Amor por Contrato escrita por pandorabox240


Capítulo 12
Laços de família


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas bonitas! Como estão? Como estão as férias? Essas férias pela metade que estou tendo, me deixam com menos tempo ainda. Estágio, faculdade, último semestre... Orientadora pegando no pé para adiantar a monografia... Entendem isso? Bom... Vamos ao que interessa: neste capítulo, nós teremos apenas a narração da Bella. Edward vai "desaparecer" até a segunda parte que começa logo após o próximo e último capítulo. Preparem-se para as emoções!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/151338/chapter/12

Capítulo 12: Laços de família

Isabella Swan POV

        Já fazia alguns dias que havia recebido a visita de Phillip no apartamento de Alice e estava irritadiça. Naquele mesmo dia, Alice e Jake vieram falar comigo e eles foram recebidos com várias pedras na mão. Eu sei que não deveria ter feito isso com eles, principalmente com Alix, que me abrigou em sua casa e fez de tudo por mim, mas não estava bem. Não tinha vontade de falar e ver ninguém... O que eu mais queria naquele momento era ficar um pouco sozinha. Tanto que eu saía bem cedo de casa para procurar emprego e não ter de encontrar Alice ou Jake, voltando para casa quando sabia que eles não estavam lá. Não tinha ânimo para falar com eles depois do que fiz.

       Em um dia, estava deitada na cama lendo um livro, quando vi a porta se abrir.

-Posso entrar? – perguntou Jake. Parecia um pouco receoso.

-Ah, Jake... Entra. – disse, sentando-me na cama.

      Jake veio se sentar na cama ao meu lado.

-Está tudo bem com você?

-Claro, Jake! Não precisa se preocupar quanto a isso. Estou bem...

-Ah... É por que você quase não tem falado comigo e com Alice, você sequer aparece para jantar conosco... Isso me deixa preocupado.  Ainda está mal por conta do que aconteceu?

-Como queria que eu ficasse? Phillip é um canalha! Fez a minha mãe ser humilhada! Ainda quer que eu o perdoe e que a minha relação com ele seja como a do menino e do velho do filme Up? Não tem a menor condição de isso acontecer!

-Não, mas... Ouça o que ele tem a dizer. Querendo ou não, ele faz parte de sua família...

-Jake, você não acha que já sei disso?! – perguntei, perdendo a paciência. TPM, aí vamos nós! - Eu me lembro disso todos os dias! Eu perdi os meus pais! Estou sozinha no mundo! Você não tem ideia de quantas vezes pensei em encontrar o restante da família, de conhecê-los, de ter uma vida melhor com eles! Quando encontro alguém da minha família, aquele homem simplesmente me diz que o problema da minha mãe era a pobreza e que fez de um tudo para os meus pais ficarem separados! Entenda a minha raiva! Não é tão fácil adquirir coragem para fazer isso...

     Saí da cama e fui para perto da janela. Passei a encarar a chuva fina que caía lá fora. Eu não queria conversar com Jake.

-Bella, eu sei que você está irritada com isso, mas... – falou Jake quando ficou atrás de mim.

-Jake, agradeço o que quer que esteja tentando fazer, mas não estou com humor para isso. – disse, saindo de perto dele – Sinto muito...

-Bella...

-Eu vou dar uma volta...

     Peguei um casaco e o meu gorro e saí do quarto. Não vi Alice no caminho e fui andando pelas ruas geladas do bairro. Eu nem ligava, queria apenas ficar sozinha. No entanto, encontrei alguém conhecido, que estava se mudando para Notting Hill naquele momento.

-Phillip... – falei quando ele me viu.

-Olá, Isabella... O que faz aqui na rua? Não deveria estar fora de casa, ainda mais com essa chuva.

-Eu que quero saber disso. O que faz no bairro?

-Estou me mudando para cá. Tenho de resolver alguns assuntos em Londres e me disseram que este lugar é muito agradável. Além disso, é melhor que ficar em hotéis sempre que eu vir para cá.

-Há outros bairros melhores para se estabelecer em Londres, senhor Phillip... Não pense que se aproximando assim, vai me fazer ter vontade de conversar com o senhor. – falei, aborrecida.

