reatei com Isabella e não há nada que possa nos separar. Nós vamos ficar juntos.

–Que lindo! – falou Victoria, pegando um lenço para enxugar as lágrimas – Até me emocionei!

–Vicky como sempre vendo o lado romântico das coisas... – comentei.

–Com coraçõezinhos, estrelinhas e outras coisas fofas... – afirmou.

–Já deve estar embriagada, isso sim. – comentou Ben.

–Hey! – Victoria reclamou – Por que estraga o meu momento fofo? Seu chato!

–Só estou falando a verdade.

–Que verdade? Olha bem para mim se estou bêbada!

Ben e Vicky estavam discutindo, tentando não chamar a atenção das pessoas no restaurante, enquanto eu ria da briga dos dois. Parecia até briga de casal!

[...]

–Deveríamos chamar Alice e Emmett e Benjamin e Victoria para serem nossos padrinhos de casamento. – comentou Isabella.

–Padrinhos? Já quer decidir os detalhes da cerimônia, Izzy? – perguntei.

Estávamos deitados na minha cama, ouvindo música, enquanto minha família devia estar ocupada em seus afazeres.

–Claro que não! Só estou pedindo a sua opinião. Acho que... Bom, eles são nossos melhores amigos, não são?

–São... Eu vou falar sobre isso com eles. É capaz de o Ben gostar da ideia. Até hoje não entendi quando ele falou que nós deveríamos marcar um encontro de casais com ele e a Vicky.

–Devem estar juntos...

–É possível... Mas chega de falar do Ben e da Vicky... Vamos fazer outra coisa.

–Tudo bem. Eu quero almoçar. Já estou com fome. – disse, levantando-se da cama.

–Eu pensei em uma coisa totalmente diferente de almoçar, mas deixa de lado.

–Seu pervertido! Não pensa em outra coisa?

–Sim. Mas hoje eu quero apenas te dar atenção.

–Tão gentil!

Saímos do meu quarto e fomos à sala de jantar. Elizabeth já nos chamava para o almoço. Depois as minhas irmãs, entediadas, me obrigaram a jogar UNO com elas. Eu sempre dava um jeito de encerrar logo as partidas enquanto Isabella olhava para a cena, se divertindo da minha situação.

[...]

No dia seguinte, estava tentando dormir até mais tarde, quando ouvi gritos vindos do quarto das minhas irmãs. Levantei-me assustado da cama, peguei meu taco de polo e saí correndo para o outro quarto.

Quando entrei no quarto das garotas, vi Catherine, Claire e Elizabeth experimentando todos os tipos de roupas e dando gritos afetados.

–Edward, o que faz aqui? – perguntou Kate, enquanto tentava se cobrir com um vestido.

–Eu ouvi gritos de vocês! Achei que tinha um ladrão aqui no quarto!

–Só se for essa garota palito de fósforo vermelho que quer roubar o meu Jimmy Choo! – reclamou Claire – E jura mesmo que você iria matar alguém com esse taco de polo, Edward?

–Fique com ele. Não cabe no meu pé, mas não combina com a roupa que você quer usar. – falou Catherine.

–Tudo bem. Qual era o shopping que estava aberto às oito horas da manhã de domingo para vocês levarem praticamente tudo de lá? E por que motivo precisam dar ataque de perua?

–Não fomos nós que compramos. – respondeu Elizabeth.

–Não? E quem foi?

–Isabella nos deu de presente.

Como assim?!

–Mas que lingerie mais linda! – dizia Claire – Não tenho ninguém para me exibir com ela, mas eu vou usá-la!

–E esta bermuda da Burberry?! – exclamou Kate, mostrando a peça – Foi feita especialmente para mim!

–Espera aí! Quer dizer que a Isabella, a minha noiva, comprou todos esses presentes para vocês?

–Sim! Amei esse estojo de maquiagem da M.A.C. – comentou Kate.

–Tudo bem... Eu não esperava isso. Mãe, eu vou à casa da Bella.

–Pode ir, meu filho. Agradeça a ela os presentes. Diga que gostamos muito.

Tomei um banho rápido, vesti qualquer roupa e fui para a casa de Bella em Notting Hill. Cheguei a casa dela, pedi para Zafrina chamá-la e fiquei esperando no sofá.

Mas Isabella estava demorando e comecei a andar pela sala. Eu já havia observado que não sou muito bom em observar detalhes, mas era a primeira vez que eu via um porta-retratos que tinha a foto de Isabella, Alice e outro cara moreno que tinha uma tatuagem maori no antebraço. Quem era esse? Isso não me importa agora.

Isabella apareceu na sala, me cumprimentando, quando eu andava de um lado para outro. Eu estava tão nervoso que fui direto ao assunto. Logo vi que ela ficaria assustada com o que perguntei.

Isabella me explicou que não era nada demais, que era apenas um presente. Mas na minha concepção, eu achava que ela estava tentando comprar as garotas, como se isso as fizesse gostar dela. Atitude totalmente desnecessária, uma vez que as minhas irmãs gostam muito de Isabella. Até resolveram estudar no colégio em que Bella estudava.

