Vermelho Cor do Amor escrita por Machene


Capítulo 7
Uma Captura Preciosa




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Cap. 7

Uma Captura Preciosa


O ritual de passagem de Tive é no exato momento em que a lua cheia fica alta e bonita, mais vermelha no céu. Todos os anos uma garota precisa ser a virgem do ritual para provar que pode se virar sozinho, no que os homens fazem provas de desafio lutando entre si e as mulheres fazem uma dança, que precisa agradar algum homem da aldeia.

Se alguém propuser casamento, a garota oferece seu sangue, bem como o noivo, que fica guardado em um frasco de vidro até o dia da morte dos dois, quando são enterrados juntos e o sangue cobre as cinzas cremadas. É o sim. Mas antes há o teste de resistência! No teste inicial as escolhidas são julgadas pelos linces e lobos que protegem a aldeia.

Os cinco sentidos são usados em uma tentativa de captura básica de um membro do bando, e depois as selecionadas devem procurar algum ingrediente de valor entre os frutos, plantas e flores da floresta.

- Então Katrina, como se sente?

- Normal... – Kelly me encara com um sorriso já conhecido – Certo, na verdade, não estou nada bem!

- É por causa do Korapaika?

- Não! E não mencione o nome dele de novo.

- Mas Katri, você não pode se separar dele só por causa "daquilo"... Não acha que devia contar a ele?

- Foi melhor assim Kelly, acredite. Ele iria se preocupar dobrado comigo se eu contasse.

- Muito bem pessoal, está tudo ok?

- Claro, Liana, começa logo isso!

- Muito bem, já vai sua impaciente.

Liana afasta os aldeões e também recua. Desta vez apenas eu participo do ritual e Bosom e Excuser começam a me rondar devagar.

- Katri, você tem que pegar a rosa vermelha de espinhos azuis que nasce na margem do lago na caverna que tem na cordilheira. Não esqueça o prazo!

Respiro fundo e levanto a cabeça, correndo na direção das fêmeas quando entram no profundo da floresta. Com certeza não é fácil fazer o teste com as infinitas possibilidades de esconderijo em um lugar assim e é necessário pegar pelo menos uma delas em no máximo uma semana para passar os dois estágios!

Cinco dias depois, me alimentando de frutos e peixes, consigo encontrar Excuser pelos rastros na trilha que vai para a cordilheira, fora dos limites da reserva. Vejo, pela luz da lua, ela correr e sigo quase que na mesma velocidade. Sempre fui rápida!

- Excuser, eu te peguei! – sorrio quando entro pela fenda da cordilheira e fico frente a frente com ela – Agora eu vou poder passar pelas duas fases do teste de uma só vez e serei a virgem do festival do ritual!

Ela desvia do bumerangue que jogo, o que Gene me emprestou, e salta por trás de mim, se escondendo entre as sombras. Fecho os olhos e aguço bem minha audição até conseguir ouvir seus passos. Quando ela está para saltar encima de mim, a pego.

- Eu consegui! – vibro e rio, desamarrando as patas dela. Excuser se sacode e ronrona enquanto a abraço – Ah Excuser, obrigada por me ajudar, mesmo não dando facilidade para que te encontrasse! – de repente ela começa a rosnar e eu me levanto com um susto – Quem são vocês?

- Você é a menina Katrina, não é mesmo?

- Quem quer saber? – devolvo para o homem de cabelos até os ombros. Ele se parece com a Kelly.

- Onde está nossa filha? Diga! – uma mulher de cabelo preso e com um longo vestido prendado grita.

- Não sei do que estão falando!

- Tenha calma querida, não precisa se estressar!

- Encontrar a garota com olhos de gato não vai garantir o paradeiro da Kelly! – ela devolve ao aparente marido. Assusto-me consideravelmente.

- São os pais... São pais da Kelly? – minha voz quase não sai.

- Sim, e eu sou a avó dela! – uma senhora baixa e pouco curvada, sem tantos cabelos brancos, responde.

- Viemos buscar a Kelly, cadê ela? – uma garota de aproximadamente treze anos exige grossamente. Por detrás deles Bosom e Kelly se aproximam correndo, junto de Killua, Gon, Gene, Korapaika e Sinner.

- Katrina, tudo bem? – ela gela ao ter a visão da família diante dos olhos e engole em seco, suando.

- Quem são esses aí? – Killua corta.

- Oh, minha filhinha, venha com a sua mãe!

- Mãe? – Gon estranha.

- Fique longe de mim! – Kelly quase sussurra.

- Obedeça a sua mãe Kelly. – insiste o homem.

- Espera um pouco!... – Killua se coloca na frente e espanta a todos – Estão assustando ela! – o choque das palavras dele emudece todo mundo.

- Como se atreve? Saia do caminho! – grita o provável irmão da Kelly, um magrinho de uns doze. A menina ao lado dele toca uma flauta prateada igual a da Kelly e dois lobos cinzentos descem rapidamente a cordilheira, cercando Korapaika e os outros.

- E se eu não quiser sair?

- Killua, você não sabe com quem está lidando! – Kelly se aterroriza com a tensão.

- Killua? Oh, este nome me é familiar. – a vovó põe as mãos atrás das costas.

- Tente Killua Zaoldyeck. – ri e mostra um sorriso assustador. A família dela nem sequer se intimida.

- É verdade, agora me lembro; membro da família de assassinos Zaoldyeck. Eu sempre quis conhecê-los.

- Este é o filho da família, mãe? – interrompe a mulher, contente – Mais que gracinha você é! – Bosom rosna e fica na frente dele, que nem se mexe.

- Um bicho de estimação? Ora, a Kelly parece que se virou muito bem sem a gente por perto pai! – comenta a menina.

- O que é que vocês querem?

- Viemos levar você de volta. – responde o garoto.

- Não tente resistir! – avisa o pai. Kelly parece se encolher mais atrás de Killua e Gon e Gene ficam ao lado do Killua. Korapaika chega alguns passos mais perto e Sinner se une à Bosom.

- A Kelly não vai voltar com vocês! – Gene indaga.

- Ah vai, nem que não queira! – ri o irmão. O pai dela dá dois passos e encara o Korapaika.

- Eu sei que vocês têm direito de levá-la, mas ela não quer ir! – Korapaika diz. O silêncio perturba.

Quando estou para dar a volta, sinto um calafrio terrível na espinha e me viro. Tento me controlar para não gritar: a visão dos assassinos da tribo de Korapaika acima das montanhas, com a presença dos caçadores que arrasaram a minha, me paralisa.

- Katrina! – Gene tenta me chamar no tom mais normal possível, soando arrastado e nervoso. Mas não consigo ouvir mais nada...

- Vocês... – levanto duas facas que carrego nas bainhas presas ao cinto. Eles descem – Fiquem longe!

- Ah, olhe só quem nós temos aqui. A família Nikoro reunida, e a garota com olhos de gato. – sorri o chefe do grupo que tanto atormenta Korapaika.

- Kuroro, a garota é minha! – o líder do grupo que me atormenta tenta se aproximar. Cruzo as facas.

- Fique longe de mim! – não consigo evitar. O medo me cobre e meus olhos cintilam o vermelho. Noto o quanto todos se surpreendem, menos os chefes do bando – Não, não chegue perto!

- Eu sabia... – sussurra o tal Kuroro – Korapaika? – ele também se assusta e seus olhos avermelham.

- Soei, pegue a Kelly! – o menino passa por Killua sem ele nem perceber, corta seu rosto e segura ela.

Continua...


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