-Entenda que eu quero apenas reparar o meu erro. Antes que seja tarde demais...

-Eu já sei o que aconteceu. Eu não quero ouvir o que quer que tenha a me falar. Não vai me fazer mudar de ideia! – quase gritei – Se o senhor acha que o meu perdão o fará ir ao céu ou ao inferno, está muito enganado!

        Dei meia-volta e ainda pude ouvi-lo falar algo. Mas o que seria? Era só o que me faltava... Ter esse homem morando perto do apartamento de Alice... Phillip vai encontrar formas e formas para tentar me ver e conversar.  Como se eu quisesse mesmo conversar com ele sobre tudo o que ele fez e depois fingir que está tudo bem. Uma ova que está tudo bem! Não está nada bem... Estou há dias sem falar direito com Alice e Jake e ainda me descontrolei em público! Era só o que me faltava...

         Voltei ao apartamento de Alice e a encontrei no escritório, desenhando em seu notebook.

-Dei umas voltas pela rua para tentar espairecer, mas parece que só piorou tudo... – disse, quando ela me viu.

-O que aconteceu? – perguntou.

-Vi Phillip se mudando para uma casa a uns dois quarteirões daqui. – respondi, pegando uma cadeira e sentando-me - Ele está tentando se aproximar de mim... Como se isso fosse fácil... Essa situação está acabando comigo!

-Sei que isso está te deixando mal, estressada, impaciente que nem te reconheço, mas acho que você deveria ao menos conversar com ele para tentar resolver essa situação.

-Eu sei, mas é como te disse antes... Não é fácil conversar com Phillip e fingir que está tudo bem. Eu tenho que pensar mais nisso antes que brigue mais com ele. – suspirei – É tudo tão complicado.

-Ah...

-Queria te pedir desculpas pelo que aconteceu nos últimos dias. Não devia ter tratado vocês daquela maneira...

-Está tudo bem, Bella... Todo mundo tem seus dias de cão. Isso é natural.

-Mesmo assim... Foi uma situação chata de se lidar.

-Mas essas coisas acontecem, Bella... Hoje é o meu dia de cão. Estou tendo problemas com toda essa parte burocrática da grife... Não quero ter que depender sempre do meu pai para isso.

-Eu entendo... Vamos torcer para tentar resolver esses problemas.

-Deus te ouça! Ah... Quase ia me esquecendo dessa...

-O que mais aconteceu?

- Para piorar tudo, eu ainda me irritei com o Jacob há algum tempo.

-Mas isso não é problema. Ele gosta muito de você, logo esquece isso.

-Hum... – não gostava de ouvir isso – Assim espero. Não gosto de permanecer nessa situação com vocês. Foi angustiante para mim.

     Ouvimos a porta se abrir e, logo depois, fechar. Concluí que Jacob tinha voltado.

-Vai falar com ele?

       Assenti e saí do escritório. Fui até o quarto de Jacob e bati na porta.

-Posso entrar? – perguntei quando ele abriu.

-Ah, claro. – respondeu, parecendo meio receoso – Entra.

       Desde que Jacob havia se estabelecido no apartamento de Alice, eu nunca havia entrado naquele quarto. Ouvi Jake fechar a porta e se colocar na minha frente. Eu estava temerosa quanto a isso, mas precisava falar com ele.

- Não foi nada legal a maneira com que venho tratando você e a Alice. – falei, olhando para as minhas mãos – Sei que tenho um grande problema familiar a lidar, mas não posso estender isso a vocês sempre. Eu quero pedir desculpas pelo que te fiz hoje...

-Bella, está tudo bem. – disse ele, segurando as minhas mãos – Eu que não deveria ter invadido a sua privacidade. Desculpe-me.

-Hum... Eu sei, mas é que eu queria que as coisas ficassem bem entre nós. Não gosto de brigar com você.

-Eu só quero te fazer bem.

