Vermelho Cor do Amor escrita por Machene


Capítulo 8
As Presas Perfeitas




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Cap. 8

As Presas Perfeitas


São poucos os caçadores gentis, mas com toda certeza nenhum, mesmo entre os mais rudes e fortes, teria coragem de enfrentar os Nikoro ou a família do Killua. Então, claro que pega mais estranho ainda o fato deles desafiarem assassinos como os que arrasaram as vidas do Korapaika e a minha!

Não consigo entender muito bem como, mas eu consigo atirar uma das facas no chão, na direção de Kuroro, e o impeço de se aproximar do Korapaika. Todos olham para mim como se tirando a conclusão que pensei. Mesmo que correndo o risco de sacrificar minha vida, não deixaria que nada de ruim acontecesse tanto com minhas amigas quanto com...

– Oh... Ela ainda tem coragem de fazer uma coisa assim? – o líder do bando do "Escorpião" levanta a sua grande mão direita na direção do meu rosto. Como estou paralisada nem sequer pisco, e aí Excuser fica na frente ao lado do Sinner. Korapaika segura rapidamente sua mão com um olhar assustador.

– Se você tocar nela, eu te mato! – a tensão triplica.

– Pai? Mãe? - a família do Killua entra pela fenda.

– O que é que está acontecendo? – fala o pai dele.

– Ah, eu não acho que seja necessário alarde. Nós só queremos os olhos vermelhos dessas "crianças". – responde o líder próximo, sorrindo.

Apesar de atraente, ainda continua sínico... Com o canto dos olhos consigo detectar um pequeno gesto que Killua faz para Gon e um de seus irmãos. Um curto silêncio fica pairando, até que na velocidade suprema usam um truque com fumaça para fugirmos.

Sem saber quanto aos outros, abro os olhos e vejo Korapaika me carregando no colo, correndo, e logo atrás os linces. Assim que pára para tomar fôlego começo a me sacudir e ele me deixa no chão, segurando meu braço assim que tento voltar.

– O que você pensa que está fazendo?

– Temos que voltar, eles estão lá!

– Eles vão ficar bem; você não pode ir!

– Não, eu preciso saber o que aconteceu!... Com certeza aqueles sanguinários foram atrás deles, e eu tenho que fazer alguma coisa! Não posso ficar parada.

– Confie em mim Katrina, Gon e os outros sabem se defender. Eles vão cuidar das suas amigas.

– Mas e a Kelly? A família dela vai levá-la!

– O Killua não vai deixar. – paro de me sacudir e abaixo a cabeça. Ele solta meu braço devagar.

– Por que fazem isso? Não temos nada a ver com vocês, só fizemos um acordo.

– Mas, não só como caçadores, também como amigos, nós não podemos deixá-las sozinhas! – sorri. Meu olhar cai e, sem que perceba, começo a chorar. Caio no chão de joelhos, tapando o rosto com as mãos e acalentada pela Excuser.

– Eu fiquei com tanto medo! Não sabia o que fazer!

– Está tudo bem, agora está a salvo.

– Não, você não entende. Por minha... Por minha causa... – tento falar, mas as lágrimas não param – Eu devia ter feito alguma coisa... Eu devia, mas fiquei sem reação e não defendi minhas amigas, quando mais precisavam de mim, eu não consegui...! – inesperadamente, sinto dois braços me trazendo para perto de um corpo macio e quente – Ko... Korapaika?

– Está tudo bem... Eu me sacrificarei por você. – não consigo evitar me deixar ser levada pelo conforto das palavras dele, então o abraço. Meu soluço vai se acalmando aos poucos, até apertar sua blusa.

– E... Por que faria isso? – quebro o silêncio.

– É que... Eu acho que me apaixonei por você!... – afasto-me dele com um empurrão e levanto rápido.

– O quê? – as palavras quase não saem – Não... – começo a balançar a cabeça. Ele levanta devagar – Não Korapaika, você deve estar confuso.

– Não, não estou. Eu sei o que estou sentindo, e eu gosto muito de você Katrina... – pausa – Eu te amo!