E Isabella continuou explicando que havia comprado as roupas, os sapatos, a maquiagem como forma de retribuir o camafeu que minha mãe havia lhe dado e que em breve seria da mesma família, então não tinha visto problema.

Essa foi a minha deixa...

–Quero que esse em breve seja em breve mesmo.

–É o que mais quero também. – disse, sorrindo.

–Então vamos logo marcar uma data! – pedi.

–Edward, não! É muito cedo! – falou, surpresa.

–O que tem? Se o problema são os preparativos e a festa, fazemos algo mais simples. Os gastos ficam apenas com a viagem a Croácia. – sugeri.

Isabella se levantou dizendo que queria uma cerimônia mais pomposa, que também era o desejo da mãe vê-la se casando com véu e grinalda e que era melhor esperar. Eu falei que entendia a sua situação, e ela mudou logo de ideia. “Nós seremos felizes, Edward”, foi o que ela disse.

[...]

Os dias foram se passando e estavam cada vez mais corridos. Depois do nosso jantar de noivado, eu passava o dia todo enfurnado em reuniões. Quando não era reunião sobre assuntos da fábrica, era sobre assuntos do casamento. Isabella me prometeu que não me faria me preocupar com detalhes, mas ela queria a minha opinião em tudo. Eu não sabia diferenciar o marfim do bege. Para mim, eram a mesma coisa!

–Eu juro que pensei que seria diferente. – comentei em um dia a Ben – Mulher quer a opinião do homem em uma escolha e escolher algo diferente do que dissemos. É incrível!

Estávamos em minha casa naquele dia; Isabella queria resolver os detalhes do vestido de noiva e dos vestidos de Catherine e Claire, uma vez que elas seriam as damas de honra e passar o resto do dia com elas.

–Calma, conde! Essa fase logo vai passar! Em poucos dias, vocês irão se casar e vai ficar tudo bem.

–Assim espero! Eu fico reclamando, mas quem está aguentando tudo é a Isabella. Ela está cuidando de tudo. Desde as flores da igreja a nossa viagem para Pula.

–Essa é uma guerreira, hein? Acredito que, na lua-de-mel de vocês, ela vai querer dormir ao invés de...

–Com o cansaço que eu tenho agora, essa é a minha vontade também.

–Imagino... E falando em Isabella, onde ela está?

–Na prova do vestido com a Alice. A fadinha é quem está fazendo.

–Ontem fui com Victoria alugar as nossas roupas.

–Isso é sério?

–Ela queria uma opinião diferente e escolher algo parecido com o que vou usar.

–Espera aí! Vicky vai de terno?

–Não. – falou, rindo – Ela queria algo com o tom parecido.

–Ah, sei. O casal tem de ir combinando agora?

–Não acredito que seja isso... A Vicky e eu...

–O que tem vocês?

–Nada demais. Não sei por que pergunta.

–Ah, sei...

–Mas mudando de assunto...

–De forma proposital por que você não quer me responder. Fale.

–Falando seriamente em relacionamentos e afins, não acha que é cedo para vocês se casarem? É certo que vocês ficaram juntos no ano passado, mas tiveram aqueles problemas... E casais que têm pressa, tomando decisões precipitadas, acabam se atropelando... Entende o que quero dizer?

–Entendi... Mas não acho que seja cedo para eu oficializar um compromisso com a Isabella. Faz tempo que eu estou com ela e essa parada de tempo é relativa. Eu a amo e vou fazer de um tudo para ver a Bella feliz.

–Falou o apaixonado. Bom, espero que eu esteja errado quanto ao que eu pensei.

–Com certeza está. – falei, animado.

Eu estava em dúvida. Em dúvida se iria magoar Isabella novamente e não queria isso. Nós vamos nos casar e viver juntos. Eu prometi a Bella que a faria feliz. Vou me esforçar todos os dias para que isso aconteça.

FIM DO CAPÍTULO 8


[1] O anel da Claddagh (irlandês: Chladaigh fáinne) é um tradicional anel irlandês dado como símbolo de amor ou usado como um anel de casamento, ou compromisso. As características: duas mãos segurando um coração com uma coroa. O coração representa o amor, as mãos representam a amizade e a coroa representa a lealdade, elementos estes de fundamental importância em um relacionamento sadio. Há três formas tradicionalmente aceitas de usar o anel que pode ser sinal de status de relacionamento com alguém ou não: 1) Quando usado no dedo anelar direito, com a ponta do coração apontando para a ponta do dedo, o usuário é livre de qualquer apego. 2) Sobre o mesmo dedo com a ponta do anel virada para o coração, ele sugere que o usuário está envolvido romanticamente, ou esperando alguém muito especial. 3) Quando o anel está no dedo anelar esquerdo com a ponta do coração apontado para o coração do usuário, é por que está seriamente comprometida, seu coração já tem dono e o amor está em sua vida.



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