      Sorri para Jake e o abracei. De início, nos beijamos calidamente. Gemi quando ele roçou o nariz em meu pescoço e distribuía beijos molhados por toda a extensão, enquanto eu tentava tirar a sua camisa. Foi levando-me até a cama e não parávamos de nos beijar. Confesso que não havia ficado com Jacob dessa maneira até então. Ele se mostrava tão comportado quando estávamos juntos. Fiquei por cima de Jake, enquanto tirávamos nossas camisetas. Ele me observava, alisando minhas costas até a barra da calça jeans que eu usava.

-Você é tão linda... – dizia ele, me encarando – Eu gosto tanto de você...

           Encarei-o novamente e disse, constrangida:

-Melhor ficarmos desse jeito que estamos.

         Jake respirou profundamente e me pôs ao seu lado na cama.

-Tudo bem... – comentou, sem me encarar.

-Não é que eu não goste de você, apenas acho que não me sinto preparada para isso agora. Por favor, me entenda. – pedi, olhando para Jake do mesmo jeito que ele fazia.

-É claro que te entendo, Bella... Não quero te forçar, mas eu não vou me mentir que me sinto muito atraído por você. Eu entendo que você não queira isso agora. Por mim, podemos ficar aqui, apenas conversando. Não tem problema.

-Obrigada, Jake. Você é um homem bom.

       Jacob olhou para mim, sorrindo. Ficamos o resto do dia no quarto dele, conversando, nos beijando. Eu achava melhor que o meu relacionamento com Jake ficasse daquele jeito. Ainda não me sentia à vontade de fazer as mesmas coisas que fazia com... Melhor nem tocar no nome dele.

[...]

        Alguns dias depois, estava arrumando a mesa de jantar com Alice. Enquanto arrumávamos o restante da mesa para a ceia, Jacob conversava com a mãe pelo Skype. Pelo que pude ouvir da conversa, a senhora Black parecia se preocupar demais com Jacob, perguntando a cada instante como ele estava. Lembrei-me um pouco de Renée falando comigo e o quanto ela se preocupava. Ainda pude ouvi-lo falar algo sobre mim com a mãe.

-Depois eu a mostro para a senhora ver. – dizia ele – Agora eu tenho de ir. Vou jantar agora.

      Vi Jacob vindo até a sala de estar e perguntei:

-Com quem falava?

-Com a minha mãe, ora. Não me vai dizer que ficou com ciúmes? – perguntou, rindo.

      Encarei-o, estreitando os olhos e continuei arrumando a mesa.

-Onde está Alice que foi atender quem estava na porta e não mais apareceu?

-Está com os pais dela, na sala.

-Com os pais? Então quer dizer que ela voltou a falar com eles?

    Fui até a sala de estar e vi Alice conversando, sorridente, com os pais, Aileen e Edwin.

-Boa noite, senhor e senhora Brandon! – falei – Os senhores ficarão para o jantar?

-Digam que sim! Faz um bom tempo que não jantamos juntos. – pediu a baixinha.

-O que acha, Aileen? – perguntou o pai de Alice.

-Mas é claro que devemos ficar! – respondeu.

-Vou pedir ao Jake para colocar mais dois pratos na mesa. – disse, voltando a sala de jantar.

        Durante o jantar, Alice brincava e conversava com os pais, fazendo Jake e eu rir do que eles falavam. Mas todos esses acontecimentos me fizeram sentir saudade da minha mãe. Enquanto conversavam, lembrei-me das vezes em que estive junto dela. Esse clima familiar... Jake conversando com a mãe, Alice se entendendo com os pais... Que falta a minha mãe me faz... Queria voltar a ver a preocupação que ela sentia comigo...

        Quando fui tentar dormir, peguei uma fotografia antiga dela e fiquei olhando.

-É tudo tão ruim sem você...

      Não tinha ideia de onde estava; a cama se parecia com a que havia no quartinho em Hertford. Mas o ambiente não era o mesmo. O quarto em que eu estava era mais alegre, mais decorado com coisas juvenis, mais diferente.

-Isabella, anda logo que você vai se atrasar para ir a aula! – ouvi uma voz parecida com a da minha mãe, me chamar.

     Fiquei olhando para o teto do quarto sem entender nada, vi Renée aparecendo no meu quarto.

-Vamos Isabella, você quer mesmo perder a aula?

-Não mesmo, mãe. Eu me arrumo em um minuto!