– Não... Como? Você... Você não deve me amar!

– Por que não? Eu não posso evitar o que eu sinto.

– Pode sim, deve! Você só está confuso...

– Quer dizer que você não gosta de mim? – ele me imprensa contra uma árvore. Excuser e Sinner não parecem preocupados com a atitude dele.

– Está tornando tudo mais difícil.

– Diga que não me quer e eu vou embora.

– Eu... – por algum motivo, a minha garganta engancha – Ah, Korapaika!... Você não pode me amar!

– O que eu não posso é te deixar desamparada, sozinha como se sente. – desvio dos braços dele.

– Mas eu tenho um motivo, e se você soubesse...

– O que é? Diga! Se for a Neon...

– Não, não tem nada a ver. O problema sou eu.

– O que tem você? – estranha. Viro.

– Eu estou sendo caçada. – começo e o deixo mais confuso ainda – Eu carrego comigo algo de grande valor, que tanto os mercadores quanto aqueles assassinos podem estar querendo.

– E você pode me contar o que é?

– Meu colar. – não exito e mostro o símbolo – É uma chave para uma espécie de prisão, que não sei bem onde fica, mas que guarda um monstro terrível.

– Então... É por causa disto que fomos atacados?

– Talvez... Na verdade, eu não sei pelo quê aqueles caçadores estão tentando lutar, se pelo colar ou eu.

– E você também tem olhos vermelhos, não é?

– É...! – olho de lado – Eu tentei esconder isto de você para não criar mais problemas.

– Mas como foi que você ganhou esses olhos?

– Genética da minha tribo, os Karita. Eu não te contei tudo naquele dia... – respiro profundamente – Os Karita tinham a cor vermelha tão intensa e brilhante nos olhos e nos lábios que atraíam sempre uma quantidade enorme de caçadores. O motivo principal para a chacina na tribo foi pelo colar, que pertencia ao meu pai! Ele me entregou antes de morrer e mandou que fugisse. Fiquei tão assustada com o que aconteceu que nunca contei essa história para ninguém, a não ser a Kelly depois que ela me disse que a família dela sempre foi bruta quanto aos treinamentos de assassina que recebia para matar ladrões e outros criminosos pela recompensa. Nós duas somos peças raras para qualquer leilão!...

– Bom... Com tudo o que passaram é um pouco normal se sentirem inseguras quanto à maior parte dos caçadores, mesmo porque nem todos são bons. – pausa – Mas não pode reconsiderar meu caso?

– Você... Você ainda insiste, mesmo depois de te contar sobre a minha vida? – fico chocada.

– Claro! Eu não ligo que esteja sendo perseguida, é mais um motivo para eu te proteger!

– E se arriscar? – ele não responde – Como pode ter se apaixonado por mim tão rápido assim?

– Eu não sei... Mas eu sei que estou. – solto o ar que me resta nos pulmões pela boca. Começo a andar de um lado para o outro, o que parece também deixar ele nervoso – Não estou pedindo que corresponda...

– Eu sei. Só estou pensando na Kelly e no Killua.

– Como assim? – paro de andar e começo a rir.

– É muito estranho como tudo aconteceu, desde que nos encontramos, só porque eu estava cantando! – ele sorri e eu me aproximo – Não estou preocupada com os caçadores agora, mas com os sentimentos dela.

– Sobre o quê? – fico frente a ele e suspiro.

– Sobre o Killua, porque, eu não sei se percebeu, mas ela gosta dele. – a surpresa toma conta do rosto dele – É, acho que não percebeu...

– Mas, mesmo assim, qual é o problema?

– A família da Kelly detesta caçadores, e eles adoram assassinos, então sem problema... Mas desde que foi adotada ela se converteu, assim como eu, aos costumes do povo de Tince. A lei do chefe diz que o homem que for escolhido por ela no momento em que fizer o ritual de passagem nunca deve manchar as mãos de sangue!... – percebo aflição nos olhos dele.

– Então... Quer dizer que nós não... – concordo.

Continua...


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