       Ainda não me sentia acostumada com aquela situação. Minha mãe estava viva e não estávamos morando na residência dos barões. Era tão estranho!

     Desci as escadas e fui para a cozinha onde os meus pais conversavam e tomavam café juntos. Era a coisa que eu mais queria ver em toda a minha vida: vê-los juntos.

-Bom dia! – corri e abracei os dois.

-Bom dia, minha querida! – falou Charles.

-Bom dia, Bella! Que animação é essa? Mais cedo parecia que não queria levantar hoje... O que aconteceu?

-Fiquei mais disposta agora! – respondi, sentando-me a mesa.

-Então come logo senão vamos nos atrasar.

-Tudo bem, mãe.

       Renée foi me deixar no colégio em que eu estava a poucos quarteirões da nossa casa e iria para o trabalho. Charles ficara em casa revisando livros para entregar à editora que trabalhava.

-Queria lhe contar uma coisa, Bella, mas prometa que não vai contar ao seu pai. Não agora. – pediu Renée.

-Pode falar, mãe. O que é?

     Continuávamos a andar pela rua e Renée se mostrava pensativa.

-Anne-Marie, a sua avó, apareceu no meu trabalho na semana passada.

-Minha avó?! Como assim?

-Sim, ela me disse que Phillip mostrou desejo de conversar com Charlie.

-Mas depois de tantos anos... Por que isso agora?

-Eu não sei, Isabella... Parece que Phillip está muito doente, quer o perdão do filho antes de morrer, mas eu não sei... Depois de tudo o que ele nos fez, não dá para superar. Sempre que tento conversar sobre isso com Charlie, eu me lembro do que aconteceu antes de você nascer.

-Eu entendo mãe... Mas entenda que uma família não pode viver desunida. Como papai consegue dormir todas as noites brigado com o pai?

-Bella...

-Mãe me escuta, por favor. Se isso acontecesse conosco, eu juro que daria um jeito de resolver todas as nossas diferenças para não ficar longe de vocês.

       Renée me deu um meio abraço e beijou a minha bochecha.

-Eu prometo que vamos resolver isso. Por enquanto, preocupe-se apenas com o seu boletim. Mais um pouco e você pode concorrer a uma bolsa em Oxford.

-Eu sei, mãe...

    Renée me deixou em frente ao colégio, me deu um abraço e disse:

-Nós nos vemos à noite, querida...

    De repente, o ambiente que eu estava, não se parecia em nada com o colégio. A imagem de Renée ia desaparecendo...

-Mãe! – meu grito ecoou pelo quarto escuro.

     Tudo aquilo havia sido apenas um sonho. Parecia tão real...

-Isabella? Está tudo bem? – perguntou Jake, invadindo o quarto.

-Isabella, pelo amor de Deus! O que aconteceu? – perguntou Alice, logo depois.

-Nada não... – respondi, ofegante – Foi apenas um sonho... Voltem a dormir.

-Bella, isso está fora de cogitação. – disse Jake – Eu vou ficar aqui com você. Pode voltar a dormir, Allie.

-É melhor eu voltar a dormir mesmo... – afirmou, saindo do quarto.

-Eu vou ficar aqui com você, Bella. Vai ficar tudo bem.

         Jake veio se deitar comigo na cama e me abraçou.

-Eu queria muito que isso fosse verdade... – falei para mim mesma.

       Acordei cedo naquele dia, fiz o café-da-manhã e saí sem deixar recado a Alice ou ao Jake. As ruas em Notting Hill estavam cobertas pela neve e eu andava devagar com medo de escorregar. Em pouco tempo, consegui chegar ao meu destino: a casa de Phillip Swan. Eu ainda me lembrava onde tinha visto Phillip colocando os seus móveis.

-Por favor, perdoe-me por ter aparecido aqui tão cedo...- disse à senhora que veio me atender – Sei que não é uma boa hora para visitas, mas... Eu preciso falar com o senhor Phillip. Diga que Isabella Swan está aqui para falar com ele.

-Entre, mocinha. Se ficar do lado de fora, vai morrer de frio...

        A mulher me encaminhou até a sala e lá fiquei esperando, nervosa. Alguns minutos depois, Phillip apareceu.

-Pensei que não fosse verdade o que Zafrina me falou. – disse o homem quando entrou na sala - Olá, Isabella!

-Phillip, desculpe-me por vir aqui tão cedo, mas eu realmente precisava falar com o senhor.

-Por favor, sente-se.

-Eu lhe tratei daquela maneira quando o senhor apareceu no apartamento de Alice por que... Eu pensava que, quando encontrasse alguma outra pessoa da minha família, seria tudo diferente... Nada aconteceu como imaginei. Sei que não começamos bem e que deveria ter te dado uma chance de se retratar, mas eu sentia raiva de você por passar anos e anos sem ter coragem de vir falar comigo e com a minha mãe. Eu sei bem o que aconteceu. Mas não importava que o seu filho fosse feliz?

-Os meus interesses estavam acima disso. Eu pensava primeiro no que era melhor para mim do que tinha real importância para minha família. E por conta de uma atitude egoísta, eu perdi a minha família. – afirmou, pesaroso – Primeiro, o seu pai... Depois, a sua avó não resistiu à perda e agora, não pude pedir perdão a Renée.

        Phillip deu uma pausa antes recomeçar a falar, olhando em volta.

-Foi apenas agora que pude reconhecer os meus erros, Isabella... Por isso, demorei a procurar vocês. Eu sei que você não me perdoará e tampouco nós vamos nos tornar uma família de verdade, mas não desejaria me separar de você também. Ainda mais agora...

-Por que diz isso?

-A minha saúde já não é a mesma de antes... E eu não tenho muito tempo. Por isso, eu quis solucionar todos esses problemas que existiam entre nós.

         Quando tive aquele sonho com os meus pais, Renée me dizia que Phillip queria conversar com meu pai, uma vez que se encontrava muito doente. Seria o sonho uma espécie de presságio...?

[...]

-Bella, pelo amor de Deus! – Alice exclamou, enquanto abria a porta do apartamento – Onde você estava? Jake pegou o meu Porsche sem me pedir e foi atrás de você pelo bairro!

-Eu estava na casa de Phillip. – respondi, sem encará-la.

       Sentei-me no sofá automaticamente e Alice veio assustada com a resposta para o meu lado.

-Como assim você estava na casa de Phillip?

-Eu estava na casa dele, ora. Conversando. Precisava disso. Eu falei o que tinha para falar...

-Mas por que isso, Isabella? Até um dia desses, você nem queria vê-lo e agora isso? O que aconteceu? Em que momento você decidiu por isso? – perguntou, exasperada.

-Alice, calma! Eu precisava falar com ele. Você mesma não disse que eu deveria ouvi-lo? Então...? Eu fiz isso. Eu não vou mentir que ver você e Jake tão próximos das famílias me fez ter essa vontade... Eu senti falta da minha mãe e tive vontade de falar com ele.

-E como ficam as coisas agora? Está tudo bem então?

-Eu continuarei vendo-o. Ele me pediu isso. Mas não será como uma verdadeira relação familiar, uma vez que concordamos em nos conhecer aos poucos. Nada do que fizermos mudará o que aconteceu. – afirmei, sem humor.

      Alice me encarou, triste, e o seu celular começou a tocar.

-É o Jake. – atendeu – Já pode voltar, a Bella já apareceu! Está tudo bem agora; ela tinha ido à casa do Phillip. É, vem logo para cá... Explicamos tudo.

[...]

      Já fazia alguns dias que eu estava visitando Phillip em sua casa. Eu passava as tardes conversando com ele e Zafrina, a bondosa senhora que cuidava dele, jogando xadrez ou lendo os livros que ele possuía em uma biblioteca. Acabei me lembrando de uma situação parecida que me aconteceu um dia desses...

-O senhor tem vários livros, Phillip. – comentei, olhando título por título – Se eu pudesse, passaria horas a fio lendo tudo.

-Possuo mais exemplares em minha propriedade em Surrey. – afirmou, olhando papeis sentado no chaise de seu escritório – Quando terminar o meu tratamento de radioterapia, nós podemos passar alguns dias lá e você pode ler quantos livros tiver vontade.

        Sorri para Phillip em agradecimento e ele continuou:

-Enquanto isso, nós poderemos encontrar algum colégio para que volte a estudar. Não quero que a minha neta fique fora da escola.

-Está falando sério, Phillip? –perguntei, incrédula.

-E por que eu mentiria para você? Na verdade, eu estive conversando com o senhor Hayden e ele me disse que você poderia voltar a estudar em Malborough depois dos feriados. Eu contrato um professor particular para que você reponha o conteúdo atrasado.

-O senhor faria isso mesmo por mim? – Acho que não iria me aguentar de tanta felicidade.

-Mas é claro! Quero fazer de um tudo para que você se sinta bem, Isabella.

-Muito obrigada mesmo, Phillip. – disse indo abraça-lo – Não tem ideia de como essa notícia me faz bem!

-É o mínimo que posso fazer por você, minha querida!

-Eu agradeço realmente, Phillip!

        Como eu queria pular de alegria por conta desta notícia! Imagina só? Eu voltando a estudar! Seria uma maravilha! Ainda mais agora que posso ter mais oportunidades dentro da escola. Coisa que eu não tinha quando os barões Cullen pagavam pelos meus estudos.

      Pelo fato de estar me dando bem com Phillip, sinto que a minha vida vai entrando nos eixos, mas acredito que ela estaria mais completa se ainda pudesse ver meus pais novamente. Era tudo que mais queria na minha vida.

      Alguns dias depois, Phillip havia sido avisado pelos médicos que teria de se submeter a mais sessões de radioterapia para tentar curar o câncer na laringe, descoberto há poucos meses. Para isso, ele teria de ficar em Londres até o mês seguinte quando o tratamento acabasse. E eu... Bom, eu pedi para fazer companhia ao meu avô enquanto ele permanecia em Notting Hill. Ele gostou bastante da ideia, uma vez que tínhamos mais vontade de nos unirmos mais. No entanto, foi uma notícia que não agradou muito a Jake.

-Então quer dizer que você vai mesmo se mudar para a casa do Phillip? – perguntou Jake, enquanto eu arrumava uma mala.

-Sim, Phillip está muito doente. Ele precisa de repouso e de companhia. Zafrina tem de tomar conta da casa e ela não pode fazer tudo sozinha. Por isso, que vou ficar por lá alguns dias. Você e Alice podem ir me visitar, se quiserem. Garanto que Phillip irá gostar de ver vocês por lá.

-Vou sentir falta de te ver todas as horas aqui... – disse me abraçando apertado.

       Jake depositou um selinho nos meus lábios. Alisei seus abraços e o aproximei mais do meu corpo.

-Vai poder me ver sempre...

      Enquanto beijava aqueles lábios carnudos, pude sentir aquele cheiro característico dele, tão dele que nem percebi Alice entrando no quarto.

-Ai... O amor é mesmo lindo! – Alice riu e se deitou na cama.

-Pow, Alice! Podia ter avisado que iria entrar... – Jake reclamou – Sempre tem algo para atrapalhar!

-Jake, deixa de ser chato! – pedi – O motorista do Phillip já chegou?

-Já está lá embaixo esperando na portaria. – respondeu Alice - Está nevando demais. Deixe para outro dia.  Ou então o seu avô pode vir morar aqui e trazer a Zafrina para morar conosco.

-É uma ótima ideia, Alice! – comentou Jake.

-Alice, eu já abusei demais da sua boa vontade. O que você sugeriu é pedir demais. Agradeço mesmo assim.

-Vou sentir falta.

-Eu já falei isso mil vezes para vocês: a casa do Phillip é aqui perto. Vocês podem ir sempre que quiserem...

-Não é a mesma coisa... – disse Alice, choramingando, abraçada a Jake.

-Vocês são muito dramáticos. Deveriam ser atores. Terminei por aqui.

-Tudo bem... Nós vamos te deixar lá embaixo. – afirmou Jake.

       Alice e Jake foram me deixar até o carro de Phillip. Enquanto eu me despedia dos dois, sentia que a minha vida iria mudar dali em diante. Que mudasse para melhor então!

FIM DO CAPÍTULO 12


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até a próxima!